Volta ao Alentejo: Aular mais perto da história após quarta etapa ganha por Bustamante

por Lusa
Daniel Llorente on Unsplash

Orluis Aular (Caja Rural) recuperou a camisola amarela, na quarta etapa ganha pelo colombiano Adrián Bustamante (Kelly-Simoldes-UDO), e ficou a pouco mais de 150 quilómetros de entrar na história da Volta ao Alentejo em bicicleta.

O venezuelano foi ‘só’ segundo na tirada, atrás do estreante Bustamante, mas beneficiou da revolução na geral causada pelo ataque de Mauricio Moreira (Glassdrive-Q8-Anicolor) no Cabeço do Mouro para dar um passo decisivo para o ‘bis’ na ‘Alentejana’.

O campeão em título, que cortou a meta com as mesmas 3:41.29 horas do colombiano da Kelly-Simoldes-UDO, à frente do neerlandês Alex Molenaar (Electro Hiper Europa), lidera a geral com 10 segundos de vantagem sobre Bustamante, que hoje acelerou nos derradeiros 150 metros da ‘empinada’ chegada a Castelo de Vide para celebrar a sua primeira vitória em Portugal.

“Foi uma etapa dura, uma etapa ‘rainha’ nesta Volta ao Alentejo, que definia muito a classificação geral. Sentia-me muito bem, estava com ‘ganas’ de recolocar-me na geral e dar um triunfo à equipa. É uma recompensa para eles, por toda a confiança e apoio que me deram para eu poder estar aqui na Europa”, disse à Lusa Bustamente, confessando que ainda duvidou que o triunfo pudesse ser seu, devido à ponta final de Aular.

Esperava-se que a quarta etapa fosse aquela que mais peso teria na definição da geral final e os 148,2 quilómetros entre o Crato e Castelo de Vide, pontuados por cinco contagens de montanha, não defraudaram, com Moreira a ser o maior responsável pela revolução na classificação, mas a não ver a sua ousadia recompensada, nem com a vitória na etapa – foi quinto, a dois segundos – nem com a desejada amarela – é quarto classificado, a 22 segundos do dorsal ‘1’.

Antes das montanhas que ‘engoliram’ o anterior líder, o francês Cyril Barthe (Burgos-BH), Iúri Leitão (Caja Rural), que já tinha tentado fugir ao pelotão sem sucesso, conseguiu finalmente isolar-se ao quilómetro 29, sendo alcançado, pouco depois, por Pedro Silva (Glassdrive-Q8-Anicolor) e Pedro Pinto (Efapel).

Os três chegaram a ter mais de cinco minutos de vantagem, mas a contagem de segunda categoria de Cabeço do Mouro e o ataque de ‘Mauri’, ao qual responderam 16 ciclistas, condenaram irremediavelmente a iniciativa e relançaram a luta pela geral.

Na subida ao Porto de Espada, a terceira contagem da jornada, o grupo do vencedor da Volta juntou-se ao trio da dianteira, com a frente de corrida a incluir ainda nomes como Joaquim Silva (Efapel) ou Delio Fernández (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense).

Alex Molenaar foi o primeiro a quebrar a harmonia dos fugitivos, passando adiantado na meta volante de Castelo de Vide, onde Aular somou mais dois segundos de bonificação. A subida à Serra de São Paulo, a menos de 20 quilómetros da meta, fez a derradeira seleção no grupo, com Moreira, Bustamente e Finlay Pickering (Trinity) a juntarem-se aos dois.

Pickering haveria de ser ‘substituído’ por Giovanni Carboni (Kern Pharma) no quinteto da frente, que discutiu entre si a etapa, com o pelotão e o destronado Barthe a chegarem a mais de dois minutos.

A amarela regressou, assim, ao corpo de Aular, o homem que a vestiu no pódio final na passada edição e que espera no domingo voltar a envergá-la no mesmo cenário, na Praça do Giraldo, em Évora, de modo a tornar-se no primeiro ciclista a vencer a ‘Alentejana’ duas vezes consecutivas.

“Gostaria de fazer história, mas amanhã [domingo] é outro dia e até passar o risco…”, lembrou o venezuelano de 26 anos, que tem 12 segundos de vantagem sobre Molenaar, o terceiro classificado.

Para ver confirmado o seu triunfo, o campeão em título tem ainda 154,9 quilómetros pela frente, a percorrer no domingo entre Monforte e Évora.
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