Volodymyr Zelensky antecipa força de paz de 200 mil militares na Ucrânia

por RTP
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, no Fórum de Davos em janeiro de 2025 Yves Herman - Reuters

A ideia de uma força de paz vir a ser implementada na Ucrânia, num cenário de pós-guerra, tem estado a circular e, esta terça-feira em Davos, o presidente ucraniano antecipou números quanto à composição de um tal contingente.

Por parte "de todos os europeus?". "Duzentos mil é o mínimo. É o mínimo, ou então é nada", respondeu Volodymyr Zelensky, quando questionado sobre a possibilidade, de forma a desencorajar eventuais novas operações militares de Moscovo.

Zelensky afirmou ainda que a Ucrânia não irá aceitar as exigências russas de uma redução drástica das suas forças militares, prevendo que o presidente russo, Vladimir Putin, iria impor cortes de até um quinto do atual tamanho da defesa ucraniana.

"Isso é o que ele quer. Não iremos deixar que aconteça", afirmou Zelensky.

No seu discurso no Fórum Económico Internacional, que reúne os principais líderes mundiais na Suíça, o presidente ucraniano lembrou a estratégia russa de alianças com o Irão e a Coreia do Norte e as incertezas trazidas pela nova Administração norte-americana, de Donald Trump.

Circunstâncias que, defendeu, obrigam a Europa a investir na sua própria Defesa.
Empossado esta segunda-feira como 47º presidente dos EUA, Donald Trump tem exigido que os membros da NATO aumentem as suas contribuições para a Aliança para cinco por cento do PIB.

Com a adesão da Ucrânia à NATO em pano de fundo, Zelensky aceitou a ideia.

"Se for necessário cinco por cento do PIB para abranger a Defesa, então seja, são cinco por cento", afirmou. "E não é necessário brincar com as emoções das pessoas, dizendo que a Defesa deveria ser compensada às custas da Saúde ou das Pensões - isso não é justo".

Zelensky desafiou a União Europeia a desenvolver uma política única de Segurança e Defesa, também como forma de manter influência em Washington, numa altura em que a nova Administração promete adotar uma postura de força.

"Alguém nos Estados Unidos está preocupado que a Europa os possa abandonar um dia, possa deixar de ser seu aliado? A resposta é não", afirmou.

O presidente ucraniano revelou ainda que Kiev quer um encontro entre si e Trump. "As equpas têm estado a trabalhar numa reunião", afirmou.

O novo presidente dos EUA já disse que irá por fim à guerra na Ucrânia, sem revelar como.

Num dos seus comentários sobre a questão, já depois da sua tomada de posse, Donald Trump lembrou que se reuniu com Zelensky mas não com Putin, frisando, em jeito de aviso, que a posição de Moscovo também tem fragilidades.

O presidente russo e a guerra na Ucrânia estão a ter um impacto negativo de peso na economia russa, referiu pragmaticamente Trump. "Acho que a Rússia vai ter grandes problemas", antecipou o novo presidente norte-americano, considerado por muitos próximo de Putin.
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