Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Inês Moreira Santos - RTP

Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

20h25 - Rússia reivindica controlo de Lyman

A Rússia reivindicou oficialmente a tomada de Lyman, cidade essencial para o controlo do grande objetivo russo, Sverodonetsk, na região de Lugansk.

Vladimir Putin disse que está disponível para permitir a exportação de cereais da Ucrânia através do Mar Negro.

A indicação foi dada durante uma conversa telefónica com o Presidente francês e o chanceler alemão, em que Putin mostrou também abertura para voltar às negociações com a Ucrânia.

Os enviados da RTP estiveram com um habitante da cidade que fez 70 quilómetros de bicicleta para fugir ao pesadelo de Sverodonetsk.

Com a captura de Lyman, as tropas russas avançam rumo a Sverodonetsk, a capital da província de Lugansk. A enviada especial da RTP a Kiev nota que a estratégia russa passa por capturar cidades menos populosas mas com importante posição estratégica.


20h22 - Habitantes de Sverodonetsk tentam fugir à guerra

À medida que se aperta o cerco russo a Sverodonetsk, os habitantes tentam sair de alguma forma. Os bombardeamentos subiram de intensidade, quem fica refugia-se nos abrigos subterrâneos.

Os enviados da RTP estiveram com um habitante da cidade que fez 70 quilómetros de bicicleta para fugir ao pesadelo de Sverodonetsk.

17h40 - Prisioneiros de guerra ucranianos queixam-se de tortura na Rússia

Vários prisioneiros de guerra ucranianos entretanto libertados disseram ter sido torturados enquanto estiveram em cativeiro na Rússia, informou a comissária dos direitos humanos do parlamento ucraniano, Lyudmila Denisova.

Esta responsável escreveu na rede social Facebook que os soldados se queixaram de tortura durante uma visita que fez a um centro de saúde onde estão a recuperar, depois de terem sido libertados no âmbito de uma troca de prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia.

"Em cativeiro, os soldados ucranianos foram torturados, ameaçados de morte, espancados e humilhados", adiantou Lyudmila Denisova, dando conta de que a maioria foram capturados nas proximidades da cidade de Mariupol, transferidos para centros de detenção nos territórios ocupados e nas cidades russas de Taganrog e Voronezh.

Naqueles locais, os prisioneiros de guerra terão sido torturados durante os interrogatórios, pontapeados e estrangulados, tendo ainda sido feridos com um alicate e sujeitos a choques elétricos, de acordo com o relato de Denisova.

Os prisioneiros terão também denunciado que foram forçados a engolir comprimidos que os fizeram perder a consciência e que os seus carcereiros os obrigaram a memorizar o hino e poemas patrióticos russos, enquanto as mulheres cativas foram sujeitas a abuso sexual e tortura psicológica, salientou a comissária.

Denisova acrescentou que os prisioneiros receberam pouca ou nenhuma comida durante o seu cativeiro, não receberam assistência médica e não foram autorizados a contactar as suas famílias.

A comissária dos direitos humanos do parlamento ucraniano considerou que, com estes "atos criminosos", a Rússia violou uma dúzia de artigos da Convenção de Genebra para o Tratamento dos Prisioneiros de Guerra e apelou à comissão da ONU que investiga as violações dos direitos humanos na Ucrânia para ter em conta estes factos.

(Agência Lusa)

17h00 - Petro Poroshenko é impedido de deixar a Ucrânia

O ex-presidente ucraniano Petro Poroshenko acusou as autoridades de o impedirem de sair do país por razões políticas, depois de ter sido impedido por duas vezes de atravessar a fronteira para a Polónia.

Membros do seu partido Solidariedade Europeia, citado pelos órgãos de comunicação social ucranianos, disseram que a polícia de fronteira não tinha qualquer razão para o travar, sob a lei marcial, uma vez que tinha documentos que provavam que viajava oficialmente como membro do parlamento para participar numa reunião da Assembleia Parlamentar da NATO, na Lituânia.

Os meios de comunicação ucranianos informaram que Poroshenko não pode cruzar a fronteira devido a "problemas técnicos" com a autorização que lhe permite deixar o país. "Poroshenko recebeu todas as autorizações formais para deixar o país e foi incluído na delegação oficial do Parlamento da Ucrânia para este evento", refere o grupo parlamentar.

Poroshenko, que é membro da Comissão parlamentar para a integração na União Europeia (UE), foi impedido de atravessar a fronteira para a Polónia com o argumento de que um código (QR) usado para autenticar um documento não estava a funcionar, enquanto hoje os funcionários disseram que lhe faltavam documentos.

O quinto presidente ucraniano, derrotado nas eleições de 2019 pelo atual Presidente, Volodymir Zelensky, está em julgamento desde 2021 sob a acusação de traição por alegada compra de carvão no Donbas, detido pelos separatistas russos.

Considerado um dos homens mais ricos da Ucrânia, Poroshenko foi libertado da prisão em janeiro.

Petro Poroshenko deveria participar numa série de reuniões em Vilnius, inclusivamente com o presidente da Lituânia Gitanas Nauseda. Também estava prevista a sua participação numa reunião do Partido Popular Europeu, em Roterdão.

16h40 - G7 está a trabalhar para a retoma da exportação de cereais

O primeiro-ministro britânico e o presidente da Ucrânia discutiram o "bloqueio desprezível" ao qual a Rússia está a submeter Odessa e os esforços da comunidade internacional para evitar uma crise alimentar global, disse o porta-voz oficial de Downing Street, residência oficial do líder do executivo britânico.

Numa conversa por telefone, Boris Johnson terá dito a Volodymyr Zelensky que o Reino Unido continuará a apoiar "as heroicas Forças Armadas ucranianas nos seus esforços para defender a sua terra contra o ataque bárbaro, ajudando também com o fornecimento do equipamento que precisem", disse o porta-voz oficial de Downing Street.

Ambos os líderes falaram "sobre os últimos acontecimentos ocorridos em Donbass e no leste da Ucrânia" e abordaram "o bloqueio desprezível de Odessa, o maior porto de embarque da Ucrânia", indicou a mesma fonte.

Boris Johnson destacou ao presidente Volodymyr Zelensky "o intenso trabalho que está a ser desenvolvido com os parceiros internacionais para encontrar maneiras de continuar com a exportação de cereais da Ucrânia para evitar uma crise alimentar global", referiu o porta-voz do executivo britânico.

Durante a conversa telefónica, o primeiro-ministro britânico disse ainda que o Reino Unido "trabalhará com os parceiros do G7 para pressionar que se efetuem progressos urgentes" e os dois políticos acordaram "os próximos passos e o imperativo de que a Rússia relaxe o seu bloqueio e permita rotas seguras para os navios".

"O primeiro-ministro (britânico) falou da importância de que a comunidade internacional continue a trabalhar e a agir em conjunto, para que a Ucrânia triunfe e (o presidente russo, Vladimir) Putin fracasse", disse o porta-voz.

Ao mesmo tempo, o líder conservador do Reino Unido enfatizou, na conversa com Zelensky, "que os países têm um dever de apoiar a Ucrânia, tanto agora como a longo prazo, para que nunca mais esteja numa posição de ser atacada novamente".

(Agência Lusa)

16h24 - Rússia anuncia controle total de cidade de Lyman

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou que a cidade ucraniana de Lyman, no Leste da Ucrânia, está sob o controle total das forças russas.

A reivindicação ocorre um dia depois que separatistas pró-Rússia da autoproclamada República Popular de Donetsk disseram ter capturado totalmente a cidade, um centro ferroviário a Oeste de Sverodonetsk.

Autoridades ucranianas admitiram na sexta-feira que a Rússia capturou a maior parte de Lyman, mas diziam que as suas forças estavam a bloquear o avanço para Sloviansk, cidade a 30 minutos de viatura para Sudoeste.

As forças ucranianas e russas lutaram por Lyman durante vários dias.

(Agência Reuters)

15h50 - Rússia acusa Ocidente de provocar crise ao trocar armas por trigo

A porta-voz do ministério russo dos Negócios Estrangeiros acusou o Ocidente de provocar uma crise alimentar na Ucrânia ao trocar armas por cereais, que são levados para a Europa em vez de serem destinados a países africanos e do Médio Oriente.

Numa longa declaração divulgada pela agência oficial TASS, Maria Zakharova disse que o Presidente norte-americano falou na exportação de 20 milhões de toneladas de cereais da Ucrânia na mesma altura em que assinou um pacote de ajuda ao país.

"Acontece que Kiev pagará por armas com trigo. De facto, os próprios norte-americanos provocam na Ucrânia uma crise alimentar, privando-a de reservas de cereais", disse.

Maria Zakharova referia-se ao programa de ajuda de 40.000 milhões de dólares (mais de 37.200 milhões de euros, ao câmbio de hoje), que Biden assinou em 09 de maio, na véspera de ter falado sobre os cereais bloqueados na Ucrânia.

Na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, a União Europeia (UE) e países como os EUA, o Reino Unido ou o Japão têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra Moscovo e fornecido armas às forças ucranianas.

Em retaliação, a Rússia cortou o fornecimento de energia a alguns países europeus e ameaçou suspender a exportação de produtos agrícolas.

A porta-voz do ministério liderado por Serguei Lavrov negou acusações de que a Rússia esteja a bloquear o Mar Negro para impedir as exportações de cereais ucranianos.

Disse que os EUA e a UE falaram na necessidade de transportar 20 milhões toneladas de cereais da Ucrânia para países africanos e do Médio Oriente no prazo de dois meses e meio, para evitar uma crise alimentar.

"Na realidade, os cereais são transportados para armazéns na Europa. As rotas ferroviárias, rodoviárias e fluviais são organizadas para a sua entrega em destinos na Alemanha, Polónia, Lituânia, Roménia e Bulgária", afirmou Zakharova, citada pela TASS.

Segundo Zakharova, a Rússia, como "maior fornecedor de trigo aos mercados internacionais", está muito preocupada com a situação alimentar no mundo.

A porta-voz lembrou que a ONU tem alertado para o aumento dos preços dos alimentos para níveis recordes, mas negou que a razão seja a "operação militar especial" na Ucrânia, como lhe chama Moscovo.

A porta-voz da diplomacia russa disse que a crise era anterior e deve ser atribuída à pandemia de covid-19, que provocou uma "grave rutura das cadeias de abastecimento e a um aumento significativo do custo dos serviços de transporte de alimentos".

Essa crise, defendeu, foi agravada com as sanções decretadas pelos Ocidente contra a Rússia após a intervenção na Ucrânia, que disse terem causado ruturas nas redes de transportes e de logística a nível global.

"Os EUA e a UE proibiram os navios sob bandeira russa de utilizarem as suas infraestruturas costeiras. Os maiores transportadores de carga do mundo aderiram às sanções contra a Rússia, os seus navios não fazem escala nos portos russos", declarou.

Zakharova referiu que as sanções da UE abrangem o porto russo de Novorossiysk, um dos maiores da bacia do Mar Negro, por onde sai metade das exportações de cereais da Rússia.

Afirmou que as tropas russas criaram as condições para o funcionamento do porto de Mariupol e noutros portos ucranianos, ao contrário do que dizem "representantes oficiais de Estados estrangeiros".

Zakharova disse ainda que a Rússia quer "continuar a cumprir conscienciosamente" os contratos internacionais referentes a "produtos agrícolas, fertilizantes, energia e outros produtos críticos".

"Estamos bem conscientes da importância de tais fornecimentos para assegurar a estabilidade socioeconómica de várias regiões do mundo", acrescentou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acusou esta semana a Rússia de estar a usar "a fome e os cereais" como forma de chantagem.

A crise alimentar é um dos temas em destaque no Conselho Europeu extraordinário que se vai realizar na segunda e na terça-feira, a par da crise energética e de um novo pacote de sanções contra Moscovo no quadro da guerra na Ucrânia.

(Agência Lusa)

15h44 - Rússia diz-se “pronta” para ajudar a uma exportação de cereais “sem entraves”

A Rússia está "pronta" para ajudar a uma exportação “sem entraves" de cereais da Ucrânia, assegurou o presidente russo, alertando para os riscos de uma maior “desestabilização” da situação se continuarem as entregas de armas ocidentais em Kiev.

"A Rússia está pronta para ajudar a encontrar opções para uma exportação de cereais sem entraves, incluindo cereais ucranianos a partir dos portos situados no mar Negro", informou o Kremlin, num comunicado divulgado após uma conversa telefónica entre o presidente russo, Vladimir Putin, o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, que ocorreu no contexto dos receios de uma grave crise alimentar devido à ofensiva russa na Ucrânia.

Putin considerou que as dificuldades relacionadas com as entregas de alimentos foram causadas por "uma política económica e financeira errada dos países ocidentais, assim como pelas sanções antirrussas" impostas por esses países, segundo o comunicado de imprensa.

Um aumento das entregas de fertilizantes e de produtos agrícolas russos poderia diminuir as tensões no mercado agrícola internacional "o que exigirá obviamente o levantamento das sanções apropriadas" contra Moscovo, sublinhou o presidente russo.

A Ucrânia, grande exportadora de cereais, sobretudo de milho e trigo, vê a sua produção bloqueada pelos combates no seu território devido à invasão militar por parte da Rússia.

Por sua vez, a Rússia, outra potência na produção de cereais, não pode vender a sua produção e os seus fertilizantes por causa das sanções ocidentais que afetam os setores financeiro e logístico.

Os dois países, Ucrânia e Rússia, produzem um terço do trigo produzido a nível mundial.

O conflito prejudicou o equilíbrio alimentar mundial, levantando a temores de uma grave crise que afetará particularmente os países mais pobres.

Durante a conversa por telefone, Vladimir Putin também "enfatizou a natureza perigosa de continuar a inundar a Ucrânia com armas ocidentais, alertando para os riscos de uma maior desestabilização da situação e um agravamento da crise humanitária”, segundo o comunicado do Kremlin.

O presidente russo confirmou que a Rússia continua "aberta à retoma do diálogo" com Kiev para resolver o conflito armado, enquanto as negociações de paz com a Ucrânia estão paralisadas desde março, de acordo com a mesma fonte.

(Agência Lusa)

15h40 - Macron e Scholz pedem a Putin libertação de 2.500 militares de Azovstal

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, pediram ao presidente russo Vladimir Putin para libertar 2.500 combatentes ucranianos que estavam na fábrica de aço Azovstal, em Mariupol, e foram feitos prisioneiros pelos russos.

"O presidente da República e o chanceler alemão pediram a libertação de cerca de 2.500 defensores de Azovstal feitos prisioneiros de guerra pelas forças russas", divulgou a Presidência francesa, após uma conversa telefónica entre os três líderes.

(Agência Lusa)

15h36 - Abramovich despede-se do Chelsea e destaca a "honra" de ter feito parte do clube

O empresário russo Roman Abramovich descreveu como “a honra de uma vida” os seus tempos à frente do clube inglês de futebol Chelsea, cuja compra pelo consórcio liderado pelo norte-americano Todd Boehly deve estar concluída na segunda-feira.

“Passaram-se quase três meses desde que anunciei a minha intenção de vender o Chelsea. Durante esse tempo, uma equipa trabalhou arduamente para encontrar o dono certo para o Chelsea, que pudesse conduzir com sucesso o clube no seu próximo capítulo”, começa por referir o ainda dono dos ‘blues’, numa nota publicada no sítio oficial do clube na Internet.

Roman Abramovich, cidadão russo com passaporte português, prossegue realçando que “a posse deste clube vem com uma grande responsabilidade”.

“Desde que cheguei ao Chelsea, há quase 20 anos, testemunhei na primeira pessoa aquilo que este clube pode alcançar. O meu objetivo foi assegurar que o próximo dono tenha uma visão que permita o sucesso das equipas masculina e feminina, assim como a continuação do desenvolvimento de outros aspetos-chave no clube, como a Academia ou o trabalho fundamental da Fundação Chelsea”, notou.

Horas depois de o Chelsea anunciar que “um acordo final e definitivo para vender o clube ao consórcio Todd Boehly/Clearlake foi celebrado na última noite” e que “é expectável que a transação seja completada na segunda-feira”, Abramovich congratulou-se por “a procura” por um novo dono ter chegado agora “a uma conclusão bem-sucedida”.

“Tem sido a honra de uma vida fazer parte deste clube. Queria agradecer a todos os antigos e atuais jogadores, ‘staff’, e, obviamente, aos adeptos por estes anos incríveis”, finalizou.

A venda do Chelsea, ainda detido por Abramovich e alvo de sanções ligadas à invasão da Ucrânia pela Rússia, a um consórcio liderado pelo bilionário norte-americano Todd Boehly por 4,25 mil milhões de libras (4,9 mil milhões de euros), tinha sido comunicada no dia 07 de maio, e foi aprovada pela Liga inglesa de futebol na terça-feira.

Nessa mesma noite, Portugal recebeu uma carta do russo Roman Abramovich, que tem passaporte português, pedindo autorização para a venda do clube, que recebeu ‘luz verde’ na quinta-feira.

Em comunicado, o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros explicou que as duas autoridades nacionais competentes - Ministério dos Negócios Estrangeiros e Ministério das Finanças – autorizaram o pedido recebido da parte de Roman Abramovich "para uma derrogação humanitária, permitindo que o clube inglês seja transacionado".

"A autorização portuguesa decorre da garantia dada pelas autoridades britânicas de que as receitas da venda serão utilizadas para fins humanitários, não beneficiando direta ou indiretamente o proprietário do clube, que consta da lista de sanções da União Europeia", acrescentava-se na nota.

A posição do Governo português conta com a concordância da Comissão Europeia, adiantava o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O clube britânico, terceiro colocado na última edição da Premier League, atuou ao longo da última fase da temporada com algumas limitações precisamente por causa das sanções impostas a Abramovich.

Neste momento, o Chelsea opera com uma autorização especial que expira em 31 de maio e que lhe permite realizar determinadas operações, como receber dinheiro por direitos televisivos e vender ingressos para determinadas partidas.

(Agência Lusa)

12h18 - Putin assina lei abolindo limite de idade para servir no exército

O presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje uma lei que abole o limite de idade para servir no exército, numa altura em que a Rússia está em guerra com a Ucrânia, noticiou a agência oficial TASS.

A nova lei tinha sido aprovada pelas duas câmaras do parlamento russo no início desta semana.

Segundo os seus autores, do partido governamental Rússia Unida, o objetivo da lei é permitir que todas as pessoas em idade ativa assinem o primeiro contrato profissional com as Forças Armadas.

Na nota explicativa, os deputados do partido governamental explicam que o uso de armas de precisão e pesadas requer "especialistas altamente qualificados", cuja idade ronda normalmente os 40-45 anos.

Atualmente, o limite de idade para assinar o primeiro contrato com o exército da Rússia é de 18 a 40 anos para os cidadãos russos, e de 18 a 30 anos para os estrangeiros.

Segundo os deputados russos, há especialistas interessados em participar na campanha militar na Ucrânia, mas até agora não podiam ser chamados porque a lei não o permitia.

Os proponentes negaram que a nova lei signifique, na realidade, uma "mobilização virtual" da população face à "operação militar especial" na Ucrânia, como Moscovo chama à guerra que trava no país vizinho.

Alguns meios de comunicação social da Rússia noticiaram que a nova lei permitirá que os russos possam servir no exército até aos 65 anos.

(Agência Lusa)

11h51 - Rússia terá destruído postos de comando ucranianos em duas cidades vizinhas de Sievierodonetsk

Um porta-voz militar russo declarou que foram hoje, sábado, destruídos os postos de comando ucranianos em Bakhmut e Soledar, duas cidades situadas a sudoeste da disputada Sievierodonetsk e de Lysychanskand.

(Agência Reuters)

10h15 - Forças russas já devem controlar maior parte de Lyman, diz Ministério da Defesa britânico

As forças russas terão, provavelmente, capturado a maior parte da cidade de Lyman, naquela que será uma operação preliminar para a próxima fase da ofensiva no Donbass, refere o Ministério da Defesa britânico, na sua mais recente atualização diária sobre a guerra na Ucrânia.

A Defesa britânica indica ainda que Lyman era um ponto estratégico devido à localização, com bom acesso a pontes ferroviárias e rodoviárias que atravessam o rio Donets.

"Nos próximos dias, as unidades russas na área deverão dar prioridade a forçar o atravessar do rio. Por agora, os esforços da Rússia permanecerão a 40 quilómetros para Leste", refere o relatório do Reino Unido, assinalando ainda que em breve as tropas russas deverão avançar sobre algumas cidades controladas ainda pela Ucrânia, nomeadamente Sloviansk e Kramatorsk.



10h03 - Entrou primeiro navio no porto de Mariupol desde controlo russo

Entrou no porto ucraniano de Mariupol, pela primeira vez desde que a Rússia concluiu a tomada da cidade, um navio para carregar metal e o transportar para o leste da Rússia, informou a agência de notícias TASS este sábado. Kiev, por sua vez, acusa Moscovo de roubo.

A porta-voz de Direitos Humanos da Ucrânia, Lyudmyla Denisova, disse à Reuters que o carregamento é de roubos da Rússia.

"Os assltos nos territórios temporariamente ocupados da Ucrânia continuam", escreveu no Telegram. "Após o roubo de cereais ucranianos, os ocupantes recorreram à exportação de produtos de metal de Mariupol”.

9h51 - Rússia exibe míssil de cruzeiro hipersónico Zircon em teste de lançamento

A Rússia testou com sucesso o míssil de cruzeiro hipersónico Zircon a uma distância de cerca de mil quilómetros, disse o Ministério russo da Defesa este sábado. O míssil foi disparado do Mar de Barents e atingiu um alvo no Mar Branco. O vídeo divulgado pelo Ministério mostrou o míssil a ser disparado de um navio.

O presidente Vladimir Putin descreveu o Zircon como parte de uma nova geração de sistemas de armas incomparáveis. Armas hipersónicas podem viajar a nove vezes a velocidade do som, e a Rússia realizou testes anteriores deste te míssil de navios de guerra e submarinos no ano passado.

9h34 - Kiev quer saída de forças russas de centrais nucleares

A Ucrânia pede ajuda à ONU para afastar as tropas russas de centrais nucleares. As autoridades ucranianas temem consequências devastadoras dos ataques constantes com mísseis nas proximidades de algumas centrais.
O regulador ucraniano critica a Agência Internacional da Energia Atómica por não ter tomado uma posição clara e eficaz sobre os apelos da Ucrânia. As forças russas controlam Zaporizhia, a maior central nuclear da Europa.

8h42 - Negociador ucraniano diz que qualquer acordo com a Rússia “não vale um centavo”

O conselheiro presidencial ucraniano e negociador de negociações de paz, Mykhailo Podolyak, disse este sábado que qualquer acordo com a Rússia não pode ser confiável.

"Qualquer acordo com a Rússia não vale um centavo", escreveu Podolyak no Telegram. "É possível negociar com um país que mente sempre de forma cínica e propagandística?"

"A Rússia provou que é um país bárbaro que ameaça a segurança mundial", disse ainda Podolyak. "Um bárbaro só pode ser detido pela força”.

7h45 - Cerca de 10.000 soldados russos estão na região de Luhansk

O governador da região de Luhansk, na Ucrânia, Serhiy Gaidai, disse na madrugada deste sábado que há cerca de 10 mil soldados russos na região leste.

"Estas são as [unidades] que estão permanentemente na região de Luhansk, que estão a tentar atacar e a ganhar em qualquer direção que puderem", disse Gaidai à televisão ucraniana.
Ponto de situação

• Na sexta-feira, o regulador nuclear ucraniano pediu apoio à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), sob a tutela das Nações Unidas, para a retirada imediata das tropas russas das centrais nucleares do país. Segundo as autoridades ucranianas, os "ataques constantes" com mísseis na Ucrânia por parte de tropas russas nas proximidades de algumas centrais nucleares ignoram os "possíveis riscos e consequências catastróficas".

Em abril, a Ucrânia registou casos de mísseis de cruzeiro que sobrevoaram a central nuclear desativada de Chernobyl, no sul da Ucrânia, a central de Khmelnitskii e a central de Zaporijia.

• Um deputado do parlamento regional Primorsk, no extremo oriente da Rússia, exigiu o fim da guerra e a retirada das forças russas da Ucrânia, numa rara demonstração de oposição à invasão. A declaração, dirigida diretamente ao presidente russo, surge num vídeo publicado num canal da plataforma Telegram. O vídeo mostra ainda um outro deputado a apoiar a opinião de Vasyukevich.

Contudo, o presidente da Assembleia Legislativa regional de Primorsk emitiu mais tarde um comunicado, apelidando as declarações de "provocação política", não apoiada pela maioria dos deputados.

• Volodymyr Zelesnky assegurou na sexta-feira, em dois momentos diferentes, que a Ucrânia vai alcançar a vitória final sobre as forças russas, quer no leste da Ucrânia, quer na guerra em geral. Numa participação por vídeo perante estudantes da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Zelesnky salientou que a Ucrânia desfez “o mito sobre o poder extraordinário do exército russo – um exército que supostamente, em poucos dias, poderia conquistar quem quisesse”.

Mais tarde, no seu discurso noturno diário em vídeo, o presidente ucraniano abordou a conquista, pelas foras russas, da cidade de Lyman, na região ucraniana de Donetsk, a norte de mais duas cidades importantes ainda sob controlo ucraniano. Zelensky referiu-se ainda à tentativa de Moscovo em cercar e tomar a importante cidade de Severodonetsk, uma das últimas áreas sob controlo de Kiev em Lugansk.

• O governador da região de Lugansk, Serhiy Haidai, nega que as forças russas tenham cercado a importante cidade de Severodonetsk, no leste da Ucrânia, embora admita que os combatentes ucranianos podem ter de recuar. Numa mensagem divulgada na rede social Telegram, Haidai referiu que os russos tomaram um hotel e uma estação de camionagem.

O autarca acrescentou que, no entanto, é possível que os ucranianos tenham de sair para não ficarem cercados.