Começou este sábado, em Aveiro, o XXVIII Congresso do CDS-PP, a reunião magna do adeus a Assunção Cristas. Começaram por ser cinco os candidatos. Ao início da noite, Abel Matos Santos desistiu da corrida em prol de Francisco Rodrigues dos Santos. Na contenda, que vai prolongar-se pela madrugada, ficaram, além de Rodrigues dos Santos, João Almeida e Filipe Lobo d'Ávila. Carlos Meira retirou a sua moção.
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"Este não é um congresso dos cheques em branco", lançou o candidato à liderança, o quarto a usar a palavra.
"Tal como entrei neste congresso, solto e livre, autêntico e combativo desafio-vos a todos, e cá estarei para dar o exemplo, a sairmos da comodidade do sofá, do conforto das nossas salas e voltarmos à rua, sim à rua, e sem tréguas", disse o candidato à sucessão da atual líder, Assunção Cristas.
Tal como socialistas e social-democratas, os democratas-cristãos já escolheram a liderança por via de eleições diretas. Mas colocaram este processo de parte, privilegiando a fórmula de eleição em reunião magna.
No culminar dos dois dias do Congresso de Aveiro, este fim de semana, haverá um sucessor de Assunção Cristas – o rosto do pior score de sempre em legislativas, 4,3 por cento dos sufrágios, com a bancada parlamentar a emagrecer de 18 para cinco deputados.
Os candidatos são agora meia dezena: Abel Matos Santos, que encabeça a Tendência Esperança em Movimento, João Almeida, deputado e porta-voz do partido, Filipe Lobo d’Ávila, ex-deputado, da corrente Juntos pelo Futuro, Carlos Meira, ex-presidente da concelhia de Viana do Castelo, e Francisco Rodrigues dos Santos, atual número um da Juventude Popular.
Haverá 1160 delegados ao XXVIII Congresso. Ao abrigo do regulamento e dos estatutos do CDS-PP, não estão amarrados a qualquer das 15 moções de estratégia global: a somar às moções dos candidatos, há outras dez assinadas por militantes e dirigentes; Nuno Melo, eurodeputado, e o deputado à Assembleia da República Telmo Correia são os nomes de uma delas, que poderá ainda vir a produzir um sexto candidato.
Chegados ao dia da reunião magna, nenhum dos candidatos tornou público qualquer cálculo de apoios de delegados.
As contas podem complicar-se. Ouvidos pela agência Lusa, nos últimos dias, dirigentes de diferentes candidaturas não excluíram a possibilidade de uma “aliança negativa” para derrubar, em congresso, o candidato mais votado – isto, claro, se o somatório dos votos obtidos for suficiente para tal.
Entrevistado pela agência noticiosa, Carlos Meira disse-se disposto a partir para um acordo com Filipe Lobo d’Ávila e Francisco Rodrigues dos Santos, para assim travar João Almeida. Durante o debate transmitido na passada segunda-feira pela RTP3, o candidato de Viana do Castelo chegou invocou tal cenário, mas não colheu respostas claras por parte dos interlocutores. Sérgio Vicente, Carlos Matias, Nuno Castro – RTP
O adeus a Assunção Cristas
A anteceder o duelo estará a despedida de Assunção Cristas da liderança do partido, que ocupou desde 2016 e decidiu abandonar na noite das últimas eleições legislativas, quando o CDS-PP sofreu um corte profundo na sua representação parlamentar.
Cristas deverá permanecer como vereadora na Câmara Municipal de Lisboa, cargo que assumiu na esteira das eleições autárquicas de 2017. Processo, recorde-se, em que o CDS-PP superou o PSD.
Os perfis dos candidatos
Abel Matos Santos, de 46 anos, psicólogo, sexologista e psicoterapeuta no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, é o rosto da Tendência Esperança em Movimento. Foi o primeiro a avançar com uma candidatura.
Matos Santos integra o Conselho Nacional e a Comissão Política Nacional do CDS-PP. Foi vice-presidente da concelhia de Lisboa do CDS-PP e esteve ao lado de Filipe Anacoreta Correia na corrente interna CDS Alternativa e Responsabilidade.
Propõe-se apresentar o CDS-PP como um partido de direita, “porque a direita não é nada que nos envergonhe”, e, quanto ao Chega, de André Ventura, classifica-o como “naturalmente um aliado”.
João Almeida, de 43 anos, jurista, foi presidente da Juventude Popular, secretário-geral e porta-voz do partido. É também deputado desde 2002. No Governo partilhado por PSD e CDS-PP, foi secretário de Estado da Administração Interna.
Como orientação para o CDS-PP, João Almeida defende a “matriz da democracia-cristã”, valorizando “as ideias conservadoras e liberais”.
“A alternativa à governação socialista deve ser promovida através de uma plataforma à direita que reúna várias forças, designadamente as tradicionais que governaram a última vez antes do PS governar, que é o PSD e o CDS”, propugna na sua moção.
Considera que “não faz sentido focar nos novos partidos aquilo que foi o resultado eleitoral do CDS, porque o CDS perdeu muito mais votos para a abstenção e para outros partidos do que propriamente para os dois que apareceram à direita”, referindo ao Chega e à Iniciativa Liberal.
Filipe Lobo d’Ávila, de 44 anos, advogado, começou o percurso no CDS em 1993, quando entrou para as fileiras da Juventude Centrista.
Foi diretor-geral do Ministério da Justiça entre 2002 e 2008. Ocupou assim o cargo sob três ministros do CDS-PP, do PSD e do PS. Por três vezes foi eleito para a Assembleia da República, em 2009, 2011 – neste ano é nomeado secretário de Estado da Administração Interna - e 2015.
Lobo d’Ávila considera necessário “um entendimento mínimo ao nível do centro-direita [com o PSD] para que esse projeto possa ser verdadeiramente mobilizador”. Considera também que o partido tem de assumir “claramente, sem vergonham que é de direita, de uma direita moderada e democrática”.
Relativamente às novas formações de direita com representação parlamentar, Filipe Lobo d’Ávila entende que o CDS-PP não deve enveredar pela cópia.
Carlos Meira tem 34 anos e empresário florestal e da construção civil. Milita desde os 19 anos no CDS-PP. Liderou a concelhia de Vina do Castelo e, em 2013, candidatou-se à autarquia desta cidade.
Meira é um crítico sonoro de Assunção Cristas. No Congresso realizado em março de 2018, em Lamego, chegou mesmo a acusá-la de “falta de respeito “ pela sua região, o Alto Minho.
Carlos Meira defende que o CDS-PP deve trilhar “o seu próprio caminho, deforma autónoma, ativa, serena, recompondo-se e reerguendo-se”. “Respeitamos igualmente todos os partidos do arco parlamentar”, responde, quando questionado sobre eventuais aproximações ou distanciamentos relativamente ao Chega e à Iniciativa Liberal.
Francisco Rodrigues dos Santos, de 31 anos, advogado, preside desde 2015 á Juventude Popular. Foi autarca na Assembleia de Freguesia de Carnide, em Lisboa, de 2013 a 2017.
Também Rodrigues dos Santos sustenta que, “aos olhos dos portugueses, a perceção é que o CDS é um partido de direita”: “Ponto final”.
Francisco Rodrigues dos Santos entende que é à direita que os eleitores do partido “têm morada”. Mas “é ao centro” que o CDS-PP se encontra com os seus adversários e pode “catapultar-se para novos horizontes eleitorais”. Não exclui um entendimento com o Chega, mas apenas se tal solução não se traduzir numa “violação das traves mestras nem das linhas vermelhas que são o ADN do partido”.
23h00 - Segue-se, cerca da meia-noite, o período de votações das moções dos candidatos à liderança do CDS-PP, cujos resultados não deverão ser conhecidos antes das 4h00 da madrugada deste domingo, dia de todas as definições no partido.
22h36 - Luís Queiró abandona funções
O presidente da mesa do Congresso do CDS-PP, Luís Queiró, anunciou a intenção de deixar no domingo estas funções, afirmando que estará sempre ao lado do partido.
Queiró disse aos delegados que decidiu retirar-se das funções de presidente da mesa do Congresso por vontade própria depois de receber uma carta da Ordem dos Advogados a informar que estava reformado, o que o fez refletir.
"Depois de 40 anos de militância, chegou a hora de deixar estas funções, mas irei estar sempre ao lado do CDS", disse.
22h05 - Nuno Melo com João Almeida
O eurodeputado Nuno Melo apoia a candidatura de João Almeida à liderança do CDS, tendo mesmo retirado a moção de estratégia global que subscreveu a favor do deputado, juntamente com Telmo Correia.
Nuno Melo apelou a quem vencer que "chame" os seus dois adversários para "reconstruir o partido", que "é de todos".
Já António Lobo Xavier indica pretender sufragar a candidatura de Francisco Rodrigues dos Santos.
21h26 - O derradeiro discurso de Francisco Rodrigues dos Santos
“Eu não faço caricaturas de membros do meu partido com base naquilo que os nossos adversários de esquerda nos querem transformar. Eu acredito que não é centralista democrático, onde não há uniformidade de pensamento, porque se eu acreditasse no contrário, eu não me teria filiado no CDS, eu teria ido para o Partido Comunista Português”, atirou o candidato. “Apresentei-me a este congresso com uma moção que é o meu punho e é o meu rosto e descobrimos hoje, para espanto de muita gente, que há militantes no CDS que acreditam no partido, que têm currículo, têm mundo, têm notoriedade e têm o direito de sonhar e apresentar uma candidatura à liderança do CDS, que são tão mais militantes do que aqueles que já foram deputados, ministros e secretários de Estado”, continuou o candidato, num discurso marcado por respostas mais ou menos veladas a críticas de que foi alvo na reunião magna e, uma vez mais, muito ovacionado pelos delegados.
21h09 - O derradeiro discurso de Carlos Meira
“Tenho que fazer um apelo à união deste partido. Quero que fique claro que há dois anos fui o primeiro que lutou com toda a coragem para falarmos sobre as bases do nosso partido e fico muito feliz por temos o Congresso cheio de militantes. Quero que fique claro que a mim ninguém me compra com lugares ou com cargos”, afirmou Carlos Meira, antes de anunciar a intenção de retirar a sua moção da votação. Pediu depois, "a todos, juízo".
21h04 - O derradeiro discurso de Filipe Lobo d’Ávila
“O CDS é muito melhor do que isto que vimos hoje”, lançou o candidato, numa crítica severa ao tom crispado que, a espaços, foi sendo ouvido no Congresso.
21h00 - O derradeiro discurso de João Almeida
“A liderança do CDS é essencial a Portugal, permitirá afirmar esta direita de valores, convicta. Não, não temos medo, nem temos vergonha e não aceitamos que seja cá dentro que alguém nos diga que temos medo ou vergonha. Não aceitamos”, clama o candidato.
20h37 - Abel Matos Santos desiste e apoia Rodrigues dos Santos
É uma desistência em prol da candidatura de Francisco Rodrigues dos Santos. Abel Matos Santos abandona a corrida. "Votem no Francisco. É um homem com valor, um homem honesto e aquele que nos pode fazer mudar. Viva Portugal, viva o Francisco e viva o CDS", clamou.
20h32 - Filipe Lobo d’Ávila entrevistado
“O meu campeonato não é o campeonato dos senadores nem dos notáveis”, começou por responder o candidato, quando questionado pela RTP sobre se mantêm a confiança para o desfecho deste XXVIII Congresso do CDS-PP.
Lobo d’Ávila afirmou não estar “conformado”, sublinhando que a votação é feita “em urna secreta”. O candidato garantiu que “não fará parte de qualquer fação interna”, insistindo na ideia de pacificação do partido.
“No meio desta crispação a que temos assistido, apesar de tudo, eu sou aquele que consegue fazer algumas pontes entre os lados”, sustentou.
Questionado sobre o discurso de António Pires de Lima, Lobo d’Ávila procurou distanciar-se das críticas.
20h20 - Pires de Lima em entrevista à RTP
Questionado sobre um eventual risco para o CDS-PP com uma vitória de Francisco Rodrigues dos Santos neste Congresso, António Pires de Lima disse que a vaia de que foi alvo demonstra isso mesmo.
“Acho que foi evidente. Nesse aspeto, a minha intervenção foi bastante clarificadora. A forma como os apoiantes dos Francisco Rodrigues dos Santos reagiram à minha intervenção, não só assobiando mas procurando impedir que eu interviesse, não tem nada a ver com a cultura democrática do CDS, não tem nada a ver com aquilo que eu considero necessário para que o CDS possa recuperar eleitoralmente”, redarguiu. “Precisamos de um líder que inclua, que saiba ouvir, precisamos que o partido seja uma casa de todo o espaço não socialista”, reforçou Pires de Lima, que insistiu na ideia de que a corrente de Rodrigues dos Santos “precisa de apurar a sua cultura democrática”.
20h15 - Militantes consideram que eleitorado não percebeu mensagem
A RTP auscultou os militantes que rumaram este fim de semana a Aveiro para o XXVIII Congresso do CDS-PP, que elegerá um novo líder.
20h00 - Notáveis dividem-se no apoio a candidatos
Ao intervirem na sessão da tarde de sábado do XXVIII Congresso do CDS-PP, os notáveis do partido apresentaram posições diversas.
19h41 - Adolfo Mesquita Nunes reage
“Um partido que tem orgulho na sua história não apupa um ministro que tirou um país da bancarrota”, afirmou Adolfo Mesquita Nunes a partir do palco do Congresso, referindo-se aos apupos a Pires de Lima.
19h36 - Os apupos a Pires de Lima
O antigo ministro foi apupado durante o seu discurso aos delegados em Aveiro, num dos momentos mais marcantes do Congresso. Aconteceu quando se dirigiu ao candidato Francisco Rodrigues dos Santos.
"Demos tempo ao Francisco para apurar a sua cultura democrática”, disse Pires de Lima, colhendo então demoradas vaias e apupos.
18h01 – Cecília Meireles e "a garra" de João Almeida
A líder do grupo parlamentar do CDS-PP responde a Francisco Rodrigues dos Santos, apontando que o seu lugar como líder da bancada parlamentar do partido “estará sempre à disposição”.
“Francisco, olhos nos olhos também, agradeço as tuas palavras, reitero as minhas de que o meu lugar de líder parlamentar estará sempre à disposição do partido e, mais do que tudo, agradeço-te, do fundo do coração, a campanha que fizemos juntos”, começou por afirmar Assunção Cristas perante os delegados ao Congresso.
Todavia, ao intervir no debate das moções de estratégia global, Cecília Meireles afirmou que tem de fazer “o melhor para o CDS e, acima de tudo, o melhor para Portugal”, assinalando reconhecer em João Almeida “a garra, a irreverência”.
17h53 – Lobo Xavier ainda em “período de reflexão”
À chegada aos trabalhos que decorrem em Aveiro, António Lobo Xavier disse ter gostado das intervenções dos candidatos durante a manhã e deixou uma palavra de gratidão a Assunção Cristas.
“Acho que o CDS ainda teve de pagar um pouco mais do preço de ter feito parte do governo do reajustamento financeiro. Ainda há uma presença agressiva dessa memória na opinião pública e o CDS tem que respeitar”, interpretou, quando questionado pela RTP sobre os resultados das últimas eleições legislativas. “Não creio que o CDS tenha um problema de identidade”, apressou-se a acrescentar.
Lobo Xavier disse respeitar os candidatos Lobo d’Ávila, João Almeida e Francisco Rodrigues dos Santos, mas remeteu a revelação da sua escolha para depois da votação.
17h27- João Almeida entrevistado
O ainda porta-voz do CDS-PP considera que ainda está tudo em aberto neste Congresso.
Questionado sobre a eventualidade de ser penalizado por ter pertencido à direção de Assunção Cristas, João Almeida afirmou que, "se toda a campanha dos outros candidatos foi feita a apontar isso, este era o momento de esclarecer todos os congressistas". O candidato recusou falar de uma "grande rutura" com a direção cessante, propondo-se salvaguardar "a agenda de sempre" do CDS-PP, assim como uma política de proximidade.
17h21 - Francisco Rodrigues dos Santos entrevistado
Rodrigues dos Santos teve uma intervenção muito ovacionada no discurso que proferiu durante a manhã diante dos delegados ao Congresso.
Questionado sobre o fator das próximas intervenções dos notáveis do partido, que, de um modo geral, têm manifestado apoio a João Almeida, o candidato mostrou apostar no efeito surpresa. "Em primeiro lugar, os votos pertencem aos delegados ao congresso e os notáveis são todos os militantes do partido. Cada pessoa vale um voto e, uma vez que vai ser exercido por voto secreto, dá uma liberdade muito maior para cada um votar no candidato que, em consciência, entende ser o melhor para o partido", retorquiu.
17h00 - Autarca declara apoio a João Almeida
O presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha afirma que os autarcas centristas apoiam a candidatura de João Almeida à liderança do CDS-PP porque o candidasto esteve sempre ao lado destes dirigentes locais.
"Nos momentos difíceis que os autarcas tiveram, o João Almeida esteve sempre ao lado deles a dar-lhes sempre energia e esperança em responder à população", clamou António Loureiro durante o período de discussão das moções de estratégia ao XXVIII congresso.
16h35 - Nuno Magalhães com João Almeida
Nuno Magalhães, que já declarou na semana passada o seu apoio à candidatura de João Almeida, afirmando que "o que faz sentido é procurarmos fazer a melhor escolha possível num momento que é difícil para o partido".
16h26 - A posição de Nuno Melo: "Revelarei à tarde"
Questionado pela reportagem da RTP sobre o esperado apoio à candidatura de João Almeida, o eurodeputado Nuno Melo respondeu entender "que essa declaração deve ser feita aos congressistas".
Mostrando-se crítico do tom do debate entre os cinco candidatos transmitido pela RT3 no início da semana, Nuno Melo mostrou-se satisfeito com o decorrer do Congresso: "O debate tem sido bom". Nuno Melo é o primeiro subscritor de uma moção também assinada por Telmo Correia, que declarou já o seu apoio a João Almeida.
Também ouvido pela RTP, Telmo Correia disse tê-lo feito "com o conhecimento dos subscritores", mas deixou claro que a parte final da sua intervenção foi pessoal.
16h20 - O que se segue
Segue-se o debate das moções de estratégia global, processo que deverá prolongar-se por toda a tarde inteira - perto de cinco horas - e terminar cerca das 21h00.
A sessão da tarde do XXVIII Congresso começou com quase duas horas de atraso face ao inicialmente previsto.
16h13 - CDS-PP "num estado difícil"
Ouvido pela reportagem da RTP à entrada para o Congresso, o ex-governante António Pires de Lima admitiu o contexto "difícil" do partido.
Referindo-se às últimas legislativas, Pires de Lima considerou "errado pensar" que o mau resultado do partido "resulta do voto útil, porque esse tema foi desarmado a partir de 2015". "Resulta fundamentalmente de um posicionamento do partido de autossuficiência, que foi aliás aclamado em Lamego, por muita gente, por 88 por cento dos votantes. É preciso fazer a reflexão necessária, aprendendo com os erros do passado, fazer a recuperação do partido", afirmou, acrescentando esperar que "saia deste Congressos uma liderança mobilizadora", com "causas bem definidas" e que "não se disperse".
Questionado sobre qual o candidato que admite apoiar, Pires de Lima remeteu para os trabalhos das próximas horas.
16h00 - Congresso retomado
Foram já retomados, após o almoço, os trabalhos do Congresso do CDS-PP em Aveiro.
O jornalista Tiago Contreiras fez a síntese das primeiras horas da reunião magna dos democratas-cristãos.
14h00 - Do táxi para o tuc tuc
22h36 - Luís Queiró abandona funções
O presidente da mesa do Congresso do CDS-PP, Luís Queiró, anunciou a intenção de deixar no domingo estas funções, afirmando que estará sempre ao lado do partido.
Queiró disse aos delegados que decidiu retirar-se das funções de presidente da mesa do Congresso por vontade própria depois de receber uma carta da Ordem dos Advogados a informar que estava reformado, o que o fez refletir.
"Depois de 40 anos de militância, chegou a hora de deixar estas funções, mas irei estar sempre ao lado do CDS", disse.
22h05 - Nuno Melo com João Almeida
O eurodeputado Nuno Melo apoia a candidatura de João Almeida à liderança do CDS, tendo mesmo retirado a moção de estratégia global que subscreveu a favor do deputado, juntamente com Telmo Correia.
Nuno Melo apelou a quem vencer que "chame" os seus dois adversários para "reconstruir o partido", que "é de todos".
Já António Lobo Xavier indica pretender sufragar a candidatura de Francisco Rodrigues dos Santos.
21h26 - O derradeiro discurso de Francisco Rodrigues dos Santos
“Eu não faço caricaturas de membros do meu partido com base naquilo que os nossos adversários de esquerda nos querem transformar. Eu acredito que não é centralista democrático, onde não há uniformidade de pensamento, porque se eu acreditasse no contrário, eu não me teria filiado no CDS, eu teria ido para o Partido Comunista Português”, atirou o candidato. “Apresentei-me a este congresso com uma moção que é o meu punho e é o meu rosto e descobrimos hoje, para espanto de muita gente, que há militantes no CDS que acreditam no partido, que têm currículo, têm mundo, têm notoriedade e têm o direito de sonhar e apresentar uma candidatura à liderança do CDS, que são tão mais militantes do que aqueles que já foram deputados, ministros e secretários de Estado”, continuou o candidato, num discurso marcado por respostas mais ou menos veladas a críticas de que foi alvo na reunião magna e, uma vez mais, muito ovacionado pelos delegados.
21h09 - O derradeiro discurso de Carlos Meira
“Tenho que fazer um apelo à união deste partido. Quero que fique claro que há dois anos fui o primeiro que lutou com toda a coragem para falarmos sobre as bases do nosso partido e fico muito feliz por temos o Congresso cheio de militantes. Quero que fique claro que a mim ninguém me compra com lugares ou com cargos”, afirmou Carlos Meira, antes de anunciar a intenção de retirar a sua moção da votação. Pediu depois, "a todos, juízo".
21h04 - O derradeiro discurso de Filipe Lobo d’Ávila
“O CDS é muito melhor do que isto que vimos hoje”, lançou o candidato, numa crítica severa ao tom crispado que, a espaços, foi sendo ouvido no Congresso.
21h00 - O derradeiro discurso de João Almeida
“A liderança do CDS é essencial a Portugal, permitirá afirmar esta direita de valores, convicta. Não, não temos medo, nem temos vergonha e não aceitamos que seja cá dentro que alguém nos diga que temos medo ou vergonha. Não aceitamos”, clama o candidato.
20h37 - Abel Matos Santos desiste e apoia Rodrigues dos Santos
É uma desistência em prol da candidatura de Francisco Rodrigues dos Santos. Abel Matos Santos abandona a corrida. "Votem no Francisco. É um homem com valor, um homem honesto e aquele que nos pode fazer mudar. Viva Portugal, viva o Francisco e viva o CDS", clamou.
20h32 - Filipe Lobo d’Ávila entrevistado
“O meu campeonato não é o campeonato dos senadores nem dos notáveis”, começou por responder o candidato, quando questionado pela RTP sobre se mantêm a confiança para o desfecho deste XXVIII Congresso do CDS-PP.
Lobo d’Ávila afirmou não estar “conformado”, sublinhando que a votação é feita “em urna secreta”. O candidato garantiu que “não fará parte de qualquer fação interna”, insistindo na ideia de pacificação do partido.
“No meio desta crispação a que temos assistido, apesar de tudo, eu sou aquele que consegue fazer algumas pontes entre os lados”, sustentou.
Questionado sobre o discurso de António Pires de Lima, Lobo d’Ávila procurou distanciar-se das críticas.
20h20 - Pires de Lima em entrevista à RTP
Questionado sobre um eventual risco para o CDS-PP com uma vitória de Francisco Rodrigues dos Santos neste Congresso, António Pires de Lima disse que a vaia de que foi alvo demonstra isso mesmo.
“Acho que foi evidente. Nesse aspeto, a minha intervenção foi bastante clarificadora. A forma como os apoiantes dos Francisco Rodrigues dos Santos reagiram à minha intervenção, não só assobiando mas procurando impedir que eu interviesse, não tem nada a ver com a cultura democrática do CDS, não tem nada a ver com aquilo que eu considero necessário para que o CDS possa recuperar eleitoralmente”, redarguiu. “Precisamos de um líder que inclua, que saiba ouvir, precisamos que o partido seja uma casa de todo o espaço não socialista”, reforçou Pires de Lima, que insistiu na ideia de que a corrente de Rodrigues dos Santos “precisa de apurar a sua cultura democrática”.
20h15 - Militantes consideram que eleitorado não percebeu mensagem
A RTP auscultou os militantes que rumaram este fim de semana a Aveiro para o XXVIII Congresso do CDS-PP, que elegerá um novo líder.
20h00 - Notáveis dividem-se no apoio a candidatos
Ao intervirem na sessão da tarde de sábado do XXVIII Congresso do CDS-PP, os notáveis do partido apresentaram posições diversas.
19h41 - Adolfo Mesquita Nunes reage
“Um partido que tem orgulho na sua história não apupa um ministro que tirou um país da bancarrota”, afirmou Adolfo Mesquita Nunes a partir do palco do Congresso, referindo-se aos apupos a Pires de Lima.
19h36 - Os apupos a Pires de Lima
O antigo ministro foi apupado durante o seu discurso aos delegados em Aveiro, num dos momentos mais marcantes do Congresso. Aconteceu quando se dirigiu ao candidato Francisco Rodrigues dos Santos.
"Demos tempo ao Francisco para apurar a sua cultura democrática”, disse Pires de Lima, colhendo então demoradas vaias e apupos.
18h01 – Cecília Meireles e "a garra" de João Almeida
A líder do grupo parlamentar do CDS-PP responde a Francisco Rodrigues dos Santos, apontando que o seu lugar como líder da bancada parlamentar do partido “estará sempre à disposição”.
“Francisco, olhos nos olhos também, agradeço as tuas palavras, reitero as minhas de que o meu lugar de líder parlamentar estará sempre à disposição do partido e, mais do que tudo, agradeço-te, do fundo do coração, a campanha que fizemos juntos”, começou por afirmar Assunção Cristas perante os delegados ao Congresso.
Todavia, ao intervir no debate das moções de estratégia global, Cecília Meireles afirmou que tem de fazer “o melhor para o CDS e, acima de tudo, o melhor para Portugal”, assinalando reconhecer em João Almeida “a garra, a irreverência”.
17h53 – Lobo Xavier ainda em “período de reflexão”
À chegada aos trabalhos que decorrem em Aveiro, António Lobo Xavier disse ter gostado das intervenções dos candidatos durante a manhã e deixou uma palavra de gratidão a Assunção Cristas.
“Acho que o CDS ainda teve de pagar um pouco mais do preço de ter feito parte do governo do reajustamento financeiro. Ainda há uma presença agressiva dessa memória na opinião pública e o CDS tem que respeitar”, interpretou, quando questionado pela RTP sobre os resultados das últimas eleições legislativas. “Não creio que o CDS tenha um problema de identidade”, apressou-se a acrescentar.
Lobo Xavier disse respeitar os candidatos Lobo d’Ávila, João Almeida e Francisco Rodrigues dos Santos, mas remeteu a revelação da sua escolha para depois da votação.
17h27- João Almeida entrevistado
O ainda porta-voz do CDS-PP considera que ainda está tudo em aberto neste Congresso.
Questionado sobre a eventualidade de ser penalizado por ter pertencido à direção de Assunção Cristas, João Almeida afirmou que, "se toda a campanha dos outros candidatos foi feita a apontar isso, este era o momento de esclarecer todos os congressistas". O candidato recusou falar de uma "grande rutura" com a direção cessante, propondo-se salvaguardar "a agenda de sempre" do CDS-PP, assim como uma política de proximidade.
17h21 - Francisco Rodrigues dos Santos entrevistado
Rodrigues dos Santos teve uma intervenção muito ovacionada no discurso que proferiu durante a manhã diante dos delegados ao Congresso.
Questionado sobre o fator das próximas intervenções dos notáveis do partido, que, de um modo geral, têm manifestado apoio a João Almeida, o candidato mostrou apostar no efeito surpresa. "Em primeiro lugar, os votos pertencem aos delegados ao congresso e os notáveis são todos os militantes do partido. Cada pessoa vale um voto e, uma vez que vai ser exercido por voto secreto, dá uma liberdade muito maior para cada um votar no candidato que, em consciência, entende ser o melhor para o partido", retorquiu.
17h00 - Autarca declara apoio a João Almeida
O presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha afirma que os autarcas centristas apoiam a candidatura de João Almeida à liderança do CDS-PP porque o candidasto esteve sempre ao lado destes dirigentes locais.
"Nos momentos difíceis que os autarcas tiveram, o João Almeida esteve sempre ao lado deles a dar-lhes sempre energia e esperança em responder à população", clamou António Loureiro durante o período de discussão das moções de estratégia ao XXVIII congresso.
16h35 - Nuno Magalhães com João Almeida
Nuno Magalhães, que já declarou na semana passada o seu apoio à candidatura de João Almeida, afirmando que "o que faz sentido é procurarmos fazer a melhor escolha possível num momento que é difícil para o partido".
16h26 - A posição de Nuno Melo: "Revelarei à tarde"
Questionado pela reportagem da RTP sobre o esperado apoio à candidatura de João Almeida, o eurodeputado Nuno Melo respondeu entender "que essa declaração deve ser feita aos congressistas".
Mostrando-se crítico do tom do debate entre os cinco candidatos transmitido pela RT3 no início da semana, Nuno Melo mostrou-se satisfeito com o decorrer do Congresso: "O debate tem sido bom". Nuno Melo é o primeiro subscritor de uma moção também assinada por Telmo Correia, que declarou já o seu apoio a João Almeida.
Também ouvido pela RTP, Telmo Correia disse tê-lo feito "com o conhecimento dos subscritores", mas deixou claro que a parte final da sua intervenção foi pessoal.
16h20 - O que se segue
Segue-se o debate das moções de estratégia global, processo que deverá prolongar-se por toda a tarde inteira - perto de cinco horas - e terminar cerca das 21h00.
A sessão da tarde do XXVIII Congresso começou com quase duas horas de atraso face ao inicialmente previsto.
16h13 - CDS-PP "num estado difícil"
Ouvido pela reportagem da RTP à entrada para o Congresso, o ex-governante António Pires de Lima admitiu o contexto "difícil" do partido.
Referindo-se às últimas legislativas, Pires de Lima considerou "errado pensar" que o mau resultado do partido "resulta do voto útil, porque esse tema foi desarmado a partir de 2015". "Resulta fundamentalmente de um posicionamento do partido de autossuficiência, que foi aliás aclamado em Lamego, por muita gente, por 88 por cento dos votantes. É preciso fazer a reflexão necessária, aprendendo com os erros do passado, fazer a recuperação do partido", afirmou, acrescentando esperar que "saia deste Congressos uma liderança mobilizadora", com "causas bem definidas" e que "não se disperse".
Questionado sobre qual o candidato que admite apoiar, Pires de Lima remeteu para os trabalhos das próximas horas.
16h00 - Congresso retomado
Foram já retomados, após o almoço, os trabalhos do Congresso do CDS-PP em Aveiro.
O jornalista Tiago Contreiras fez a síntese das primeiras horas da reunião magna dos democratas-cristãos.
14h00 - Do táxi para o tuc tuc
Os 1400 delegados ao congresso do CDS-PP reconhecem que a quebra da representanção parlamentar dói, mas preferem olhar para o futuro.
Este é um partido em que o voto de cada congressista vale por si, pelo que os candidatos têm de convencer não apenas os líderes habituais mas cada um dos presentes.
13h40 - "Não precisamos de inventar a roda"
Depois de lembrar as dificuldades enfrentadas pelo CDS-PP na sua génese, Francisco Rodrigues dos Santos assumiu-se como um candidato "completamente solto e completamente livre", arrancando uma salva de palmas.
"Que não tem padrinhos, não tem donos, não devem nada a ninguém nem é sucessor de ninguém", afirmou.
"Acreditamos num partido doutrinário, em que as suas ideias têm sentido", caso contrário "tornar-nos-íamos um objeto político não identificado", explicou.
"Muitos portugueses têm dúvidas sobre o que é hoje o CDS", lamentou, para logo depois sublinhar que a matriz do partido é a democracia cristã.
"Não somos um partido de meias tintas, somos um partido de compromisso, de estabilidade e de governo", frisou Rodrigues dos Santos, "que não recebe lições de ninguém".
"O nosso ADN é o munipalismo", lançou ainda o candidato oriundo da juventude popular do partido, que por várias vezes recebeu aplausos entusiasmados mas que teve de ser chamado à atenção por estar a exceder o tempo previsto.
"Compreendo o seu entusiasmo mas tem de terminar", alertou o presidente da mesa, Luis Queiró.
13h30 - Telmo Correia apoia João Almeida
O deputado Telmo Correia anunciou que vai apoiar o candidato João Almeida na corrida à liderança do CDS-PP, apontando que o colega de bancada "está preparado" e tem condições para agregar "todo o partido".
"Eu tenho um voto que é o meu, não peço a ninguém para me seguir, nem da Direita Autêntica, nem das outras moções. Mas quero dizer uma coisa, o meu voto vai para aquele que eu acho que está melhor preparado para liderar o partido, o meu voto vai para o João Almeida", afirmou o deputado.
"Eu tenho um voto que é o meu, não peço a ninguém para me seguir, nem da Direita Autêntica, nem das outras moções. Mas quero dizer uma coisa, o meu voto vai para aquele que eu acho que está melhor preparado para liderar o partido, o meu voto vai para o João Almeida", afirmou o deputado.
"É o meu voto, não é o de mais ninguém, o meu voto vai para o João
Almeida, porque eu acredito que o João está preparado, porque eu
acredito que o João pode agregar democratas-cristãos, conservadores,
liberais, todo o partido para voltar a crescer e para voltarmos a ser um
grande partido", considerou.
Dirigindo-se diretamente ao candidato à sucessão da atual líder, Assunção Cristas, Telmo Correia disse: "João, conta connosco, estamos contigo, vamos ganhar este congresso e a seguir vamos ganhar o país".
Dirigindo-se diretamente ao candidato à sucessão da atual líder, Assunção Cristas, Telmo Correia disse: "João, conta connosco, estamos contigo, vamos ganhar este congresso e a seguir vamos ganhar o país".
À chegada ao local onde decorre o congresso, Telmo Correia e o eurodeputado Nuno Melo, os dois primeiros subscritores da moção Direita Autêntica, remeteram para a apresentação do documento o anúncio de qual dos candidatos vão apoiar.
13h10 - O desafio de Carlos Meira
"Este não é um congresso dos cheques em branco", lançou o candidato à liderança, o quarto a usar a palavra.
Carlos Meira desafiou os rivais, "os primeiros subscritores de todas as moções globais", a serem transparentes e a revelarem "aqui e agora" e "preto no branco", antes da abertura das urnas, quem serão os seus vice-subscritores e quem serão os secretários-gerais que irão propor para as suas listas.
"Para que não haja hesitações, dúvidas ou equívocos".
"Tal como entrei neste congresso, solto e livre, autêntico e combativo desafio-vos a todos, e cá estarei para dar o exemplo, a sairmos da comodidade do sofá, do conforto das nossas salas e voltarmos à rua, sim à rua, e sem tréguas", disse o candidato à sucessão da atual líder, Assunção Cristas.
12h45 - "Não há donos do partido" afirma Lobo d'Avila
O CDS-PP deve ser um partido que quer ver justificado o voto dos portugueses, útil a Portugal, desafiou Filipe Lobo d'Avila.
"Estou aqui se coração inteiro", garantiu o candidato, o terceiro a intervir no Congresso. "O que estou aqui a fazer é um exercício de liberdade, sem acordos", acrescentou.
"Sim vou a votos, sabendo que o voto é de quem o dá e não de quem o recebe". "Vamos reeeguer o nosso partido, todos juntos!" apelou.
Lobo d'Avila assumiu ainda que irá apoiar uma candidatura de Assunção Cristas à Câmara Munciipal de Lisboa.
12h30 - CDS e um eventual candidato a Presidente
O candidato à liderança centrista João Almeida declarou perante os delegados ao 28.º Congresso que "se for preciso" o CDS apresentar um candidato próprio às eleições presidenciais, já sabe quem será.
"Vamos ter o desafio das presidenciais, sabem qual é a minha opinião sobre a avaliação do mandato do atual Presidente da República, mas, se por alguma razão for preciso o CDS ter um candidato às eleições presidenciais, eu sei quem é, sei como vamos fazer e tenho a garantia de que teremos esse candidato", disse.
"Vamos ter o desafio das presidenciais, sabem qual é a minha opinião sobre a avaliação do mandato do atual Presidente da República, mas, se por alguma razão for preciso o CDS ter um candidato às eleições presidenciais, eu sei quem é, sei como vamos fazer e tenho a garantia de que teremos esse candidato", disse.
12h14 - "Vamos à luta" lança João Almeida
O segundo candidato à liderança animou o congresso desde o início, com um desafio.
"Se acham que não vamos mudar de vida, não votem em mim", referiu ao apresentar a sua moção global de estratégia, intitulada O que nos une é a nossa força, acrescentando "mas acho que estão errados".
Pelo menos dois terços das caras nos orgãos do partido e a todos os níveis, vão mudar, "vão ser energia nova", prometeu, se chegar à liderança.
João Almeida prometeu lutar para recuperar todos os deputados perdidos e conquistar ainda mais, recusando jogar "o campeonato dos pequeninos".
O candidato respondeu ponto por ponto aos críticos, que o consideram o "candidato do mais do mesmo", desfiando promessas, relembrando conquistas passadas e uma longa lista de atividade politica.
"É isso o rosto do insucesso?" perguntou, arrancando uma salva de palmas.
"A batalha deste mandato é a batalha autárquica", lançou, prometendo ainda "não vamos ser a direita que agrada à esquerda, nem a caricatura que a esquerda gosta".
"Quero ser presidente de um partido livre!" e "unidos vamos ganhar o país!", rematou João Almeida nos minutos finais, sob uma chuva de aplausos.
12h00 - Abel Matos Santos dirige-se ao Congresso
O primeiro dos cinco candidatos à liderança, o líder da TEM - Tendência em Movimento - começou a apresentar os principais pontos da sua moção "Portugal TEM esperança".
Num ataque à direção cessante e a candidatos como João Almeida, Matos
Santos sublinhou que é preciso "assumir responsabilidades, perceber como
chegámos aqui".
"Devemos contar com todos, mas são precisos novos atores políticos descomprometidos com passados e atuações que levaram o CDS à falência, à destruição da sua malha autárquica, ao quase desaparecimento do seu grupo parlamentar", disse o candidato.
"Devemos contar com todos, mas são precisos novos atores políticos descomprometidos com passados e atuações que levaram o CDS à falência, à destruição da sua malha autárquica, ao quase desaparecimento do seu grupo parlamentar", disse o candidato.
"Meus queridos não podemos continuar com a cabeça enfiada na areia", desafiou.
"Apostem na mudança", apelou.
Abel Matos Santos, quer um partido de "causas, valores e princípios", "seguro, previsível e confiável".
Defendeu ainda um CDS que faça primárias para as escolhas dos seus candidatos e deixou um apelo aos congressistas para ao longo do dia refletirem na escolha entre "o renascer" do partido ou "a sua irrelevância política".
"Nesta sala, não existem congressistas de primeira nem Congressistas de segunda. Os senhores são a alma do CDS, são inteligentes e sabem escolher. Não votem antes de ouvir tudo e todos", disse.
"Nesta sala, não existem congressistas de primeira nem Congressistas de segunda. Os senhores são a alma do CDS, são inteligentes e sabem escolher. Não votem antes de ouvir tudo e todos", disse.
11h50 - Adeus em 13 minutos
"O tempo encarregar-se-á dessa análise detalhada", afirmou Assunção Cristas, aplaudida no início e no fim da intervenção, na abertura do 28.º congresso nacional do CDS-PP.
"Cumpri o caminho traçado e a estratégia proposta, mas cumpre-me hoje reconhecer uma evidência: falhei o resultado", afirmou.
Assunção Cristas ouviu o que foi dito desde as legislativas de outubro e que "uns dirão que a estratégia estava errada, outros que se cometeram erros táticos ou de comunicação ou que falhámos na avaliação das circunstâncias".
Logo após o discurso, Cristas deixou o pavilhão, minutos antes de os congressistas começarem a discutir as moções de estratégia global.
"Cumpri o caminho traçado e a estratégia proposta, mas cumpre-me hoje reconhecer uma evidência: falhei o resultado", afirmou.
Assunção Cristas ouviu o que foi dito desde as legislativas de outubro e que "uns dirão que a estratégia estava errada, outros que se cometeram erros táticos ou de comunicação ou que falhámos na avaliação das circunstâncias".
Logo após o discurso, Cristas deixou o pavilhão, minutos antes de os congressistas começarem a discutir as moções de estratégia global.
11h50 - Cristas e o Papa na hora do adeus
Assunção Cristas lembrou palavras do Papa Francisco, para agradecer o muito que aprendeu durante o tempo em que "serviu o país".
"Dei o melhor que podia e sabia", garantiu.
"Saio consolada com as palavras do Papa Francisco, para quem, se for implementada no respeito fundamental pela vida, pela liberdade e a dignidade das pessoas, a política pode tornar-se verdadeiramente uma forma eminente de caridade".
"Continuo a ter confiança no nosso país", acrescentou.
11h45 - "Falhei" reconhece Cristas
A líder cessante reconheceu que o caminho e a estratégia assumidos não foram suficientes.
"Ouvi muitas análises e, naturalmente, tenho a minha própria. Não julgo
útil, nem este seria este o momento apropriado para dissecar os erros
desse roteiro. O tempo encarregar-se-á dessa análise detalhada", disse.
"O que tenho a dizer resume-se no dia de hoje a uma palavra: obrigada".
11h42 - Firme e aguerrida mas sozinha
A líder do CDS PP coemçou por recordar o caminho feito agradecendo o apoio recebido.
Sublinhou ainda que, muitas vezes, se sentiu sozinha na oposição.
11h38 - Cristas discursa
Assunção Cristas começa a dirigir-se ao congresso no seu discurso como líder cessante.
O congresso começou com mais de uma hora de atraso.
11h25 - Silêncio por Freitas do Amaral
Depois de verificação, o presidente da mesa do congresso, Luís Queiró, disse que há um "grande quórum" e deu início aos trabalhos.
"Desenganem-se os que profetizam um fim triste para o CDS porque a notícia é manifestamente exagerada", comentou ainda.
"Desenganem-se os que profetizam um fim triste para o CDS porque a notícia é manifestamente exagerada", comentou ainda.
Os delegados aplaudiram e cumpriram um minuto de silêncio em memória do ex-líder Freitas do Amaral, que morreu em 2019, e de outros dirigente e militantes do partido que desapareceram desde o último congresso.
11h15 - Nuno Magalhães. "É altura de virar a página"
"Se o partido ficar preso no passado difícilmente terá futuro", refere com alguma tristeza o ainda deputado.
"Devemos assumir todo o património" do legado do CDS, referiu, lembrando contudo que o partido deve lembrara de que está a falar para o país.
11h10 - Nuno Melo afirma-se não candidato
"Não me parece razoável sequer pensar que, nestas circunstâncias, eu seja candidato à liderança do partido", afirmou o eurodeputado centrista aos microfones da RTP.
11h00 - Assunção Cristas em silêncio
A ainda líder do CDS-PP, chegou ao congresso apressada e sem levantar o véu do que vai dizer daqui a pouco aos delegados no seu discurso de despedida.
Aguerrida e combativa, sob a sua liderança, o partido conseguiu algumas das maiores votações como o pior resultado eleitoral de sempre.
10h45 - Filipe Lobo d'Avila confiante
O candidato à liderança espera do congresso um bom debate de ideias.
Filipe Lobo d'Avila quer um CDS "últil ao país" e que "regresse à sua identidade".
"As contas fazem-se no fim, porque quem decide quem sai presidente do CDS são os congressistas", sublinhou ainda o candidat, recusando fazer apostas. "Quem pensar fazer contas muito certas pode correr o riosco de estar enganado",
acrescentou.
10h30 - "Chicão" apela às bases
À entrada do Congresso o candidato oriundo da Juventude Popular sublinhou a necessidade do partido auscultar as bases.
"Serei sempre respeitador da vontade soberana dos nossos delegados".
"O CDS precisa de ganhar uma nova vida, de se reiventar" para se afirmar à direita e como a "única alternativa digna ao socialismo", afirmou.
10h20 - João Almeida elege como adversário o PS
Rodeado dos autarcas de Aveiro, João Almeida chegou ao Congresso com vontade de lutar, se for atacado e considerando que isso será sinal de que a sua "uma candidatura forte"
"As disputas nos congressos são normais", desvalorizou. "O importante é que na segunda-feira estejamos todos a remar para o mesmo lado e que os nossos confrontos e as nossas críticas sejam dirigidas a quem as merece, que é o Partido Socialista", acrescentou.
10h10 - Abel Matos Santos quer discutir o futuro
"O importante é discutir as ideias do que queremos para o futuro do partido", disse o líder da Tendência em Movimento, o primeiro dos cinco candidatos à liderança do CDS-PP a chegar ao Congresso.
Abel Matos Santos lembrou ainda a importância "do nosso CDS" para a democracia portuguesa.
"Este é o congresso decisivo", referiu.
10h05 - Adolfo Mesquita Nunes e os riscos
O centrista fez "o seu diagnóstico" e tem "ideias muito próprias" e fala nos riscos do partido não fazer "os diagnósticos acertados".
"Não me parece que os quatro por cento se devam a uma única causa", afirmou Mesquita Nunes, referindo-se ao último resultado obtido pelo partido nas recentes legislativas, o pior de sempre.
10h00 - Um congresso para o CDS "dar a volta"
Foi o desejo de Cecília Meireles, atual líder parlamentar do partido e que já admitiu apoiar o colega de bancada, João Almeida.
Meireles disse aos jornalistas à entrada que espera um Congresso animado e marcado pelo debate em torno de ideias e não de ataques pessoais.
9h30 – Outrora diretas, agora Congresso eletivo
Tal como socialistas e social-democratas, os democratas-cristãos já escolheram a liderança por via de eleições diretas. Mas colocaram este processo de parte, privilegiando a fórmula de eleição em reunião magna.
No culminar dos dois dias do Congresso de Aveiro, este fim de semana, haverá um sucessor de Assunção Cristas – o rosto do pior score de sempre em legislativas, 4,3 por cento dos sufrágios, com a bancada parlamentar a emagrecer de 18 para cinco deputados.
Os candidatos são agora meia dezena: Abel Matos Santos, que encabeça a Tendência Esperança em Movimento, João Almeida, deputado e porta-voz do partido, Filipe Lobo d’Ávila, ex-deputado, da corrente Juntos pelo Futuro, Carlos Meira, ex-presidente da concelhia de Viana do Castelo, e Francisco Rodrigues dos Santos, atual número um da Juventude Popular.
Haverá 1160 delegados ao XXVIII Congresso. Ao abrigo do regulamento e dos estatutos do CDS-PP, não estão amarrados a qualquer das 15 moções de estratégia global: a somar às moções dos candidatos, há outras dez assinadas por militantes e dirigentes; Nuno Melo, eurodeputado, e o deputado à Assembleia da República Telmo Correia são os nomes de uma delas, que poderá ainda vir a produzir um sexto candidato.
Chegados ao dia da reunião magna, nenhum dos candidatos tornou público qualquer cálculo de apoios de delegados.
Espera-se que as moções sejam votadas já durante a
madrugada de domingo. O vencedor apresentará uma lista candidata à
Comissão Política Nacional e aos outros órgãos partidários.
Entrevistado pela agência noticiosa, Carlos Meira disse-se disposto a partir para um acordo com Filipe Lobo d’Ávila e Francisco Rodrigues dos Santos, para assim travar João Almeida. Durante o debate transmitido na passada segunda-feira pela RTP3, o candidato de Viana do Castelo chegou invocou tal cenário, mas não colheu respostas claras por parte dos interlocutores. Sérgio Vicente, Carlos Matias, Nuno Castro – RTP
O adeus a Assunção Cristas
A anteceder o duelo estará a despedida de Assunção Cristas da liderança do partido, que ocupou desde 2016 e decidiu abandonar na noite das últimas eleições legislativas, quando o CDS-PP sofreu um corte profundo na sua representação parlamentar.
Cristas deverá permanecer como vereadora na Câmara Municipal de Lisboa, cargo que assumiu na esteira das eleições autárquicas de 2017. Processo, recorde-se, em que o CDS-PP superou o PSD.
Os perfis dos candidatos
Abel Matos Santos, de 46 anos, psicólogo, sexologista e psicoterapeuta no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, é o rosto da Tendência Esperança em Movimento. Foi o primeiro a avançar com uma candidatura.
Matos Santos integra o Conselho Nacional e a Comissão Política Nacional do CDS-PP. Foi vice-presidente da concelhia de Lisboa do CDS-PP e esteve ao lado de Filipe Anacoreta Correia na corrente interna CDS Alternativa e Responsabilidade.
Propõe-se apresentar o CDS-PP como um partido de direita, “porque a direita não é nada que nos envergonhe”, e, quanto ao Chega, de André Ventura, classifica-o como “naturalmente um aliado”.
João Almeida, de 43 anos, jurista, foi presidente da Juventude Popular, secretário-geral e porta-voz do partido. É também deputado desde 2002. No Governo partilhado por PSD e CDS-PP, foi secretário de Estado da Administração Interna.
Como orientação para o CDS-PP, João Almeida defende a “matriz da democracia-cristã”, valorizando “as ideias conservadoras e liberais”.
“A alternativa à governação socialista deve ser promovida através de uma plataforma à direita que reúna várias forças, designadamente as tradicionais que governaram a última vez antes do PS governar, que é o PSD e o CDS”, propugna na sua moção.
Considera que “não faz sentido focar nos novos partidos aquilo que foi o resultado eleitoral do CDS, porque o CDS perdeu muito mais votos para a abstenção e para outros partidos do que propriamente para os dois que apareceram à direita”, referindo ao Chega e à Iniciativa Liberal.
Filipe Lobo d’Ávila, de 44 anos, advogado, começou o percurso no CDS em 1993, quando entrou para as fileiras da Juventude Centrista.
Foi diretor-geral do Ministério da Justiça entre 2002 e 2008. Ocupou assim o cargo sob três ministros do CDS-PP, do PSD e do PS. Por três vezes foi eleito para a Assembleia da República, em 2009, 2011 – neste ano é nomeado secretário de Estado da Administração Interna - e 2015.
Lobo d’Ávila considera necessário “um entendimento mínimo ao nível do centro-direita [com o PSD] para que esse projeto possa ser verdadeiramente mobilizador”. Considera também que o partido tem de assumir “claramente, sem vergonham que é de direita, de uma direita moderada e democrática”.
Relativamente às novas formações de direita com representação parlamentar, Filipe Lobo d’Ávila entende que o CDS-PP não deve enveredar pela cópia.
Carlos Meira tem 34 anos e empresário florestal e da construção civil. Milita desde os 19 anos no CDS-PP. Liderou a concelhia de Vina do Castelo e, em 2013, candidatou-se à autarquia desta cidade.
Meira é um crítico sonoro de Assunção Cristas. No Congresso realizado em março de 2018, em Lamego, chegou mesmo a acusá-la de “falta de respeito “ pela sua região, o Alto Minho.
Carlos Meira defende que o CDS-PP deve trilhar “o seu próprio caminho, deforma autónoma, ativa, serena, recompondo-se e reerguendo-se”. “Respeitamos igualmente todos os partidos do arco parlamentar”, responde, quando questionado sobre eventuais aproximações ou distanciamentos relativamente ao Chega e à Iniciativa Liberal.
Francisco Rodrigues dos Santos, de 31 anos, advogado, preside desde 2015 á Juventude Popular. Foi autarca na Assembleia de Freguesia de Carnide, em Lisboa, de 2013 a 2017.
Também Rodrigues dos Santos sustenta que, “aos olhos dos portugueses, a perceção é que o CDS é um partido de direita”: “Ponto final”.
Francisco Rodrigues dos Santos entende que é à direita que os eleitores do partido “têm morada”. Mas “é ao centro” que o CDS-PP se encontra com os seus adversários e pode “catapultar-se para novos horizontes eleitorais”. Não exclui um entendimento com o Chega, mas apenas se tal solução não se traduzir numa “violação das traves mestras nem das linhas vermelhas que são o ADN do partido”.