Benfica
Cardozo bisa e abre as portas das "meias"
O Benfica venceu hoje o Liverpool, no estádio da Luz, com dois golos de Cardozo de grande penalidade, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa em futebol, mas esteve a perder, por 1-0, quase 50 minutos.
Uma falha de marcação num lance de bola parada e falta de eficácia na
finalização explicam a desvantagem do Benfica ao intervalo, perante um adversário
que é uma equipa de "top" europeu, perante a qual não se pode cometer erros
sob pena de se pagar um preço alto.
Decorriam dez minutos de jogo quando Gerrard, travado em falta por Maxi
Pereira, que não teve pernas para o segurar, bateu o livre à entrada da
área, sobre o flanco esquerdo do ataque inglês, rasteiro para a entrada
da pequena área, onde surgiu Agger de calcanhar a finalizar, quando toda
a gente estava à espera do cruzamento por alto.
O Benfica viu o espanhol Fernando Torres introduzir a bola pela segunda
vez na baliza de Júlio César, noutro lance de bola parada, aos 38 minutos,
mas este estaria em posição irregular quando o livre foi cobrado, levando
o árbitro a não sancionar a jogada por indicação do auxiliar.
O Benfica sentiu notoriamente a falta do argentino Saviola, porque o
seu compatriota Aimar não tem a mobilidade e a velocidade daquele e nunca
conseguiu jogar tão perto de Cardozo quanto seria necessário.
Mesmo sentindo a falta de Saviola, o Benfica criou lances na primeira
parte suficientes para chegar aos golos, mas o avançado paraguaio está numa
fase de menor confiança, já bem percetível no jogo com o Sporting de Braga
para a Liga portuguesa.
A falta de eficácia de Cardozo em lances de bola corrida não se estendeu
aos lances das grandes penalidades, nos quais foi frio e contundente.
Aos 12, 18, 20 e 24 minutos, o Benfica criou boas oportunidades para
empatar, mas falhou na finalização - Cardozo, por duas vezes, Ramires (de
cabeça, após cruzamento milimétrico de Di Maria), uma e Aimar (isolado com
passe de Carlos Martins) desperdiçaram-nas.
O jogo ficou marcado pela expulsão de Babel, aos 30 minutos, por agressão
ao central brasileiro Luisão, que deixou o Liverpool a jogar em inferioridade
numérica durante uma hora.
Quem se mostrou cauteloso e conservador foi Jorge Jesus, que só mexeu
na equipa, aos 64 minutos, com a entrada de Nuno Gomes, já depois do Benfica
ter reestabelecido o empate, aos 59 minutos, por Cardozo, de grande penalidade
(por indicação do assistente).
A alteração, que obrigou à saída de Maxi Pereira, derivando Ramires
para lateral direito, não produziu efeitos práticos, visto que o Benfica
criou menos lances de perigo na segunda parte, num deles, aos 50 minutos,
com Cardozo a falhar escandalosamente, de cabeça, o empate.
O caudal ofensivo do Benfica foi quebrando gradualmente, Jesus refrescou
o meio campo trocando Carlos Martins, desgastado, por Ruben Amorim, mas
o que garantiu a vitória ao Benfica foi uma explosão de Di Maria que redundou
na segunda grande penalidade, assinalada pelo fiscal de baliza.
O segundo golo do Benfica foi precedido de um falhanço incrível de Fernando
Torres, num lance de contra ataque, só com Júlio César pela frente, rematando
ao lado do poste direito.