Campeão Liverpool impulsiona novo recorde de despesa da Liga inglesa no mercado

Os 3,59 mil milhões de euros (ME) investidos em contratações de futebolistas na janela de transferências de verão permitiram à Liga inglesa de futebol renovar o recorde de despesa numa temporada, impulsionado pelo Liverpool.

Lusa /
EPA

Depois de terem reconquistado a Premier League ao fim de cinco anos, os ‘reds’ gastaram 481,9 ME em sete reforços até segunda-feira, último dia do mercado nos cinco principais campeonatos europeus, superando mesmo o anterior máximo mundial num só período de inscrições, de 464,1 ME, que tinha sido estabelecido pelo Chelsea no verão de 2023.

O negócio de maior impacto foi concretizado nas últimas horas, com o avançado sueco Alexander Isak a ser adquirido por 144 ME aos também ingleses do Newcastle, após ter entrado em litígio com os ‘magpies’, rumo à maior transferência britânica de sempre e à quarta mais cara da modalidade, atrás de Neymar, Kylian Mbappé e Ousmane Dembélé.

O Liverpool preencheu o pódio das maiores aquisições no defeso, juntando Isak ao médio ofensivo alemão Florian Wirtz (ex-Bayer Leverkusen) e ao ponta de lança francês Hugo Ekitiké (ex-Eintracht Frankfurt), vindos da Alemanha por 125 ME e 95 ME, respetivamente.

Milos Kerkez (ex-Bournemouth, 46,9 ME), Jeremie Frimpong (ex-Leverkusen, 40 ME) e Giovanni Leoni (ex-Parma, 31 ME) também chegaram ao clube de Anfield, abalado pela morte de Diogo Jota, na companhia de Giorgi Mamardashvili, que esteve emprestado ao Valência em 2024/25, mas já tinha negociado a mudança no verão passado, por 30 ME.

Num verão em que foi ultrapassado o recorde de 2022/23 de 3,18 mil ME de gastos na Liga inglesa - a mais gastadora do mundo por época desde 2003/04, que colocou nove clubes nos 10 mais gastadores dos últimos dois meses -, o investimento do Liverpool foi perseguido à distância pelo Chelsea, recordista nos últimos três verões, com 328,15 ME.

João Pedro (ex-Brighton, 63,7 ME), Jamie Bynoe-Gittens (ex-Borussia Dortmund, 56 ME), Alejandro Garnacho (ex-Manchester United, 46,2 ME), Jorrel Hato (ex-Ajax, 44,18 ME), Liam Delap (ex-Ipswich, 35,5 ME), Estêvão (ex-Palmeiras, 34 ME) e Facundo Buonanotte, cedido pelo Brighton, rumaram aos campeões do mundo, que recrutaram ao bicampeão português Sporting Geovany Quenda, por 50,8 ME, e Dário Essugo, por 22,3 ME - o extremo permanece nos ‘leões’ até ao fim desta época, mas o médio já mudou de clube.

Os ‘leões’ transacionaram também para Inglaterra o avançado sueco Viktor Gyökeres, melhor marcador da I Liga nas últimas duas épocas, que se juntou a Martín Zubimendi (ex-Real Sociedad, 70 ME), Eberechi Eze (ex-Crystal Palace, 69,3 ME), Noni Madueke (ex-Chelsea, 56 ME), Cristhian Mosquera (ex-Valência, 15 ME), Christian Norgaard (ex-Brentford, 11,6 ME), Kepa (ex-Chelsea, 5,8 ME) e Piero Hincapié (ex-Leverkusen), adquirido por empréstimo, nos reforços do Arsenal.

Os ‘gunners’ tiveram 293,5 ME de gastos, seguidos pelos 288,85 ME do Newcastle, novo clube de Nick Woltemade (ex-Estugarda, 85 ME), Anthony Elanga (ex-Nottingham Forest, 61,4 ME), Yoane Wissa (ex-Brentford, 57,7 ME), Jacob Ramsey (ex-Aston Villa, 45,15 ME), Malick Thiaw (ex-AC Milan, 35 ME) e do cedido Aaron Ramsdale (ex-Southampton, 4,6 ME).

No segundo mercado com o treinador português Ruben Amorim, o Manchester United trouxe Benjamin Sesko (ex-Leipzig, 76,5 ME), Bryan Mbeumo (ex-Brentford, 75 ME), Matheus Cunha (ex-Wolverhampton, 74,2 ME) e Senne Lammens (ex-Antuérpia, 21 ME).

A despesa de 250,7 ME dos ‘red devils’ ficou acima dos 210,6 ME do Tottenham, ao qual rumaram Xavi Simons (ex-Leipzig, 65 ME) e Mohammed Kudus (ex-West Ham, 63,8 ME), além dos emprestados Randal Kolo Muani (ex-Paris Saint-Germain) e João Palhinha (ex-Bayern Munique, cinco ME).

O Manchester City passou a contar com Tijjani Reijnders (ex-AC Milan, 55 ME), Rayan Ait-Nouri (ex-Wolverhampton, 36,8 ME), Rayan Cherki (ex-Lyon, 36,5 ME), James Trafford (ex-Burnley, 31,2 ME) e Gianluigi Donnarumma (ex-PSG, 30 ME), num total de 206,9 ME.

Já Chelsea, com 332,25 ME, Bournemouth, com 238,41 ME, e Liverpool, com 219,5 ME, tiveram as maiores receitas, num verão em que Luis Díaz (Bayern, 70 ME), Darwin Núñez (Al Hilal, 53 ME), Jarell Quansah (Leverkusen, 35 ME) e Trent Alexander-Arnold (Real Madrid, 10 ME) e Harvey Elliott (Aston Villa), emprestado, deixaram os ‘reds’, com Illya Zabarnyi (PSG, 63 ME) e Dean Huijsen (Real Madrid, 62,5 ME) a deixarem os ‘cherries’.

Christopher Nkunku (AC Milan, 37 ME), João Félix (Al Nassr, 30 ME) e Renato Veiga (Villarreal, 24,5 ME) terminaram a ligação aos ‘blues’, que emprestou Nicolas Jackson (Bayern, 16,5 ME), assim como o Arsenal cedeu Jakub Kiwior (FC Porto), Fábio Vieira (Hamburgo), Oleksandr Zinchenko (Nottingham Forest) e Kieran Tierney (Celtic), vendo sair Nuno Tavares (Lazio, cinco ME), Thomas Partey (Villarreal) e Jorginho (Flamengo).

Kevin De Bruyne (Nápoles), eleito duas vezes melhor jogador da Liga inglesa, Ederson (Galatasaray, 11 ME), Kyle Walker (Burnley) desvincularam-se do City, que emprestou Jack Grealish (Everton) e Manuel Akanji (Inter Milão), enquanto Antony (Betis, 22 ME), Christian Eriksen e Victor Lindelöf (Aston Villa), além dos cedidos Marcus Rashford (FC Barcelona), Jadon Sancho (Aston Villa) e Rasmus Hojlund (Nápoles, seis ME), deixaram o United.

O capitão Heung-min Son (Los Angeles FC, 22 ME) ditou o maior encaixe do Tottenham e abandonou ao fim de uma década a Premier League, que teve Geovany Quenda como o jogador português mais dispendioso do verão, seguido pelo médio Mateus Fernandes, contratado pelo West Ham ao Southampton, do escalão secundário inglês, por 44 ME.

Inglaterra continua a marcar diferenças de investimento face a outras latitudes, mesmo com as limitações impostas pelas regras de lucro e sustentabilidade da prova e pelo ‘fair play’ financeiro da UEFA, que levaram o Aston Villa a ser o mais comedido, com apenas 30 ME, e favoreceram um recorde global na história do futebol inglês e mundial de 2,07 mil ME de receita.
PUB