Reportagem

Greve dos motoristas. A situação ao minuto

por RTP

Miguel A. Lopes, Lusa

Ao quarto dia de greve, o impasse entre a ANTRAM e o SNMMP continua, depois de a Fectrans ter chegado a acordo com o patronato, e de o SIMM ter desconvocado a greve com uma promessa de negociações para setembro.

Mais atualizações

24h11 - Ministro das Infraestruturas felicita SIMM pelo levantamento da greve

Pedro Nuno Santos deu os parabéns ao Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) pela desconvocação da greve e apelou ao Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) para que faça outro tanto.

Segundo o ministro, citado pela Lusa, "a Fectrans escolheu a via negocial e conseguiu resultados, o SIMM decidiu-se pela via negocial e, portanto, pretende obviamente conseguir avanços"

E acrescentou: "Falta o SNMMP, que ainda hoje desafiou a Antram para uma mediação sem desconvocação de greve. Não é suficiente. Qualquer negociação, para nós conseguirmos fazê-la em ambiente saudável e conseguirmos progredir e ter resultados, não podemos estar sob uma greve".

23h00 - ANTRAM diz que acordo com SIMM é um passo importante e de confiança

André Matias de Almeida, porta-voz da ANTRAM, afirma que para os associados do SIMM haverá melhorias, até 2020, em áreas como as salariais, bem como nos tempos e funções executadas pelos motoristas.


22h49 - Primeiro-ministro sauda acordo entre ANTRAM e SIMM






22h45 - SIMM desconvoca greve e negocia com a ANTRAM

O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias decidiram desconvocar a greve e negociar com a Antram. Anacleto Rodrigues diz que a greve cumpriu, não na totalidade os propósitos, mas cumpriu os propósito de a opinião pública saber o que se passa com os motoristas.


O SIMM e a ANTRAM aceitaram reunir no dia 12 de setembro para debater os problemas dos motoristas.

19h38 - Governo tenta abrir canal de negociações com SIMM

A RTP soube que está marcada uma reunião entre o ministro Pedro Nuno Santos e o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias.

O ministro das Infraestruturas reúne-se esta noite com a ANTRAM e com o SIMM, embora não esteja claro se se trata de reuniões separadas ou de uma só reunião conjunta, com presença das três partes.

19h22 - ANTRAM insiste no fim da greve como précondição para negociações

Segundo a agência Lusa, disse a Antram que, se os sindicatos desconvocarem a greve, podem reunir-se já na sexta-feira.

"Levantem a greve e reunimo-nos amanhã [sexta-feira]", lê-se no comunicado enviado à agência Lusa pelo advogado da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram), reiterando que "não é por responsabilidade da Antram que esta greve existe".

Esta era a resposta ao pedido de mediação que o sindicato dos motoristas de matérias perigosas fez esta tarde ao Governo.

17h34 - Famílias de grevistas juntam-se ao piquete de greve em Aveiras de Cima

Com os grevistas em piquete desde há vários dias, a darem sinais de cansaço, vários familiares vieram agora reforçá-los.

Segundo a agência Lusa, um dos elementos do piquete de greve relatou o caso de um companheiro que, após 20 horas de permanência no piquete, quando foi a casa dormir algumas horas e comer, se viu interpelado pela GNR para ir trabalhar 15 horas.


17h28 - Governo nomeia mediador para o conflito entre motoristas e ANTRAM

À porta das instalações da Direção Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT), o secretário de Estado Miguel Cabrita disse que "o Governo não deixará de acionar estes mecanismos nos termos legais, e, portanto, nomear um mediador que contactará a Antram para avaliar de alguma forma a disponibilidade da Antram tirar partido deste processo de mediação".

O presidente do SNMMP tinha antes dito que o sindicato pediu a mediação do Governo.

O SNMPP anunciou, por seu lado, que nomeia Bruno Fialho como mediador.


16H41 - PCP solidário com motoristas mas receoso das consequências para o direito de greve

Jerónimo de Sousa fez esta quinta-feira e pela primeira vez referência à greve em curso, que está a ser realizada pelos motoristas de matérias perigosas.

Em Vila Real de Santo António, o secretário-geral do PCP manifestou solidariedade com os trabalhadores, mas acusa os promotores da greve dos motoristas de instrumentalizarem a paralisação.

16h10 - Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas reúne-se com a Direcção-Geral do Emprego e Relações do Trabalho

O sindicato desafiou a ANTRAM a estar presente nesta reunião, mas a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias - já disse que não há negociação com a greve em vigor.

15h56 - PSP desmente encerramento de esquadras devido à greve

Ao contrário dos casos pontuais que começara por admitir, a PSP veio agora afirmar que é "totalmente falso" haver esquadras fechadas devido à mobilização de polícias para a condução e escolta de camiões-cisterna, por causa da greve dos motoristas.

A PSP afirma que as esquadras fecham devido à segurança pública das populações, sem haver qualquer relação com "a missão da PSP na situação de crise energética em curso".

A PSP nega, assim, a existência de esquadras encerradas por falta de efetivos relacionado com o desvio de forças de segurança para conduzir camiões de combustível no âmbito da greve de motoristas.

15h22 - Duas centenas de postos de combustível no interior do país em rutura

A ANAREC - Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis – avisa que 200 postos de abastecimento no interior do país estão em situação de rutura, sem combustíveis.

Francisco Albuquerque, presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis, explica que estão em causa, sobretudo, bombas que não pertencem à rede de emergência.

A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis está preocupada com os efeitos da greve dos motoristas neste negócio, assume um quebra de receitas e um aumento dos custos e pede ao Governo uma compensação financeira.

14h46 - PSP admite "casos pontuais" de encerramentos, Governo desconhece casos

Em nota de imprensa divulgada esta quinta-feira ao início da tarde, a PSP veio esclarecer que é "totalmente falso que tenham sido, ou estejam a ser, encerradas subunidades policiais pelos motivos descritos".

No entanto, a polícia reconhece que existem "casos pontuais de encerramento temporário de esquadras, em períodos devidamente definidos, numa óptica de gestão operacional e optimização de meios".

Mais acrescenta a nota que esses encerramentos têm acontecido "sempre tendo em consideração a segurança pública das populações, que não estão, de todo, relacionados com a missão da PSP na situação de crise energética em curso".

Na conferência de imprensa realizada ao início da tarde, o ministro do Ambiente disse que desconhecia qualquer fecho de esquadras da PSP por falta de efetivos relacionado com o desvio de forças de segurança para conduzir camiões de combustível no âmbito da greve de motoristas.

"Não tenho nenhuma informação de que seja verdade", afirmou o governante.

13h36 - PSP com esquadras fechadas

Pelo menos duas esquadras da PSP estão fechadas e há agentes "a trabalhar 24 horas" devido à "falta de efetivos", que se agravou com a greve dos motoristas.

A denúncia é da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, que realça que esta situação já se tinha registado ainda antes da greve, mas piorou nos últimos dias.  

Em declarações à agência Lusa, Paulo Rodrigues diz que "o efetivo não estica" e que há "uma sobrecarga preocupante" devido à paralisação dos motoristas e aos serviços exigidos à PSP.

13h44 - "Preso por ter cão e preso por não ter"

Em declarações à RTP na noite de quarta-feira, Augusto Santos Silva acusou o Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas de usar a greve para perseguir objetivos políticos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros considera que o executivo é "preso por ter cão e preso por não ter" neste caso, criticando quem aponta o dedo ao Governo por se ter preparado para os possíveis efeitos desta greve.

13h08 - "Completa normalidade"

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, sublinha que o dia de hoje decorre com "completa normalidade", ao contrário do que se registou na quarta-feira.

O governante sublinha que "até esta hora, os serviços mínimos estão a ser cumpridos e em alguns casos já foram ultrapassados. A distribuição começa a fazer-se com normalidade"

Durante a manhã de hoje as forças policiais não efetuaram qualquer transporte.

O número de cargas previsto para hoje "vai ser ultrapassado" e "as empresas estão a relatar a chegada de muitos trabalhadores que estavam em greve", realça o ministro.



13h00 - ENSE apela à "contenção" na utilização de combustível

De acordo com a Entidade Nacional para o Setor Energético, o abastecimento dos postos de combustível está a decorrer com regularidade e os serviços mínimos estabelecidos estão a ser cumpridos.

Os serviços mínimos legalmente estabelecidos foram cumpridos até às 10h00 do dia de hoje, de acordo com um ponto da situação publicado online na página da ENSE.

12h17 - Reservas dos agricultores estão a acabar

No setor da agricultura ainda não há registo de prejuízos, mas as reservas de combustível dos agricultores estão a acabar.

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal admite que é uma questão de tempo até que esta greve se transforme num enorme problema.

Em declarações à Antena 1, Eduardo Oliveira e Sousa diz que as reservas que os agricultores tinham preparado para fazer face aos efeitos da greve estão a acabar.

Ansiedade é o sentimento que impera entre os agricultores, devido ao prolongamento desta greve dos motoristas, que pode vir a afetar diretamente este negócio.

11h51 - Revendedores de combustíveis preocupados

A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) está preocupada com o aumento dos custos e quebra de receitas dos seus associados devido à greve dos motoristas.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, a ANAREC indica que está a monitorizar os efeitos da greve junto de revendedores de combustíveis e que tem recebido queixas de associados que integram a Rede Estratégica de Postos de Abastecimento (REPA).

Os constrangimentos dos associados afetam "em particular os que têm postos exclusivos e que só podem facultar os abastecimentos a entidades prioritárias".

"A maior parte dos postos de abastecimento que integram a REPA, no caso dos postos exclusivos, não tinham períodos de funcionamento de 24h/dia, pelo que, para cumprirem a Resolução do Conselho de Ministros, segundo a qual devem laborar ininterruptamente, têm recorrido ao trabalho suplementar dos seus colaboradores, e à contratação de trabalho temporário, o que acarreta um incremento de custos para as empresas", refere a associação no comunicado.

A maioria das empresas associadas da ANAREC com postos na REPA, exclusivos para entidades prioritárias, "têm relatado que estão, na sua maioria, com os depósitos cheios, e com vendas muito inferiores ao habitual", lê-se no documento.

10h39 - Motoristas vão cumprir requisição civil e mantêm desafio à ANTRAM

De acordo com o presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, Francisco São Bento, os trabalhadores continuarão a cumprir as oito horas diárias.

"Toda a gente está a cumprir a requisição civil. Vamos continuar a fazer a nossa greve de forma ordeira", considerou.

Em declarações aos jornalistas a partir de Aveiras, o responsável destacou ainda que o sindicato mantém o convite à ANTRAM para a reunião na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) a partir das 15h00 desta quinta-feira, ainda que os patrões já tenham recusado qualquer negociação durante a greve.

Francisco São Bento criticou ainda o acordo assinado na quarta-feira entre a ANTRAM e a FECTRANS, destacando que "pela segunda vez em menos de um ano há um contrato à revelia dos trabalhadores".

"A FECTRANS e a ANTRAM impõe e os trabalhadores não têm nada a dizer", critica.

No mesmo local, também o advogado Pedro Pardal Henriques criticou a posição que tem sido adotada pela ANTRAM, lembrando que o sindicato que representa "já deu um passo atrás por duas vezes", primeiro em abril quando pararam a greve para negociar com a ANTRAM e em maio, quando desconvocaram uma greve com o intuito de negociar com os patrões.

10h26 - Serviços mínimos cumpridos em Matosinhos

Em Matosinhos, os motoristas têm estado a cumprir com as oito horas de trabalho. Os trabalhadores aguardam com expectativa uma possível reunião entre o sindicato em greve e a FECTRANS, ainda que a associação patronal já tenha recusado qualquer negociação em tempo de greve.


10h18 - Sines. Motoristas continuam a trabalhar máximo de oito horas

Na refinaria de Sines, a greve prossegue apesar da requisição civil.

No local, os motoristas mantêm o protesto mas vão cumprindo os serviços mínimos, sempre com a premissa de não trabalharem mais do que as oito horas, que constitui o horário normal.

9h52 - 106 elementos das forças de segurança foram mobilizados

Entre os dias 12 e 14 de agosto, 106 elementos da PSP e GNR asseguraram o transporte de combustível em 84 veículos pesados.

De acordo com a nota do Ministério da Administração Interna enviada esta manhã às redações, os veículos tiveram como destino as regiões de Lisboa, Faro, Setúbal, Sintra, Beja e Algarve. Durante o dia de quarta-feira foram abastecidos os aeroportos de Lisboa e Faro.

9h45 - Situação calma em Viseu

A situação também é calma em Viseu, também devido ao dia de feriado. Mesmo nos locais mais isolados do distrito de Viseu, a maioria das bombas de combustível que a equipa de reportagem da RTP visitou tinha combustível, ainda que se registassem algumas falhas.

9h41 - Serviços mínimos estão a ser cumpridos

De acordo com a repórter da RTP, os serviços mínimos estão a ser cumpridos em Aveiras de Cima. No local permanecem vários motoristas no piquete de greve.

Os trabalhadores continuam à espera de uma reunião com a ANTRAM, que recusa sentar-se à mesa das negociações enquanto a greve durar.

8h25 - Aveiras amanhece com normalidade

Às 7h00, desta quinta-feira, a jornalista da Antena 1, Cláudia Godinho, reportava o movimento que se registava na Companhia Logística de Combustíveis (CLC) em Aveiras de Cima.

Vários camiões entraram e saíram daquele local sem registo de qualquer conflito.


8h00 - Sem diálogo à vista

O porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, Pedro Pardal Henriques, desafiou a ANTRAM para uma reunião às 15h00 desta quinta-feira, mas a associação das empresas de transportes recusou, referindo que não negoceia enquanto a greve durar.

"Não podemos, infelizmente, reunir com a espada na cabeça, não podemos negociar dessa forma (...), negociamos de uma forma franca e presencial (...), mas não sob ameaça de greve", afirmou Pedro Polónio, um dos vice-presidentes da ANTRAM.



É o impasse entre as partes, num momento em que se inicia o quarto dia de greve, dia de feriado em Portugal, e que fica marcado pelo acordo assinado na quarta-feira entre a ANTRAM e a FECTRANS sobre o contrato coletivo de trabalho.

O entendimento, que foi elogiado pelo Governo, prevê o aumento de 120 euros por mês, em vigor a partir de janeiro de 2021. No Twitter, António Costa pediu que outros seguissem o exemplo.



A reunião em que a ANTRAM e a FECTRANS chegaram a acordo foi mediada pelo Governo. No final, o ministro das Infraestruturas sublinhou a importância do acordo alcançado.

Pedro Nuno Santos afirmou ainda que "o tempo da greve acabou " e apelou ao entendimento entre as partes.

Depois de ter visto ANTRAM e FECTRANS terem chegado a um entendimento, Pedro Pardal Henriques afirmava que o que foi acordado não retirava vontade aos motoristas em continuar em greve.


O porta-voz do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas considera que o acordo assinado entre a ANTRAM e a FECTRANS é uma "fantochada".

O representante refere ainda que espera que a ANTRAM responda ao repto do sindicato e apareça na reunião que o sindicato quer fazer esta tarde, a partir das 15h00.

De recordar que Portugal está desde o último sábado em situação de crise energética decretada pelo Governo, na sequência da greve dos motoristas de matérias perigosas.

O executivo constituiu a Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), com 54 postos para veículos prioritários e 320 de acesso público.

Enquanto durar a greve, os veículos ligeiros só podem abastecer no máximo 25 litros de combustível em postos que não pertencem à REPA, e 15 litros nos postos da rede de emergência que não sejam exclusivos a transporte prioritário.