Corrupção à parte sigam as eleições na FIFA

Apesar do escândalo que levou à detenção de sete pessoas com ligações à FIFA, Joseph Blatter deverá vencer na sexta-feira as quintas eleições consecutivas à frente do organismo que tutela o futebol mundial.

RTP /
Joseph Blatter indiferente ao escândalo de corrupção que abalou a FIFA prepara-se para assumir mais um mandato à frente da instituição EPA

O comité executivo da UEFA pediu que o congresso e o ato eleitoral sejam adiados mas os mesmos devem mesmo realizar-se, em Zurique, e o atual presidente deverá ver renovado o seu mandato como homem-forte do futebol mundial.

A Europa do futebol liderou as reações mais ferozes ao escândalo despoletado e adiantou a alternativa: “As eleições devem ser adiadas e reorganizadas num período de seis meses”.

Também a federação inglesa de futebol se mostrou reticente à realização do ato eleitoral. “Devemos interrogar-nos se as eleições devem desenrolar-se nestas circunstâncias”, afirmou Greg Dyke, presidente do organismo britânico.

Contra a corrente geral a Confederação Asiática de Futebol (CAF) reiterou o seu apoio ao presidente da FIFA e opôs-se ao adiamento das eleições à liderança da instituição, previstas para sexta-feira, apesar da detenção de sete dos dirigentes por corrupção.
Preocupação de peso
Alguns dos principais patrocinadores da FIFA, entre os quais a Coca-Cola, a Adidas e a McDonald's manifestaram preocupação perante o escândalo de corrupção a afetar a organização de cúpula do futebol mundial.

A cadeia de “fast food” norte-americana manifestou-se "extremamente inquieta" face às acusações de corrupção de que foram alvo nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA.

"A McDonald's leva muito a sério a problemática relativa à ética e à corrupção e as informações do Departamento de Justiça norte-americano são extremamente preocupantes", escreve a multinacional, numa nota citada pela agência AFP.

"Vamos continuar a seguir de muito perto a situação", acrescentam, sem esclarecer se o episódio terá algum reflexo no apoio financeiro da empresa à FIFA.

A Adidas, marca de equipamento desportivo, reafirmou, por seu turno, o seu compromisso com um futebol que "promova exigências elevadas em termos éticos".

"Em face das informações hoje divulgadas, encorajamos a FIFA a promover normas conformes à transparência", pode ler-se em nota divulgada pela empresa.

A empresa cervejeira AB Inbev disse também desejar que os seus parceiros observem "grandes exigências em matéria de ética e transparência".

A Coca-Cola, que paga anualmente cerca de 30 milhões de dólares (27,5 milhões de euros) para ser um dos patrocinadores da FIFA, divulgou um comunicado em que manifesta "preocupação acerca das alegações" que impendem sobre responsáveis da organização e manifesta o desejo que as questões relativas à corrupção sejam abordadas "com seriedade".
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