País
Sapadores em protesto. Governo suspende reunião negocial
Centenas de bombeiros estão em protesto em Lisboa, no dia em que decorria uma reunião entretanto suspensa entre os sindicatos que representam estes profissionais e o Governo. Os sapadores exigem a revisão da carreira e o aumento do subsídio de risco.
Cerca de três centenas de bombeiros de várias zonas do país rodearam o Campus XXI, em Lisboa, onde decorriam as negociações, alguns deles com tochas e petardos que provocaram fumo intenso no local.
Após cerca de duas horas de reunião, o Governo decidiu suspendê-la por não aceitar negociar perante formas não ordeiras de manifestação, indicou à RTP uma fonte do Executivo.
A mesma fonte avançou que não estão em causa, até ao momento, as condições de segurança e que as negociações poderão ser retomadas se e quando forem assegurados o respeito pelo diálogo e tranquilidade no exercício do direito de manifestação.
A mesma fonte avançou que não estão em causa, até ao momento, as condições de segurança e que as negociações poderão ser retomadas se e quando forem assegurados o respeito pelo diálogo e tranquilidade no exercício do direito de manifestação.
A concentração dos sapadores começou em Alvalade e o grupo de bombeiros, todos fardados e muitos com capacetes, percorreu a Avenida de Roma em marcha lenta até chegar ao local onde se encontra a sede do Executivo.
Entre o som dos sucessivos petardos, ouvia-se repetidamente a palavra “vergonha”, assim como pedidos de respeito.
Para impedir o acesso ao edifício, foi criada uma barreira policial pela Unidade Especial de Polícia, que bloqueou a passagem com viaturas e elementos. A Avenida João XXI foi cortada ao trânsito pelas autoridades.
Para impedir o acesso ao edifício, foi criada uma barreira policial pela Unidade Especial de Polícia, que bloqueou a passagem com viaturas e elementos. A Avenida João XXI foi cortada ao trânsito pelas autoridades.
À saída da reunião, António Pascoal, do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, usou um megafone para transmitir aos profissionais reunidos no local que “a proposta que chegou à mesa continua a não satisfazer os bombeiros”.
“Enquanto o Governo não aceitar a nossa proposta e reivindicações, nós não vamos parar, não vamos baixar a guarda”, declarou, indicando que, no que depender do sindicato, essa negociação irá ser retomada.
Questionado sobre os petardos lançados pelos sapadores em protesto, o sindicalista respondeu que, “conhecendo os bombeiros, a segurança nunca está em causa. Os bombeiros são soldados da paz, não são soldados da guerra”.
Momentos antes de ter sido anunciada a suspensão da reunião, os sapadores ajoelharam-se em sinal de "submissão" ao Governo que, segundo eles, os quer dessa maneira. Pouco depois, entoaram o hino nacional e ergueram-se do chão.
“Enquanto o Governo não aceitar a nossa proposta e reivindicações, nós não vamos parar, não vamos baixar a guarda”, declarou, indicando que, no que depender do sindicato, essa negociação irá ser retomada.
Questionado sobre os petardos lançados pelos sapadores em protesto, o sindicalista respondeu que, “conhecendo os bombeiros, a segurança nunca está em causa. Os bombeiros são soldados da paz, não são soldados da guerra”.
Momentos antes de ter sido anunciada a suspensão da reunião, os sapadores ajoelharam-se em sinal de "submissão" ao Governo que, segundo eles, os quer dessa maneira. Pouco depois, entoaram o hino nacional e ergueram-se do chão.
Governo fala em jornalista ferida
Entretanto, o Governo alegou junto dos bombeiros que uma jornalista teria sido ferida no contexto da manifestação. Os sapadores no local disseram, por sua vez, ter-se tratado de um incidente menor, após o disparo de um petardo perto do pé de uma jornalista.
“Está a haver uma tentativa de descredibilizar a imagem dos bombeiros sapadores. Não somos arruaceiros, não houve agressões a jornalistas, não houve agressões à polícia”, declarou à RTP a bombeira Frederica Pires.
Sobre as negociações, esta profissional disse não ver vontade nem respeito por parte do Governo. “E, mais grave, é um verdadeiro desconhecimento daquilo que é um bombeiro sapador”, considerou.
“O Governo é que vai estar ao ritmo das nossas manifestações, não somos nós”, vincou a bombeira, acrescentando que no final do dia de hoje os profissionais vão “reagrupar e determinar outras forças de luta”.
Entretanto, o Governo alegou junto dos bombeiros que uma jornalista teria sido ferida no contexto da manifestação. Os sapadores no local disseram, por sua vez, ter-se tratado de um incidente menor, após o disparo de um petardo perto do pé de uma jornalista.
“Está a haver uma tentativa de descredibilizar a imagem dos bombeiros sapadores. Não somos arruaceiros, não houve agressões a jornalistas, não houve agressões à polícia”, declarou à RTP a bombeira Frederica Pires.
Sobre as negociações, esta profissional disse não ver vontade nem respeito por parte do Governo. “E, mais grave, é um verdadeiro desconhecimento daquilo que é um bombeiro sapador”, considerou.
“O Governo é que vai estar ao ritmo das nossas manifestações, não somos nós”, vincou a bombeira, acrescentando que no final do dia de hoje os profissionais vão “reagrupar e determinar outras forças de luta”.
"O Governo é que nos anda a fazer bullying”
Antes da reunião, os sindicatos indicaram que havia a possibilidade de abandonarem a mesa das negociações ainda hoje caso não houvesse uma aproximação das posições de ambas as partes.
“Queremos uma valorização da carreira. A carreira está estagnada há mais de 22 anos, desde 2022. Neste momento estamos a chegar a um ponto de não retorno. A carreira, pura e simplesmente, deixou de ser apelativa, temos dificuldades muito grandes de recrutamento”, explicou à RTP um dos bombeiros no protesto.
Este profissional condenou ainda as propostas do Governo, considerando-as insuficientes. “Está a oferecer-nos um subsídio de risco mensal de 37 euros e meio. Nós consideramos que isso é altamente ofensivo para o risco que corremos diariamente”, afirmou.
Questionado sobre o dispositivo policial no local do protesto, este bombeiro disse não entender a mobilização. “Não percebo porque é que nós somos catalogados de arruaceiros, quando o Governo é que nos anda a fazer bullying”, vincou.