Se cada metro quadrado, onde há dinheiro europeu investido, tivesse uma bandeira, só se viam bandeiras no horizonte!!! A observação é de um homem que passou quase toda a vida em funções públicas: Fernando Ruas, antigo eurodeputado e ex-Presidente da Associação Nacional de Municípios, autarca de Viseu com décadas de experiência.
Caso de César Alves, dono de uma tabacaria. Diariamente vende jornais de todo o mundo, tem clientes para o El Mundo, o New York Times ou o Bild. São clientes certos. Mas são poucos, tão poucos como os frequentadores da Rua Direita. Está arranjada, mas César queixa-se do piso, preferia a calçada antiga. "Agora, quando chove, isto parece um lençol de água", diz ele. Sabe de cor, há naquela estreita e longa rua no sopé da Sé de Viseu, 57 lojas fechadas. As pessoas fugiram para os centros comerciais, e muitos comerciantes de cá não souberam modernizar-se, explica César Alves.
Quem concorda com ele é Edimeia Gonçalves, há quatro anos a viver em Viseu, a empresária brasileira abriu na rua um centro de estética. Mas ela ainda acredita no potencial da rua histórica. Considera que a contínua fixação de serviços públicos na rua vai devolver vida à rua onde apostou todas as fichas.
O autarca Fernando Ruas enumera o investimento que a Câmara está a fazer a esse nível; em breve vai abrir ali um museu de fotografia, o edifício do Orfeão acabou de ser remodelado, os serviços municipalizados de água e saneamento já funcionam ali, com outros serviços que ocupam o antigo quartel dos bombeiros.
Esse é o caminho, defende Fernando Ruas. Viseu vai voltar a ter a Rua Direita com vida, não pode ser de outra maneira numa cidade que em poucos anos passou a ter cem mil habitantes. É a convicção de Fernando Ruas.