WTA suspende torneios na China na sequência do caso da tenista Peng Shuai

por Lusa
EPA

A WTA suspendeu hoje oficialmente os torneios do circuito previstos para a China, na sequência do caso da tenista Peng Shuai, que acusou, em novembro, um ex-membro do governo chinês de abuso sexual.

"Não vejo como os nossos atletas possam competir lá, enquanto a Peng Shuai não puder comunicar livremente e foi pressionada para negar as suas denúncias de abusos sexuais", começa por referir Steve Simon, presidente da Associação de Ténis Feminino.

A tenista, de 35 anos, revelou ao mundo, no início de novembro, ter sido abusada sexualmente pelo ex-vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli, numa publicação que foi imediatamente retirada da rede social chinesa Weibo.

Apesar de ter reaparecido em 21 de novembro num restaurante de Pequim e num torneio de ténis na capital chinesa, de acordo com vídeos publicados pelos meios de comunicação oficiais chineses, e de já ter falado, através de videoconferência, com o presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, a WTA levanta dúvidas quanto à liberdade da atleta.

"Tenho sérias dúvidas que esteja livre, segura e não esteja sujeita a censura, coação e intimidação. A WTA foi clara quanto a isto e repete a necessidade de uma investigação transparente no caso da acusação de abuso sexual de Peng Shuai", prossegue o comunicado de Steve Simon.

Considerando ser uma situação "inaceitável", a WTA suspendeu, assim, todos os torneios do circuito na China, incluindo Hong Kong.

Peng Shuai, que já foi líder do `ranking` mundial da variante de pares, venceu 23 títulos de pares femininos, entre os quais Wimbledon, em 2013, e Roland Garros, em 2014.

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