Surdolímpicos: Portugal leva 13 atletas aos Jogos do centenário

A capital japonesa, Tóquio, acolhe pela primeira vez os Jogos Surdolímpicos, que juntarão a partir de sábado 3.000 atletas, entre os quais 13 portugueses, nas instalações que há quatro anos receberam Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

RTP /
MATSUO.K/AFLO SPORT via Reuters Connect

A 25.ª edição, que decorre 101 anos depois da primeira, que em 1924 juntou em Paris 145 atletas, contará com representantes de 80 países e, tal como a disputada em 2022, deixa de fora russos e bielorrussos, excluídos após a invasão militar à Ucrânia, que começou em fevereiro desse ano.

Em Tóquio, até 26 de novembro, Portugal vai estar representado por 13 atletas, que competem em cinco das 21 modalidades do programa, e que ambicionam superar os melhores resultados de sempre, conseguidos há três anos em Caxias do Sul, no Brasil: quatro medalhas - duas de ouro e duas de bronze - e 12 diplomas.

O atletismo, com cinco atletas - Francisco Laranjeira, Gustavo Pereira, Hemilton Costa, Margarida Silva e Ricardo Gomes –, e a natação, com quatro - Diogo Neves, Miguel Cruz, Ricardo Belezas e Tiago Neves -, são as modalidades mais representadas.

No ciclismo, André Soares, que conquistou duas medalhas na última edição da competição disputada em Caxias do Sul, no Brasil, em 2022, e João Marques vão defender as cores nacionais, enquanto no judo marcará presença Joana Santos, que conta com quatro ‘metais’ em Surdolímpicos no palmarés.

Nuno Esteves será o representante nacional no tiro, na maior competição mundial para a deficiência auditiva, que não integra o programa dos Jogos Paralímpicos, na qual Portugal participa pela nona vez e soma 17 medalhas.

Os Jogos Surdolímpicos, o segundo evento multidesportivo mais antigo do mundo, tiveram a sua primeira edição em 1924, em Paris, tendo então sido disputados por 145 atletas oriundos de nove países europeus.

A competição, que foi o primeiro evento desportivo para pessoas com deficiência, realizou-se com uma periodicidade de quatro em quatro anos, tendo sido interrompida entre 1940 e 1949 devido à II Guerra Mundial.

Os Jogos, que em 1949 viram ser criada uma versão de inverno, atingiram em meados do século XX uma dimensão mundial.

Entre 1924 e 1965, o evento foi conhecido como Jogos Internacionais para Surdos ou Jogos Internacionais Silenciosos, passando depois a ser denominados como Jogos Mundiais para Surdos. Desde 2000 foi adotada a atual designação.

O evento é organizado pelo Comité Internacional de Desporto para Surdos (ICSD), criado em 1924 e que em 1955 foi admitido pelo Comité Olímpico Internacional (COI) como federação internacional.

Para participar nos Jogos, os atletas devem ter perdido 55 decibéis no seu “ouvido melhor”, não sendo permitido o uso de quaisquer aparelhos ou implantes auditivos.

Nas modalidades em que os árbitros recorrem normalmente ao uso de apitos estes são substituídos por uma bandeira vermelha, enquanto na natação e atletismo é utilizado um flash vermelho em vez da habitual pistola para o tiro de partida.


Historial de medalhas portuguesas

Sófia 1993
Representação de nove atletas, que competiram em três modalidades (atletismo, ténis e natação) e conquistaram duas medalhas de prata (atletismo).

Copenhaga 1997
Representação de sete atletas, que competiram em três modalidades (atletismo, luta greco-romana e natação) sem conquistarem medalhas.

Roma 2001
Representação de 10 atletas, que competiram em quatro modalidades (atletismo, bowling, luta greco-romana e natação) e conquistaram uma medalha de ouro (luta greco-romana).

Melbourne2005
Representação de 11 atletas, que competiram em quatro modalidades (atletismo, bowling, luta greco-romana e natação) e conquistaram uma medalha de ouro (luta greco-romana).

Taipé 2009
Representação de 15 atletas, que competiram em oito modalidades (atletismo, bowling, judo, karaté, luta livre, luta greco-romana, natação e taekwondo) e conquistaram quatro medalhas: duas de ouro (judo e luta greco-romana) e duas de bronze (luta livre e taekwondo).

Sófia 2013
Representação de 13 atletas, que competiram em sete modalidades (atletismo, ciclismo, judo, karaté, luta, natação e karaté) e conquistaram três medalhas: uma de ouro (luta greco-romana), uma de prata (judo) e uma de bronze (taekwondo).

Samsun 2017
Representação de 11 atletas, que competiram em seis modalidades (atletismo, ciclismo, judo, lutas amadoras, natação e taekwondo) e conquistaram duas medalhas: uma de prata (luta greco-romana) e uma de bronze (judo).

Caxias do Sul 2021 (disputados em 2022, devido à pandemia de covid-19)
Representação de 12 atletas, que competiram em seis modalidades (atletismo, ciclismo, judo, luta, natação e tiro) e conquistaram quatro medalhas: duas de ouro (no ciclismo e no judo) e duas de bronze (no ciclismo e na luta greco-romana).

(Com Lusa)
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