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Calendário Olímpico terá de ser repensado devido às alterações climáticas

O aviso é deixado por Sebastian Coe, presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo. O calendário olímpico terá de ser mudado devido às alterações climáticas. Sebastian Coe lembrou as altas temperaturas que os atletas tiveram de enfrentar neste mês de setembro, durante os mundiais de Atletismo que tiveram lugar na capital japonesa, em Tóquio.

Inês Geraldo - RTP /
Isaac Nader cruza a meta no primeiro lugar nos Mundiais de Atletismo de Tóquio Reuters

Após nove dias de competição, a Associação Internacional de Federações de Atletismo explicou que o calendário olímpico deve ser repensado, depois de muitos dias de provas terem sido levados a cabo com altas temperaturas, no estádio Nacional do Japão, que receberam os Jogos Olímpicos de 2021, durante a pandemia.

Na maioria dos dias, os atletas tiveram de competir com temperaturas superiores a 30 graus e humidade a rondar os 90 por cento.

Sebastian Coe explicou, em declarações à BBC Sport, que existem certas provas, como a maratona, que deverão ser realizadas de forma separada para poder proteger os atletas de temperaturas e condições climatéricas extremas.

“Sim, vejo isso a acontecer. O que não é fácil porque vamos para o outono e início de inverno a cidades que ainda têm temperaturas elevadas. No entanto, penso que terá de acontecer a certa altura, e melhor que seja mais cedo que tarde”, disse o presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo.

Coe explicou à BBC que uma investigação feita pela Federação teve pelo menos 70 por cento dos atletas questionados a revelar que a mudança climática está a afetar a maneira como treinam e também os seus programas competitivos e afirmou que, mais tarde ou mais cedo, o calendário olímpico e o movimento olímpico terão de pensar num reajustamento das competições.

“Da parte da Associação Internacional de Federações de Atletismo pode haver algum tipo de problemas em termos de marca mas não me parece que consigamos continuar a perguntar a alguns atletas para competir em alturas do ano em que a sua performance e condição física vão ser colocadas em risco. Isto tem de ser repensado”.

Os mundiais de atletismo terminaram no último domingo, no Japão. Portugal saiu da prova com duas medalhas de ouro. Uma inédita, nos 1500 metros, conseguida por Isaac Nader e outra que consagrou Pedro Pablo Pichardo como bicampeão mundial do triplo salto.
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