Frederico Morais sucede a "Saca" no surf mundial

por Mário Aleixo - RTP
Frederico Morais encara com ambição a entrada no mundial de surf Lusa

Frederico Morais inicia campanha no circuito mundial de surf.

Frederico Morais começa a concretizar o sonho de disputar o Mundial de surf, na Austrália, palco da primeira etapa do circuito, que volta a contar com um português após dois anos de interregno.

"Este é o ano com que tenho sonhado durante anos... Vou competir com os surfistas que sempre foram inspirações para mim, em ondas que sempre sonhei surfar. Por isso posso dizer que estou bastante ansioso para que o ano comece", afirmou "Kikas", de 25 anos.



A primeira das 11 etapas do circuito mundial arranca esta terça-feira, na Gold Coast, onde o surfista cascalense vai cumprir a estreia como membro de pleno direito da elite, depois de já ter disputado quatro campeonatos, três em Peniche e um em Pipeline (Havai), sempre como "wild-card".

"Este ano estou no circuito e estou mais focado em mim e em consolidar a minha presença no circuito (assegurada aos 22 primeiros do 'ranking'), em encontrar o meu espaço, defendê-lo e depois traçar objetivos", ressalvou o segundo português a disputar o Mundial, depois de Tiago Pires, entre 2008 e 2014.

O brasileiro Filipe Toledo, 10º do circuito em 2016, e o australiano Adrian Buchan, 14º, vão apadrinhar a estreia de "Kikas", no 10º "heat" do Quiksilver Pro Gold Coast.

Atrativos da nova época

Portugal e Peniche voltam a receber uma etapa do circuito, pelo nono ano consecutivo, caso do Meo Rip Curl Pro Portugal, que será a penúltima prova, antecedendo o Billabong Pipe Masters.

O havaiano John John Florence vai defender o título mundial conquistado em Supertubos, tendo pela frente um batalhão de antigos campeões, entre os quais os brasileiros Adriano de Souza (2015) e Gabriel Medina (2014), os australianos Mick Fanning (2007, 2009 e 2013) e Joel Parkinson (2012), sem esquecer o norte-americano Kelly Slater, que já conquistou o cetro 11 vezes.

Fanning regressa depois de um ano sabático, no qual ainda venceu o campeonato em Jeffreys Bay, antevendo muita competitividade: "Estou muito entusiasmado com este alinhamento, podem ser os melhores 34 de sempre".

"Acho também que vamos ter o maior grupo de legítimos candidatos ao título que já vimos no circuito e eu quero entrar na corrida", frisou o australiano, cuja retirada parcial se seguiu ao ataque de tubarão na África do Sul e à morte do irmão mais velho.

Além dos consagrados, também o sul-africano Jordy Smith, vice-campeão em 2010 e 2016, o norte-americano Kolohe Andino, e os australianos Matt Wilkinson, que dominou a parte inicial da época passada, Owen Wright, regressado após lesão, podem ter ambições aos lugares de topo da hierarquia.

"É muito difícil fazer previsões, é um circuito com os melhores 32 surfistas do mundo e acho que qualquer um pode surpreender", rematou Frederico Morais, que assegurou a presença na elite com o terceiro lugar no "ranking" de qualificação, em 2016.

Austrália já fervilha


Os melhores surfistas do planeta já estão todos na Gold Coast para disputar aquela que será a primeira etapa do World Championship Tour da World Surf League - o Quiksilver e Roxy Pro que tem lugar em Snapper Rocks entre esta terça feira e 25 de março.

Kieren Perrow, o Comissário da WSL, fez o ponto da situação: "É fantástico estar de volta à Gold Coast. A temporada de descanso e preparação passou muito rápido e nós estamos muito motivados por iniciar a nova época. Hoje não haverá competição, pois o tempo não está famoso. Há muito vento, um período curto, portanto, as condições não são as ideais. Amanhã voltaremos a reavaliar as condições".

Perrow deixou ainda saber que, eventualmente, a competição só terá lugar lá para quinta ou sexta-feira, de acordo com os mapas da previsão, que indicam mesmo boas ondas a partir dessa altura. Um swell orientado de este continua em desenvolvimento e poderá trazer ondas para a segunda metade do período de espera.

Quando a competição iniciar as baterias que vão entrar na água, para ambas as categorias, são as seguintes:

Heat 1: Michel Bourez (PYF), Conner Coffin (USA), Jadson Andre (BRA)
Heat 2: Matt Wilkinson (AUS), Stuart Kennedy (AUS), Ian Gouveia (BRA)
Heat 3: Kolohe Andino (USA), Kanoa Igarashi (USA), Jack Freestone (AUS)
Heat 4: Gabriel Medina (BRA), Wiggolly Dantas (BRA), Ezekiel Lau (HAW)
Heat 5: Jordy Smith (ZAF), Miguel Pupo (BRA), Nat Young (USA)
Heat 6: John John Florence (HAW), Connor O'Leary (AUS), Mikey Wright (AUS)
Heat 7: Kelly Slater (USA), Mick Fanning (AUS), Jeremy Flores (FRA)
Heat 8: Julian Wilson (AUS), Caio Ibelli (BRA), Leonardo Fioravanti (ITL)
Heat 9: Joel Parkinson (AUS), Italo Ferreira (BRA), Joan Duru (FRA)
Heat 10: Filipe Toledo (BRA), Adrian Buchan (AUS), Frederico Morais (PRT)
Heat 11: Adriano de Souza (BRA), Josh Kerr (AUS), Bede Durbidge (AUS)
Heat 12: Sebastian Zietz (HAW), Owen Wright (AUS), Ethan Ewing (AUS)

Heat 1: Johanne Defay (FRA), Sally Fitzgibbons (AUS), Keely Andrew (AUS)
Heat 2: Tatiana Weston-Webb (AUS), Sage Erickson (USA), Bronte Macaulay (AUS)
Heat 3: Tyler Wright (AUS), Nikki Van Dijk (AUS), Alyssa Lock (AUS)
Heat 4: Courtney Conlogue (USA), Silvana Lima (BRA), Pauline Ado (FRA)
Heat 5: Carissa Moore (HAW), Laura Enever (AUS), Coco Ho (HAW)
Heat 6: Stephanie Gilmore (AUS), Malia Manuel (HAW), Lakey Peterson (USA)

- Calendário do Circuito Mundial de surf de 2017:

Quiksilver Pro Gold Coast, Austrália (14/03 a 25/03).

Drug Aware Margaret River Pro, Austrália (29/03 a 09/04)

Rip Curl Pro Bells Beach, Austrália (12/04 a 24/04).

Rio Pro, Rio de Janeiro, Brasil (09/05 a 20/05).

Fiji Pro, Fiji (04/06 a 16/06).

Corona Open J-Bay, África do Sul (12/07 a 23/07)

Billabong Pro Tahiti, Polinésia Francesa (11/08 a 22/08).

Hurley Pro Trestles, Estados Unidos (06/09 a 17/09).

Quiksilver Pro France, França (03/10 a 14/10).

Moche Rip Curl Pro Portugal, Peniche (17/10 a 28/10).

Billabong Pipe Masters, Havai (08/12 a 20/12).

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