Trump acusa democratas de estarem a levar a cabo um golpe de Estado

por RTP
Leah Millis - Reuters

A Administração Trump está a tentar a todo o custo estancar as consequências do processo de impeachment lançado pelos democratas. O Presidente já apelida o processo de “golpe de Estado”.

Entretanto, Steve Linick, inspetor-geral do Departamento de Estado, solicitou várias reuniões com comissões do Congresso tendo como ponto da agenda documentos relacionados com o telefonema do Presidente Donald Trump para o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Um episódio, de acordo com a CNN, que se seguiu à tentativa do secretário de Estado, Mike Pompeo, de impedir que testemunhas ligadas ao seu departamento de aparecerem em Capitol Hill nestes dias mais próximos.

A decisão de Pompeo é vista como uma forma de ganhar tempo para a Administração conceber uma estratégia para lidar com o processo de impeachment.
Democratas “laboram” no impeachment

No que pode constituir uma alteração da dinâmica de poder em Washington, os democratas prosseguem no seu labor diário – o impeachment foi lançado por Nancy Pelosi, speaker da Câmara dos Representantes, há apenas uma semana – para construir o processo de destituição de Donald Trump.

“Trata-se de um crime extraordinário. Suspeito que, no meu tempo de vida, este seja o maior crime que um presidente cometeu”, afirmou o democrata Mike Quigley, membro da Câmara dos Representantes eleito pelo Illinois.

“Isto é pior do que o Watergate”, considerou já Mike Quigley.



Em reação às movimentações dos democratas, Trump tem recorrido ao Twitter para acusar os opositores de tentarem roubar a Presidência através de jogadas ilegais.

“A cada dia que passa chego à conclusão de que o que está a ser levado a cabo não é um impeachment, é um golpe”, escreveu Trump no Twitter.




A CNN acredita que a estratégia para enfrentar o processo não assenta nos ataques do Presidente através do Twitter, mas antes no esforço da equipa de Trump na Casa Branca para empatar pelo maior período possível o inquérito lançado por Pelosi e, enquanto isso, criar uma sensação de impasse e frustração pública com um processo de destituição que não leva a lado nenhum.
Pompeo na linha da frente
Mike Pompeo, um dos mais fiéis aliados do Presidente, avançou com a mais séria tentativa da Administração para pôr um travão ao inquérito com vista ao impeachment.

Vários membros da equipa de Trump foram chamados pela comissão dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes para depor relativamente ao processo.

Numa carta a Eliot Engel, presidente da comissão, Pompeo queixou-se de uma agenda demasiado apertada, que poderia ser "entendida como uma tentativa de intimidar, tratando de forma imprópria membros distintos do Departamento de Estado".

Em resposta, o presidente da comissão advertiu Pompeo através de uma missiva escrita que qualquer tentativa de evitar um testemunho “é ilegal e faz prova de obstrução ao inquérito para o impeachment”.

À voz de Egel juntaram-se outros líderes da câmara para avisar que uma tentativa de derrubar o inquérito seria em si mesma uma justificação para destituir o Presidente.
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