Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Inês Moreira Santos, Cristina Sambado, Carlos Santos Neves - RTP

Oleksandr Ratushniak/ EPA

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

00h30 - Crise do gás. Alemanha admite fechar indústrias no inverno

A Alemanha admite que a indústria no país pode ter que parar no próximo inverno. Tudo por causa do corte de fornecimento de gás da Rússia.

23h50 - Conselho Europeu dá luz verde a 9 mil milhões de euros para reconstruir Ucrânia

O primeiro-ministro polaco afirmou que o Conselho Europeu deu luz verde à Comissão Europeia para conceder à Ucrânia nova assistência macrofinanceira excepcional até 9 mil milhões de euros em 2022.

A Comissão deverá apresentar as suas propostas para os moldes de apoio à reconstrução da Ucrânia, em cooperação com parceiros internacionais, organizações e especialistas.

“Há uma guerra na Ucrânia e não há nada para pagar enfermeiros, professores, policiais, guardas fronteiriços ou muitos outros serviços públicos”, disse Mateusz Morawiecki citado pelo jornal britânico The Guardian.

Morawiecki acrescentou que países europeus como o seu continuam a fornecer assistência militar à Ucrânia.

“A vantagem [da Rússia] na artilharia, de acordo com os aliados e as nossas próprias fontes, é 1:8, 1:10. Como é difícil lutar contra uma força inimiga tão avassaladora. É por isso que a Polónia, assim como os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e os Estados Bálticos, estão a fazer todo o possível para ajudar a Ucrânia a obter as armas”, afirmou.

23h10 - Uma década para encontrar alternativas para o transporte de cereais

A Ucrânia precisaria de 10 anos para construir infraestruturas capazes de substituir os portos do mar Negro, cujo bloqueio pela Rússia impede a exportação de cereais para todo o mundo, afirmou o vice-ministro ucraniano da Política Agrária.

"Para as rotas alternativas, seriam necessários 10 anos de investimento para tentar construir as infraestruturas necessárias para substituir estas infraestruturas portuárias do mar Negro, que levámos cerca de 20 anos a construir desde o ano 2000", disse Taras Vysotsky, numa entrevista à agência de notícias AFP.

"Estas rotas alternativas são importantes", mas só permitem o transporte de um terço das exportações ucranianas, ou seja, 20 e 25 milhões de toneladas por ano contra 60 ou 70 milhões de toneladas através das instalações atuais, sublinhou.

Entre esses caminhos, Taras Vysotsky citou as ferrovias, camiões e navios que passam pelos portos da Roménia e da Polónia, em particular.

Os aliados ocidentais da Ucrânia estão a procurar formas de desbloquear os portos ucranianos no mar Negro, começando com Odessa, o principal porto de produção agrícola do país, para aumentar as exportações de cereais, dos quais a Ucrânia é um dos maiores produtores mundiais. E, ao mesmo tempo, limitar a inflação nos mercados mundiais e a crise alimentar que ameaça os principais clientes da Ucrânia, principalmente nos países africanos e do Médio Oriente.

Kiev continua a exigir "garantias de segurança" para desbloquear os portos ucranianos.

"Sem garantias muito concretas que permitam a entrada e a saída de navios com segurança, não podemos permitir tais ações", enfatizou Taras Vysotsky, acrescentando que "a Federação Russa não se revela pronta" para conceder nenhuma.

Taras Vysotsky lembrou que cerca de 20 milhões de toneladas de cereais de 2021 ainda estão retidas na Ucrânia. "Se as condições de armazenamento necessárias forem atendidas, os cereais podem ser armazenados de forma muito eficiente por até dois anos", realçou.

Referindo-se a um recente ataque russo a um dos maiores terminais de cereais do país, na região de Mykolaiv (sul), estimou que "10 a 15% das infraestruturas foram destruídas por foguetes da Rússia".

Retomando as acusações já feitas pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o vice-ministro da Política Agrária afirmou que Kiev tinha "provas de cerca de meio milhão de toneladas foram roubadas das regiões parcialmente ocupadas" pela Rússia, citando especificamente as regiões de Kherson, Zaporijia e Lugansk.

"Recebemos provas de imagens de satélite a mostrar que cereais foram transportados para a Síria. Informamos a todos os países, incluindo este, que havia riscos (de roubo) e que quando esses navios estavam a sair da Crimeia, tratava-se de furto", indicou o governante. A península da Crimeia (sul) foi anexada pela Rússia em 2014.

O vice-ministro esclareceu que a Ucrânia não tinha contactos com a Síria, aliada de Moscovo. Outros países receberam cereais da Rússia que se acredita terem sido roubados da Ucrânia. "Fomos informados de que o Egito havia recebido cereais (da Ucrânia), mas o país rejeitou" a oferta, afirmou Taras Vysotsky.

(Agência Lusa)


22h49 - Milhares de pessoas manifestam-se na Geórgia pela adesão à UE

Milhares de pessoas manifestaram-se esta noite em Tbilissi, capital da Geórgia, contra a política do Governo e pela adesão à União Europeia, após o país falhar o estatuto de candidato à UE.

Os manifestantes, empunhando bandeiras georgianas e europeias, reuniram-se junto ao parlamento, onde fizeram soar o hino da União Europeia, constatou a AFP no local.

Várias organizações pró europeias e também formações da oposição apelaram para acentuar a pressão sobre o partido no poder, Sonho Georgiano, acusado de deriva autoritária e de deteriorar a relação com Bruxelas.

"Nós, o povo georgiano, exigimos que (o primeiro-ministro), Irakli Garibashvili, se demita e que um novo governo se forme para realizar todas as reformas solicitadas pela União Europeia", disse um dos organizadores.

"Damos uma semana ao Governo para satisfazer a nossa exigência", acrescentou, precisando que uma nova manifestação se realizará a 03 de julho.

"Quaisquer que sejam as promessas feitas pelo Governo georgiano, não acreditamos mais que respeitará a palavra", afirmaram os organizadores da manifestação no Facebook.

"O povo georgiano deve defender a sua escolha europeia », sublinharam.

Tbilissi apresentou a candidatura à União Europeia juntamente com a Ucrânia e a Moldova, após a Rússia lançar a ofensiva contra o vizinho ucraniano.

Hoje, os dirigentes europeus decidiram conceder o estatuto de candidato oficial a Kiev e a Chisinau e disseram-se "prontos para conceder o estatuto de candidato" a Tbilissi, uma vez feitas as importantes reformas necessárias.

(Agência Lusa)

21h08 - Marcelo sublinha resultados económicos antes da guerra

O Presidente sublinhou que os bons resultados da economia se devem ao período anterior à guerra.

20h54 - Soldados ucranianos retiram-se de Severodonetsk através de um rio

Uma vez que os russos têm a cidade de Severodonetsk quase toda cercada, a retirada ucraniana está a ser realizada através de um rio que, antes da invasão russa, tinha três pontes. Agora, não tem nenhuma.

O enviado-especial da RTP, Paulo Jerónimo, está na Ucrânia a acompanhar a situação.

20h44 - Severodonetsk. Forças ucranianas reposicionam-se fora da cidade

As forças ucranianas começaram a retirar-se de Severodonetsk. O Governo ucraniano ordenou o reposicionamento dos militares do exército fora da cidade para evitar mais baixas.

Mais de 40 outros soldados ucranianos ter-se-ão rendido e dois mil estarão cercados num distrito próximo de Lysychansk tomado pelas forças russas.

20h30 - Ucranianos satisfeitos com luz verde de Bruxelas

Os ucranianos reagiram com elogios à aceitação da candidatura da Ucrânia à União Europeia.

Foram as aspirações europeias de grande parte da população que desencadearam em 2014 o conflito com a Rússia que agora degenerou em guerra aberta.

O enviado-especial da RTP a Kiev, Paulo Jerónimo, ouviu as opiniões dos ucranianos.

18h03 - Candidatura à União Europeia vai ter consequências negativas

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros disse esta sexta-feira que a decisão de aceitar as candidaturas da Ucrânia e Moldova por parte da União Europeia trará consequências negativas.

"Com a decisão de dar o estatuto de candidato à Ucrânia e Moldova, a União Europeia confirmou que continua a explorar a situação geopolítica e usa-a a para "conter" a Rússia", explicou a porta-voz do ministro, Maria Zakharova.

17h46 - Ucrânia levará dez anos a desminar território

Um funcionário dos serviços de emergência da Ucrânia explicou esta sexta-feira que será precisa pelo menos uma década para o país conseguir desminar todo o seu território.

As autoridades ucranianas explicaram que já foram desminados mais de 600 quilómetros quadrados de território mas que ainda faltam mais 300 mil quilómetros quadrados para serem desminados. Uma porção de território que tem quase o tamanho da Itália.

17h12 - Washington relativiza retirada ucraniana de Severodonetsk

Os Estados Unidos relativizram esta sexta-feira a retirada das forças ucranianas de severodonetsk. Um alto funcionário do Pentágono disse que a Rússia teve de pagar um preço muito alto para um "ganho muito pequeno".

"O que as forças ucranianas estão a fazer é consolidar forças em posições em que se possam defender melhor", explicou o funcionário sob anonimato.

16h26 - Professor demitido na Rússia após criticar conflito na Ucrânia

A AFP noticiou que um professor universitário de 49 anos foi demitido depois de ter publicado mensagens na internet em que criticava a ação militar da Rússia na Ucrânia.

"A Juíza Tatiana Makarova recusou-se a devolver-me o emprego", escreveu Rom,an Melnichenko na página pessoal da rede social Facebook. Os pais de Melnichenko moram na Ucrânia e as opiniões do professor levaram à demissão por questões de "imoralidade".

O docente foi despedido da Universidade Estadual de Volgogrado, no sul da Rússia. No início da invasão russa, o professor fez publicações sobre a guerra mas acabou por retirá-las por pedido da universidade. Depois de demitido, Roman Melnichenko colocou o antigo empregador em tribunal.

15h41 - Lavrov acusa UE e NATO de fomentarem coligação para combater a Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo acusou hoje a União Europeia e a NATO de criarem uma coligação para uma guerra com a Rússia, à semelhança do que fez Hitler com a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial.

“Agora, também a UE e a NATO estão a criar uma nova coligação para esta luta, que dizer, para a guerra com a Rússia. Seguiremos isso muito atentamente”, disse Serguei Lavrov em conferência de imprensa na capital do Azerbaijão.

Lavrov referiu que a situação lhe faz lembrar “quando começou a Segunda Guerra Mundial e Hitler reuniu sob o seu estandarte uma parte significativa dos países europeus para lutarem contra a URSS”.

“Mas este é o caminho escolhido pelos europeus”, afirmou.

O chefe da diplomacia do Kremlin reconheceu que Moscovo não possui ilusões de que “a atual infeção de russofobia da UE” vá desaparecer ou seja alterada “quer a curto como, sinceramente, a longo prazo”.

Lavrov frisou ainda que, ao contrário da NATO, a UE não é “um bloco político-militar”, pelo que a sua decisão de estabelecer relações com outros países não constitui “nenhum risco ou ameaça” para a Rússia.

(Agência Lusa)

15h10 - Polónia quer que NATO fortaleça defesas em Suwalki Gap

A Polónia e os Estados bálticos querem ver uma presença defensiva mais forte da NATO no SuwalkiGap, o trecho de terra que separa o enclave russo de Kaliningrado da Bielorrússia, disse o primeiro-ministro polaco esta sexta-feira.

"Vamos buscar o reforço deste corredor nas nossas conversas com os parceiros da NATO", disse Mateusz Morawieckitol.

14h16 – UE reafirmou esforço para enfrentar “situação económica muito dura” da Europa, diz António Costa

Também presente na reunião de líderes europeus, António Costa afirmou que foi debatida a “situação económica muito dura que toda a Europa está a atravessar”, muito “agravada pela guerra”.

“Foram reafirmadas as conclusões dos conselhos anteriores, no sentido de haver esforços para organizar um sistema de compras conjunto de energia e para facilitarmos os processos de transição energética e também para acelerarmos as condições de melhoria da nossa autonomia alimentar”, afirmou o primeiro-ministro.

Segundo António Costa, foi reforçado o apelo da “reforma do mercado de energia” junto da Comissão Europeia.

António Costa e os restantes dirigentes ouviram a Presidente do Banco Central Europeu e o Presidente do Eurogrupo, “fazerem uma avaliação, não obstante a gravidade da situação económica, de uma situação robusta em que o euro hoje se encontra em comparação com o que ocorreu com as crises anteriores e que dispõe das instituições e dos mecanismos necessários para evitar os riscos de fragmentação do mercado”, de forma a que os países se possam focar nas famílias e nas empresas e nos esforços para que possam prosseguir a recuperação económica.

14h15 - UE prepara "planos de emergência" para lidar com perturbações devido à guerra

No fim da reunião dos líderes europeus, também Ursula von der Leyen afirmou que a guerra na Ucrânia tem tido graves consequências na economia e na inflação. Além da depência da maioria dos países europeus do gás russo.

Os países europeus querem “estar devidamente preparados” para “lidar com mais perturbações”, estando por isso a trabalhar “todos os planos de emergência”.

“Aprendemos com a covid-19”, afirmou.

14h11 - Países europeus preparam esforços conjuntos para enfrentar consequências económicas da guerra

Charles Michel, presidente do Parlamento Europeu, afirmou que considerando o aumento de preços, devido à guerra Rússia na Ucrânia, os Estados-membros vão consertar medidas e ações conjuntas.

14h06 - Ministros do G7 culpam Rússia por crescente insegurança alimentar

A Rússia está a contribuir para a crescente insegurança alimentar com os bloqueios e os ataques a infraestruturas na Ucrânia, de acordo com um comunicado divulgado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, esta sexta-feira.

Os ministros pediram a Moscovo "que cesse os ataques e ações ameaçadoras e desbloqueie os portos ucranianos do Mar Negro para a exportação de alimentos".

13h40 - Kiev retira tropas de Severodonetsk

A Ucrânia está a ceder à Rússia em Lugansk. O governador da região anunciou a retirada militar da cidade de Severodonetsk para novas posições. Já o presidente da Ucrânia diz que a luz verde de Bruxelas vem colocar as pessoas à frente do poder.
A Rússia considera que não há riscos para Moscovo.


13h29 - Ucranianos satisfeitos com luz verde de Bruxelas

A decisão dos 27 de aceitar a candidatura da Ucrânia à União Europeia foi bem recebida pelos ucranianos. Admitem que o caminho é longo, mas importante para ajudar a travar a invasão da Rússia.
Em Kiev, onde tudo começou em 2014, o sentimento era de gratidão.

12h49 - República Checa não pode descartar a queda ou paragem dos carregamentos de gás russo

Os carregamentos de gás provenientes da Rússia para a República Checa são estáveis mas necessitam de monitorização, e não se pode excluir que possam cair ou parar completamente no período que se avizinha, afirmou o Ministro da Indústria checo.

12h20 - Estatuto de país candidato é um "assunto interno" da UE para Moscovo

A Rússia qualificou hoje como um “assunto interno da Europa” a atribuição à Ucrânia do estatuto de país candidato à União Europeia (UE) em plena guerra entre os dois países vizinhos. Os líderes dos 27 países da UE atribuíram o estatuto de países candidatos à Ucrânia e Moldova, na quinta-feira, num processo que demorou apenas quatro meses no caso ucraniano, o que foi visto como uma resposta à invasão do país pela Rússia, em 24 de fevereiro.

“É um assunto interno da Europa”, comentou o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.

Peskov disse ser importante para Moscovo que os processos em curso “não tragam mais problemas à Rússia” nas relações com os países em causa. Afirmou também que a Rússia espera que a decisão não leve a uma deterioração das relações entre Moscovo e Bruxelas, que disse estarem atualmente num nível tão baixo “que é muito difícil deteriorá-las ainda mais”.

Peskov também denunciou o desejo da Moldova de “se tornar mais europeia do que os próprios europeus”. Recordou ainda que a Turquia, que é um candidato à UE há cerca de vinte anos, “nunca foi capaz de avançar mais”, mas, ao mesmo tempo, “tornou-se um país soberano e independente”.

(Agência Lusa)


11h54 - Berlim estuda conversão de Nord Stream II em terminal de gás líquido

O ministério da Economia alemão está a considerar converter parte do controverso gasoduto Nord Stream II numa ligação para um terminal de gás líquido na costa báltica, de acordo com a revista alemã Der Spiegel.

O Nord Stream II foi construído para transportar gás da Rússia para a Alemanha através do Báltico e, embora tenha sido concluído, não foi posto em funcionamento devido à invasão da Ucrânia.

O plano do ministério, segundo a Der Spiegel, é expropriar a parte do gasoduto que se encontra na Alemanha e separá-la do resto do sistema.

As condutas que vão do continente ao mar poderiam ser ligadas ao terminal móvel de gás líquido.

O gasoduto está ligado a um sistema de distribuição que pode fornecer gás para o sul da Alemanha.

Tecnicamente, a operação é considerada viável, mas há uma série de questões legais que teriam de ser resolvidas.

A empresa pública russa Gazprom, que faz parte do consórcio que deveria gerir o gasoduto, poderia rejeitar o acordo.

Alguns executivos da empresa esperam mesmo que o oleoduto fique operacional dentro de dois a três anos quando a guerra terminar e as relações entre a Rússia e a Alemanha normalizarem.

Um receio em Berlim, segundo a Der Spiegel, é que a medida provoque reações na Rússia sob a forma, por exemplo, de expropriações de empresas alemãs.

O ministério recusou-se a confirmar ou negar os planos, e um porta-voz limitou-se a dizer que as possibilidades de construção de terminais de gás líquido ainda são procuradas e que a utilização das infraestruturas existentes pode ser uma alternativa.

A construção do Nord Stream II gerou fortes tensões entre a Alemanha e os EUA, assim como entre a Alemanha e vários países da Europa de Leste.

A construção do Nord Stream I, outro gasoduto já em funcionamento, já tinha sido criticada por aumentar a dependência energética da Alemanha em relação à Rússia e por danificar os gasodutos através da Polónia e Ucrânia.

(Agência Lusa)

11h28 - Retirada militar de Severodonetsk

O Governador da região de Lughansk, na Ucrânia, anunciou a retirada militar de Severodonetsk.

A cidade, no leste do país, tem sido palco de combates violentos, nas últimas semanas. Esta manhã, o Governador Regional admitiu que as tropas ucranianas vão ter de abandonar a localidade.
Considera que é inútil "permanecer em posições que foram reduzidas a escombros".

As forças ucranianas vão ser enviadas para novas posições.

11h19 - Reino Unido anuncia pacote de ajuda a países afetados pela guerra

O Reino Unido anunciou hoje um pacote de apoio a países afetados pelo aumento dos preços dos produtos alimentares e pela escassez de fertilizantes e indicou que vai dar prioridade ao uso de cereais para alimentação em vez de biocombustíveis. 

A maior fatia dos 372 milhões de libras (434 milhões de euros) mobilizados vai ser distribuída por vários programas das Nações Unidas (ONU), nomeadamente o Programa Alimentar Mundial (PAM), o Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA). 

Entretanto, 17,7 milhões de libras (20 milhões de euros) vão financiar o Centro de Especialização em Crescimento Verde do Ministério dos Negócios Estrangeiros para melhorar a utilização eficaz de fertilizantes e aumentar a produção alimentar em países como o Ruanda, o Quénia e o Gana.

Finalmente, dois milhões de libras (2,3 milhões de euros) serão encaminhados para o Nutrition Match Fund, lançado em Novembro para combater o desperdício alimentar, e que já apoiou países como a Nigéria e Moçambique. 

O pacote pretende ajudar países afetados pelo aumento dos preços de produtos alimentares devido à guerra na Ucrânia, que as organizações internacionais preveem que aumente a fome e pobreza, sobretudo na África Subsaariana. 

Segundo o Governo britânico, a Ucrânia produz quase metade das sementes de girassol em todo o mundo, 10% de trigo e até 20% de cevada e canola. 

Muitos países africanos importam também quantidades significativas de fertilizantes, trigo e óleos vegetais da Ucrânia, Rússia e Bielorrússia. 

O Banco Africano de Desenvolvimento estima que a redução no acesso a fertilizantes pode levar a África a perder 20% da produção de alimentos nas próximas duas colheitas. 

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, responsabilizou o presidente russo, Vladimir Putin, pela guerra e pelo bloqueio dos portos ucranianos, que impede a exportação de cereais, fazendo com que "as pessoas mais pobres do mundo estejam cada vez mais perto da fome".

Entretanto, para tentar aliviar os preços dos cereais, Johnson mostrou-se disposto a reduzir as metas para a produção e uso de combustíveis no Reino Unido, permitindo que os cereais usados, como trigo e milho, possam ser usados para fins alimentares. 

Segundo o chefe do governo britânico, o "aumento no preço do pão pode significar a diferença entre uma criança viver ou morrer", pelo que, disse, "da ajuda alimentar de emergência à revisão do nosso próprio uso de biocombustíveis, o Reino Unido está fazer a sua parte para enfrentar esta crise mundial nefasta".

(Agência Lusa)


10h43 - Zelensky congratula-se com mais 450 milhões de dólares em ajuda militar dos EUA

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirma que o seu país está "grato" ao Presidente dos EUA Joe Biden e ao povo americano pelo último pacote de 450 milhões de dólares de ajuda militar.

"Estamos gratos ao [Presidente dos EUA Joe Biden] e ao povo americano pela decisão de fornecer outro pacote de ajuda à defesa de 450 milhões de dólares à Ucrânia. Este apoio, incluindo HIMARS adicionais, é agora mais importante do que nunca”, escreveu Zelensky na rede social Twitter.

A administração Biden anunciou ontem ajuda militar adicional à Ucrânia, tendo os Estados Unidos dado ao país devastado pela guerra mais quatro sistemas de foguetes de lançamento múltiplos e munições de artilharia para outros sistemas.

O pacote, que será retirado dos stocks existentes do Departamento de Defesa, inclui também 18 barcos-patrulha para monitorização de costas e rios, e armas ligeiras.

A parte mais significativa do pacote são os quatro sistemas adicionais de foguetes de artilharia de alta mobilidade (HIMARS).


10h30 - Segundo dia do Conselho Europeu. Situação económica em discussão

A agenda do segundo dia de trabalhos do Conselho Europeu, em Bruxelas, foi esta manhã sintetizada pelo correspondente da RTP Duarte Valente.
À entrada para a reunião, o primeiro-ministro belga, Alexandre De Croo, estimou que está em perspetiva "um inverno que pode ser difícil".

"Vemos que há países que estão a organizar-se, prevendo que nos próximos meses vão receber menos gás. Só podermos ultrapassar este período difícil se o fizermos em conjunto", advogou, referindo-se aos abastecimentos russos.

10h23 - Atentado mata funcionário russo em Kherson

A agência de notícias estatal russa RIA Novosti avançou que chefe do Departamento de Juventude e Desporto da região de Kherson, Dmitry Savluchenko, foi morto "em consequência de um ataque terrorista". As forças ucranianas já reivindicaram o atentado.

Já a agência noticiosa russa Tass revelou que havia dois carros queimados num pátio de Kherson e que as janelas de uma casa de quatro andares tinham sido estilhaçadas.

Kherson situa-se a noroeste da península da Crimeia, anexada à Rússia, e foi ocupado durante a primeira semana da invasão russa da Ucrânia, que começou em fevereiro.

9h50 - Rússia culpa EUA pela situação em Kaliningrado

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo culpou os Estados Unidos pela proibição lituana de passagem de mercadorias sancionadas do continente russo para o enclave de Kaliningrado. 

A Lituânia impediu as mercadorias que são proibidas pelas sanções da UE de transitarem pelo seu território por via ferroviária. A Rússia ameaçou repercussões.

9h32 - Ucrânia, alterações climáticas e crise alimentar e energética no topo da agenda da cimeira do G7

Os líderes dos sete países mais desenvolvidos (G7) discutirão o apoio à Ucrânia, as alterações climáticas e as crises alimentar e energética, agravadas pela agressão militar russa em território ucraniano, numa cimeira que começa domingo na Alemanha.

Os chefes de Estado e de Governo dos Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido e Alemanha, que tem a presidência rotativa este ano do G7, vão ocupar-se destes temas e de como prosseguir nas sanções à Rússia durante o encontro de três dias, até terça-feira, no castelo e complexo hoteleiro de Elmau, nos Alpes Bávaros, como adiantou uma fonte alemã esta segunda-feira.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o G7 deixará claro nesta cimeira que a Ucrânia pode contar com o apoio de que necessita "durante o tempo que for necessário" e que o grupo quer “garantir que os cálculos do Presidente russo (Vladimir Putin) não resultem".

Numa entrevista à agência noticiosa alemã DPA publicada no sábado passado, Scholz disse que quer usar o encontro para discutir as perspetivas de longo prazo da Ucrânia, que foi convidada e aceitou participar na reunião.

Não foi ainda esclarecido se o Presidente ucraniano vai participar presencialmente ou por videoconferência na cimeira do G7.

Se estiver presente em Elmau, esta será a primeira vez que Volodymyr Zelensky sai do território ucraniano desde o início da invasão russa, no final de fevereiro.

(Agência Lusa)

9h11 - Serviços secretos britânicos afirmam que força aérea russa está sem tripulação

O Ministério da Defesa britânico divulgou hoje um relatório dos serviços secretos sobre a situação da guerra na Ucrânia, afirmando que as forças de Kiev capturaram um piloto de um avião russo de ataque terrestre Su-25 FROGFOOT abatido a 17 de Junho. "O piloto confessou ser um antigo major da força aérea russa que tinha aceitado um emprego como contratante militar no grupo Wagner [mercenário] e que tinha pilotado uma série de missões durante o conflito", lê-se no relatório.

Segundo os serviços secretos britânicos, a utilização de pessoal militar reformado que agora trabalha para o grupo Wagner para realizar missões de apoio aéreo indica que a força aérea russa "está provavelmente a lutar para apoiar a invasão da Ucrânia com tripulação insuficiente". "Isto é provavelmente devido a uma combinação do número insuficiente de pessoal russo com formação adequada e das suas perdas em combate", acrescenta o relatório.
O Reino Unido também explica que, enquanto executava as suas missões, o piloto capturado utilizava um dispositivo GPS comercial em vez de equipamento de navegação militar russo. "Isto indica provavelmente que as aeronaves de Wagner são modelos mais antigos do Su-25 e que a força aérea russa não fornece a Wagner equipamento aeronáutico atualizado”.


8h34 - Avança Washington. Frota russa no Mar Negro com ordem para bloquear portos ucranianos de Odessa e Ochakiv

Um funcionário norte-americano afirmou à CNN que a frota russa “tem ordens para bloquear efetivamente os portos ucranianos de Odessa e Ochakiv".

Segundo o oficial, os serviços secretos também revelaram indícios de que as forças russas estão a colocar minas no Mar Negro e que já minaram o rio Dnipro.

Os países ocidentais já acusaram Moscovo de usar o abastecimento alimentar como “arma”, enquanto líderes e peritos alertam para uma crise alimentar iminente, com milhões de toneladas de cereais ucranianos incapazes de chegar ao mercado global devido à guerra.

"Podemos confirmar que apesar das afirmações públicas da Rússia de que não está a extrair o noroeste do Mar Negro, a Rússia está na realidade a implantar minas no Mar Negro perto de Ochakiv", acrescentou.


8h21 - Exportações da Gazprom para a Europa diminuíram

O produtor russo de gás Gazprom revelou que o seu fornecimento de gás à Europa através da Ucrânia pelo ponto de entrada Sudzha foi de 42,1 milhões de metros cúbicos (mcm) na sexta-feira contra 42,6 mcm na quinta-feira.

Segundo a Gazprom, um pedido de fornecimento de gás através de outro grande ponto de entrada, Sokhranovka, foi novamente rejeitado pela Ucrânia.

8h10 - Ucrânia e Moldova com estatuto de países candidatos à UE

Os 27 chefes de Estado e de governo da UE chegaram a acordo para atribuir à Ucrânia o estatuto de candidato à União Europeia, mas também à Moldova, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, falando de um "momento histórico".
A reportagem é da correspondente da Antena 1 em Bruxelas, Andrea Neves.

8h01 - Rússia intensifica ofensiva em Lugansk, diz exército ucraniano

O exército russo intensificou os ataques aéreos e terrestres em Severodonetsk e Lisichansk, principais cidades da região de Lugansk, no leste da Ucrânia, avançou hoje o Estado-Maior das Forças Armadas ucraniano.

"As tropas russas continuam as operações ofensivas na zona operacional leste para obter o controle total das regiões de Donetsk e Lugansk", disse o Estado-Maior ucraniano, na rede social Facebook.

A Rússia “usou tanques, morteiros, canhões e foguetes de artilharia perto de locais como Lisichansk, Severodonetsk, Bila Hora, Vovchoiarivka, Spirne e Berestove", de acordo com o relatório, que menciona ainda ataques aéreos.

Os russos estão a cercar a cidade estratégica de Severodonetsk há semanas, onde algumas centenas de civis e soldados estão refugiados nas instalações do complexo químico de Azot.

As tropas de Moscovo também tentam controlar a vizinha cidade de Lisichansk, para tentar dominar totalmente a região de Lugansk, onde operam guerrilheiros pró-russos, tal como na vizinha zona de Donetsk.

Em Donetsk, os combates mais ferozes são pelo controlo de Sloviansk, referiu o Estado-Maior das Forças Armadas ucraniano.

Os russos querem "manter um corredor terrestre” entre o leste da Ucrânia e a Crimeia, península ocupada por Moscovo desde 2014 e "bloquear as rotas de navegação da Ucrânia na parte noroeste do mar Negro", explicou o mesmo documento.

O Estado-Maior ucraniano acrescentou que a Rússia pretende controlar algumas das áreas ocupadas na região de Kherson, no noroeste, e na região sul de Zaporijia, onde está localizada a maior central nuclear europeia, a operar já sob controlo russo.

No nordeste da Ucrânia, a zona mais atingida é a capital da região, Kharkiv, onde “os russos lançaram ataques de artilharia”, referiu o relatório, que indicou ainda um aumento das operações de grupos de “sabotagem e reconhecimento”.

O Estado-Maior ucraniano também disse que os russos "estão a tentar a desminar a área portuária de Berdiansk, no mar Negro, como parte dos esforços de apoio logístico".

(Agência Lusa)

7h47 - Tropas ucranianas terão de abandonar Severodonetsk

As forças ucranianas que ainda defendem a cidade de Severodonetsk, na região de Lugansk, "terão de ser retiradas", confirmou esta manhã o governador regional Serhy Haidai, em declarações à televisão ucraniana.

"Continuar em posições esmagadas durante muitos meses, apenas para ali ficarem, não faz sentido", sustentou o responsável.

Antes destas declarações, Haidai escrevera já na plataforma Telegram que as tropas ucranianas teriam de deixar Severodonetsk. O governador acrescentou que 90 por cento das habitações daquela cidade do Donbass estão danificadas ou destruídas.

"Já não faz sentido manter posições que foram constantemente bombardeadas nos últimos meses", acrescentou.

A cidade está "quase reduzida a cinzas" e "todas as infraestruturas essenciais foram destruídas", indicou.

O responsável ucraniano considerou que "90% da cidade está danificada e 80% das casas terão de ser demolidas".

Por sua vez, o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia confirma que o exército russo intensificou os ataques aéreos e terrestres em Severodonetsk e Lysychansk, cidades vizinhas na região de Lugansk.

7h37 - A síntese dos trabalhos do Conselho Europeu


A União Europeia abriu formalmente as portas às candidaturas da Ucrânia e da Moldova. Os 27 prometem ainda dar impulso às negociações de adesão dos países dos Balcãs Ocidentais, que saíram desiludidos da reunião com os líderes europeus.
A reportagem é do correspondente da RTP em Bruxelas, Duarte Valente.

7h36 - A reação de Zelensky

O presidente da Ucrânia saudou a decisão dos líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia. Volodymyr Zelensky considera que a aprovação do estatuto de país candidato à adesão é uma vitória para a Ucrânia.


7h21 - Ponto de situação


  • A Ucrânia e a Moldova foram aceites, no seio do Conselho Europeu, como países candidatos à adesão à União Europeia. A luz verde saiu na última noite da reunião dos líderes dos 27 em Bruxelas.

  • A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirma que a decisão tomada em Bruxelas é um sinal de esperança para os povos ucraniano e moldovo. Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, fala de “um momento histórico”.

  • O primeiro-ministro português, António Costa, reiterou que não devem ser criadas falsas expectativas com os novos dossiers de adesão à União Europeia, de forma a que não se gere mal-estar entre os Estados-membros. Por sua vez, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fala de uma decisão “justa, inteligente e lúcida”.

  • O presidente da Ucrânia considera que a aprovação do estatuto de país candidato à adesão à União Europeia constitui uma vitória. “Acabámos de receber a candidatura. É uma vitória. Estamos à espera há 120 dias (de guerra) e 30 anos (de independência). E depois vamos derrotar o inimigo ou descansar. Ou talvez reconstruamos primeiro a Ucrânia e depois descansemos. Talvez até vençamos, reconstruamos, entremos para a UE e depois descansemos”, afirmou Volodymyr Zelensky”.

  • Os Estados Unidos preparam-se para enviar mais 450 milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia, incluindo sistemas adicionais de artilharia de médio alcance. Com este novo pacote, o total da assistência militar norte-americana ao esforço de guerra ucraniano atingirá os 6,1 mil milhões de dólares.

  • As forças russas capturaram duas localidades no leste da Ucrânia e estão agora a tentar controlar uma autoestrada crucial na campanha para cortar as linhas de abastecimento do exército ucraniano, segundo responsáveis militares do Reino Unido e da própria Ucrânia.

  • A batalha por Severodonetsk e Lysychansk, cidades-chave do leste da Ucrânia, aproxima de um “temível climax”, antevê Oleksiy Arestovych, conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Acredita-se, em Kiev, que a Rússia controla já praticamente toda a cidade de Severodonetsk, com a exceção do complexo fabril químico Azot.

  • O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirma que o seu país está disposto a colaborar com as autoridades ucranianas em operações de desminagem da costa meridional da Ucrânia.

  • Mais de 150 locais de valor cultural ou histórico da Ucrânia foram parcial ou completamente destruídos, de acordo com um relatório da Unesco. Em concreto, há danos em 70 edifícios reliogosos, 30 edifícios históricos, 18 centros culturais, 15 monumentos, 12 museus e sete bibliotecas.

  • A Ucrânia tem registo diário de 200 a 300 crimes de guerra alegadamente perpetrados por forças russas, adianta a procuradora-geral do país. “Os crimes de guerra são o nosso problema. Todos os dias temos 200 a 300. Temos um dever: quando há um crime, temos de começar uma investigação”, declarou Iryna Venediktova na televisão ucraniana”.