Wimbledon. Faria estreia-se no quadro principal ao lado de Borges e Cabral

Jaime Faria, Nuno Borges e Francisco Cabral são os tenistas portugueses que vão disputar a 138.ª edição de Wimbledon, o terceiro ‘major’ da época que se realiza, entre 30 de junho e 13 de julho, no All England Club.

Lusa /
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O jovem lisboeta, de 21 anos, vai estrear-se no quadro principal de singulares de Wimbledon, ao passo que Nuno Borges, número um nacional e 37 mundial, e Francisco Cabral (40.º ATP em pares) regressam à relva londrina pelo quarto ano consecutivo.

Depois de vencer os três encontros da fase de qualificação e de se tornar no terceiro português a alcançar tal feito, depois de Nuno Marques em 1999 e Frederico Gil em 2008, Jaime Faria, que figura no 117.º lugar no ranking ATP, assegurou o acesso inédito ao quadro principal do torneio inglês, à semelhança do sucedido no Open da Austrália, enquanto em Roland Garros obteve entrada direta.

“Foi um bom ‘qualifying’, ganhei três encontros de bom nível. Acho que me estou a surpreender nesta superfície. Não tenho muitos jogos nas pernas aqui, mas tenho feito uma boa época de relva e sinto-me feliz de ter passado ao quadro de Wimbledon”, comentou, em declarações à Lusa, após ter atingido os quartos de final do challenger de Nottingham.

A “caminho de pisar pela primeira vez o All England Club”, o tenista do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis confessa estar prestes a “cumprir um objetivo de carreira e um sonho, quando jogar a primeira ronda” na terça-feira.

“Vai ser giro, estou muito entusiasmado”, avançou Jaime Faria, que terá como opositor na jornada inaugural o italiano Lorenzo Sonego, 48.º colocado na hierarquia mundial, naquele que será o primeiro encontro entre ambos.

Ao contrário de Faria, Nuno Borges, de 28 anos, vai jogar pela quarta vez na carreira em Londres, onde nunca conseguiu ganhar um encontro de singulares, desde a estreia como ‘lucky loser’ em 2022, depois de alcançar o seu melhor resultado em relva nos Países Baixos, onde atingiu os quartos de final do recente ATP 250 de ‘s-Hertogenbosch.

O tenista maiato, que regista como melhor performance no Grand Slam a quarta ronda no Open da Austrália e Open dos Estados Unidos, ambos em 2024, e a terceira ronda na recente edição de Roland Garros, vai voltar a defrontar em Wimbledon o argentino Francisco Cerundolo (18.º ATP), um adversário com quem perdeu em 2023 e frente ao qual contraiu uma lesão no ligamento do pé direito.

Assim como Borges, também com vaga garantida na competição de pares, na companhia do norte-americano Marcos Giron (46.º ATP), o portuense Francisco Cabral regressa à catedral da relva pela quarta vez, desta feita ao lado do parceiro austríaco Lucas Miedler, para defrontar o britânico Jamie Murray, antigo número um mundial e com quem formou dupla em 2022, e o também norte-americano Rajeev Ram.

Numa semana em que viu confirmado o seu melhor ranking de sempre, o 40.º lugar, Cabral, de 28 anos, e Miedler (46.º em pares) chegam ao Reino Unido com uma boa preparação na superfície relvada, após as meias-finais no ATP 250 de Estugarda e no ATP 500 de Halle, para tentar superar pela primeira vez a segunda ronda.

Bicampeão Alcaraz e Djokovic à procura de fazer história
Carlos Alcaraz e Novak Djokovic voltam a posicionar-se como os principais protagonistas de Wimbledon, num duelo que poderá marcar a história do All England Club, onde o espanhol defende o título e o sérvio procurará o 25.º ‘major’.

Nos últimos dois anos, a final do terceiro torneio do Grand Slam da temporada foi disputada pelo jovem natural de Múrcia, de 22 anos, e o experiente tenista de Belgrado, 16 anos mais velho, o que poderá voltar a suceder nesta 138.ª edição da prova, uma vez que os dois ficaram colocados em metades opostas do quadro principal, que se realizará entre 30 de junho e 13 de julho, em Londres.

Alcaraz, número dois mundial, é bicampeão de Wimbledon e o quarto mais jovem vencedor, depois de Boris Becker, Bjorn Borg e Mats Wilander, mas pela frente tem, entre outros, o igualmente favorito Djokovic, antigo líder do ranking ATP, atualmente na sexta posição, que conquistou sete dos seus 24 troféus do Grand Slam na catedral da relva.

Se em 2024 o espanhol se tornou no sexto tenista a alcançar a dobradinha na Era Open, entre Roland Garros e o torneio londrino, seguindo as pisadas de Rod Laver (1969), Borg (1978, 1979 e 1880), Rafael Nadal (2008 e 2010), Roger Federer (2009) e Novak Djokovic (2021), este ano chega ainda em melhores condições ao histórico clube inglês, sobretudo motivacionais, graças ao épico triunfo frente a Jannik Sinner na final do ‘major’ francês e ao recente segundo título no ATP 500 de Queen’s (depois de 2023).

Enquanto Carlos Alcaraz, em caso de vitória, poderá tornar-se no quinto tenista na Era Open a conquistar três troféus consecutivos em Wimbledon, Novak Djokovic está a apenas um título de igualar o recorde de oito troféus de Roger Federer na relva britânica e de ampliar para 25 os títulos do Grand Slam.

Nos planos de Djokovic, que optou por não jogar este ano torneios de preparação para Wimbledon, e de Carlos Alcaraz poderá interferir o número um do mundo, o italiano Jannik Sinner, bicampeão do Open da Austrália (2024 e 2025), campeão do Open dos Estados Unidos (2024) e recentemente finalista vencido de Roland Garros, à procura de se estrear na final britânica.

Sinner, de 23 anos, tem como melhor resultado no torneio inglês as meias-finais em 2023, tendo sido eliminado nos quartos de final em 2024, pelo que este ano vai jogar para tentar tornar-se no primeiro tenista italiano, homem ou mulher, a vencer o penúltimo ‘major’ da época, depois de Matteo Berrettini e Jasmine Paolini se terem sagrado vice-campeões, em 2021 e 2024, respetivamente.

Além de Alcaraz, Djokovic e Sinner, o alemão Alexander Zverev (3.º ATP), finalista do ATP 250 de Estugarda e semifinalista do ATP 500 de Halle, e o norte-americano Taylor Fritz (5.º ATP), campeão em Estugarda, também são fortes candidatos a chegar às rondas finais de Wimbledon. Igualmente entre os favoritos, mas com o fator casa, nem sempre favorável, sobre os seus ombros, estará o número quatro da atualidade, o britânico Jack Draper.

Na competição feminina, Barbora Krejcikova está de volta para tentar defender o título, mas a lesão na coxa direita, que a obrigou a desistir quinta-feira do Eastbourne Open, deverá tornar a missão da checa muito complicada.

Já a bielorrussa Aryna Sabalenka, número um do ranking WTA, as norte-americanas Coco Gauff (2.ª WTA) e Jessica Pegula (3.ª WTA), a polaca Iga Swiatek (8.ª WTA), apurada para a final do WTA 500 de Bad Homburg, e a italiana Jasmine Paolini, vice-campeã em título, apresentam-se em boas condições de protagonizar uma campanha positiva na edição de 2025 de Wimbledon, que contará ainda com a participação das antigas campeãs, Marketa Vondrousova (2023), Elena Rybakina (2022) e Petra Kvitova (2011 e 2014).
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