Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Joana Raposo Santos, Inês Moreira Santos, Andreia Martins, Carlos Santos Neves - RTP

Ivan Alvarado - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

01h00 - Ucrânia diz estar pronta para entrar na União Europeia

A Ucrânia diz que está pronta para entrar na União Europeia. O enviado especial do presidente ucraniano está em Lisboa e foi recebido por representantes do governo português.

Esta passagem pela capital portuguesa é a retribuição da visita que António Costa fez a Kiev.

Igor Zhovkva agradece o apoio técnico oferecido por Portugal no processo de adesão da Ucrânia à União Europeia, mas lamenta toda a burocracia gerada.
A Comissão Europeia vai emitir, este mês, um parecer sobre uma eventual adesão da Ucrânia ao projeto europeu.

O representante ucraniano garante que o executivo de Kiev quer ver o processo concluído rapidamente.

00h08 - Volodymyr Zelensky lamenta morte de 243 crianças na guerra

“Durante os 98 dias da invasão russa, 689 crianças ficaram feridas como resultado dos ataques dos ocupantes. E estes são apenas os números que conhecemos”, disse Zelensky num vídeo publicado no Telegram esta quarta-feira, Dia da Criança.

“Ainda não temos todas as informações acerca do território atualmente ocupado. Mas pelo que se sabe hoje, 446 crianças ficaram feridas, 243 crianças morreram e 139 desapareceram”, acrescentou.

“243 crianças! Memória eterna daqueles cuja vida foi tirada pela guerra russa contra nós, contra os ucranianos, contra a Ucrânia”, escreve o presidente ucraniano.



23h00 – Governador de Lviv diz que ataque aéreo russo feriu duas pessoas

O governador da região de Lviv, Maksym Kozytskyy, avançou hoje que um ataque aéreo russo numa infraestrutura de transportes feriu duas pessoas.

Anton Gerashchenko, assessor do ministro ucraniano do Interior, disse que os russos atingiram o túnel ferroviário de Beskidy, nas montanhas dos Cárpatos, num aparente esforço para cortar uma importante ligação ferroviária e interromper os carregamentos de armas e combustível.

22h03 – Zelensky agradece ajuda militar polaca e acolhimento de refugiados

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu hoje à Polónia o seu apoio militar e o acolhimento aos cidadãos ucranianos que se viram obrigados a sair do país devido à guerra.

Falando num encontro com o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, e o vice-primeiro-ministro, Jaroslaw Kaczynski, o chefe de Estado ucraniano saudou o que descreveu como um "apoio na defesa sem precedentes" por parte de Varsóvia.

Também expressou gratidão à Polónia por acolher tantos refugiados de guerra ucranianos, elogiando a sua "atitude calorosa e humana" para com o seu povo.

"As nossas relações progrediram, através da guerra da Rússia contra a Ucrânia, de relações calorosas e de boa-vizinhança para outro nível de laços fortes e históricos", disse Zelensky.

(agência Lusa)

21h22 - Hungria trava embargo petrolífero da UE recusando sancionar patriarca russo, dizem diplomatas

A Hungria travou hoje a adoção do embargo petrolífero e de novas sanções europeias contra Moscovo, para obter a retirada do chefe da Igreja Ortodoxa russa da lista negra da União Europeia, indicaram várias fontes diplomáticas.

O patriarca Cirilo é considerado "um aliado de longa data do presidente Vladimir Putin" e "tornou-se um dos principais apoiantes da agressão militar russa à Ucrânia", sublinha a proposta de sanções submetida à aprovação dos Estados-membros da União Europeia.

Os dirigentes dos 27 reunidos em cimeira na segunda e na terça-feira em Bruxelas chegaram a acordo para reduzir em cerca de 90% as suas importações de petróleo russo até ao fim deste ano, a fim de romper o financiamento da guerra russa na Ucrânia.

É necessária unanimidade para a adoção de sanções europeias, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, deu o seu acordo a este novo pacote de sanções que deveria ser finalizado hoje, numa reunião dos embaixadores, antes da sua publicação no jornal oficial da UE, para entrar em vigor.

Agora, estão em curso consultas com Budapeste para tentar levantar a oposição da Hungria, indicaram fontes diplomáticas europeias.

(agência Lusa)

20h58 – Kiev acusa Moscovo de deportar à força mais de 234 mil crianças ucranianas

Daria Herasymchuk, comissária presidencial da Ucrânia para os Direitos e Reabilitação das Crianças, anunciou hoje que mais de 234 mil crianças ucranianas foram deportadas desde o início da guerra.

“De acordo com fontes abertas, até hoje mais de 234 mil crianças cruzaram a fronteira com a Rússia e com os territórios temporariamente ocupados de Luhansk e Donetsk. Trata-se de crianças deslocadas e deportadas à força”, acusou Herasymchuk.

“Lutaremos por absolutamente todas as crianças ucranianas. Hoje também podemos dizer que o mundo dos adultos falhou naquele que é o Dia das Crianças na Ucrânia”, acrescentou.

20h48 - Rússia admite que guerra pode alastrar-se ao Ocidente

Os Estados Unidos vão enviar novos mísseis de maior alcance e precisão para a Ucrânia. A Rússia avisa que o fornecimento desse armamento vai agravar o risco de confronto direto com um terceiro país, uma ameaça deixada pelo ministro russo dos Negócios Estrangeiros.

No meio desta guerra, Vladimir Putin assinalou o Dia Mundial da Criança com promessas de apoio a crianças do Donbass, um sinal claro de que tenciona conquistar toda esta região ucraniana.

20h12 - Avanço russo em Lugansk obriga tropas de Kiev a retirar

O avanço das tropas russas em Severodonetsk, na região de Lugansk, forçou parte das forças ucranianas a retirarem, hoje, com queixas de chegada tardia e insuficiente de armas à frente de combates.

O Estado-Maior da Ucrânia afirmou, no seu relatório de guerra diário, que a Rússia teve "sucesso parcial" no ataque a Severodonetsk, onde "estabeleceu o controlo sobre a parte oriental da cidade".

O porta-voz do Ministério ucraniano da Defesa, Oleksandr Motuzyanyk, disse que a Rússia empregou "todo o seu potencial para chegar à fronteira da região de Lugansk".

Perante a pressão militar, "uma parte das tropas ucranianas retirou-se para posições mais vantajosas e previamente preparadas, enquanto outra parte continua a lutar dentro da cidade", disse hoje o governador da província, Sergui Gaidai.

Segundo Gaidai, a vizinha cidade de Lisichansk, que as tropas russas também querem cercar, está numa melhor posição estratégica, já que se encontra a uma altitude mais elevada.

(agência Lusa)

19h58 - Itália oferece ajuda para desminagem de portos e exportação de cereais

A Itália ofereceu-se para ajudar a desminar os portos da Ucrânia, minados para os defender da invasão russa, e assim desbloquear a exportação de alimentos e cereais do país, disse hoje o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros.

"Estamos a pressionar para que sejam criados corredores marítimos para o transporte de matérias-primas alimentares, especialmente cereais, a partir de portos ucranianos", declarou o chefe da diplomacia italiana, Luigi Di Maio, no parlamento.

Para que isso aconteça, explicou Di Maio, é necessário desminar os portos da Ucrânia, especialmente o de Odessa, que permanece sob o domínio ucraniano, aproveitando, disse, "a garantia russa de um trânsito seguro de cargas".

"A Itália já manifestou a sua disponibilidade para participar nas eventuais operações de desminagem, pretende favorecer um papel central das Nações Unidas e, eventualmente, unir-se a outros parceiros, como a Turquia, para a coordenação das operações", explicou.

(agência Lusa)

19h24 - Países do Golfo transmitem a Moscovo posição sobre "impacto negativo" da guerra

Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) transmitiram hoje ao ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, uma "posição unida" sobre o "impacto negativo" da guerra na Ucrânia, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita.

Faisal bin Farhan fez uma declaração após o encontro entre Lavrov e os seus homólogos da Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Kuwait e Omã, que compõem o CCG, e que também tiveram um encontro, por vídeo, com o ministro dos negócios estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba.

"Realizamos hoje reuniões frutíferas com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia e da Ucrânia, nas quais transmitimos a nossa posição unificada sobre a crise russo-ucraniana e as suas repercussões negativas, especialmente no que diz respeito à segurança alimentar dos países afetados e do mundo", declarou o ministro saudita, sem divulgar detalhes.

Os membros desta aliança económica e política têm mantido uma posição neutra sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, evitaram aderir às sanções ocidentais contra Moscovo.

(agência Lusa)

19h00 - EUA enviam quatro sistemas de rockets a Kiev. Zelensky garante que não serão disparados para território russo

Os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia quatro sistemas de rockets de modo a prolongar o alcance da artilharia de Kiev, anunciou o Pentágono esta quarta-feira, acrescentando que serão necessárias cerca de três semanas de treinos.

Colin Kahl, principal conselheiro político do Pentágono, avançou que os EUA receberam garantias do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de que esses novos sistemas não serão disparados em território russo.

O responsável deixou ainda um alerta à Rússia - que tinha já advertido contra o fornecimento de armamentos de precisão à Ucrânia -, dizendo que Moscovo não tem poder de veto sobre a assistência ocidental a Kiev.

18h29 - Civis abrigados sob fábrica de químicos em Sievierodonetsk

Vários civis estão a proteger-se de bombardeamentos russos nas caves de uma fábrica de produtos químicos na cidade ucraniana de Sievierodonetsk, avançou à agência Reuters o governador regional.

O responsável disse ser possível haver produtos químicos perigosos nas instalações.

"Encontram-se lá civis em abrigos antibombas, há muitos deles, mas isto não será como [a siderurgia] Azovstal, já que essa tinha uma enorme cidade subterrânea que não existe em Azot", explicou o governador de Luhansk, Serhiy Gaidai, referindo-se ao cerco prolongado de uma siderurgia em Mariupol que terminou recentemente com a rendição dos soldados ucranianos às forças russas.

17h56 - Putin e Erdogan acordam ajuda turca em desminagem de portos para se exportar cereais

Os Presidentes russo e turco acordaram que a Turquia ajudará nas operações de desminagem dos portos da Ucrânia para permitir a exportação de cereais do país, indicou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov.

Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, que falaram na segunda-feira por telefone, chegaram “a um acordo” nos termos do qual a Turquia tentará “ajudar a organizar a desminagem dos portos ucranianos para libertar os barcos que ali permanecem como reféns, com mercadorias de que os países em vias de desenvolvimento necessitam”, afirmou o chefe da diplomacia russa numa conferência de imprensa em Riade.

Segundo Lavrov, cujas palavras foram transmitidas pela televisão pública russa a partir da Arábia Saudita, as operações de desminagem com cooperação turca deverão realizar-se “sem tentativas de reforçar o poder bélico da Ucrânia e prejudicar a Rússia”.

O diplomata russo escusou-se a fornecer mais pormenores, indicando que estes “serão discutidos entre militares, entre especialistas”.

(Agência Lusa)

17h45 - Cerca de 38 mil ucranianos já pediram a Portugal regime de proteção temporária

Cerca de 38.000 ucranianos já pediram a Portugal o regime de proteção temporária, revelou hoje o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, que reiterou o total apoio à Ucrânia na forma como reage à agressão russa.

Tiago Antunes manifestou esse “total apoio” de Portugal, que disse estar patente tanto no plano da União Europeia (UE) como ao nível bilateral, durante uma reunião, em Lisboa, com o enviado especial do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e seu vice-chefe de gabinete, Igor Zhovkva.

“Portugal tem não só participado ativamente nas deliberações europeias como tem sido um ator na aprovação de todas estas dimensões de apoio, quer na aprovação de sanções mais fortes contra a Rússia, quer na concessão de ajudas e apoio à Ucrânia”, afirmou o governante português.

Das várias formas de apoio, destacou “o acolhimento de refugiados ucranianos que têm fugido do conflito” e que são já “cerca de 38.000”, o que mais do que duplica a comunidade ucraniana em Portugal, e outras concessões de apoio, médico, de proteção civil, humanitário, além do apoio financeiro anunciado pelo primeiro-ministro António Costa durante uma visita a Kiev, realizada em maio.

17h17 - Já foram celebrados cerca de três mil contratos de trabalho com ucranianos

A ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, anunciou hoje que já foram celebrados cerca de três mil contratos de trabalho com ucranianos, tendo sido integradas no sistema educativo português 4600 crianças oriundas da Ucrânia.

“Se dúvidas houvesse sobre o proponente deste debate é que nem uma palavra sobre aquilo que é a vulnerabilidade das mais de 39 mil pessoas que chegaram a Portugal, dos mais de seis milhões e meio de deslocados da Ucrânia que estão neste momento a espalhar-se pelo mundo. Aquilo que é verdadeiramente essencial para o Governo é que haja uma plena integração de todos os que aqui chegam”, disse Ana Catarina Mendes, no parlamento, durante o debate urgência requerido pelo Chega sobre “a garantia dos direitos e liberdades no acolhimento e integração dos refugiados ucranianos”.

De acordo com a governante, das 12500 crianças ucranianas que chegaram a Portugal fugidas da guerra, 4600 já estão integradas no sistema educativo português e cerca de três mil contratos de trabalho já foram celebrados com as pessoas que chegaram da Ucrânia.

“Se há muito que podemos fazer? Sim. Seguramente podemos todos os dias melhorar e isso é também reconhecer quando as coisas correm mal”, admitiu.

No caso concreto de Setúbal, “a andorinha felizmente não fez a primavera e, felizmente, a ligeireza com que Setúbal fez o acolhimento dos refugiados não é exemplo no país”, defendeu Ana Catarina Mendes.

“A utilidade deste debate - e quero agradecer ao Chega por tê-lo proposto - é mesmo nós perceberemos que mais do que falarmos para os jornais ou para as redes sociais, é falarmos de factos e da política de acolhimento [de Portugal] que tem sido merecedora do reconhecimento internacional”, disse no arranque do debate.

(Agência Lusa)

16h52 - Rússia está a tomar medidas para “minimizar” o impacto das sanções

A Rússia está a tomar medidas para "minimizar" o impacto de um embargo ao petróleo russo decidido pela União Europeia para punir a ofensiva na Ucrânia, assegurou o Kremlin nesta quarta-feira, também diante de uma queda em suas exportações de gás.

"Estas sanções terão um impacto negativo para a Europa, para nós e para todo o mercado global de energia. Mas há uma reorientação (das exportações) que nos permitirá minimizar as consequências negativas", disse a jornalistas o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov.

16h34 - Negociador russo admite anexação de territórios ocupados já em julho

Um dos negociadores russos nas reuniões com Kiev disse hoje que os territórios ucranianos conquistados militarmente pela Rússia vão poder realizar referendos, já em julho, tendo em vista a sua anexação.

"Não quero fazer previsões (...), mas acredito que os territórios libertados farão um referendo mais ou menos ao mesmo tempo, o que é lógico", declarou Leonid Sloutski, presidente do comité de Relações Externas da Câmara Baixa do parlamento russo (Duma), citado pela agência Ria Novosti.

"Conto com que isso possa acontecer em julho", acrescentou o deputado, que integra a delegação russa às negociações de paz com a Ucrânia, paralisadas há semanas.

A Rússia considera “territórios libertados” as regiões ucranianas que têm sido ocupadas em colaboração com os movimentos separatistas: as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, cuja independência Moscovo reconheceu, e as regiões de Kherson e Zaporijia, parcialmente conquistadas desde o final de fevereiro.

Desde a sua ocupação, as administrações sob controlo de Moscovo introduziram o rublo russo como moeda e estão a conceder nacionalidade russa aos seus habitantes e a instalar redes de comunicação russas.

(Agência Lusa)

16h07 – NATO e EUA garantem ajuda à defesa ucraniana

Num encontro com o secretário-geral da NATO, Antony Blinken afirmou que os Estados Unidos continuam a “avaliar de quê que a Ucrânia precisa” para se “defender de forma eficaz” contra a Rússia.

“A Rússia pode parar com a ofensiva que começou. E é isso que queremos”, disse numa conferência de imprensa o secretário de Estado norte-americano, acrescentando que enquanto a ofensiva se mantiver, os EUA vão continuar a apoiar a Ucrânia.

"Oferecer à Ucrânia todos os meios para se defender e manter a pressão internacional é a melhor forma de pôr um fim ao conflito”.

Na mesma conferência, Jens Stoltenberg começou por referir que a NATO tem acompanhado “tudo o que a Rússia tem feito na Ucrânia”, incluindo os “exercícios nucleares” e a “retórica de Putin ao longo dos últimos meses”.

“Isto é muito perigoso e aumenta as tensões”, lamentou o secretário-geral da Aliança Atlântica.


15h45 - Cerca de 15 mil soldados russos foram mortos e 40 mil feridos desde o início da guerra na Ucrânia

Segundo as autoridades ocidentais, a taxa de baixas anteriormente alta da Rússia caiu significativamente desde que o foco de ataque se alterou. Segundo a mesma fonte, as forças russas estão a perder entre 60 a 100 soldados por dia nos combates no Donbass.



15h16 - Rússia enfrenta dificuldades na exportação de cereais devido a sanções a navios

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, disse esta quarta-feira que Moscovo está a ter dificuldades para exportar cereais devido às sanções contra os navios russos.

"Também há problemas com a exportação de cereais russos. Os navios que transportam cereais russos estão sob sanções", disse Lavrov durante uma visita à Arábia Saudita.

15h03 - “Para negociações reais não pode haver mísseis a voar por cima das cabeças”

Em conferência de imprensa, questionado sobre o ponto de situação das negociações, Igor Zhovkva, enviado especial do presidente da Ucrânia, salienta que os russos “nem ouviam as posições ucranianas” no início do conflito.

“Esperavam vitórias fáceis” mas depois “compreenderam que estavam a falhar no campo de batalha” e só aí “começaram a ouvir”.

No entanto, nas últimas semanas “parece ter havido um regresso às posições anteriores” por parte de Moscovo, acusa.

“Infelizmente não há nada para falar com nenhum dirigente da delegação russa. As verdadeiras negociações com resultados verdadeiros só vão acontecer se estiverem preenchidas duas condições”, disse o responsável.

E enunciou quais são essas condições: em primeiro lugar, a retirada de todas as tropas russas “pelo menos para a linha anterior da 24 de fevereiro deste ano” e, em segundo lugar, “um cessar-fogo total sobre territórios da Ucrânia”.

“Para negociações reais não pode haver mísseis a voar por cima das cabeças”, vincou.

Repetindo as afirmações de Zelensky, o enviado especial do presidente ucraniano afirmou que o fim da guerra “estará à mesa diplomática” e que “só há uma pessoa que pode assumir estas negociações sérias, que é Putin”.

14h47 - “Queremos fazer parte do futuro europeu e não fazer parte do passado russo”

Questionado pela RTP sobre o tempo de adesão à União Europeia, Igor Zhovkva, enviado especial do presidente da Ucrânia, não quis especular sobre quantos “meses, anos ou dias” serão necessários.

Reconhece que Portugal, tal como outros países, esperaram por muito tempo mas em circunstâncias diferentes.

Admitindo que o processo poderá demorar mais tempo do que o desejado, Zhovka garante que a Ucrânia está pronta a seguir com as reformas necessárias. No entanto, muito depende também da União Europeia. “Estamos a defender não só o nosso território mas também o território europeu”, lembrou o enviado especial do presidente Zelensky.


Por isso, o enviado especial do presidente Zelensky pede “rapidez da liderança europeia no sentido de assumir decisões políticas corajosas”. Garantindo que a Ucrânia não pretende “nenhum tratamento mais especial”, salienta a importância simbólica da entrada do país na UE.

“Queremos fazer parte do futuro europeu e não fazer parte do passado russo”, vincou, acrescentando ainda que a Ucrânia trará valor acrescentado aos 27.

Sobre o processo de adesão, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, lembra que estes são sempre “demorados, complexos, rigorosos e exigentes” e assinala que, no caso da Ucrânia, os procedimentos “estão a decorrer de forma mais acelerada do que é habitual”.

14h36 - Enviado do presidente Zelensky agradece apoio de Portugal

Igor Zhovkva, enviado especial do presidente da Ucrânia, vai estar em Portugal durante três dias, uma visita planeada aquando da recente visita de António Costa a Kiev. O principal objetivo desta viagem é dar assistência técnica à Ucrânia acerca do processo de adesão europeia.

Em conferência de imprensa ao lado do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, o responsável agradeceu o apoio de Portugal não só ao nível do processo de adesão à União Europeia, mas também no acolhimento de refugiados.

Igor Zhokva agradeceu o apoio de Portugal “desde os primeiros dias” da invasão russa, desde logo pela hospitalidade em relação aos refugiados.
O enviado especial de Zelensky lembrou a visita “oportuna e útil” de António Costa a Kiev, uma viagem que “trouxe resultados muito positivos”.

Em Portugal para aprender com a experiência portuguesa de adesão à União Europeia, o responsável sublinha que a Ucrânia “está pronta a integrar” o grupo dos 27. Zhokva lembrou as dificuldades que o país enfrenta na atual situação de guerra, adiantando que a Ucrânia pretende “alargar as suas exportações” para os países europeus, não obstante o bloqueio aos portos e às exportações por parte da Rússia.


O enviado especial destacou que Kiev respondeu com prontidão às questões de Bruxelas e que aguarda agora um parecer da Comissão Europeia sobre a adesão.

Espera que a Ucrânia esteja presente no próximo Conselho Europeu e garante que o país fará “tudo o que estiver ao seu alcance” para “fornecer todas as provas de que a Ucrânia merece fazer parte da família europeia”.

Igor Zhokva não esqueceu o sexto pacote de sanções da União Europeia, recentemente aprovado. Referiu que as sanções anunciadas “não são suficientes” e que deve fazer-se mais esforços para “não apoiar o agressor”.

Em Lisboa, reconheceu que a Ucrânia enfrenta “uma situação difícil” no Donbass, mas reafirmou o compromisso do país em recuperar o território “que tínhamos antes da invasão”.

14h21 - Novo alerta para a ameaça da fome

A deputada ucraniana Kira Rudik, líder do partido liberal Voz, advertiu esta quarta-feira para o risco de uma crise alimentar mundial, caso não sejam adotadas medidas para permitir as exportações de cereais a partir do sul da Ucrânia.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento escocês, Rudik sublinhou que, “antes da guerra, a Ucrânia era um dos três países de topo na produção de trigo, óleo de girassol, tomates e milho”.

“Em dez semanas, estaremos a enfrentar a fome, especialmente em países do sul. Precisamos de uma abordagem unificada para ajudar a desbloquear os nossos portos e ajudar-nos a fazer sair esta colheita”, acentuou a legisladora ucraniana.

14h04 - Suécia continua apostada no diálogo com a Turquia

A primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, prometeu esta quarta-feira prosseguir a via do diálogo com a Turquia, visando obter a anuência do presidente Recep Tayyip Erdogan ao alargamento da NATO à Suécia e à Finlândia.

Ao lado do secretário-geral das Nações Unidas, em Estocolmo, Magdalena Andersson manifestou a expectativa de ter “reuniões construtivas com a Turquia num futuro próximo”.

“As nossas respostas a exigências e também questões da Turquia serão levadas diretamente à Turquia e também qualquer tipo de assuntos e mal-entendidos que possam existir”, reforçou.

Ancara acusa suecos e finlandeses de darem abrigo a militantes curdos e de apoiarem o PKK, Partido dos Trabalhadores do Curdistão - classificado pelo Governo turco como uma organização terrorista.

13h46 - Ucranianos seguram 20% de Severodonetsk

As tropas ucranianas mantêm o controlo sobre apenas 20 por cento da cidade de Severodonetsk, no leste do país. O cálculo é do responsável pela administração local, Oleksandr Stryuk.

Stryuk afirma ainda que as forças russas detêm 60 por cento da cidade. O resto “é terra de ninguém”.

“Os 20 por cento estão a ser ferozmente defendidos pelas nossas Forças Armadas. As nossas tropas estão a aguentar as linhas defensivas. Estão a ser feitas tentativas para expulsar as tropas russas”, descreveu o responsável.

“Temos a esperança de que, apesar de tudo, possamos libertar a cidade e não permitir que fique completamente ocupada”, acrescentou.

Recorde-se que, horas antes, o governador de Lugansk, Serhiy Haidai, havia dito que as forças russas já controlavam 70 por cento de Severodonetsk.

13h37 - O discurso de Putin no Dia da Criança: "força, autonomia e soberania"
 
O presidente da Rússia garante que o país vai consolidar "a força, a autonomia e a soberania". No Dia Internacional da Criança, Vladimir Putin apelou à educação patriótica dos jovens.
A reportagem é do correspondente da RTP em Moscovo, Evgueni Mouravitch.

13h34 - Borodyanka, uma das cidades mais atingidas pelas forças russas

Cerca de 13 mil pessoas habitavam nesta cidade a norte de Kiev, tendo a maior parte fugido. Esta quarta-feira, contudo, numa visita do primeiro-ministro polaco e do ministro ucraniano do Território foi anunciada a construção de "casa modulares" para acolher "centenas de famílias" que queiram regressar à região.
Os enviados especiais da RTP Rita Marrafa de Carvalho e João Oliveira estão em Borodyanka.

13h32 - Novo armamento de médio alcance a caminho da Ucrânia

É a notícia que marcou as últimas horas. Estados Unidos e Alemanha anunciaram um reforço de armas e sistemas de mísseis avançados para a Ucrânia.
O novo armamento pode ajudar as tropas ucranianas a atingirem as forças russas com mais precisão e a maior distância.

13h23 - Até 100 baixas ucranianas por dia

O presidente ucraniano admite que as tropas do seu país estão a registar diariamente até 100 mortes e meio milhar de feridos. Números partilhados durante uma entrevista de Volodymyr Zelensky ao canal norte-americano Newsmax.

“A situação é muito difícil. Estamos a perder 60 a 100 soldados por dia, mortos em ação, e qualquer coisa como 500 pessoas feridas. Estamos a aguentar os nossos perímetros defensivos”, descreveu Zelensky.O presidente da Ucrânia aponta o leste do país como palco da situação mais complexa, designadamente o sul de Donetsk e Lugansk.


“Temos de perceber quem é o poder negro: é a Rússia. E a Rússia não vai parar na Ucrânia, de certeza. Os outros países, antigas repúblicas da URSS e membros da UE, alguns já nações membros da NATO, já estão sob ameaça”, frisou.

Zelensky atribuiu ainda “fraqueza” a Putin, algo que diz estar patente na incapacidade para ocupar a Ucrânia ou mesmo para decapitar o sistema político do país: “Tentar matar o líder deste ou daquele país é uma fraqueza, diria. Se não consegue conversar, então é uma fraqueza”.

“Agora ele está quase isolado. O mundo continua a dar-lhe uma hipótese, porque as sanções não são completamente impostas. Há lacunas em alguns dos líderes que afirmam que deveria ser dada uma saída ao líder russo”, rematou.

13h11 - População de Severodonetsk aconselhada a permanecer em abrigos

Os habitantes de Severodonetsk, na região de Lugansk, estão a ser aconselhados a permanecerem em abrigos, na sequência de um ataque contra a fábrica de químicos Azot, ação atribuída às forças russas. Este bombardeamento gerou uma nuvem tóxica.

O complexo fabril, um dos maiores do sector na Ucrânia, empregava, até ao início da guerra, perto de sete mil pessoas.

13h05 - António Guterres em Estocolmo

O secretário-geral das Nações Unidas está em Estocolmo, onde se reuniu com a primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson.
António Guterres aponta progressos nas negociações para que seja possível a exportação de cereais da Ucrânia, mas também de fertilizantes da Rússia.

13h01 - Rússia criou sistemas alternativos ao SWIFT e VISA

Uma das principais sanções à Rússia é a retirada do país do sistema Swift, que permite a comunicação internacional entre os bancos. No entanto, Moscovo começou em 2014 a preparar uma rede própria.
O ministro russo das Finanças, Anton Siluanov, disse a uma televisão chinesa que o sistema alternativo garante as transações de uma rede de cartões de crédito que substituem o Visa e o Mastercard.

12h58 - Relatos de tortura em Kherson

As tropas russas estão a ser acusadas da prática de ortura contra civis na região de Kherson, no sul da Ucrânia. A BBC reuniu vários testemunhos no local.

Um exemplo desses relatos é o de Olexander Guz, membro das forças de segurança da localidade de Bilozerka: “Eles puseram-me um saco na cabeça. Os russos ameaçaram-me dizendo que ficaria sem rins”.

Por sua vez, Oleh Baturin, jornalista em Kherson, disse ter sido raptado e mantido cativo por forças russas ao longo de mais de uma semana. Baturin afirma que ouviu outros prisioneiros a serem torturados e viu mesmo a simulação de uma execução. O jornalista contou ter sido agredido nas costas, costelas e pernas” com “a coronha de uma metralhadora”.

12h33 - Invasão da Ucrânia provoca novo máximo de quase 83 mil pedidos de asilo na UE+

De acordo com a Agência da União Europeia para o Asilo (EUAA), a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou um novo máximo de quase 83 mil pedidos de asilo na UE+, que engloba os 27 Estados-membros da UE, a Noruega e a Suíça.

Em março, houve 82.900 pedidos de asilo na UE+, um novo máximo desde a crise dos refugiados, entre 2015 e 2016.

O aumento deve-se, maioritariamente, a um pico de pedidos de asilo por ucranianos (14 mil), 30 vezes mais do que os registados antes da guerra. Neste mês, o número de refugiados ucranianos ultrapassou o número de afegãos (nove mil pedidos) e de sírios (7.700).

12h16 - Vítimas acusam casal em Portugal de enganar benfeitores em vários países

As autoridades portuguesas estão a investigar um casal que reside em Portugal e que pedia donativos para ajudar pessoas e animais na Ucrânia. A agência Lusa teve acesso a três denúncias de burla. Acusam o casal de aproveitar a situação de crise humanitária no país para conseguir dinheiro. 

Segundo a Procuradoria-Geral da República, o caso já motivou a abertura de um processo.

12h00 - EUA estão a "atirar achas para a fogueira". Rússia aponta para riscos acrescidos de nova entrega de armas

O porta-voz presidencial, Dmitry Peskov, afirmou esta quarta-feira que Washington está "a atirar achas para a fogueira" com a entrega e novos sistemas de mísseis a Kiev para repelir a ofensiva russa.

"A linha dos Estados Unidos é lutar contra a Rússia até ao último ucraniano. Tais entregas não encorajam a liderança ucraniana a querer reiniciar as negociações de paz", indicou o porta-voz presidencial, Dmitry Peskov.

"Os Estados Unidos estão deliberadamente e cuidadosamente a atirar achas para a fogueira", acusou.

É uma nova reação de Moscovo ao anúncio de Joe Biden através de um artigo no New York Times. O presidente norte-americano indicou que Washington irá entregar a Kiev "sistemas de mísseis e munições mais avançados que lhes permitirão atingir com maior precisão os principais alvos no campo de batalha na Ucrânia".

No primeiro comentário ao artigo, o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Rybakov, referia que o envio deste tipo de armamento irá “aumentar o risco de um confronto direto” entre Washington e Moscovo.

11h46 - Petróleo russo misturado em combustível com destino aos Estados Unidos

Combustível que terá sido produzido a partir de petróleo russo chegou a portos dos Estados Unidos, apesar do embargo norte-americano a produtos energéticos da Federação Russa, noticia o jornal The Wall Street Journal.

Operadores do Mercado estarão a tentar iludir as sanções impostas pela Administração Biden à Rússia, escondendo o petróleo deste país em misturas refinadas de gasolina, gasóleo e químicos.

Os carregamentos em causa chegaram em maio a Nova Iorque e Nova Jérsia, tendo sido transportados através do Canal do Suez e do Atlântico, a partir de refinarias indianas.

Haverá também petróleo russo a ser transferido entre navios, segundo a publicação norte-americana, no Mediterrâneo, ao largo da costa ocidental africana e no Mar Negro, sendo depois transportado para a China, Índia e Europa ocidental.

11h37 - Abastecimento de gás da Alemanha está assegurado

Quem o garante é um porta-voz do Ministério alemão da Economia, quando questionado, em conferência de imprensa, sobre o corte anunciado pela russa Gazprom aos fornecimentos para a Shell Energy.

11h24 - Ponto de situação

  • A Rússia, pela voz do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov, já reagiu ao anúncio, por parte da Administração Biden, do envio de novos sistemas de artilharia de alcance médio para a Ucrânia. O risco de uma confrontação direta aumenta, segundo Moscovo.

  • O presidente norte-americano escreveu um artigo para o diário The New York Times a explanar a subida de mais um degrau na assistência militar à Ucrânia. Joe Biden diz que os Estados Unidos não estão a procurar um cenário de queda de Vladimir Putin em Moscovo. Isto depois de o próprio Biden ter clamado, na visita que fez à Polónia, que Putin não poderia permanecer no poder.

  • O Governo alemão prepara-se para fazer chegar à Ucrânia o sistema de defesa terra-ar de médio alcance IRIS-T, anunciou no Parlamento de Berlim o chanceler Olaf Scholz.

  • O governador de Lugansk, Serhiy Haidai, adianta que as forças russas controlam já 70 por cento da cidade de Severodonetsk, que concentra nesta altura o grosso dos esforços do contingente de Moscovo na Ucrânia.

  • O Ministério britânico da Defesa estima que "as operações terrestres russas continuam apertadamente focadas, com o peso do poder de fogo concentrado num pequeno sector do oblast de Lugansk".

  • Durante a última noite, um vídeo com crianças alegadamente abatidas pelas forças ucranianas no Donbass foi projetado na fachada da embaixada dos Estados Unidos em Moscovo, no âmbito de um protesto a coincidir com o Dia Internacional da Criança.

  • O Governo suíço vetou um pedido da Dinamarca para o envio à Ucrânia de veículos blindados de transporte de tropas fabricados na Suíça.

  • O eleitorado da Dinamarca é esta quarta-feira chamado às urnas para votar num referendo sobre a adesão do país à política de defesa comum da União Europeia. O ministro dinamarquês dos Negócios Estrangeiros, Jeppe Kofod, adiantou entretanto que, na quinta-feira, pedirá o Parlamento que dê luz verde ao apoio às adesões de Suécia e Finlândia à NATO.

  • Moscovo diz ter completado a fase de testes do míssil de cruzeiro hipersónico Zircon, que será instalado numa nova fragata a integrar a Frota do Norte.

11h05 - É ou não é?. Crise alimentar esteve em debate na RTP

Este é o resumo do debate da última edição do programa É ou não é?.
Falou-se do bloqueio dos cereais ucranianos, da guerra e de outras causas que podem levar a um grande aumento da pobreza e da fome no mundo.

10h53 - Exportações de gás russo caem 27,6% nos primeiros cinco meses do ano

Os dados são da russa Gazprom. As exportações de gás da Rússia sofreram uma quebra de 27,6 por cento de janeiro a maio deste ano, relativamente ao mesmo período de 2021.

O gigante russo do sector energético revela na plataforma Telegram que “as exportações para os países do estrangeiro distante [fora da esfera de influência da antiga União Soviética] estabeleceram-se em 61 mil milhões de metros cúbicos, ou seja, 27,6 por cento [23,2 mil milhões de metros cúbicos] a menos do que no mesmo período de 2021”.

10h43 - Fuzileiros portugueses reforçam flanco leste da NATO

Partiu esta manhã para a Lituânia um contingente de 146 operacionais da Armada, incluindo 110 praças do Corpo de Fuzileiros. A ministra da Defesa, Helena Carreiras, defende que estes efetivos vão reforçar o "novo ciclo" da presença da NATO na Europa de leste.

"O vosso destacamento para a Lituânia, no âmbito das medidas de tranquilização [Assurance Mesures] da Aliança Atlântica reveste-se de particular significado pelos desenvolvimentos mais recentes que o nosso continente tem enfrentado no últimos três meses", sublinhou a governante.
Helena Carreira afirmou que a guerra na Ucrânia, "no seguimento da ilegal e brutal invasão por parte da Rússia", originou um novo ciclo para a NATO e a arquitetura de segurança da Europa.

"A segurança dos nossos aliados é a nossa segurança", prosseguiu Helena Carreira, para recordar que a atual missão dos fuzileiros assegura a "continuidade do contributo" de Portugal no reforço do flanco leste.

A força que partiu esta quarta-feira do Aeródromo de Trânsito n.º 1 de Figo Maduro, em Lisboa, inclui 12 oficiais, 24 sargentos e 110 praças do Corpo de Fuzileiros e do Agrupamento de Mergulhadores da Marinha, num total de 146 militares.

O destacamento vai ficar na Base de Klaipeda, no Báltico.

10h31 - Zircon. Rússia completa testes com míssil de cruzeiro hipersónico

As estruturas militares russas dizem ter completado a fase de ensaios do míssil de cruzeiro hipersónico Zircon. Esta arma será instalada até ao fim deste ano numa nova fragata da Frota do Norte.

O comandante da Frota do Norte, Alexander Moiseyev, confirmou que estes mísseis hipersónicos Zircon serão pela primeira vez instalados no navio Almirante Golovko.

O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu o Zircon como parte de uma nova geração de sistemas de armamento sem paralelo. O míssil hipersónico é capaz de suplantar em nove vezes a velocidade do som.

10h20 - Presidente moçambicano reconhece "esforço" russo "para evitar o pior"

O presidente moçambicano apontou na terça-feira o "esforço" da Rússia "para evitar o pior" na guerra com a Ucrânia.

Filipe Nyusi falava em Maputo, em declarações citadas pelos meios de comunicação estatais, depois de receber em Maputo a presidente do Conselho da Federação Russa (Senado), Valentina Matviyenko.

"Disse muito bem aqui [a presidente do Senado] que a Rússia está a fazer um esforço para evitar o pior", porque "poderia terminar a guerra em dois dias ou três, mas isso implicaria enormes [perdas de] vidas", afirmou Nyusi.

"E esse princípio deve ser o mesmo a guiar" um processo de diálogo, "para ver se se consegue chegar a uma solução", acrescentou.

"Nós continuaremos a dar a nossa contribuição para que o diálogo funcione. Estaria disposto até, a qualquer momento, se for preciso, dar a nossa influência mínima que seja, humilde ou singela" para que "essa situação termine", prosseguiu o chefe de Estado.

"Nós temos a esperança de que, com os esforços e vontade do seu país [Rússia], o diálogo será a via ideal. Naturalmente que isso tem de ser correspondido. E se tivéssemos oportunidade de falar com a outra parte, a mensagem seria essa mesmo: deixar as diferenças e discutir as soluções", concluiu.

10h16 - 5,2 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária urgente

Cerca de 5,2 milhões de crianças ucranianas, incluindo 2,2 milhões de refugiados em outros países, necessitam urgentemente de ajuda humanitária devido ao conflit. Dois em cada três menores foram obrigados a deixarem as suas casas, de acordo com dados da Unicef.

9h51 - Alemanha envia sistema de defesa terra-ar de médio alcance à Ucrânia

No dia em que é conhecida a decisão norte-americana de enviar novos sistemas de artilharia de médio alcance para a Ucrânia, o chanceler alemão anuncia que vai fazer chegar a este país sistemas de defesa terra-ar IRIS-T, igualmente de médio alcance. É a resposta de Olaf Scholz a apelos de Kiev e da própria oposição alemã a um reforço da assistência militar.

“Temos estado a entregar continuamente, desde o início da guerra”, assinalou Scholz no Parlamento em Berlim, referindo, em seguida, mais de 15 milhões de munições, 100 mil granadas de mão e mais de cinco mil minas anti-tanque remetidas à Ucrânia desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro.

“Mais recentemente, o Governo decidiu que vamos entregar o mais moderno sistema de defesa aérea de que a Alemanha dispõe, na forma do IRIS-T”, disse o chanceler perante o Bundestag.

9h32 - Papa adverte contra utilização de alimentos como “armas”

O Sumo Pontífice da Igreja Católica apelou às autoridades russas para que levantem o bloqueio das exportações de cereais da Ucrânia, advertindo contra a utilização de alimentos como “armas de guerra”.

Diante da Praça de São Pedro, no Vaticano, Francisco lembrou que milhões de pessoas dependem da produção cerealífera da Ucrânia, em particular nos países mais pobres.

9h28 - Região de Kharkiv “bombardeada em massa”

O governador de Kharkiv, Oleh Synyehubov, escreveu na plataforma Telegram que “os distritos de Kharkiv, Izium, Bohodukhiv e Chuhuiv foram bombardeados em massa”.

“Em resultado destes bombardeamentos, morreram quatro civis. Uma mulher morreu em Zolochev e um rapaz de 12 anos morreu em Ivanivka, no distrito de Izium. Na localidade de Shestakove, distrito de Chuguiv – dois mortos. Um total de sete civis ficaram feridos”, adiantou o responsável”.

9h15 - Rússia com reação “extremamente negativa”

Há já uma primeira reação de Moscovo ao anúncio, por parte dos Estados Unidos, do envio de novos sistemas de artilharia de médio alcance para a Ucrânia. O vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov, afirmou, em declarações à agência RIA Novosti, que Moscovo encara a decisão da Administração Biden de forma “extremamente negativa”.

Este reforço da assistência militar norte-americana, acentuou o mesmo governante, faz aumentar o risco de uma confrontação direta.

“Tentativas para apresentar a decisão como contendo um elemento de autocontenção são inúteis. O facto de os Estados Unidos, como líderes de um grupo de Estados, estarem envolvidos no envio com propósito de armas ao regime de Kiev é uma coisa óbvia”, rematou Ryabkov.

9h01 - Suíça veta envio de veículos blindados para a Ucrânia

Berna rejeitou o pedido da Dinamarca tendo em vista o envio para a Ucrânia de veículos blindados de transporte de tropas fabricados na Suíça. O Governo suíço invoca a sua histórica neutralidade.

A política de neutralidade da Suíça implica que países estrangeiros peçam autorização para exportar armamento de fabrico suíço.

Em abril, recorda a agência Reuters, o Executivo suíço vetou o envio de munições para tanques da Alemanha para a Ucrânia. Rejeitou igualmente um pedido da Polónia para o fornecimento de armas destinadas às tropas ucranianas.

8h54 - Dinamarca referenda participação na política europeia de defesa

Os dinamarqueses são esta quarta-feira chamados a pronunciar-se em referendo sobre adesão, ou não, do país à política de defesa comum da União Europeia. Esta consulta popular foi convocada a 6 de março, na sequência da guerra na Ucrânia.

De acordo com agência France Presse, os analistas têm sido cautelosos nas previsões, tendo em conta as baixas expectativas quanto à participação do eleitorado. Por outro lado, historicamente, a Dinamarca tem sido reticente face ao aprofundamento da integração na União Europeia.A votação no referendo dinamarquês sobre a política europeia de defesa termina às 20h00 locais (21h00 em Lisboa).

Na antecâmara deste referendo, mais de três quartos dos partidos com assento parlamentar apelaram ao voto no sim.

“Temos de depositar os nossos boletins sempre que haja uma votação. Acredito, com todo o meu coração, que temos de votar sim. Num momento em que precisamos de lutar pela segurança na Europa, temos de estar mais unidos com os nosso vizinhos”, exortou a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, durante o derradeiro debate televisivo da campanha para o referendo, emitido no passado domingo.


8h40 - Borrell não vê “problema com o fornecimento de armas à Ucrânia”

Em declarações à BBC Radio 4, o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, descarta a ideia de que o apoio europeu à defesa da Ucrânia tenha desacelerado nas últimas semanas.

“Banimos importações de petróleo russo. Mais de 90 por cento vão ser travadas. E vamos continuar a dar apoio militar”, vinca o responsável, relembrando a medida mais sonante do sexto pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia.

“O fluxo de armas para a Ucrânia continua a ritmo elevado. Podemos aumentar, tudo pode ser aumentado, mas não vejo qualquer problema com o fornecimento de armas à Ucrânia”, acrescentou Borrell.

8h24 - “Investida sangrenta e desesperada” no leste da Ucrânia

Uma análise do Instituto para o Estudo da Guerra – centro de reflexão sediado nos Estados Undos - estima que a concentração da máquina de guerra russa no leste da Ucrânia gerou vulnerabilidades noutras regiões que podem ser capitalizadas pelas tropas de Kiev.

“Putin escolheu (…) concentrar todas as suas forças e recursos que podem ser reunidos numa investida sangrenta e desesperada para capturar áreas do leste da Ucrânia que lhe darão ganhos largamente simbólicos”, lê-se na análise.

“As contraofensivas ucranianas em Kherson indicam que os comandantes ucranianos reconhecem estas realidades e estão a aproveitar-se das vulnerabilidades”.

O think tank norte-americano calcula que o exército russo controla, nesta altura, até 70 por cento de Severodonetsk, cidade do leste da Ucrânia.

8h15 - Gás continua a fluir para a Dinamarca

A empresa dinamarquesa Energinet adianta, citada pela agência Reuters, que o fluxo de gás natural para o país nórdico via Alemanha decorre normalmente, apesar do anúncio, por parte da russa Gazprom, de uma suspensão do abastecimento.

8h02 - Biden explica reforço de armamento para Ucrânia em artigo

O presidente dos Estados Unidos confirma, num texto publicado pelo jornal norte-americano The New York Times, que decidiu fornecer a Kiev “sistemas de rockets e munições mais avançados”.

Joe Biden escreve que objetivo é garantir “uma Ucrânia democrática, independente, soberana e próspera com meios para deter e defender-se contra mais agressões”. Os novos sistemas de artilharia, prossegue, vão “permitir-lhes atingir com maior precisão alvos no campo de batalha na Ucrânia”. “Não queremos uma guerra entre a NATO e a Rússia. Por mais que discorde do senhor Putin e considere as suas ações um ultraje, os Estados Unidos não vão tentar levar à sua queda em Moscovo”, escreve ainda o presidente norte-americano, cerca de dois meses depois de ter clamado, durante uma visita à Polónia, que Vladimir Putin não poderia continuar no poder.


“Desde que os Estados Unidos e os nossos aliados não sejam atacados, não vamos envolver-nos diretamente neste conflito, quer através do envio de tropas americanas para combater na Ucrânia, quer através de ataques às forças russas”, enfatiza.

Biden ressalva também que Washington “não está a encorajar ou a capacitar a Ucrânia para atacar além das suas fronteiras”: “Não queremos prolongar a guerra apenas para infligir dor à Rússia”.

Ainda segundo o presidente dos Estados Unidos, a Administração democrata “não vê atualmente indicação de que a Rússia tenha a intenção de usar armas nucleares na Ucrânia, embora a retórica ocasional da Rússia de agitar o sabre nuclear seja em si mesma perigosa e extremamente irresponsável”.

“Deixem-me ser claro: qualquer uso de armas nucleares neste conflito em qualquer escala seria completamente inaceitável para nós assim como para o resto do mundo e acarretaria severas consequências”, remata.

7h45 - "Combates intensificaram-se nas ruas de Severodonetsk"

O Ministério da Defesa do Reino Unido publicou a mais recente avaliação do teatro de guerra na Ucrânia, segundo a qual “as operações terrestres russas continuam apertadamente focadas, com o peso do poder fogo concentrado num pequeno sector do oblast de Lugansk”.

“Durante [os dias] 30 e 31 de maio, os combates intensificaram-se nas ruas de Severodonetsk, com as forças russas a progredirem para o centro da cidade”, lê-se na síntese publicada no Twitter.


“Mais de metade da cidade estará provavelmente ocupada pelas forças russas, incluindo combatentes chechenos. Para lá do Donbass, a Rússia continua a levar a cabo ataques com mísseis de longo alcance contra infraestruturas por toda a Ucrânia”.

7h28 – Ponto de situação

  • A Administração Biden confirma que fará chegar à Ucrânia sistemas de rockets de médio alcance, armas que as autoridades de Kiev têm pedido com insistência, face aos ganhos das forças russas no leste do país. Os novos projéteis fazem parte de uma nova parcela de assistência defensiva norte-americana, num montante de 700 milhões de dólares.

  • A Ucrânia vai assim receber Os Sistemas de Rockets de Artilharia de Alta Mobilidade (HIMARS, na sigla em inglês), ou M142, projéteis capazes de atingir alvos a 70 a 80 quilómetros de distância.

  • O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denuncia a “loucura” russa, após o bombardeamento de um complexo fabril de químicos em Severodonetsk, no Donbass. “Dada a presença de uma produção química de larga escala em Severodonetsk, os ataques do exército russo naquele local, incluindo bombardeamentos aéreos cegos, são simplesmente loucos”. Segundo as autoridades locais, os russos atingiram um tanque de ácido nítrico, desencadeando uma coluna de fumo cor-de-rosa.

  • As tropas russas detêm agora o controlo da maior parte da cidade de Severodonetsk, no Donbass. O governador local, Serhiy Gaidai, adiantou na terça-feira que os bombardeamentos da artilharia russa tornam impossível a entrega de ajuda humanitária ou a retirada de civis.

  • Volodymyr Zelensky afirma que o exército do seu país obteve alguns avanços nas proximidades de Kherson e em parte da região de Kharkiv.

  • Ainda na sequência da adoção do sexto pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia, que inclui um embargo progressivo de até 90 por cento das importações de petróleo russo, o presidente ucraniano considerou “inaceitável” a demora do processo. Ao lado da presidente eslovaca, Zuzana Caputova, em Kiev, Zelensky assinalou que passaram 50 dias entre o quinto e o sexto pacotes.

  • A União Africana deixou na terça-feira um aviso aos líderes da União Europeia para um “cenário catastrófico” de escassez de alimentos e escalada de preços decorrentes do bloqueio russo no Mar de Azov e no Mar Negro.

  • Segundo o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, a Ucrânia está a trabalhar numa operação liderada pela ONU, com “parceiros navais”, para garantir o escoamento marítimo de exportações de alimentos, a partir do sul do país. Dmytro Kuleba acusa Moscovo de estar envolvida em “jogos da fome com o mundo”.

  • O antigo presidente russo Dmitry Medvedev, agora conselheiro de Vladimir Putin em matéria de segurança nacional, afirma que as sanções do Ocidente atingem cidadãos comuns e são potenciadas por ódio. Na plataforma de mensagens Telegram, Medvedev escreveu que “o tango interminável de sanções económicas” poupa a elite política.

  • A gigante russa da energia Gazprom fechou a torneira do gás para os Países Baixos e reduziu o fluxo para algumas empresas da Dinamarca e da Alemanha, invocando a falta de pagamento em rublos.