Mundiais de Atletismo. Pedro Pichardo na final do triplo salto, Tiago Pereira eliminado

O português Pedro Pablo Pichardo qualificou-se hoje para a final do triplo salto dos Campeonatos do Mundo de atletismo Tóquio2025, no regresso ao local onde se sagrou campeão olímpico em 2021, enquanto Tiago Luís Pereira foi eliminado.

Lusa /
Aleksandra Szmigiel - Reuters

Pichardo, de 32 anos, assegurou um lugar na final dos Mundiais, com 17,09 metros, um centímetro abaixo da marca direta de qualificação, superada pelo argelino Yasser Mohammed Triki (17,26) e pelo jamaicano Jordan Scott (17,19).

A qualificação do triplo salto ficou marcada pela desistência do espanhol Jordan Dìaz, campeão olímpico e europeu, que se lesionou no primeiro salto.

Além do recordista nacional (18,04), campeão do mundo em Oregon2022 e ‘vice’ em Moscovo2013 e Pequim2015, ainda como cubano, também Tiago Luís Pereira tentou apurar-se para final nesta fase, tendo registado três nulos.

Pereira chegou com com 16,50 como melhor marca do ano, ainda distante dos 17,11 do seu recorde pessoal.

Avançavam para a final, marcada para sexta-feira, às 20h50 locais (12h50 em Lisboa, com transmissão em direto na RTP Desporto 4), os autores de saltos acima de 17,10 ou os 12 melhores, cuja ‘seleção’ ficou restrita a autores de saltos acima de 16,83, marca conseguida pelo chinês Yaming Zhu.
Portugal já conquistou cinco medalhas no triplo, duas de ouro, uma por Pichardo em Oregon2022 e outra, em Osaka2007, por Nelson Évora, que arrebatou ainda prata em Berlim2009 e bronzes em Pequim2015 e Londres2017.

Pichardo promete, mais uma vez, ir à luta pelas medalhas

O português Pedro Pablo Pichardo prometeu hoje lutar pelas medalhas na final do triplo salto dos Campeonatos do Mundo de atletismo Tóquio2025, após avançar com o terceiro lugar da qualificação.

Pichardo, de 32 anos, ficou a apenas um centímetro dos 17,10 metros do apuramento direto para a final, marcada para sexta-feira, às 20:50 locais (12:50 em Lisboa), devido a “problemas técnicos”.

“O que aconteceu foram problemas técnicos. Tinha de aquecer de uma maneira, não aqueci da maneira certa, e o meu pai [o treinador] puxou-me um pouco as orelhas. Notou-se, na prova, que não o tinha feito da maneira certa e o corpo não reagia bem. Foi um erro técnico da minha parte, no aquecimento. Mas é tranquilo, na sexta-feira vai ser diferente”, explicou, na zona mista do Estádio Nacional do Japão.

Raras vezes o campeão olímpico em Tóquio2020, neste mesmo palco em 2021, e campeão do mundo em Oregon2022, necessitou de mais do que um salto na qualificação para assegurar uma vaga na final, mas hoje iniciou o concurso com 16,72, que o deixava de fora.

"É uma pista que, para mim, me deixa muito contente por saltar. Aqui fui campeão olímpico e é um estádio muito especial para mim. A diferença, agora, é ter público. Vai ser bom e diferente [ter público na final]. Para nós, saltadores, que precisamos daquelas palmas, o apoio é muito importante", referiu.

Avançou graças ao segundo salto, a 17,09, mesmo com a chamada longe da tábua, abdicando da terceira tentativa, quedando-se atrás do argelino Yasser Mohammed Triki (17,26) e pelo jamaicano Jordan Scott (17,19), numa qualificação que eliminou o espanhol Jordan Díaz, campeão olímpico e europeu, que relegou Pichardo para a prata em ambas as competições.

“A minha meta é sempre a medalha. Não posso garantir que aconteça, mas vou à luta, dar o meu melhor e tentar a medalha de ouro. Para marca, não temos. Nesse sentido, o meu pai só me disse que temos de tentar a vitória”, vincou o recordista nacional (18,04), campeão do mundo em Oregon2022 e ‘vice’ em Moscovo2013 e Pequim2015, ainda como cubano, desvalorizando a ausência do rival.

De fora da final ficou Tiago Luís Pereira, sem qualquer marca, após três nulos, no culminar de uma época “complicada”, sem que se justificasse com os problemas físicos que o foram afetando em 2025.

“Desde que estou em Tóquio, tenho treinado bem e sentido bem, psicologicamente estava preparado. Foi um problema de ajuste de corrida. Em todo o ano, em Apeldoorn [nos Europeus em pista curta] fiz bons saltos, aqui foi o sítio em que me senti melhor, com capacidade para saltar mais. Infelizmente, não consegui o salto válido pretendido”, lamentou.

O atleta do Sporting, de 31 anos, que permanece com 16,50 como melhor salto do ano, ainda distante dos 17,11 do seu recorde pessoal.

O chinês Yaming Zhu foi o último dos repescados para a final, com 16,83, uma marca que Tiago Pereira, 10.º em Oregon2022 e 11.º em Budapeste2023, considerava possível.

“Quem me conhece, sabe a minha qualidade e o que posso saltar. Olhamos para os resultados e é a primeira vez que vou falhar a final de um Mundial desde que estou presente. Era atingível, mas os ‘ses’ não contam. É preciso fazer, e hoje não fiz. É trabalhar mais. São dias, acontece. Agora, é descansar, após uma época longa e muito difícil para mim, em termos pessoais e físicos. Quero descansar e pensar no que vou fazer na próxima época”, concluiu.

Portugal já conquistou cinco medalhas no triplo, duas de ouro, uma por Pichardo em Oregon2022 e outra, em Osaka2007, por Nelson Évora, que arrebatou ainda prata em Berlim2009 e bronzes em Pequim2015 e Londres2017.
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