Bombeiros prometem "novas ações de luta" caso negociações com Governo não avancem
A reunião dos sindicatos dos bombeiros terminou esta quarta-feira com a promessa de "novas ações de luta" caso não haja novidades no processo negocial com o Governo. A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais ameaça mesmo com "uma manifestação nacional de todos os bombeiros sapadores". O primeiro-ministro veio já pedir que eventuais protestos cumpram a lei e as regras do Estado de Direito.
“Dia 20 de dezembro, que é a última reunião que os sindicatos vão ter com o Governo, vamos ter um Conselho Geral”, adiantou o sindicalista Fernando Curto.
“Se tudo correr bem e houver fumo branco, faremos uma festa e as coisas correrão da melhor maneira. Se as coisas não correrem bem (…) o Governo não estará à espera que a gente passe o Natal sossegados e descansados. Iremos marcar uma manifestação nacional de todos os bombeiros sapadores”, vincou.
Sérgio Carvalho, do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais, disse por sua vez que “estão em cima da mesa todas as formas de luta”, mas só serão discutidas no final de dezembro. “Não vamos antecipar o que não está antecipado”, afirmou.
Em declarações aos jornalistas em Celorico de Basto, o primeiro-ministro desejou que o “apelo ao sentido de responsabilidade possa ter eco nos profissionais” e que “as suas manifestações de opinião, de reivindicação, a serem realizadas, se façam dentro de um espírito de cumprimento da lei e de cumprimento daquilo que é saudável do ponto de vista democrático”.
Luís Montenegro garantiu aos portugueses que o Governo não será “complacente com violações das regras do Estado de Direito” nem com “a reivindicação desmedida de situações de injustiça relativa ou de desequilíbrio”.
O chefe de Governo apelou ainda aos sindicatos que reconheçam “o esforço” do Executivo para uma área que “há 22 anos não tem nenhum processo negocial equivalente a este”.
Segundo Montenegro, o Governo está a ir “ao encontro daquilo que é a valorização da carreira, como também ao sentido de igualdade e equidade em toda a Administração Pública”.
“É preciso que todas as carreiras que nós temos vindo a valorizar se possam consciencializar que nós não temos recursos ilimitados. Nós não podemos andar permanentemente a negociar e, sobretudo, não podemos criar a expectativa de oferecer aquilo que não temos para dar”, declarou.
“O esforço que nós estamos a fazer à mesa das negociações é um esforço que está em relação de justiça, equilibrado com o esforço que já fizemos com outras carreiras, nomeadamente com as forças de segurança, com as Forças Armadas”.
O primeiro-ministro quis ainda frisar que “também aqui, todos os profissionais acabam por ter acesso à valorização, em termos remuneratórios, para toda a Administração Pública em geral”.
“Aquilo que nós estamos a fazer de forma especial para os bombeiros sapadores é um esforço que, do ponto de vista da equidade, está em linha com aquilo que fizemos com as forças de segurança e com as Forças Armadas”, explicou.