Futebol Internacional
Suspeitas de suborno e extorsão abalam FIFA a dois dias de eleições
Entre os sete detidos ao início da manhã de quarta-feira, em Zurique, estão altos quadros do organismo cimeiro do futebol. Ao todo, os holofotes das autoridades norte-americanas incidem sobre nove dirigentes e cinco parceiros. A par desta investigação, a polícia suíça já tinha instaurado em março um inquérito à atribuição dos mundiais à Rússia, em 2018, e ao Qatar, em 2022.
São duas investigações que envolvem os mais altos cargos do mais
importante organismo do futebol mundial, suspeitos de aceitarem subornos
na ordem dos 100 milhões de dólares (cerca de 92 milhões de euros).
Mendes Oliveira, Rui Magalhães - RTP
As eleições para a escolha do novo presidente da FIFA decorrem na próxima sexta-feira. Blatter concorre ao quinto mandato à frente do organismo máximo do futebol. Luís Figo e Michael van Praag anunciaram ainda na semana passada a desistência das respetivas candidaturas, alegando casos de corrupção e falta de transparência.
Fonte da ex-candidatura de Luís Figo disse à RTP que o antigo internacional lamenta as detenções, mas não fica surpreendido.
O Ministério Público helvético já tinha instaurado a 10 e março um inquérito contra desconhecidos na atribuição dos próximos mundiais de futebol. Numa nota divulgada esta quarta-feira pelo Ministério da Justiça pode ler-se: “Os enriquecimentos ilícitos ocorreram, em parte, na Suíça”.
A primeira medida aplicada aos suspeitos detidos ao início da manhã será a extradição para os Estados Unidos, onde as autoridades nova-iorquinas desenvolvem uma investigação desde os anos 90 a altas patentes da FIFA, suspeitas de receberem subornos na atribuição de prémios e títulos.
Entre os detidos estão representantes de media desportivos e empresas desportivas, alegadamente envolvidos em esquemas de pagamento e suborno de funcionários da FIFA durante mais de 20 anos. Sepp Baltter, presidente da FIFA, não está entre os visados.
Para além das detenções que decorreram no hotel Baur au Lar, em Zurique, a polícia suíça, que interveio a pedido da justiça norte-americana, procedeu também à incursão na sede oficial da FIFA.
Em declarações à Antena 1, o assessor português da FIFA para a imprensa não estranha as detenções, mas apenas o momento em que decorrem. Jorge Batista salienta que a organização é constituída por “um sistema doente” que se tem mantido ao longo das últimas décadas.Blatter vê assim investigados alguns dos mais próximos dirigentes e responsáveis, nomeadamente Jeffrey Webb, vice-presidente da FIFA e presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas).
O departamento de Justiça dos Estados Unidos confirma que estão ainda envolvidos José Maria Marin, antigo presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Eduardo Li, presidente da Federação de Futeboll da Costa Rica, e Eugénio Figueiredo, o presidente do Comité responsável pela organização do Mundial de Futebol de 2014, no Brasil.
Rússia e Qatar são para manter
As suspeitas são de enorme gravidade e vão desde a investigação de fraude e lavagem de dinheiro nos acordos de marketing e direitos televisivos de transmissão até à própria atribuição de campeonatos mundiais.
Na primeira reação oficial às detenções confirmadas pelas autoridades suíças, o diretor de comunicação da FIFA mostrou-se "disposto" a colaborar com as investigações. E apressou-se a salientar que nem o presidente nem o secretário-geral do organismo estão a ser alvo de investigações nos alegados casos de corrupção.
Walter de Gregorio quis resguardar Joseph Blatter e Jerome Valke e garantir que o congresso eleitoral da próxima sexta-feira deverá decorrer como previsto. O que também não deverá sofrer alterações são os dois próximos mundiais de futebol, na Rússia, em 2018, e no Qatar, em 2022: "Os mundiais da Rússia e Qatar vão acontecer. Este é o que é facto hoje. Não quero especular sobre o que pode acontecer".
Entretanto, o secretário-geral da Federação Russa de Futebol, Anatoly Vorobyo, veio dizer que as detenções desta quarta-feira "não vão afetar" a organização do Mundial.
Ali bin al Hussein, príncipe da Jordânia e o único candidato à presidência da FIFA além de Blatter, diz que "hoje é um dia triste para o futebol", mas não quis alargar-se nos comentários, dizendo que o caso ainda está "em desenvolvimento".
Na sequência das detenções, Michel Platini anunciou a convocação de uma reunião extraordinária do Comité Executivo da UEFA, ainda esta quarta-feira.
As eleições para a escolha do novo presidente da FIFA decorrem na próxima sexta-feira. Blatter concorre ao quinto mandato à frente do organismo máximo do futebol. Luís Figo e Michael van Praag anunciaram ainda na semana passada a desistência das respetivas candidaturas, alegando casos de corrupção e falta de transparência.
Fonte da ex-candidatura de Luís Figo disse à RTP que o antigo internacional lamenta as detenções, mas não fica surpreendido.
O Ministério Público helvético já tinha instaurado a 10 e março um inquérito contra desconhecidos na atribuição dos próximos mundiais de futebol. Numa nota divulgada esta quarta-feira pelo Ministério da Justiça pode ler-se: “Os enriquecimentos ilícitos ocorreram, em parte, na Suíça”.
A primeira medida aplicada aos suspeitos detidos ao início da manhã será a extradição para os Estados Unidos, onde as autoridades nova-iorquinas desenvolvem uma investigação desde os anos 90 a altas patentes da FIFA, suspeitas de receberem subornos na atribuição de prémios e títulos.
Entre os detidos estão representantes de media desportivos e empresas desportivas, alegadamente envolvidos em esquemas de pagamento e suborno de funcionários da FIFA durante mais de 20 anos. Sepp Baltter, presidente da FIFA, não está entre os visados.
Para além das detenções que decorreram no hotel Baur au Lar, em Zurique, a polícia suíça, que interveio a pedido da justiça norte-americana, procedeu também à incursão na sede oficial da FIFA.
Em declarações à Antena 1, o assessor português da FIFA para a imprensa não estranha as detenções, mas apenas o momento em que decorrem. Jorge Batista salienta que a organização é constituída por “um sistema doente” que se tem mantido ao longo das últimas décadas.Blatter vê assim investigados alguns dos mais próximos dirigentes e responsáveis, nomeadamente Jeffrey Webb, vice-presidente da FIFA e presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas).
O departamento de Justiça dos Estados Unidos confirma que estão ainda envolvidos José Maria Marin, antigo presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Eduardo Li, presidente da Federação de Futeboll da Costa Rica, e Eugénio Figueiredo, o presidente do Comité responsável pela organização do Mundial de Futebol de 2014, no Brasil.
Rússia e Qatar são para manter
As suspeitas são de enorme gravidade e vão desde a investigação de fraude e lavagem de dinheiro nos acordos de marketing e direitos televisivos de transmissão até à própria atribuição de campeonatos mundiais.
Na primeira reação oficial às detenções confirmadas pelas autoridades suíças, o diretor de comunicação da FIFA mostrou-se "disposto" a colaborar com as investigações. E apressou-se a salientar que nem o presidente nem o secretário-geral do organismo estão a ser alvo de investigações nos alegados casos de corrupção.
Walter de Gregorio quis resguardar Joseph Blatter e Jerome Valke e garantir que o congresso eleitoral da próxima sexta-feira deverá decorrer como previsto. O que também não deverá sofrer alterações são os dois próximos mundiais de futebol, na Rússia, em 2018, e no Qatar, em 2022: "Os mundiais da Rússia e Qatar vão acontecer. Este é o que é facto hoje. Não quero especular sobre o que pode acontecer".
Entretanto, o secretário-geral da Federação Russa de Futebol, Anatoly Vorobyo, veio dizer que as detenções desta quarta-feira "não vão afetar" a organização do Mundial.
Ali bin al Hussein, príncipe da Jordânia e o único candidato à presidência da FIFA além de Blatter, diz que "hoje é um dia triste para o futebol", mas não quis alargar-se nos comentários, dizendo que o caso ainda está "em desenvolvimento".
Na sequência das detenções, Michel Platini anunciou a convocação de uma reunião extraordinária do Comité Executivo da UEFA, ainda esta quarta-feira.