Verstappen ganha GP de Áustria

por RTP
Verstappen vence na Áustria Reuters

Triunfo histórico na primeira vitória de sempre da Red Bull na sua pista. Erros estratégicos e duplo abandono mecânico da Mercedes dão à Ferrari regresso aos comandos dos mundiais de pilotos e construtores.


Bancadas ao rubro em tons de laranja, a cor de apoio holandês no apoio exaltado à vitória sonhada mas inesperada de Max Verstappen no GP da Áustria, em Spielberg, o GP em que a Red Bull corria em casa e onde nunca antes tinha vencido. E se a qualificação tinha ficado aquém das expectativas para a Red Bull, por certo poucos esperariam um milagre. Mas a corrida foi emotiva e a Mercedes que parecai uma óbvia vencedora comprometeu, num cenário de temperaturas mais altas, que ajudou ao equilibrio de forças.


Foi o final perfeito para uma tarde que viu antes a Mercedes dominar mas pela primeira vez em muito tempo vacilar em pista. Um duplo abandono dos flechas de prata que não acontecia nos tempos modernos desde o GP de Espanha de 2016. Um duplo abandono que interrompe a sequência de 22 GPs consecutivos da equipa no pódio (fica como uma das 4 maiores sequências de sempre).

Um problema hidráulico levou ao primeiro abandono para o finlandês Valtteri Bottas, que largou da pole position.
Bottas perdeu no arranque 3 posições para chegar a lutar pela 4ª posição, mas ainda na primeira volta recuperou até 2º lugar de modo corajoso, ultrapassando de novo Verstappen e Raikkonen. Porém a sua sorte cedo ficou traçada, com o abandono prematuro.


Leonhard Foeger

Depois, foi a vez de Hamilton encostar em pista com uma perda de pressão de combustível, mas já depois de sentir dificuldades em acomanhar o ritmo dos primeiros por problemas de desgaste nos compostos de pneus ao qual se acrescenta um erro estratégico quando ao contrário dos adversários, a Mercedes o manteve em pista sem fazer um necessário PitStop em situação de SafetyCar virtual, quando comandava a corrida.
Hamilton interrompe assim a maior sequência de sempre (a par de Nick Heidfeld) de 33 GPs consecutivos a terminar GPs. Tivesse concluído este e ficaria com record absoluto a solo.


Parar com situação de VSC custa menos tempo em comparação com as corridas ativas, pois os carros não podem andar a uma velocidade superior a cerca de metade do habitual com pista livre. Foi a 3ª vez na temporada que a Mercedes comete erro idêntico, parecendo ficar sempre em pânico quando um Safety Car ou um VSC é ativado. Assim foi nos GP da Austrália e da China. Hamilton parou já com a corrida relançada, voltando em 4º lugar na frente de Vettel mas cedo os seus pneus traseiros começaram a derreter, mas perder na luta direta com Vettel 15 voltas mais tarde.
(carregue na imagem abaixo e veja a ultrapassagem de Vettel a Hamilton)


A Mercedes passou de uma potencial dobradinha para a maior derrota dos últimos anos e abriu as portas à Red Bull para vencer a corrida em casa e à rival Ferrari de reassumir o comando dos campeonatos.

Verstappen fez um GP perfeito com agressividade nas primeiras voltas para passar Raikkonen e Bottas e assim que as posições ficaram estabelecidas na frente, conseguiu uma estabilidade no carro conservando o desgaste dos pneus de modo sensacional.



Nunca teria dado para ir buscar o Mercedes de Hamilton não fosse o erro estratégico da Mercedes em perder a janela de entrada de Hamilton para o PitStop. Mas quando a oportunidade surgiu, Verstappen aceitou e comportou-se como um piloto veterano na gestão dos ritmos de corrida e no desgaste dos compostos esquerdos do carro muito pressionados na corrida.

Daniel Ricciardo, o outro homem da Red Bull, hoje aniversariante, também não chegou ao final da corrida. O escape do RB14 cedeu e as chances de um potencial 4º lugar ficou comprometido.

Atrás de Verstappen, com as contas do campeonato a cairem no seu colo, a Ferrari e Vettel levaramos seus carros até final em 2º e 3º lugares. Um resultado que agradecem e que lhes permite regressar aos comandos do mundial. Incapazes de ir buscar o jovem holandês num GP onde o resultado é melhor que a exibição mas onde a fiabilidade carimbou o resultado.

Leonhard Foeger

Atrás dos três primeiros, um grande resultado da Haas F1, que no seu 50º GP na F1 marcou 22 pontos na corrida com o 4º lugar de Romain Grosjean (nos seus primeiros pontos de uma temporada acidentada) e o 5º lugar de Kevin Magnussen. Isso permitiu a escuderia americana ascender ao 5º lugar do mundial.


A Force India meteu Esteban Ocon e Sergio Perez em 6º e 7º, tal como um lutador Fernando Alonso a fechar em 8º nos pontos depois de partir da pit lane. Uma corrida tão extraordinária por quanto ele correu com uma asa dianteira do ano passado depois de várias asas partidas nos treinos.

Charles Leclerc, com o Sauber de novo a fechar no Top10, foi 9º voltou a mostrar o seu potencial num sprint final que o fez entrar nos 10 primeiros e passar no final o colega de equipa Marcus Ericsson.
Foi a melhor corrida da Sauber desde o GP da China de 2015 quando Felipe Nasr foi 8º e Marcus Ericsson 10º.


O GP de Inglaterra é no próximo fim-de-semana, na 3ª corrida em fins-de-semana consecutivos. Nova chance para a Mercedes voltar ao comando dos campeonatos, dadas as características da pista de Silverstone. Mas para tal terão de estar à altura, algo que em Sielberg não aconteceu.

CLASSIFICAÇÃO FINAL GP ÁUSTRIA


Nos pilotos, o mundial é comandado por Sebastian Vettel com 146 pontos. Atrás Lewis Hamilton 145, Kimi Raikkonen 101, Daniel Ricciardo 96, Max Verstappen 93 e Valtteri Bottas 92. Nos Construtores, a Ferrari vai agora com 247 pontos, Mercedes 237, Red Bull 189, Renault 62, Haas 49, McLaren 44 e Force India 42.
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