A prova rainha dos Jogos Olímpicos já está a decorrer a todo o vapor. No Stade de France, milhares de fãs gritam e apoiam os atletas que causam um caos controlado, com várias provas a serem disputadas simultaneamente.
No local também estão centenas de jornalistas que fazem a cobertura de dezenas de provas e logo colocam o seu trabalho em ação para redações de todo o mundo.
Portugal também acompanha os seus atletas com jornalistas da RTP e da Antena 1 no local onde realmente interessa estar.
O jornalista fala com um misto de entusiasmo e sabedoria daquilo que considera ser um dos pontos altos de qualquer olimpíada.
“A cobertura nos Jogos Olímpicos resulta de todo um processo de evolução e de se cobrir outras provas que não são menores que vão dando a chamada ‘estaleca’, como campeonatos da Europa, campeonatos do mundo. Cobrir Jogos Olímpicos já é o supremo sonho de quem trabalha no desporto porque é o maior evento do planeta em termos desportivos”.
O jornalista lembra também a componente humana do seu trabalho de acompanhamento, especialmente dos atletas portugueses, e da relação de proximidade que vai criando ao longo do tempo e poder viver alguns detalhes a que o grande público não tem acesso.
Eduardo Gonçalves lembra as dificuldades dos atletas para chegar a um patamar olímpico. “Em Portugal, que é um país que não tem uma cultura desportiva por aí além, exige-se sempre muito o topo mas o topo não é só chegar a um pódio e a uma medalha. O topo é superação”, declarou.
Nestas provas é normal que também os jornalistas partilhem das tristezas e alegrias dos atletas que entram em prova e pode tornar-se num apoio numa altura de menor fulgor. A troca de conhecimento entre jornalistas de todo o mundo também é uma das vantagens de fazer a cobertura destes grandes eventos.
Sobre as provas de portugueses no atletismo, o jornalista acredita que não têm sido brilhantes mas que ainda existe a possibilidade de alguns atletas mostrarem credenciais e chegarem a resultados de diploma olímpico ou até mesmo de medalha, sendo Pedro Pichardo um deles.
“A Lorene Bazolo corre na velocidade de 100 e 200 metros com 41 anos de idade e na eliminatória dos 200 metros bateu a melhor marca pessoal do ano”.
Eduardo Gonçalves acredita que os atletas caribenhos e americanos são os favoritos e deixou uma história peculiar sobre a prova.
“Essa [prova] a mim diz-me diretamente respeito, porque eu tive sorte, e por vezes precisamos de sorte, de entrevistar um grande atleta da distância, Usain Bolt. Fui para a zona mista para falar com portugueses e na altura em que bateu o recorde do mundo, tive a oportunidade e honra de lhe fazer uma pergunta”.
O jornalista perguntou ao jamaicano se se considerava o “super-homem”. Com o bom humor que sempre caracterizou Bolt, Eduardo Gonçalves explicou que o atleta riu-se, respondeu que “não” e que acabou por brincar com a situação.