Caso Queiroz “cria alguma mossa” na selecção

Agostinho Oliveira avisou esta tarde que a dupla jornada que Portugal tem pela frente é crucial para a qualificação para o Euro2012. O adjunto de Carlos Queiroz, que vai assumir o papel de seleccionador durante a suspensão do técnico principal, lembrou que nunca na sua carreira trocou a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) por nada. O técnico admitiu ainda que o caso Queiroz cria “alguma mossa” no plantel.

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Agostinho Oliveira lembra a sua dedicação de 25 anos à FPF Foto: Lusa

"É imensamente importante porque é o início de uma fase de qualificação, mas também pelos motivos que arrasto ou quero arrastar para aqui. Estou em substituição do seleccionador nacional, na sequência de uma linha que logicamente foi traçada e fomentada por ele ao longo dos últimos anos", assumiu Agostinho Oliveira.

"Tentámos, de uma forma clara, retirar o grupo de trabalho desta situação. O grupo de trabalho não tem nada a ver com o processo e com o julgamento do professor. É evidente que cria alguma mossa, mas o caminho de Portugal é mais importante", acrescentou.

Embora a convocatória seja "da responsabilidade comum", visto que "Carlos ainda é o seleccionador", Agostinho Oliveira frisou que "haverá o meu cunho pessoal, porque eu é que estou com os jogadores".

Questionado sobre as declarações do presidente da FPF, que disse que a selecção funciona em "piloto automático", o técnico respondeu desta forma: "O presidente tem medo de andar de avião. Eu entendo que o piloto-automático sou eu. A ideia dele terá sido essa. Posso dar continuidade ao trabalho sem problemas".

O técnico destacou ainda a importância do trabalho que é desenvolvido nas selecções B e de sub-23 e desvalorizou as saídas de Deco, Simão e Paulo Ferreira.

"Alguns jogadores deixaram de dar o seu contributo, mas nós fechamos o grupo de jogadores com o material humano que existe. O rejuvenescimento acontece sempre. Eles decidiram assim e temos de estar preparados para as mudanças. Vamos trabalhar com os que cá estão, sabendo que o testemunho deles na selecção foi magnífico e formidável. Mas, agora, valem os que cá estão", afirmou.

Agostinho Oliveira pediu "muito apoio popular" para o encontro de sexta-feira com o Chipre, apesar de defender que a equipa das quinas é favorita "pela tradição e história de sucesso, com presenças consecutivas em fases finais".

"Mas cada jogo tem uma história e o Chipre não é fácil. É uma selecção muito certinha e equilibrada, com sectores bem fortes e eficazes. Todos trabalham bem a bola, com muita maturidade e há muita gente que joga junta nos clubes. Há rotinas criadas. Mas somos favoritos", insistiu.

Em relação à partida de terça-feira com a Noruega, o adjunto de Queiroz espera mais dificuldades devido à "maneira ofensiva apresentada e pelas situações perigosas de bola parada".

"Mas são jogos ao nosso alcance. Temos o direito e a obrigação de lutar pela qualificação", sublinhou.

Agostinho Oliveira disse ainda que está sempre "disponível para ajudar a Federação Portuguesa de Futebol naquilo que for preciso".

"Eu tento sempre ajudar. Já estive em muitos momentos bonitos do futebol português e nunca troquei a Federação por nada", recordou.

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