Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Joana Raposo Santos, Andreia Martins, Mariana Ribeiro Soares, Carlos Santos Neves - RTP

Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

01h01 - Unicef alerta que 5,2 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária urgente

Cerca de 5,2 milhões de crianças ucranianas, incluindo 2,2 milhões de refugiados em outros países, precisam urgentemente de ajuda humanitária devido ao conflito que forçou dois em cada três menores a deixarem as suas casas, alertou a Unicef.

A guerra está a ter "consequências devastadoras para as crianças numa escala e velocidade nunca vistas desde a Segunda Guerra Mundial", sublinhou.

A nota de imprensa do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) foi divulgada hoje para coincidir com as comemorações do Dia das Crianças na Ucrânia e no mundo.

Pelo menos 262 crianças foram mortas e outras 415 ficaram feridas no conflito, principalmente em ataques com armas explosivas em áreas povoadas, sendo que muitos destes ataques danificaram ou destruíram infraestruturas vitais para as crianças, incluindo centenas de centros educacionais e unidades de saúde.

"A guerra destruiu a vida de milhões de crianças", resumiu a diretora executiva da Unicef, Catherine Russell, citada no comunicado.

A responsável realçou que "sem um cessar-fogo urgente e uma paz negociada, as crianças continuarão a sofrer, enquanto as consequências do conflito também afetarão as crianças vulneráveis em todo o mundo".

A agência das Nações Unidas alertou que as crianças que fogem da violência na Ucrânia correm sério risco de separação familiar, violência, abuso, exploração sexual ou de caírem em redes de tráfico humano.

A maioria destas "foi exposta a eventos traumáticos e precisa de ajuda urgente, segurança, estabilidade, serviços de proteção à criança e apoio psicossocial, especialmente aquelas que estão desacompanhadas ou foram separadas das suas famílias", apontou ainda a Unicef.

A organização, que já prestou assistência a mais de 610 mil crianças e cuidadores psicossociais no conflito, apelou à comunidade internacional a doação de 948 milhões de dólares (cerca de 885 milhões de euros) para financiar a sua resposta humanitária, quer na Ucrânia, quer nos países de acolhimento de refugiados ucranianos.

(Agência Lusa)

00h50 - Washington vai fornecer a Ucrância com "sistemas de mísseis mais avançados"

O presidente norte-americano anunciou que os Estados Unidos vão fornecer a Ucrânia com "sistemas de mísseis mais avançados".

(Agência France-Presse)

00h46 - EUA elogiam embargo europeu ao petróleo russo que afeta “máquina de guerra”

Os Estados Unidos saudaram o embargo às importações de petróleo russo alcançado no Conselho Europeu, lembrando que estas medidas ajudam a “impedir” um “ponto forte da máquina de guerra da Rússia”.

"Congratulamo-nos com o embargo proposto pela UE ao petróleo russo", destacou o porta-voz da diplomacia norte-americana.

O porta-voz do Departamento de Estado lembrou que os Estados Unidos, menos dependentes que os europeus no que diz respeito à energia russa, já anunciaram a proibição de todas as importações de hidrocarbonetos russos.

“Sabemos que há amplo apoio entre os nossos aliados e parceiros, como vimos novamente por parte da UE, para dificultar o ponto forte da máquina de guerra da Rússia, ou seja, a sua energia”, acrescentou.

Ned Price elogiou ainda os esforços europeus para diversificar o fornecimento de energia e desenvolver energias renováveis para reduzir a dependência de Moscovo a “longo prazo".

"Estamos unidos na nossa determinação para manter a pressão sobre o Presidente [Vladimir] Putin e todos os responsáveis por esta guerra", sublinhou.

Do lado dos norte-americanos, Ned Price prometeu anúncios para “breve” em termos de ajuda militar adicional a Kiev.

(agência Lusa)

23h27 - Forças russas já controlam a maior parte da cidade de Severodonetsk

O governador da região de Lugansk, no Leste da Ucrânia, diz que a cidade de Severodonetsk não está cercada pelas tropas russas, apesar de reconhecer que grande parte da cidade está controlada pelas forças invadoras.

O parque habitacional da cidade está quase totalmente destruído e a ofensiva russa atingiu esta terça-feira uma fábrica de produtos químicos de Severodonetsk.

Em caso de domínio total, fica consumado o controlo sobre praticamente toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia. O presidente Zelensky diz que as dificuldades na frente leste se devem à falta de armas adequadas para combater o inimigo.

23h25 - União Europeia com acordo para embargo a 90% do petróleo russo

A União Europeia chegou a um acordo para o embargo a 90% do petróleo proveniente da Rússia. De fora ficam a Hungria, Eslováquia e Chéquia, os países mais dependentes destas importações. Os líderes dos 27 conseguiram aprovar o sexto pacote de sanções contra a Rússia.

23h20 - Pedaços de mísseis e veículos blindados destruídos expostos em Kiev

Em Kiev foram expostos na rua pedaços de mísseis, veículos blindados destruídos e material de guerra russos. Uma forma de o governo de Zelensky reforçar o ânimo de um povo em guerra há três meses e mostrar que as forças militares ucranianas têm dizimado, com sucesso, as tropas do Kremlin.
23h15 - Ucrânia identificou mais de 600 russos suspeitos de crimes de guerra

A lista da procuradora-geral da Ucrânia qualifica-os como "os principais militares, políticos e agentes de propaganda da Rússia". Entretanto, mais dois soldados russos foram julgados por crimes de guerra por dispararem contra civis ucranianos.

23h10 -  Marcelo saúda "passo importante" de embargo a petróleo russo

O Presidente da República saudou hoje o acordo alcançado no Conselho Europeu para embargo a importações de petróleo da Rússia, considerando que "é um passo importante" e "já significa um esforço muito grande".

Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se à estimativa da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, segundo a qual este embargo "irá efetivamente cortar cerca de 90% das importações de petróleo da Rússia para a União Europeia até ao final do ano".

"É como tudo. A união de 90% é melhor do que não haver nenhuma. O ideal seria 100%, mas se for 90% ou 95% ou 94% ou 96% já significa um esforço muito grande dentro da União Europeia", considerou o chefe de Estado.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "portanto, é um passo importante que foi dado".

"Até agora não havia esse passo. É preciso ver que se discutia o problema do embargo do petróleo há praticamente um mês ou um mês e meio. Um mês e meio depois ou um mês depois, foi possível aprovar", assinalou.

(agência Lusa)

22h45 - Erdogan quer que Suécia e Finlândia apoiem política antiterrorista da Turquia

A Turquia pretende que a Suécia e Finlândia apoiem a sua política antiterrorista, sendo esta uma condição para aceitar a entrada dos países nórdicos na Aliança Atlântica, revela um artigo do Presidente Recep Tayyip Erdogan na revista The Economist.

“Temos todo o direito de esperar que estes países, que querem que o segundo maior Exército da NATO acorram em sua defesa sob o Artigo 5.º [da Aliança], impeçam o recrutamento, angariação de fundos e atividades de propaganda do PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão], considerada uma entidade terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos", referiu o chefe de Estado turco.

Quer a Suécia, quer a Finlândia, insistem que tratam o PKK como uma organização ilegal, mas o governo turco considera que os países nórdicos não estendem essa classificação às Unidades de Proteção do Povo (YPG), mas milícias curdas na Síria, que Ancara considera um simples ramo local do PKK.

"A Turquia quer que os países candidatos impeçam as atividades de todas as organizações terroristas e extraditem os seus membros. Apresentámos provas claras às autoridades desses países e esperamos que eles atuem”, escreveu Erdogan no artigo publicado na revista britânica.

"Além disso, a Turquia quer que estes países apoiem as operações antiterroristas dos membros da NATO", acrescentou, numa aparente referência a uma próxima intervenção no norte da Síria, que o Presidente turco anunciou há dias.

Esta segunda-feira, Erdogan explicou ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, a “necessidade” de expandir o controlo turco sobre a faixa de fronteira no nordeste da Síria, que as Forças Armadas turcas dominam desde a sua intervenção contra o YPG em outubro de 2019.

(agência Lusa)

22h30 - Papa Francisco pede o fim da guerra na Ucrânia e a reconciliação do mundo

O papa Francisco pediu o fim das guerras no mundo, em concreto na Ucrânia, e a reconciliação dos “corações cheios de violência e vingança”, durante a recitação do rosário em Roma, onde surgiu de novo numa cadeira de rodas.

"Esta tarde, no final do mês consagrado a si, estamos aqui novamente diante de si, rainha da paz, para implorar que conceda o grande dom da paz, para acabar logo com a guerra que já dura décadas em várias partes do mundo e que agora também invadiu o continente europeu", pediu o papa no início da cerimónia que decorreu na basílica romana de Santa Maria Maggiore.

O sumo pontífice referiu, diante da estátua da Virgem Maria, a quem Bento XV pediu em 1918 o fim da Primeira Guerra Mundial, que a paz "não pode ser resultado de negociações isoladas nem consequência apenas de acordos políticos", mas que também é "um dom" do Espírito Santo.

"Estamos certos de que com as armas da oração, do jejum e da esmola e com a ajuda da sua graça, os corações dos homens e do mundo inteiro podem ser transformados. Hoje dirigimos os nossos corações a você, rainha da paz, interceda por nós diante de seu Filho, reconcilie os corações cheios de violência e vingança, redirecione os pensamentos cegos pelo desejo de enriquecimento frágil e que a paz perdure em toda a terra", concluiu.

(agência Lusa)

22h16 - Líder do Senado diz que Rússia cresce enquanto sanções estão no “ponto máximo”

A presidente do Senado russo garantiu que o país continua a desenvolver-se apesar das sanções ocidentais, que atingiram o seu “ponto máximo” sem alcançar “o efeito desejado”.

“A Rússia continua a desenvolver-se, mesmo a fazer frente às pressões. As sanções contra o país chegaram ao ponto máximo, mas não obtiveram os efeitos desejados”, destacou Valentina Matvienko, citada pela agência de notícias russa RIA Novosti.

Os países ocidentais “esgotaram” as possibilidades de continuar “a guerra de sanções” e “de facto, já o reconheceram”, acrescentou a presidente do Conselho da Federação da Rússia.

Valentina Matvienko alertou ainda que as mais de 10.000 restrições impostas à Rússia ameaçam causar "crise económica global".

(agência Lusa)

21h30 – Autoridades ucranianas relatam “apagão de todas as comunicações” na região de Kherson

As autoridades ucranianas dizem ter havido um "apagão de todas as comunicações" na região de Kherson, no sul da Ucrânia, ocupada pelos russos.

Em comunicado, o Serviço de Estado para Comunicações Especiais e Proteção de Informações da Ucrânia fala numa intrusão não especificada "pelo regime da ocupação" e refere que os equipamentos foram desligados e os cabos desconectados.

"Os moradores da região estão atualmente sem comunicação móvel ucraniana e sem acesso à Internet, estando também sem meios para fazer chamadas telefónicas nacionais e internacionais através de telefones fixos", garantiu a agência.

21h01 – Forças ucranianas fazem progressos na região sul, avança Zelensky

As forças ucranianas tiveram “algum sucesso” perto da cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, e estão a conseguir avançar em partes da região de Kharkiv, a leste de Kiev, anunciou o presidente Volodymyr Zelensky.

"Os nossos defensores estão a demonstrar a máxima coragem e continuam a dominar a situação na frente da batalha, apesar de o exército russo ter uma vantagem significativa em termos de equipamentos e números", declarou o líder no seu habitual discurso noturno.

20h46 – MNE russo diz caber ao Ocidente e a Kiev resolver crise alimentar global

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia defendeu hoje que cabe à Ucrânia e aos países ocidentais resolver a crescente crise global de alimentos.

Segundo Sergei Lavrov, os países ocidentais “criaram muitos problemas artificiais ao fecharem os seus portos aos navios russos, interrompendo a logística e as cadeias financeiras”.

“Eles precisam de considerar seriamente o que é mais importante: desempenhar um papel de relações públicas na questão da segurança alimentar ou tomar medidas concretas para resolver esse problema”, acrescentou.

20h29 - Parlamento ucraniano destitui comissária dos Direitos Humanos por falta de confiança

O parlamento ucraniano aprovou hoje, com 234 votos a favor, a destituição da sua comissária dos Direitos Humanos, Lyudmyla Denisova, por não ter cumprido as suas obrigações desde o início da invasão russa, avançou a agência Unian.

20h06 – Macron propôs a Putin incluir ONU na solução para bloqueio de Odessa

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou hoje que propôs ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, uma resolução na ONU para levantar o bloqueio russo ao porto ucraniano de Odessa e permitir a exportação de cereais ali bloqueados.

"Propus, na discussão que tive, juntamente com (o chanceler alemão) Olaf Scholz, no sábado passado, ao Presidente Putin que tomássemos a iniciativa de apresentar uma resolução nas Nações Unidas, para dar um enquadramento muito claro a esta operação", disse Macron após uma cimeira europeia em Bruxelas.

Enquanto a Rússia está a impor um bloqueio aos portos ucranianos no Mar Negro, em particular o porto de Odessa, a Ucrânia procura uma solução para exportar cerca de 20 milhões de toneladas de cerais armazenados nos silos do país.

"A decisão depende de um acordo da Rússia e das garantias que oferece: em face da desminagem (do porto de Odessa), que é essencial para que possam ser encaminhados graneleiros e navios e levar esses cereais, (são necessárias) garantias de segurança fornecidas aos ucranianos para evitar que sejam atacados", insistiu Macron.

(agência Lusa)

19h47 – EUA vão enviar “cartas de conforto” a empresas russas

Os EUA estão prontos para enviar “cartas de conforto” a empresas russas para facilitar as exportações de cereais e fertilizantes, avança a agência Reuters.

A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que serão entregues “cartas de conforto” às empresas de envios e de seguros para ajudar a exportar estes bens.

A responsável frisou que os cereais e fertilizantes russos não são alvo das sanções norte-americanas, mas que “as empresas estão um pouco nervosas e estamos preparados para dar-lhes cartas de conforto se isso ajudar a encorajá-las”.

Uma “carta de conforto” é um documento que garante que as obrigações financeiras de uma empresa podem ser cumpridas.

19h33 - OSCE confirma libertação de um dos seus funcionários no leste do país

A secretária-geral da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Helga Schmid, anunciou hoje que foi libertado um dos quatro funcionários ucranianos da organização detidos há dois meses no leste da Ucrânia, em território sob controlo russo.

"Estou muito aliviada com a libertação de um dos membros nacionais da missão especial de monitorização da OSCE", declarou Helga Schmid numa mensagem publicada na rede social no Twitter.

"Peço a libertação dos seus três colegas que ainda estão detidos em Donetsk e Lugansk. Nós continuaremos a trabalhar incansavelmente para o seu regresso imediato para junto dos seus entes queridos", acrescentou Schmid.

Os quatro funcionários ucranianos da missão especial de monitorização da OSCE, que deixou de funcionar no final de março após a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, foram detidos no final de abril em território ocupado pela Rússia.

(agência Lusa)


19h04 - Assembleia da República aprova deslocação de deputados ao parlamento de Kiev

A Assembleia da República aprovou hoje a deslocação de uma comitiva de deputados portugueses ao parlamento da Ucrânia, ainda sem data prevista, com a oposição do PCP.

Os deputados da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas aprovaram dois requerimentos apresentados por PS e PSD para a para a realização da visita de uma delegação da Assembleia da República ao parlamento de Kiev.

Os dois requerimentos foram aprovados com os votos a favor de todas os partidos, exceto o Grupo Parlamentar do PCP, que votou contra. Ainda não há data prevista para esta deslocação. O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, tinha já aceitado o convite do seu homólogo ucraniano para se deslocar a Kiev, numa visita que disse estar a ser preparada com a devida discrição.

Minutos antes da votação na reunião da comissão, o deputado comunista Bruno Dias considerou que o parlamento português deveria "contribuir para iniciativas para a resolução pacífica" da guerra na Ucrânia.

(agência Lusa)

18h56 - Forças russas controlam a maior parte de Sievierodonetsk, diz governador

As forças russas controlam agora a maior parte da cidade de Sievierodonetsk, mas não a cercaram, avançou o governador da província ucraniana de Luhansk.

Serhiy Gaidai disse ainda que bombardeamentos russos impossibilitaram a entrega de bens humanitários e a retirada de pessoas.

18h15 - Ataque aéreo russo atinge tanque de ácido em Sievierodonetsk

Um ataque aéreo russo terá atingido um tanque de ácido nítrico na cidade ucraniana de Sievierodonetsk, disse hoje o governador local, Serhiy Gaidai.

O responsável pediu aos moradores locais, na aplicação Telegram, que não abandonem os abrigos anti-bombas devido ao risco representado pelo fumo tóxico libertado pelo tanque de ácido.

Gaidai partilhou ainda uma fotografia na qual é visível uma grande nuvem rosa sobre prédios de habitação.

17h49 - Alemanha acorda parceria com Grécia para fornecer armas a Kiev

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse hoje que a Alemanha está a trabalhar num acordo com a Grécia que prevê que Atenas entregue equipamentos militares antigos à Ucrânia e receba veículos blindados da Alemanha para compensar.

A Alemanha tem enfrentado críticas pela sua relutância em entregar armas pesadas à Ucrânia, o que o Governo rejeita, argumentando que outros países da NATO que estão a entregar a Kiev equipamento militar antigo - particularmente da era soviética - estão a ser compensados com material moderno fornecido por Berlim.

Hoje, Scholz lembrou um acordo já assinado com a República Checa e, no final de um encontro em Bruxelas, concordou com o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, em elaborar um tratado semelhante, num futuro breve.

O acordo deverá ser calibrado entre os ministérios da Defesa dos dois países, para ser posto em prática logo que possível, procurando ajudar a Ucrânia a resistir à invasão russa.

(agência Lusa)


17h28 - Abramovich interpõe ação judicial contra Conselho da UE devido a sanções

Roman Abramovich interpôs hoje um processo judicial no tribunal da União Europeia (UE) contra o Conselho da UE, que aplicou sanções ao empresário russo, como parte das medidas retaliatórias contra Moscovo.

Em março, a UE incluiu o oligarca russo, considerado próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, na sua lista de indivíduos sancionados com bens congelados e proibições de viagem, pelo seu papel na invasão russa da Ucrânia.

O empresário russo, que conseguiu nacionalidade portuguesa, alegando ser descendentes de judeus sefarditas, foi forçado a vender o clube de futebol britânico Chelsea, depois de também ter sido sancionado pelo Reino Unido.

(agência Lusa)

17h19 - Presidente da Ucrânia aplaude novas sanções, mas critica atraso "inaceitável"

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou o sexto pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia, mas criticou o que considera um atraso "inaceitável" dos 27 para chegarem a um acordo.

"Quando se passam mais de 50 dias entre o 5.º e o 6.º pacote de sanções, a situação não é aceitável para nós", disse Zelensky.

17h02 - Pelo menos 5 mortos e 15 feridos em Kharkiv nas últimas 24 horas

Pelo menos cinco pessoas morreram, incluindo um menino de 12 anos, e outras 15 ficaram feridas nas últimas 24 horas, na sequência dos bombardeamentos russos à região de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, informou hoje a agência local Ukrinform.

"Durante as últimas 24 horas, o inimigo bombardeou os bairros residenciais de Osnovyansky e Kyivsky, pertencentes à cidade de Kharkiv, e os municípios de Izium, Chuhuiv e Bohodukhiv, além da própria cidade" que dá nome à região, publicou o chefe da Administração Militar Regional, Oleh Synehubov, na rede de mensagens Telegram.

O militar confirmou que os combates continuam no norte e nordeste da região: "o inimigo tentou contra-atacar as posições das nossas Forças Armadas mas falhou e retirou-se para posições anteriormente ocupadas, encontrando-se agora na defensiva".

(agência Lusa)


16h51 - Ucrânia participa em operação da ONU para garantir rota comercial para exportações de alimentos

A Ucrânia está a trabalhar numa operação internacional liderada pelas Nações Unidas com parceiros navais para garantir uma rota comercial segura para as exportações de alimentos, escreveu no Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

“A Rússia inicia jogos da fome com o mundo ao bloquear as exportações de alimentos ucranianos e ao tentar culpar a Ucrânia por esse bloqueio”, considerou o responsável.

16h37 – Kiev admite 100 a 200 casos diários de denúncias de crimes de guerra

A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, denunciou hoje que cada dia surgem entre 100 e 200 suspeitas de crimes de guerra, atribuídos às forças militares russas, que começam agora a chegar aos tribunais.

"Não temos acesso ao terreno. Estamos a investigar a partir de entrevistas. Mas cada dia que passa, chegam-nos entre 100 e 200 novos casos para investigar, com acusações de crimes de guerra perpetrados por soldados russos", disse Venediktova, numa conferência de imprensa em Haia, organizada pela organização Eurojust.

A procuradora-geral da Ucrânia explicou que alguns desses casos já estão a ser julgados e em breve muitos desses casos chegarão a tribunal, à medida que os investigadores começam a receber confissões de soldados russos detidos por suspeitas de crimes de guerra.

(agência Lusa)

16h20 - Gazprom corta fornecimento de gás à Dinamarca a partir de 1 de junho

A empresa russa Gazprom anunciou hoje o corte do fornecimento de gás à Orsted, petrolífera estatal da Dinamarca, assim como à Shell Energy por ter realizado um contrato de fornecimento de gás com a Alemanha, depois de Berlim ter recusado pagar a Moscovo em rublos.

Os cortes entrarão em vigor a partir de 1 de junho, segundo a Gazprom.

A Orsted garante que a decisão russa não colocará imediatamente em risco o fornecimento de gás à Dinamarca e que, em alternativa, o país passará a realizar importações a outros países europeus.

“O gás da Dinamarca deve ser, em grande escala, adquirido no mercado europeu de gás. Prevemos que isto seja possível”, adiantou o diretor-executivo da Orsted, Mads Nipper, em comunicado.

16h07 – Conflito já fez mais de 6,8 milhões refugiados ucranianos

O número de ucranianos que deixaram o seu país desde a invasão russa de 24 de fevereiro ascendeu hoje a 6,8 milhões, tornando-se a mais grave crise de refugiados da atualidade, superando o conflito na Síria, segundo a ONU.

Se acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), aos 6,8 milhões de refugiados, a maioria mulheres, crianças e idosos, juntam-se outros oito milhões de deslocados internos na Ucrânia. Assim, a guerra na Ucrânia obrigou, no total, cerca de 15 milhões pessoas a deixarem as suas casas, um terço da população nacional.

O ACNUR esclareceu que aproximadamente 2,2 milhões de ucranianos voltaram ao seu país desde o início da invasão, embora tenha sublinhado que, em muitos casos, trata-se de viagens de ida e volta (pessoas a visitar familiares ou a verificar a situação das suas propriedades), o que não indica um fluxo estável de retornos para a Ucrânia.

A Polónia é o país que mais refugiados ucranianos recebeu na crise atual (3,6 milhões), enquanto quase um milhão chegou à Roménia (alguns destes depois de passar pela Moldova) e outros 970.000 foram para a Rússia.

(agência Lusa)

15h57 – António Costa admite preocupação com consequências do embargo ao petróleo russo

Questionado sobre se está preocupado com as consequências do embargo ao petróleo russo para a economia portuguesa, António Costa respondeu “claro que sim”.

“Ainda hoje saíram os números da inflação em Portugal e, como se pode verificar, a inflação tem uma subida significativa, essencialmente fruto da enorme subida que o preço dos produtos energéticos tem no conjunto da nossa economia”, declarou o primeiro-ministro.

“Toda a Europa está a pagar um preço elevado, e nós temos a quinta inflação mais baixa da Europa, mas ainda assim elevadíssima para aquilo que tem sido o nosso histórico nacional, e sobretudo marcada pelo preço da energia”.

15h49 – Von der Leyen não exclui um sétimo pacote de sanções à Rússia

Questionada sobre a possibilidade de a UE vir a aprovar um sétimo pacote de sanções, a presidente da Comissão Europeia não excluiu essa hipótese.

“Para mim agora é importante analisarmos os setores financeiro e económico russos, seja pela tentativa de fugirem a estas sanções ou de se afastarem desta situação”, afirmou.

“Não excluo que tenhamos que responder regularmente, verificar novamente a situação, preencher lacunas, impedir estes desvios, mas quanto à grande questão, a energia, está tudo a decorrer da forma que descrevemos”, acrescentou Ursula von der Leyen.

15h43 – António Costa frisa que “realidade energética de cada Estado-membro é bastante diversa”

Questionado sobre a hipótese de um sétimo pacote de sanções, o primeiro-ministro português respondeu que “não podemos, sempre que aprovamos um pacote de sanções, começar a discutir o próximo”.

“Seria um sinal de que não acreditamos nós próprios na eficácia das sanções”, justificou.

António Costa acredita ainda que não vale a pena os 27 Estados-membros estarem “a apontar os dedos uns aos outros, porque é evidente que a realidade energética de cada Estado-membro é bastante diversa”.

“Um país como Portugal está numa posição particularmente favorável, primeiro porque tem uma elevadíssima taxa de produção de energias renováveis – só dependemos de nós próprios, 58% da energia elétrica que consumimos já é de fonte renovável (…) e já tínhamos uma baixíssima utilização de gás russo -, agora a União Europeia não é só Portugal, há vários outros países”.

Noutro exemplo relativo ao petróleo, António Costa explicou que “nem todas as refinarias são aptas para refinar todo o tipo de petróleo. Algumas das refinarias que existem na União Europeia, em diversos países, só estão aptas para refinarem o petróleo com as características do petróleo russo. Portanto, se não tiverem o petróleo russo, não podem substituí-lo por outro petróleo sem que previamente adaptem as refinarias, e isso leva o seu tempo”.

15h35 – Portugal focado na “interconexão com Espanha, quer elétrica quer de gás”

Em declarações aos jornalistas sobre a reunião do Conselho Europeu, o primeiro-ministro português falou sobre o REPowerEU, o plano de Bruxelas para o uso de energia mais segura, sustentável e barata que pretende substituir as importações de combustíveis fósseis da Rússia.

“O Conselho aprovou os objetivos do programa REPowerEU e aguarda que a Comissão apresente um programa de financiamento mais detalhado para a execução desse programa. O recurso aos empréstimos é uma das componentes”, adiantou António Costa.

Segundo chefe de Governo, “no caso concreto do REPowerEU, aquilo em que estamos focados é no projeto da interconexão com Espanha, quer elétrica quer de gás”.

15h20 - Segurança energética. “Há uma referência expressa” sobre potencial da Península Ibérica, diz António Costa

O primeiro-ministro português falou aos jornalistas no final do Conselho Europeu que decorreu por estes dias em Bruxelas e que teve como foco a guerra em curso na Ucrânia. António Costa referiu desde logo as sanções que passam a ser implementadas.

“Ao contrário do que muitos previam foi possível encontrar um consenso para aprovar o sexto pacote de sanções”, afirmou o chefe de Governo português. Estas sanções visam o petróleo importado da Rússia, havendo um período de transição para o petróleo importado a partir de oleoduto “tendo em conta a menor flexibilidade na identificação de alternativas no fornecimento”, explicou.

Sobre o apoio humanitário e aos refugiados, Costa reforçou a importância da solidariedade entre todos os Estados-membros, sobretudo os Estados membros vizinhos que estão a ter um esforço acrescido neste contexto.

Foi ainda aprovado um apoio macroeconómico à Ucrânia no valor de nove mil milhões de euros e a suspensão de todos os direitos aduaneiros sobre as importações provenientes da Ucrânia de forma a facilitar a entrada no mercado interno de produtos vindos da Ucrânia.

Finalmente, foi também aprovada a criação de uma “plataforma para a reconstrução” da Ucrânia que associa a UE, os Estados-membros, o Banco Europeu de Investimentos e parceiros internacionais. Este esforço que virá a ser necessário “requer a mobilização de toda a comunidade internacional”, frisou o primeiro-ministro.

Costa lembrou ainda a questão da segurança alimentar a nível mundial, que destaca como “uma das consequências mais graves” do conflito, em virtude da própria guerra e do bloqueio dos portos ucranianos pela Rússia.

O primeiro-ministro adiantou que o presidente da União Africana, Makky Sall (também presidente do Senegal), participou neste encontro europeu por videoconferência e expôs “a situação muito difícil que enfrentam vários países africanos”, tendo assinalado em particular a necessidade de “responder com urgência” à escassez de cereais.

Neste ponto, o Conselho Europeu manifestou “todo o apoio” aos esforços da ONU e do secretário-geral das Nações Unidas nas tentativas de “reabrir portos ucranianos e encontrar rotas de escoamento da produção agrícola”.

Em relação à segurança e defesa, António Costa destacou a importância de “encontrar mecanismos de compra conjunta para a reposição dos stocks de todas as Forças Armadas dos diversos Estados-membros que têm estado a dispensar equipamentos materiais para apoio à Ucrânia”.

Para esse efeito, a UE tem em vista o desenvolvimento de um programa europeu de investimento e defesa para reforçar a indústria europeia de defesa.

Por fim, António Costa não esqueceu a questão da energia, um setor que tem sofrido fortes impactos com um “brutal aumento” de preços em toda a União Europeia.

“Mais uma vez se reafirmou a necessidade de acelerar a diversificação das fontes e das rotas de abastecimento à UE”, bem como “acelerar a transição para as energias renováveis”, acrescentou.

O primeiro-ministro português assinalou que há, desta vez, “uma referência expressa quanto ao potencial que a Península Ibérica no seu conjunto para contribuir para a segurança energética da UE”.

Por isso, destacou a “necessidade de concluir o programa de interconexões entre Portugal, Espanha e o conjunto da Europa”, países que poderão assim contribuir “para a segurança energética de toda a Europa”, vincou.

15h17 - UE está a discutir rotas alternativas para o escoamento de cereais da Ucrânia, diz Charles Michel

Em resposta aos jornalistas na conferência de imprensa de encerramento da reunião extraordinária dos líderes da União Europeia, o presidente do Conselho Europeu disse que UE está a estudar rotas alternativas para o escoamento de cereais da Ucrânia.

“Apoiamos todos os esforços das Nações Unidas para chegar a um acordo para a abertura de um corredor marítimo para o Mar Negro”, disse Charles Michel. “Seria uma possibilidade para exportação de cereais, mas não sabemos se vai funcionar”, acrescentou.

“A primeira prioridade devem ser os cereais”, disse Charles Michel, salientando que existem 22 milhões de toneladas de cereais bloqueados na Ucrânia.

Charles Michel acrescentou a UE tem estado a discutir uma rota alternativa de exportação de cereais através do Mar Báltico para o norte do continente, mas ressalvou que “que é mais difícil e mais caro”.

“É mais difícil por razões óbvias de logística. E tentamos facilitar a redução dos encargos, porque melhor é o acesso ao Mar Báltico”, afirmou.

15h12 - UE disponibilizará fundos para ajudar a repor o material militar enviado à Ucrânia

A presidente da Comissão Europeia anunciou ainda que a UE irá disponibilizar fundos para ajudar a repor o material militar que foi enviado à Ucrânia.

Ursula von der Leyen anunciou que está a ser criada uma task-force para coordenar este reabastecimento do armamento nacional e antes de junho será desbloqueado um pacote de 500 mil milhões de euros para incentivar as compras conjuntas de pelo menos três Estados-membros.

15h06 - Von der Leyen apresenta três pilares da UE contra dependência do petróleo russo

Durante a conferência de imprensa de encerramento da reunião extraordinária dos líderes da União Europeia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elencou os três pontos do roteiro da UE para se conseguir libertar da dependência dos combustíveis fósseis da Rússia, principalmente do petróleo.

O roteiro consiste no plano “Repower EU”, sendo o primeiro ponto do plano a diversificação, “afastando-nos dos combustíveis fósseis russos”.

O segundo ponto consiste na “segurança de abastecimento através de melhores interconexões”.
O terceiro pilar e o mais importante está relacionado com o investimento em massa nas energias renováveis. “Temos que acelerar a sua utilização em toda a UE”, apelou von der Leyen.

“Para este plano Repower EU propomos o apoio de 300 mil milhões de euros a partir do financiamento europeu”, acrescentou.

15h01 - Crise alimentar, energia e defesa europeia

No final do Conselho Europeu que decorreu em Bruxelas, Charles Michel abordou vários temas que estiveram em destaque na reunião de líderes europeus. O presidente do Conselho Europeu começou por enfatizar a importância de cooperar com os países africanos para “responder ao desafio” da crise alimentar, exacerbada pela guerra na Ucrânia.

O responsável vincou que as medidas europeias devem visar também o apoio a países do continente africano de forma a evitar que a crise atual leve à eclosão de “tensões graves” nas respetivas sociedades.

Charles Michel referiu também as propostas europeias no campo da energia, desde logo o Repower EU, um plano que estabelece como objetivo tornar a Europa independente da energia russa até 2030.

O presidente do Conselho Europeu enfatizou a importância de diversificar os combustíveis que abastecem a Europa, bem como as fontes.
Por outro lado, o plano depende também da aposta em fontes de energia renováveis, na eficácia energética em relação à energia existente e no reforço de infraestruturas e interconexões energéticas.

O objetivo é “otimizar o funcionamento do mercado energético da Europa” para enfrentar os atuais desafios.

Por fim, Charles Michel mencionou também o tópico da defesa europeia. “Devemos investir e gastar mais, mas gastar e investir melhor”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, destacando o reforço da base industrial e tecnológica nesta área.

A esse nível, o responsável reafirmou a convicção do “papel complementar da União Europeia” em conjunto com a NATO e lembrou a cimeira da Aliança Atlântica que irá decorrer em Madrid, no mês de junho. Michel vincou, na conferência de imprensa, a “total conexão e complementaridade entre a União Europeia e a NATO”.

14h43 - Encerramento do Conselho Europeu extraordinário

Está nesta altura a decorrer, em Bruxelas, a conferência de imprensa de encerramento da reunião extraordinária dos líderes da União Europeia.

14h42 - O impacto do embargo parcial europeu ao petróleo russo, segundo a Ucrânia

"Esperamos que até o final de 2022 a Rússia perca até 90 por cento de suas exportações de petróleo para a Europa", disse o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia em comunicado.

"Isso significa que a máquina militar russa não receberá milhares de milhões de dólares pela guerra contra a Ucrânia."

14h30 - Ucrânia diz ter apreendido património da petrolífera russa Tafneft


O departamento de investigação da Ucrânia anunciou esta terça-feira que apreendeu bens na Ucrânia pertencentes a empresas fundadas pela petrolífera russa Tatneft.

"Até agora, 115 bens imobiliários foram apreendidos: depósitos de petróleo, postos de abastecimento, edifícios não residenciais, terrenos e 118 camiões de transporte de combustível e carros", disse o departamento de investigação de Kiev em comunicado.

14h10 - "Todo o território de Donetsk é agora um campo de batalha"

Pavlo Kyrylenko, governador de Donetsk, afirma na plataforma Telegram, apoiando-se num vídeo, que as forças russas estão "insidiosamente" a atingir uma área residencial de Slavyansk, naquela região do leste da Ucrânia.

"Todo o território da região de Donetsk é agora um campo de batalha. Cada civil que permanece na região é um alvo para os russos. Cada um destes ataques é uma recordação cruel de que não há locais seguros na região de Donetsk neste momento. Evacuem! A evacuação salva vidas!", exclama o responsável.

13h54 - 80 suspeitos de crimes de guerra na mira da justiça ucraniana


A procuradora-geral ucraniana, Iryna Venediktova, adiantou esta terça-feira que se prepara para avançar com acusações contra 80 suspeitos de crimes de guerra.


Foto: Eva Plevier - Reuters

Venediktova indica que Estónia, Letónia e Eslováquia estão prestes a juntarem-se a Ucrânia, Lituânia e Polónia nos esforços de investigação.



13h47 - Desminagem. Rússia atualiza exigências para abrir portos do sul da Ucrânia

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, vem reiterar que o seu país admite levantar o bloqueio imposto nos portos ucranianos do Mar Negro - desde que a Ucrânia "desmine as águas costeiras no seu mar territorial".

Até ao momento, Moscovo condicionava a reabertura daquelas infraestruturas portuárias, tendo em vista a exportação de cereais ucranianos, ao levantamento de sanções aplicadas à Rússia.

Antes da invasão russa, 90 por cento das exportações da Ucrânia partiam do sul do país.

13h40 - Retirada de civis de Severodonetsk está comprometida

Agrava-se a situação no leste da Ucrânia. Mais de 60 por cento da malha urbana de Severodonetsk está destruída, como relatam os enviados da RTP Rita Marrafa de Carvalho e João Oliveira.


13h36 - Metade de Severodonetsk está em mãos russas

Aperta-se o cerco a Severodonetsk, a principal cidade da região separatista do Lugansk. Metade da cidade já foi tomada pela Rússia e Volodymyr Zelensky assume que a situação é "extremamente complicada".
Estima-se que mais de 90 por cento dos edifícios tenham sido transformados em ruínas. Toda a região do Donbass vive dias intensos de combates.

13h32 - Os últimos desenvolvimentos da guerra

Zarpou do porto de Mariupol o primeiro navio desde a ocupação da cidade. A bordo seguem 2.700 toneladas de metais que a Ucrânia afirma terem sido saqueadas pela Rússia.
Também esta terça-feira, um tribunal ucraniano condenou dois soldados russos acusados de crimes de guerra a 11 anos e meio de prisão.

13h17 - Preços do petróleo sobem após anúncio de embargo parcial europeu

Os preços do petróleo fixaram já esta terça-feira novos máximos - isto na sequência do anúncio do acordo entre os líderes da União Europeia para um embargo a 90 por cento das importações de petróleo russo até ao fim deste ano.

O barril de Brent ultrapassou os 123 dólares, valor mais elevado em dois meses.

De destacar que a Rússia fornece atualmente 27 por cento do petróleo e 40 por cento do gás consumidos na União Europeia.

13h08 - Em síntese. O que consta do sexto pacote europeu de sanções à Rússia?

A jornalista Mariana Ribeiro Soares percorre neste artigo os pormenores do acordo alcançado no Conselho Europeu extraordinário, em Bruxelas.


12h59 - Deputado russo sugere rapto de ministro da NATO

O deputado russo Oleg Morozov sugeriu, numa entrevista ao canal televisivo estatal Rossiya-1, o rapto de "um ministro da guerra" de qualquer dos países-membros da NATO durante uma eventual deslocação à Ucrânia.

"Talvez seja uma trama fantástica que eu tenho a cozinhar, que num futuro próximo, em algum momento, um ministro da guerra de qualquer país da NATO vá de comboio até Kiev para falar com Zelensky. Mas ele não chegaria lá e acordaria algures em Moscovo", disse Morozov.

Questionado sobre o alcance das suas palavras, concretamente se estaria a referir-se a um rapto, o deputado foi lacónico: "Sim".

12h54 - Rússia promete devolver à Ucrânia corpos encontrados na Azovstal

O Ministério da Defesa da Rússia garante que corpos de soldados ucranianos encontrados "dentro de uma unidade de refrigeração", sob o complexo siderúrgico Azovstal, em Mariupol, serão entregues às autoridades do país invadido.

Moscovo alega que foram encontrados "152 corpos de militantes e soldados das Forças Armadas da Ucrânia". Alega também que havia "quatro minas" debaixo destes restos mortais, noticia a agência France Presse.

12h49 - Processos civis contra a Rússia em preparação

Um consórcio de advogados ucranianos e de outras nacionalidades prepara-se para interpor processos civis alargados contra o Estado russo, assim como empresas do ramo militar e de outros sectores que apoiem o esforço de guerra da Federação Russa na Ucrânia. A notícia é avançada pelo diário britânico The Guardian.

O objetivo deste será o de obter compensações financeiras para milhões de vítimas ucranianas, por via de "múltiplas ações em diferentes jurisdições contra diferentes alvos", disse ao Guardian, em Kiev, Jason McCue, um advogado sediado em Londres que está a coordenar esta iniciativa.

O consórcio integra centenas de advogados e grandes firmas de advocacia.

12h35 - Cereais. Moscovo diz que “a bola está do lado” do Ocidente e da Ucrânia

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, sugeriu esta terça-feira que a “bola está do lado” do Ocidente e da Ucrânia para resolver a situação dos cereais.

"Os países ocidentais, que criaram uma tonelada de problemas ao fecharem os seus portos para navios russos, cortando cadeias logísticas e financeiras, precisam de pensar muito bem sobre o que é mais importante", disse o chanceler russo, Sergei Lavrov, referindo-se às sanções contra Moscovo.

"Ou divulgar a questão da segurança alimentar ou resolver esse problema com medidas concretas. A bola está do lado deles", afirmou.

Lavrov também reiterou que a Rússia está preparada para permitir a exportação de cereais ucranianos a partir do Mar de Azov e do Mar Negro se Kiev desminar as suas águas em torno dos seus portos.

"Se o problema da desminagem for resolvido, as forças navais russas garantirão a passagem desimpedida desses navios para o Mar Mediterrâneo e depois para os seus destinos", disse Lavrov.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou esta terça-feira que a Rússia está a bloquear a exportação de 22 milhões de toneladas de cereais a partir dos portos do sul do país, o que “está a desestabilizar a situação a uma escala global”.

12h11 - Bulgária isenta do embargo a petróleo russo até 2024

O primeiro-ministro da Bulgária, Kiril Petkov, anunciou esta terça-feira que o seu país está isento do embargo da União Europeia ao petróleo russo até ao final de 2024.

Em Bruxelas, ao chegar para o segundo dia de uma reunião extraordinária do Conselho Europeu, Petkov remeteu mais detalhes sobre a isenção para os próximos dias.

Petkov explicou que a isenção daria tempo à Bulgária para adaptar a sua refinaria ao processamento de outro petróleo, segundo cita a CNN.

11h47 - Gazprom fecha torneira do gás para os Países Baixos

A gigante russa da energia Gazprom anuncia o corte do fornecimento de gás à empresa holandesa GasTerra, depois de esta se ter recusado a pagar em rublos.

A público-privada GasTerra diz ter antevisto a represália russa, pelo que adquiriu já dois mil milhões de metros cúbicos de gás a outros fornecedores.

"Isto ainda não é encarado como uma ameaça aos abastecimentos", reagiu um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos.

Recorde-se que Moscovo havia já ordenado o corte nos abastecimentos de gás para a Bulgária, a Polónia e a Finlândia, invocando o mesmo argumento.

11h38 - Croácia disposta a aumentar fluxo de petróleo

O ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, afiança que a Croácia está pronta a aumentar a capacidade do oleoduto do Adriático para abastecer a Hungria e a Eslováquia com petróleo, em caso de interrupção das importações da Rússia através do oleoduto de Druzhba.

11h30 - Segundo dia de trabalhos. Conselho Europeu foca-se na defesa

Ao segundo dia do Conselho Europeu extraordinário, em Bruxelas, o alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, diz que as discussões se debruçam sobre a defesa. E manifesta-se convicto de que os Estados-membros podem fazer mais nesta matéria.


11h23 - Ponto de situação

  • As tropas ucranianas mantêm o controlo de algumas zonas de Severodonetsk, no leste do país. Mas o número um da administração da cidade afirma que não é já possível retirar civis. O mesmo responsável estima que “cerca de metade” de Severodonetsk está nesta altura em mãos russas.

  • Os líderes europeus chegaram a acordo para o embargo de 90 por cento das importações de petróleo russo até ao final de 2022. Uma solução de compromisso que vai ao encontro das preocupações de Hungria, Chéquia e Eslováquia. O sexto pacote de sanções inclui também o corte do acesso do maior banco russo, o Sberbank, ao sistema de pagamentos internacionais Swift.

  • Ihor Zhovka, vice-chefe do gabinete do presidente ucraniano, afirma que as últimas sanções europeias contra a Rússia são insuficientes e critica a lentidão de processos no seio da UE.

  • O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avisa que a Rússia está a bloquear a exportação de 22 milhões de toneladas de cereais a partir dos portos do sul do país, o que “está a desestabilizar a situação a uma escala global”.

  • Um tribunal ucraniano condenou a penas de 11 anos e meio de prisão mais dois soldados russos acusados de crimes de guerra.

  • O Ministério russo da Defesa alega ter abatido, durante a última noite, um avião Su-25 da Força Aérea ucraniana e destruído baterias de lançamento múltiplo de rockets Uragan e Grad, além de um par de depósitos de munições e um depósito de combustível.

  • Moscovo alega também ter removido 152 corpos de soldados ucranianos do complexo siderúrgico Azovstal, em Mariupol, que teriam sido armadilhados com minas “sob ordens diretas de Kiev”.

  • O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, anunciou que vai visitar a Turquia, juntamente com uma delegação militar, no próximo dia 8 de junho.

  • Um navio carregado com metal partiu do porto de Mariupol. Com destino a Rostov, na Rússia. É o primeiro cargueiro a fazê-lo desde o início da invasão, no final de fevereiro. Kiev acusa Moscovo de pilhagem.

11h03 - Os limites do apoio dos Estados Unidos em armamento

“Não enviaremos sistemas de rockets para a Ucrânia que possam atingir o interior da Rússia”, afirmou o presidente norte-americano, Joe Biden.

Mais detalhes neste artigo da jornalista Cristina Sambado.


11h00 - Outras reações ao acordo no seio do Conselho Europeu

A primeira-ministra da Estónia considera que a União Europeia deveria ir mais longe e começar desde já a discutir um sétimo pacote de sanções contra a Rússia, incluindo passos concretos contra as importações de gás.

"Penso que o gás deveria estar no sétimo pacote, mas também sou realista", disse Kaja Kallas.

Já o alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, afirma que os líderes encontraram uma solução razoável no que diz respeito ao petróleo russo: "Somos o cliente mais importante para a Rússia. Eles terão de procurar outro e certamente terão de reduzir o preço".

10h43 - Mais dois soldados russos condenados na Ucrânia

Um tribunal ucraniano condenou esta terça-feira dois soldados russos a penas de 11 anos e meio de prisão pelo bombardeamento de uma localidade no leste do país.

Alexander Bobikin e Alexander Ivanov declararam-se culpados, na semana passada, perante o tribunal distrital de Kotelevska, no centro da Ucrânia.

Este é o segundo veredicto relativo a crimes de guerra perpetrados na Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro.

10h37 - Húngaros "podem dormir em paz"

O primeiro-ministro húngaro mostrou-se safisfeito com o alcance do embargo ao petróleo russo decidido no Conselho Europeu extraordinário, em Bruxelas. Viktor Orbán afirmou que os húngaros "podem dormir em paz", dada a isenção concedida aos países-membros da Europa central abastecidos via oleoduto.

10h08 - Aposta russa em Severodonetsk. Um erro?

Em declarações à BBC Radio 4, Kurt Volker, antigo embaixador dos Estados Unidos para a NATO, sustenta que o comando russo pode estar a incorrer num erro estratégico ao “colocar tudo” na batalha pelo controlo de Severodonetsk. Embora esta cidade do leste da Ucrânia tenha uma importância significativa no que diz respeito à região de Lugansk, “não é importante para o combate mais geral”, na opinião do diplomata.

“Penso que os ucranianos serão capazes de se reagruparem e contra-atacar”, acrescenta Volker.

O diplomata norte-americano mostra-se ainda persuadido de que os avanços russos têm sido “incrivelmente lentos e caóticos”, pelo que não está preocupado com a possibilidade de o flanco ucraniano começar a perder “áreas-chave” para a Rússia.

10h00 - Sexto pacote de sanções da União “é insuficiente”

O pacote de sanções discutido desde segunda-feira pelos líderes europeus, em Bruxelas, “é insuficiente”. Quem o diz é vice-chefe do gabinete do presidente ucraniano. Ihor Zhovkva considera mesmo que o ritmo das sanções europeias contra a Rússia tem sido demasiado lento.

“Diria demasiado lento, demasiado tarde e definitivamente insuficiente”, afirmou Zhovkva a partir de Madrid, em declarações citadas pela Reuters.

As críticas estendem-se às ajudas em armamento: “Definitivamente, não estamos satisfeitos. Se estivéssemos satisfeitos, teríamos começado a libertar Mariupol imediatamente e afastado as forças russas do Donbass”.

9h46 - "A UE continua unida"

Em Bruxelas, o primeiro-ministro letão, Arturs Krišjānis Kariņš, sublinha que assegurar o vínculo entre os países-membros da UE na resposta à ofensiva russa foi o principal objetivo do Conselho Europeu extraordinário.

"A notícia importante é que a UE continua unida no seu propósito. O propósito é parar a guerra agressiva da Rússia na Ucrânia, declarou o chefe do Executivo da Letónia.

9h25 - O que foi decidido durante a noite em Bruxelas

O consenso entre os líderes europeus para o embargo parcial do petróleo russo é também aqui explicado pela correspondente da RTP em Bruxelas, Andrea Neves.


9h19 - Segundo dia de trabalhos do Conselho Europeu

O correspondente da RTP em Bruxelas, Duarte Valente, sintetiza o que está na ordem de trabalhos para o segundo dia do Conselho Europeu extraordinário. Isto depois de os líderes da União Europeia terem alcançado, na véspera, um acordo tendo em vista o embargo de 90 por cento das importações de petróleo russo até ao final de 2022.
"Efetivamente, a grande discussão das sanções foi ontem à noite e hoje espera-se que a agenda dos líderes possa avançar", explicou.

"À 25ª hora, como tantas vezes acontece na União Europeia, os líderes conseguiram chegar a este acordo e há até aqui um bom prenúncio, porque hoje é o dia de aniversário de Viktor Orbán, que faz 59 anos. O primeiro-ministro húngaro tem esta espécie de presente de aniversário, que não é só para ele", continuou o jornalista, referindo-se às exceções concedidas à Eslováquia e à Chéquia.

9h09 - Mísseis com alcance de 70 quilómetros “são mais do que suficientes”

Oleksiy Arestovych, um dos principais conselheiros do presidente ucraniano, estima que projéteis norte-americanos com um alcance de 70 quilómetros seriam “mais do que suficientes” para repelir as forças russas.

“Se eles não estão a planear dar-nos 300 [quilómetros], em primeiro lugar pode ser apenas nesta fase. E, em segundo lugar, 70 quilómetros seriam mais do que suficientes”, advogou Arestovych, em conversa com Mark Fevgin, no canal deste advogado russo no YouTube.

Volodymyr Zelensky e outros responsáveis ucranianos têm-se desdobrado em apelos ao envio, por parte de Washington, de sistemas de rockets múltiplos de longo alcance, tendo em vista retaliar contra os bombardeamentos russos no Donbass. A Administração Biden teme, contudo, que tais projéteis pudessem dar lugar a uma escalada no conflito, arrastando a NATO para uma guerra com a Rússia.

8h55 - A mais recente mensagem de Zelensky

Retomamos o mais recente vídeo do presidente ucraniano, que, na última noite, alertou para as consequências globais do bloqueio russo das exportações de cereais da Ucrânia.
Volodymyr Zelensky alerta para o agravamento dos preços.

8h44 - Resgate de civis de Severodonetsk "não é possível"

Severodonetsk, no leste da Ucrânia, ainda não caiu para mãos russas e os soldados ucranianos continuam a assegurar a defesa. Mas "não é possível" retirar civis, segundo Oleksandr Stryuk, responsável pela administração da cidade, citado pela agência Reuters.

No Telegram, por sua vez, o governador de Lugansk, Serhiy Haidai, admitiu que "a situação é extremamente complicada".

8h29 - Navio com metal parte de Mariupol

Um navio carregado com metal largou do porto de Mariupol, no sul da Ucrânia. É o primeiro cargueiro a fazê-lo desde que a cidade foi tomada pelas forças russas.

“Hoje, 2.500 toneladas de chapas laminadas deixaram o porto de Mariupol. O navio dirige-se para Rostov”, escreveu o chefe dos separatistas pró-russos de Donetsk, Denis Pushilin, na plataforma de mensagens Telegram.

Um porta-voz daquela infraestrutura portuária, citado pela Reuters, adiantara, na passada semana, que o navio em causa transportaria mais de duas mil toneladas de metal até à cidade russa de Rostov.

As autoridades ucranianas descrevem este carregamento como pilhagem.

8h09 - "Mais objetivos operacionais desafiantes"

Na avaliação diária da situação na Ucrânia, o Ministério da Defesa do Reino Unido estima que a Rússia ainda tem desafios de monta pela frente, na tentativa de ocupar a região do Donbass.

“A captura de Lyman apoia o seu principal esforço operacional, que continua a ser o cerco de Severodonetsk e o fecho da bolsa em redor das forças ucranianas no oblast de Lugansk”, refere o Governo britânico, a partir dos dados coligidos pelos serviços de informações militares.


“A Rússia terá de assegurar mais objetivos operacionais desafiantes além de Severodonetsk, incluindo a cidade-chave de Kramatorsk e a principal estrada M04 Dnipro-Donetsk”.

7h52 - Severodonetsk. “Retirada continua a ser possível”

O governador da região de Lugansk, no leste da Ucrânia, mostra-se convicto, em declarações ao canal televisivo ucraniano 1+1, de que continua a ser possível retirar tropas de Severodonetsk para Lysychansk.

“Em Severodonetsk, uma parte da cidade já está sob controlo do exército russo”, diz Serhiy Haidai.

“Há poucos dias, eles disseram que tinham tomado toda a cidade, mas não é esse o caso. Temos lá os nossos rapazes, eles estão a combater. Por isso, [os russos] não conseguem avançar livremente”, acrescenta.

“Penso que não há risco de cerco. A retirada [de tropas ucranianas] para Lyzychansk continua a ser possível. O resto do território sob controlo ucraniano está a ser bombardeado”.

7h41 - O teor do compromisso europeu

O Conselho Europeu aprovou o embargo parcial do petróleo russo que chega por via marítima à Europa, o que representa dois terços do produto que entra na União Europeia.
O correspondente da RTP em Bruxelas, Duarte Valente, explicou na última noite o que está em causa.

7h28 - Ponto de situação


  • Há luz verde por parte dos líderes dos países-membros da União Europeia para um embargo de até 90 por cento às importações de petróleo russo, a concretizar até final de 2022. No imediato, este embargo parcial abarcará 75 por cento das importações. O acordo foi alcançado na reunião de extraordinária do Conselho Europeu, em Bruxelas.

  • Há, todavia, questões pendentes a discutir esta terça-feira em Bruxelas. Em cima da mesa está a possibilidade de diferentes regimes para alguns países.

  • O Conselho Europeu admite uma exceção no embargo ao petróleo russo. Exceção relacionada com o petróleo que chega à Europa através de oleodutos. Foi esta a fórmula divisada para fazer face à oposição húngara ao embargo. Ainda assim, o Conselho Europeu diz que espera reverter esta exceção logo que possível.

  • O sexto pacote de sanções europeias contra a Rússia inclui a suspensão do acesso do maior banco russo, o Sberbank, ao sistema de pagamentos Swift. Ficam também banidos mais três órgãos de comunicação social da Rússia. E são sancionados "indivíduos responsáveis por crimes de guerra na Ucrânia".

  • O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, referiu-se ao que disse ser "a especulação sobre uma falta de unidade europeia": "Não subestimamos todas as dificuldades. Sabíamos que precisávamos de algumas semanas antes de podermos tomar uma decisão".

  • Moscovo reitera que está preparada para permitir a exportação de cereais ucranianos através do Mar de Azov e do Mar Negro. Impõe, todavia, a mesma condição - têm de ser levantadas as sanções contra a Rússia. Esta posição foi reafirmada após uma conversa telefónica entre os presidentes turco, Recep Tayyip Erdogan, e russo, Vladimir Putin.

  • O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinala que o bloqueio russo às exportações de cereais nos portos ucranianos provocou já um aumento dos preços à escala mundial.

  • Portugal dispõe de reservas de cereais para um mês e garantiu ajudas comunitárias para aumentar a produção e enfrentar o aumento dos preços. O Governo propõe-se colocar o país a produzir 38 por cento dos cereais que consome, contra os atuais 18 por cento.

  • A situação no Donbass, região do leste da Ucrânia, continua "extremamente difícil", afirmou Volodymyr Zelensky na sua última alocução noturna. As forças russas, acrescentou o presidente ucraniano, voltaram também a bombardear Kharkiv na segunda-feira, assim como a região de Sumy, "ao longo da fronteira entre a Ucrânia e a Rússia".

  • Soldados e tanques russos estão a avançar para o centro de Severodonetsk, a maior cidade do Donbass ainda sob controlo ucraniano, embora precário. O governador regional, Serhiy Gaidai, fala de "batalhas pesadas" nas ruas.