O Governo convocou os partidos com assento parlamentar para uma reunião na próxima sexta-feira de manhã. Luís Montenegro vai receber todos partidos para debater sobre "o Orçamento do Estado para 2025".
O Orçamento do Estado para 2025 tem de ser entregue no Parlamento até 10 de outubro e os 80 deputados que suportam o executivo minoritário PSD/CDS-PP não são suficientes para a sua aprovação.
De acordo com uma nota à imprensa, as reuniões vão realizar-se na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento. Decorrem na próxima sexta-feira, a partir das 10h00 com o PAN, seguindo-se Livre, PCP, BE, IL, Chega, PS e, por último, uma reunião conjunta com PSD e CDS-PP às 18h30.
É necessária a abstenção por parte do PS, com 78 deputados, ou o voto favorável da bancada do Chega, com 50 deputados.
Na segunda-feira, a Comissão Política Nacional do PS mandatou o secretário-geral para iniciar um diálogo com o Governo em relação ao Orçamento do Estado, assegurando “boa-fé” nas negociações e recusando “linhas vermelhas”.
Ainda antes da divulgação da nota pelo gabinete do primeiro-ministro, já o presidente do Chega, André Ventura, tinha anunciado que o partido foi convidado pelo Governo para uma reunião na sexta-feira sobre o Orçamento do Estado para 2025.
O líder do Chega insistiu que o executivo "tem de escolher" com que partido vai negociar. "É impossível ter um orçamento que agrade ao Chega e ao PS", acrescentou.
Já esta tarde, o presidente da República sublinhava, em declarações aos jornalistas, que a aprovação do Orçamento do Estado para 2025 é agora ainda mais importante. Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a situação mundial aconselha a existência de estabilidade política e económica.
Importa ainda destacar que a divulgação destes encontros ocorre um dia antes do debate do Estado da Nação, que decorre esta quarta-feira na Assembleia da República a partir das 9h00.
A última semana ficou marcada por declarações do primeiro-ministro e do principal líder da oposião a respeito do Orçamento. Luís Montenegro desafiou mesmo o PS a "deitar abaixo o Governo" caso o partido esteja a fazer "jogo" por ocasião das negociações do documento orçamental.
Em resposta, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, acusou o chefe de Governo de acenar com "ameaça de eleições".
c/ Lusa