Uma juíza decidiu esta terça-feira responsabilizar o comité organizador dos Jogos Olímpicos do Rio2016 pelas obras de reparação do Maracanã, de modo a que o emblemático estádio seja devolvido aos seus gestores nas mesmas condições em que foi ‘emprestado’.
Com a sua decisão, a juíza deu razão ao governo do Rio de Janeiro, que apresentou uma ação judicial na qual pediu que tanto o estádio do Maracanã como o pavilhão desportivo Maracanãzinho fossem devolvidos nas condições em que estavam antes dos Jogos Olímpicos.
O Maracanã, o mais emblemático dos estádios de futebol brasileiros, acolheu as cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos, assim como a final do torneio de futebol, enquanto o Maracanãzinho foi palco das competições de voleibol.
O comité organizador Rio2016 pediu autorização para utilizar durante nove meses ambas as instalações, atualmente geridas por um concessionário privado, mas demorou algumas semanas mais do que o previsto a devolvê-las aos seus gestores e entregou-as com problemas, como centenas de cadeiras partidas.
A juíza rejeitou, no entanto, a petição do governo do Rio de Janeiro para que o Comité Rio2016 pagasse também as contas atrasadas de água e luz por considerar que não há provas de que estas resultem dos serviços usados pelos organizadores do evento.
O diretor de comunicação do Comité Rio2016, Mário Andrada, admitiu que a decisão judicial será cumprida e que as reparações exigidas custarão 500.000 reais (cerca de 151.790 euros).
Uma sentença anterior tinha obrigado a empresa Odebrecht, concessionária do Maracanã, a reassumir a gestão e os custos de manutenção do estádio.
A Odebrecht negou-se a receber o estádio por considerar que os organizadores do Rio2016 o tinham devolvido sem condições de uso, mas a justiça brasileira determinou que a empresa deveria encarregar-se da gestão enquanto não fosse decidido a quem caberiam as obras de restauro.