Volta a Portugal: Perfil do vencedor, segundo os ex-campeões

Os ex-vencedores presentes na 76.ª Volta a Portugal não se entendem quanto às caraterísticas essenciais para levar para casa a amarela, mas os três em conjunto traçaram o perfil ideal de um ciclista campeão.

Lusa /
Os três antigos vencedores da Volta a Portugal em bicicleta Ricardo Mestre, Vítor Gamito e Nuno Ribeiro Foto: Nuno Veiga/Lusa

Comece-se por ordem cronológica. O primeiro dos três ex-campeões a vencer a Volta a Portugal foi Vítor Gamito. Foram precisos quatro segundos lugares (1993, 1994, 1997 e 1999) para finalmente, em 2000, vestir a amarela final.

“No fundo, foi um corrigir de pequenos pormenores que falharam nas quatro vezes que fui segundo, foi um limar de arestas. Basta um detalhe, uma pequena diferença. A sorte também é importante e, em 2000, consegui conciliar tudo”, explicou Vítor Gamito à agência Lusa.

O ciclista da LA-Antarte, que está de regresso ao pelotão com a imponente idade de 44 anos, defendeu que, para vencer, é preciso, “sobretudo”, gostar do ciclismo.

“Mas isso todos gostam. É também preciso ter força e determinação, mas todos têm. Esses são denominadores comuns a todos os ciclistas. Depois, é preciso qualidade, genética – triunfar tem muito a ver com os nossos pais”, brincou.

Já Nuno Ribeiro elegeu “a força” e “a concentração” como fatores essenciais para quem quer inscrever o seu nome no palmarés da 76.ª edição da maior prova velocipédica nacional.

O corredor da OFM-Quinta da Lixa, vencedor em 2003 e vencedor desclassificado em 2009, tem dificuldade em escolher entre o que é mais essencial, a montanha ou o contrarrelógio.

“É tudo importante, independentemente das características de cada um. O mais importante é defendermo-nos na montanha e tentar manter-nos fortes no contrarrelógio”, completou.

Para o pequeno trepador, já a caminho dos 37 anos, “teoricamente, não se pode ter um dia mau”, mas caso o “homem do martelo” (expressão velocipédica para descrever uma quebra) apareça ao virar da esquina, os candidatos à vitória na 76.ª edição só têm de tentar não perder muito tempo.

O mais recente dos vencedores da Volta a Portugal, o algarvio Ricardo Mestre, indicou à Lusa a regularidade como critério fundamental para construir uma vitória na corrida.

Parco em palavras, o ciclista da Efapel-Glassdrive não se esqueceu da “sorte” como um dos ingredientes para o triunfo – e o vencedor de 2011 sabe mesmo do que está a falar, já que, em 2012, ficou impossibilitado de defender o seu título devido a uma queda aparatosa.

“Tem de se estar bem fisicamente. Penso que estive bem na montanha e no contrarrelógio e, quando assim acontece, é meio caminho andado para vencer”, concluiu.
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