Cristiano Ronaldo: 2014 - o ano de todos os sucessos

por Inês Geraldo e Sara Piteira, RTP
Ronaldo acaba o ano a festejar os seus feitos de 2014 Marcelo Del Pozo - REUTERS

Cristiano Ronaldo viveu um ano de 2014 de grande sucesso. O internacional português venceu vários troféus coletivos pelo Real Madrid e a sua voracidade goleadora deu-lhe a oportunidade de quebrar os mais variados e inúmeros recordes. Num ano de exceção, o Mundial 2014 no Brasil, apresenta-se como o “calcanhar de Aquiles” do craque português.

Um dia após a morte de Eusébio, Ronaldo entrou em campo para mais uma jornada da Liga Espanhola. A 6 de janeiro, o Santiago Bernabéu homenageou o “Pantera Negra” e o número sete merengue não foi exceção.

Na segunda parte da partida entre Real Madrid e Celta de Vigo, o madeirense marcou dois golos nos últimos minutos do jogo e nos festejos, os dois dedos apontados para o ar davam conta da sua homenagem a Eusébio da Silva Ferreira.Nas redes sociais, Ronaldo disse o último adeus ao antigo “magriço”: “Dedico-te estes dois golos Eusébio mas na verdade foste tu que os marcaste. Ficarás para sempre no meu coração”, pode-se ler na sua página oficial do facebook.

No entanto, a lembrança de Cristiano Ronaldo para com Eusébio não foi o único acontecimento para ser relembrado no futuro.

Ao marcar dois golos em pleno Santiago Bernabéu, CR7 não só festejou mais um bis como chegou a um número importante: os 400 golos marcados na sua carreira futebolística.

No primeiro jogo do ano de 2014, Cristiano Ronaldo chegou aos 230 golos pelo Real Madrid, aos quais se juntaram os cinco tentos marcados pelo Sporting CP, 118 golos pelo Manchester United e 47 remates certeiros pela Seleção Nacional.



Uma semana depois, Ronaldo fazia história no futebol e desporto portugueses, ao tornar-se no primeiro atleta luso a vencer uma segunda Bola de Ouro. Após quatro anos de jejum para o argentino Lionel Messi, as grandes exibições pelo Real Madrid e Portugal deram ao craque da selecção nacional o galardão que distingue o melhor jogador do mundo.

Com a oposição de Lionel Messi e Franck Ribéry, Ronaldo averbou 28 por cento dos votos, deixando os internacionais argentino e francês, em segundo e terceiro lugar, respetivamente.

A segunda Bola de Ouro foi atribuída ao português, que seis anos depois, realizou um discurso lavado em lágrimas, onde enalteceu o sacrifício porque passou para voltar ao topo do mundo e lembrou aqueles que tinham tido grande influência na sua carreira. Eusébio, que há uma semana havia falecido, voltou a não ser esquecido pelo madeirense.



Num ano de 2013 em que não ganhou um único título colectivo pelo Real Madrid, valeu ao internacional português os 59 golos marcados pelos merengues e a dezena de golos pela Seleção portuguesa, onde se destacam as memoráveis exibições frente à Irlanda do Norte e Suécia.

Na primeira partida, em Belfast, Cristiano Ronaldo rubricou o primeiro hat-trick com a camisola das quinas, marcando mais três golos em Estocolmo, frente à Suécia de Ibrahimovic, na segunda mão dos play-off que valeu o apuramento de Portugal para o Mundial do Brasil.

A partir deste momento, Portugal passou a ter quatro Bolas de Ouro. Cristiano Ronaldo fica imortalizado no desporto luso como o primeiro futebolista português a ser distinguido como o melhor do mundo por duas vezes. O primeiro bi-Bola de Ouro que Portugal conheceu.


O Pichichi da Liga Espanhola
Na Liga Espanhola, Cristiano Ronaldo voltou a ser o melhor marcador da prova. Após o Pichichi em 2010/2011, em que marcou 40 golos, CR7 averbou 31 tentos na Liga BBVA em 30 jogos, acabando temporada à frente do argentino Lionel Messi (28 golos) e Diego Costa (27).

A temporada não se afigurou fácil, já que Cristiano Ronaldo sofreu várias lesões ao longo do ano, não tendo participado em oito partidas pelo Real Madrid. A equipa merengue não conseguiu vencer o campeonato, que foi para o grande rival de Madrid, o Atlético mas Ronaldo conseguiu uma média goleadora superior a um golo por partida.

O internacional português conseguiu marcar a 17 equipas da Liga Espanhola, tendo o Sevilha sido a sua maior vítima. No jogo da primeira volta, no Santiago Bernabéu, após as declarações de Joseph Blatter que haviam ridicularizado Ronaldo numa conferência, CR7 marcou três golos ao colega de seleção, o guarda-redes Beto. O Real Madrid venceu essa partida por 7-3.



Na segunda volta, no Estádio Sanchéz Pizjuán, Ronaldo voltaria a marcar frente aos sevilhanos mas o seu golo de livre direto viria a ser insuficiente para impedir a derrota do Real Madrid, que perderia a partida por 2-1 e demarcava-se da corrida pelo título. Ao todo, foram quatro golos marcados à equipa de Sevilha.

Das 19 equipas que o Real Madrid defrontou durante a temporada, apenas duas goraram não sofrer golos do craque português: Real Valladolid e Espanyol de Barcelona.



A parte final da temporada foi passada no departamento médico do Real Madrid. A última partida disputada para o campeonato, foi frente ao Valladolid, e o internacional português esteve apenas presente dez minutos devido a uma lesão no joelho direito, que se estenderia até ao Mundial do Brasil.O último golo na Liga Espanhola foi marcado ao Valência (4 de maio). Os merengues não ganharam o jogo, estiveram a perder no Santiago Bernabéu e no último minuto, um cruzamento trivelado de Dí Maria foi teleguiado para Cristiano Ronaldo que marcou de calcanhar.

Assim, passadas 38 jornadas de Liga Espanhola, o Real Madrid não conseguiu melhor que o terceiro lugar mas Ronaldo voltou à liderança dos melhores marcadores em Espanha, o que lhe deu a oportunidade de vencer a sua terceira Bota de Ouro da carreira, segunda no Real Madrid.


Debeladas as lesões e o mau mundial, Ronaldo regressou à ação na Liga Espanhola, edição 2014/2015.

A primeira jornada foi disputada em casa frente ao Córdoba e o golo de Cristiano Ronaldo surgiu já perto do fim da partida, num remate fora da área. No entanto, o internacional português voltaria a ser importunado pelas lesões, falhando a segunda jornada frente à Real Sociedad (derrota por 4-2 do Real Madrid).

À terceira ronda da Liga Espanhola, o dérbi madrileno voltou a ter a intervenção de Ronaldo, com um golo marcado frente ao Atlético, de grande penalidade. No entanto, o golo do internacional português foi insuficiente para dar os três pontos ao Real, que acabaria vergado em casa por 2-1, pela equipa de Diego Simeone.

 A derrota aconteceu a 13 de setembro de 2014 e a partir dessa data, não mais o Real Madrid conheceu o sabor da derrota. Os jogos seguintes na Liga Espanhola seriam de desafogo goleador para a equipa de Carlo Ancelotti e o regresso ao grande momento de forma de Cristiano Ronaldo.

Nos cinco jogos seguintes, o internacional português tornou-se numa verdadeira máquina goleadora e de dois tentos marcados na Liga BBVA nas primeiras três jornadas, o internacional português salta para os 15 golos.

Da série de cinco jogos, a primeira vítima é o Deportivo da Corunha, recém-promovido à Liga Espanhola. Vitória contundente por 8-2 do Real Madrid fora de casa e Ronaldo marca três golos. O primeiro hat-trick do madeirense no ano civil (a 20 de setembro).



De seguida, veio o primeiro póquer do ano e da época. Quatro golos contra o Elche, seguido de um tento frente ao Villarreal numa vitória forasteira. Seguir-se-iam mais três golos ao Athletic de Bilbao e mais um bis contra o Levante.

Contas feitas, Ronaldo conseguiu chegar a uma cifra de 13 golos marcados em cinco jornadas seguidas e conseguiu algo inédito.
Pela primeira vez na história da Liga Espanhola, um jogador conseguiu marcar 15 golos em apenas oito jornadas. Lembre-se ainda, que Ronaldo jogou apenas sete dessas oito partidas, já que falhou a segunda ronda devido a lesão.
A senda goleadora continuou frente ao Barcelona. Mais um marco histórico para o português na Liga Espanhola. Os catalães chegaram à nona jornada e ao Santiago Bernabéu sem qualquer golo sofrido. Após uma grande penalidade cometida por Piqué, Cristiano Ronaldo marcou-a de forma irrepreensível e bateu Claudio Bravo pela primeira vez na Liga BBVA.

O Real Madrid venceu a partida por 3-1 com mais um golo de Ronaldo e a lista de vítimas da fúria goleadora do português continuou a aumentar. Granada (1 golo), Rayo Vallecano (1 golo) e Eibar (2 golos) não contiveram Ronaldo e sofreram golos extremo merengue.

Em destaque: os dois tentos de Ronaldo frente ao Eibar. Recém-promovido à Liga BBVA, o Eibar recebeu os blancos e foi goleado. O bis de CR7 valeu-lhe mais uma insígnia para o seu pecúlio: conseguiu marcar a todas as equipas que defrontou na Liga Espanhola.

A 6 de dezembro deste ano, Cristiano Ronaldo voltaria a fazer parte dos preâmbulos da história do futebol espanhol e mundial. O Real Madrid recebeu no Santiago Bernabéu o Celta de Vigo.

Cristiano Ronaldo já se havia encontrado com o clube da cidade de Vigo 11 meses antes, a 6 de janeiro. Nessa data, Cristiano Ronaldo logrou chegar aos 400 golos na carreira e a 6 de dezembro, o internacional português conseguiu alcançar mais dois feitos históricos.



A vitória sobre o adversário foi de 3-0. Os três golos são da autoria de Cristiano Ronaldo. O madeirense consegue o terceiro hat-trick do ano e de uma assentada, consegue bater (por duas vezes) uma das maiores lendas do futebol espanhol: Telmo Zarra.

Com mais três golos no campeonato, Cristiano Ronaldo tornou-se no jogador que mais hat-tricks conseguiu marcar na Liga Espanhola. São 23 os hat-tricks marcados até agora, mais um que Telmo Zarra e a lenda madridista Alfredo Dí Stéfano.

Mas Cristiano Ronaldo decidiu não parar por aí, e com mais três golos, chegou aos 200 na Liga Espanhola. Mais um recorde.

Foi o jogador mais rápido a conseguir fazê-lo. Bastaram 178 jogos para que Cristiano Ronaldo chegasse às duas centenas de golos, deixando para trás Telmo Zarra e Lionel Messi.


A temporada na Liga BBVA fechou com mais um bis: frente ao Almería. Naquela que se pode considerar uma das piores exibições do extremo português da época, os últimos dez minutos foram suficientes para Ronaldo marcar dois golos e carimbar mais uma goleada do Real Madrid (4-1) e chegar pelo quarto ano consecutivo à marca dos 60 golos.



A acabar o ano, os números são impressionantes. Cristiano Ronaldo acaba 2014 com 14 jogos disputados na edição 14/15 da Liga Espanhola, e já são 25 os golos marcados. Na temporada passada Ronaldo marcou 31. O extremo português está a seis tentos de igualar essa marca e a Liga BBVA ainda vai na 15ª jornada.

Nunca antes um jogador havia logrado tais marcas em Espanha. Cristiano Ronaldo quase consegue ter mais golos sozinho que o segundo e terceiro melhores marcadores da Liga Espanhola juntos (Lionel Messi e Neymar Jr.).


A glória dos campeões alcançada no olimpo europeu
Desde 2002 que o Real Madrid procurava uma nova glória europeia, após Zidane ter dado a nona Liga dos Campeões aos merengues, numa grande partida frente ao Bayer Leverkusen. Florentino Pérez gastou mais de um 1 bilião de euros em jogadores para chegar à tão ansiada “Décima”.

Com uma equipa fantástica e reforçada pelo galês Gareth Bale e um novo técnico, Carlo Ancelotti, o Real Madrid começou mais uma demanda europeia. A fase de grupos foi de história para Cristiano Ronaldo.

Em seis jornadas na fase de grupos da Liga dos Campeões, Cristiano Ronaldo conseguiu marcar nove golos.

Mesmo sem ter jogado a quinta jornada frente ao Galatasaray, no Santiago Bernabéu, Ronaldo ultrapassou a marca do italiano “Pippo” Inzaghi e do antigo internacional holandês Ruud van Nistelrooy.



O mote estava dado para as fases a eliminar. Ronaldo precisava de mais seis golos para chegar ao topo da pirâmide goleadora da Liga dos Campeões.

Nos oitavos de final, o Schalke 04 foi uma presa fácil para os merengues.

A primeira mão em Gelsenkirchen deu em goleada para o Real Madrid. Resultado contundente de 6-1, com três bis do trio BBC (Benzema, Bale e Cristiano Ronaldo). Com mais dois golos do internacional português, o madeirense chegou aos 11 golos na Liga dos Campeões, aos quais juntou mais dois tentos na segunda mão, no Santiago Bernabéu (vitória dos espanhóis por 3-1).

Com 13 golos, Ronaldo aproximava-se de José Altafini e Lionel Messi, ambos com 14 golos numa só edição da maior competição europeia. Nos quartos de final, o Borussia Dortmund (“besta negra” do Real Madrid na edição anterior da Liga dos Campeões) foi presa fácil no Bernabéu, com uma vitória blanca por 3-0. Ronaldo marcou o último golo da partida e acabou a partida lesionado.

Os 14 golos de Altafini e Lionel Messi já estavam igualados, faltava eliminar o Dortmund, de Jurgen Klopp e chegar, mais uma vez, às meias-finais, que por três anos consecutivos, foram malditas para o Real Madrid.



Cristiano Ronaldo não jogou a segunda mão no Signal Iduna Park e assistiu ao embate a partir do banco. Uma lesão comprometeu a presença do internacional português no onze inicial do Real Madrid, que passou por um susto, quando ainda antes do fim da primeira parte, dois golos de Marco Reus davam esperança aos alemães na passagem às meias.

O Real teve de se defender e no fim da partida as meias-finais foram alcançadas, apesar da derrota por 2-0.

Nos jogos derradeiros para a final de Lisboa, o adversário que todos temiam: o atual campeão europeu, o Bayern Munique.
Treinado por Pep Guardiola, mais uma vez se anunciou “morte prematura” ao Real Madrid que teria de bater uma equipa cujo treinador conhecia o antídoto para a travar. No Barcelona, Pep Guardiola soube por muitas vezes vencer o Real Madrid, e a tarefa advinhava-se hercúlea para o colosso espanhol.

Mais um adversário alemão, e após o resultado “tremido” frente ao Borussia, o Real deu uma resposta própria de um campeão europeu.

Numa primeira mão bem disputada, em que os espanhóis souberam defender e atacar ainda melhor, Benzema colocou os Merengues à frente da eliminatória, no Santiago Bernabéu.

Quando se esperava uma resposta avassaladora da equipa de Pep Guardiola no Allianz Arena, o Real Madrid goleou sem apelo nem agravo o colosso germânico, em casa.

Sérgio Ramos marcou os primeiros dois golos do Real, de cabeça, em dois lances de bola parada mas a história, mais uma vez, estava destinada ser escrita por Cristiano Ronaldo.



A poucos minutos do intervalo, a vantagem de dois golos no jogo e de três tentos na eliminatória davam tranquilidade ao Real Madrid. Numa jogada de contra-ataque, Gareth Bale galgou metros rumo à baliza de Manuel Neuer e sem egoísmo, colocou a bola nos pés de Ronaldo, que num pontapé certeiro, fazia história na Liga dos Campeões.Ao bater Neuer, Cristiano Ronaldo chegou ao décimo quinto golo numa só edição da Liga dos Campeões. A marca de Altafini e Messi já havia ficado para trás e o internacional português escrevia história na liga milionária.


A 29 de abril de 2014, CR7 tornou-se no melhor marcador de sempre uma só edição da Liga dos Campeões. E ainda aumentou o seu pecúlio, ao marcar, de forma perfeita, um livre direto que passou por baixo da barreira bávara e deixou Manuel Neuer pregado ao chão.


Uma goleada histórica de 4-0, no Allianz Arena. O campeão europeu Bayern Munique foi abatido “sem dó nem piedade”, pela armada espanhola.

O recorde individual já havia sido alcançado mas os adeptos do Real Madrid ainda suspiravam pela conquista da ansiada “Décima”.

A caminho de Lisboa, o adversário tanto tinha de duro como de surpreendente. No sorteio da fase de grupos realizada em agosto de 2013, poucos seriam aqueles que apostariam no Atlético de Madrid para chegar à final mas de forma estoica, a equipa de Diego Simeone estava preparada para conquistar a maior glória do continente europeu.

O dérbi de Madrid migrou para Lisboa, a capital portuguesa. O Estádio da Luz recebeu os dois rivais espanhóis para uma final épica.

Num jogo que não se afigurou fácil para o Real Madrid, o Atlético colocou-se em vantagem na partida, por intermédio do defesa uruguaio Diego Godín. A equipa de Diego Simeone tentou defender a vantagem até ao fim da partida mas no último suspiro, Sérgio Ramos voltou a vestir "a pele de herói" e cabeceou para o fundo das redes de Courtois, dando o empate e o prolongamento para a equipa de Carlo Ancelotti.

No tempo extra que se seguiu, o Atlético sentiu o golo sofrido e quebrou fisicamente não conseguindo chegar à baliza de Iker Casillas. O segundo golo do Real acabaria por chegar, quando após uma excelente jogada individual de Di María, Gareth Bale cabeceou para o fundo da baliza colchonera.



A reviravolta estava consumada e Marcelo e Cristiano Ronaldo ainda deixaram a sua marca no jogo. O brasileiro num remate à entrada da área e Ronaldo, da marca de 11 metros.

A celebração do jogador foi altamente contestada mas Ronaldo festejou o seu décimo sétimo e último golo na Liga dos Campeões edição 2013/2014 de forma efusiva.

Com a vitória em Lisboa, o Real Madrid chegou à conquista da décima Taça dos Campeões Europeus/Liga dos Campeões, sendo a única equipa europeia com tal pecúlio.Após a vitória em 2008, com o Manchester United (no desempate por grandes penalidades frente ao Chelsea), Cristiano Ronaldo venceu a sua segunda Liga dos Campeões, conseguindo um grande recorde individual na maior competição europeia.

Na nova época, o Real Madrid vai tentar conseguir algo que muitos campeões tentaram e não conseguiram: revalidar o título europeu.

A acabar o ano, o Real Madrid já se apurou para os oitavos de final da edição 2014/2015 da Liga dos Campeões, conseguindo um pleno de vitórias na fase de grupos (frente a Liverpool, Ludogoretz e Basileia).

Cristiano Ronaldo adicionou mais cinco golos à sua conta pessoal e logrou ultrapassar o lendário avançado do Real Madrid, Raul González, na Liga dos Campeões, chegando aos 72 golos na liga milionária.

O internacional português encontra-se a três tentos de Lionel Messi, que é maior marcador de sempre da competição, com 75 golos.

Nos oitavos de final, em fevereiro, Cristiano Ronaldo vai encontrar uma das vítimas do Real Madrid da edição anterior da Liga dos Campeões: o Schalke 04.


A crise portuguesa no Mundial do Brasil
O ano de 2014 para a seleção portuguesa começou em festa. No Estádio Dr. Magalhães Pessoa, a seleção portuguesa recebeu a seleção dos Camarões num jogo particular. Após o brilharete na Suécia, Cristiano Ronaldo voltou a entrar na história da equipa das quinas.

Aos 21 minutos de jogo, um remate de fora da área bateu o guarda-redes Charles Itandje e colocou Ronaldo no topo dos melhores marcadores de Portugal. Foi o 48º golo do madeirense com a camisola das quinas e assim, ultrapassou Pedro Pauleta, que acabou a sua carreira internacional com 47 tentos marcados.



O internacional português chegou ao topo da pirâmide goleadora portuguesa, tendo-se tornado no jogador mais novo a conseguir fazê-lo, apesar de ter levado mais partidas do que Pauleta e Eusébio para o conseguir.

Cristiano Ronaldo ainda viria a bisar na partida, aos 84 minutos, num jogo que acabou com um resultado de 5-1, favorável à equipa das quinas.

No entanto, o Mundial aproximava-se e o Melhor Jogador do Mundo mostrava não estar nas melhores condições físicas para representar Portugal. Ronaldo não participou nos dois primeiros amigáveis de preparação para o Campeonato do Mundo, frente à Grécia (0-0) e ao México (1-0).

CR7 voltou às quatro linhas frente à Irlanda do Norte, num jogo em que Portugal venceu por 5-1. A seleção portuguesa viajou depois para Campinas (o forte de preparação no Brasil) e Ronaldo continuava a demonstrar não estar nas melhores condições para o Campeonato do Mundo.

A causa: uma tendinose rotuliana no joelho direito. Cristiano Ronaldo esteve presente nos três jogos da fase de grupos mas os treinos da equipa de Paulo Bento foram passados de forma condicionada e sempre acompanhado de um saco de gelo no joelho.

Após a goleada frente à Irlanda do Norte, esperava-se uma seleção preparada para defrontar a poderosa seleção alemã. O choque com a realidade foi evidente: Portugal entrou com o pé esquerdo e foi categoricamente cilindrado pela esquadra alemã, por uns claros 4-0.

Na jornada seguinte, quando se esperava uma resposta positiva frente aos EUA, Nani ainda deu esperança aos portugueses mas o fantasma de 2002 regressou (derrota com os norte-americanos por 2-3, Mundial do Japão e Coreia do Sul) e Jermaine Jones e Clint Dempsey mataram as esperanças portuguesas.
Silvestre Varela ainda viria a dar o empate à seleção das quinas mas mais uma vez, os portugueses ficaram agarrados à calculadora e dependentes de terceiros para saberem quais as condicionantes para chegar a um apuramento que estava cada vez mais longe e que demonstrou um grupo de jogadores mal preparados para o Mundial.

Contra a seleção do Gana, Portugal jogou a cartada derradeira para os oitavos do Mundial do Brasil mas a vitória por 2-1, demonstrou ser escassa para conseguir chegar aos oitavos do Mundial do Brasil.

Numa partida de desilusão para Portugal, Cristiano Ronaldo conseguiu marcar o último golo da seleção portuguesa na competição da FIFA e apesar da eliminação precoce, CR7 conseguiu chegar à meia-centena de golos pela equipa das quinas.



Para além do registo numérico, Ronaldo logrou outro feito: igualar Gerd Muller e Jurgen Klinsmann, num recorde em que o internacional português conseguiu marcar em seis fases finais consecutivas de competições da UEFA e FIFA (Euro 2004, Mundial 2006, Euro 2008, Mundial 2010, Euro 2012, Mundial 2014).



No entanto, mais um feito de Cristiano Ronaldo não foi suficiente para disfarçar o mau estar na seleção portuguesa. Paulo Bento foi contestado pela fraca exibição da equipa no Brasil e os dirigentes portugueses colocaram as culpas no departamento médico.

Em setembro, Paulo Bento tinha a oportunidade de se redimir do mau mundial frente à seleção da Albânia, em jogo a contar para a qualificação para o Europeu de 2016.

A surpresa acabaria por acontecer. Em casa, (no Estádio Municipal de Aveiro) a seleção portuguesa sofreu uma vergonhosa derrota frente aos albaneses (0-1) o que acabou por ditar o afastamento de Paulo Bento do comando técnico de Portugal.

Fernando Santos foi o homem que se seguiu. O antigo treinador da Grécia chegou ao comando das hostes portuguesas e até começou com uma derrota. Em Paris, num amigável frente à seleção gaulesa, Portugal perdeu por 2-1, dias antes de um importante embate frente à Dinamarca.

Em terras nórdicas, o embate foi complicado mas o segundo jogo de qualificação para o Euro 2016 trouxe novamente a vitória para a seleção portuguesa. Quando já se esperava por um empate, Cristiano Ronaldo saltou mais alto que o defesa Kjaer e nos descontos deu a vitória a Portugal.

Com Fernando Santos, Portugal conquistou os primeiros três pontos na fase de grupos. E com a Arménia no Algarve, seria, mais uma vez, a pontaria de Cristiano Ronaldo a resultar em mais uma vitória lusa.



Aos 62 minutos de jogo, após jogada confusa, Cristiano Ronaldo marcou o único golo da partida, frente a uma Arménia que defendeu e atacou no erro português.

Golo número 52 de Cristiano Ronaldo pela seleção portuguesa e de novo, mais um recorde batido. Com o tento averbado frente aos arménios Cristiano Ronaldo chegou ao 23º golo em Europeus, tornando-se no melhor marcador de sempre.O internacional português ultrapassou o dinamarquês Jon Dahl Tomasson e o turco Hakan Sukur, ambos com 22 golos.

Ronaldo somou o 17º golo em fases de qualificação, aos quais junta os seis tentos marcados em fases finais de europeus.


Outros títulos na “prateleira” de CR7
Para além da conquista da Liga dos Campeões, que se afigurou como o grande feito do Real Madrid em 2014, os merengues juntaram mais três títulos ao seu longo historial.

Em abril, Barcelona e Real lutaram pela Taça do Rei, no Mestalla, na cidade de Valência. Cristiano Ronaldo não jogou a partida, vendo-a a partir da bancada. Os blancos venceram a partida por 2-1, com um golo de Gareth Bale (considerado um dos melhores do ano) e o Ronaldo pôde festejar a conquista de um primeiro título coletivo em 2014.As conquistas da Liga Espanhola e da Supertaça Espanhola seriam perdidas para o grande rival de Madrid, o Atlético, mas a Supertaça Europeia viria parar às hostes do Real, após vitória na Liga dos Campeões.

A 12 de Agosto, Cristiano Ronaldo começou a época oficial da melhor maneira. No País de Gales, o internacional português marcou por duas vezes ao Sevilha e venceu a Supertaça do continente europeu, sendo considerado o melhor jogador em campo, pelo antigo treinador Alex Ferguson.

Em Dezembro, os merengues deslocaram-se a Marrocos para lutar pelo título mundial de clubes. O Cruz Azul (México) e o San Lorenzo (Argentina) mostraram-se inferiores à equipa espanhola que com facilidade averbou duas vitórias (a primeira por 4-0, a segunda, na final, por 2-0).

Cristiano Ronaldo não marcou mas foi considerado o segundo melhor jogador da prova (atrás de Sérgio Ramos) e voltou a escrever história ao averbar mais um título (o 17º da carreira).



Pela primeira vez, um jogador conseguiu concretizar um “Super Slam”. Bem explicado, quer dizer que Cristiano Ronaldo conseguiu ganhar no Real Madrid todos os títulos que já havia ganho pelo Manchester United.



Os números impressionantes de 2014
O ano de Cristiano Ronaldo foi recheado de títulos mas também de vários recordes quebrados pelo internacional português.

Após vencer a segunda Bola de Ouro na carreira, Ronaldo teve um ano de 2014 atarefado. Entre lesões e maratonas de jogos, o internacional português foi agraciado com o mais diversos prémios e distinções.
Destaque para as condecorações de que foi protagonista.

A 20 de janeiro, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva condecorou o futebolista português com o Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Onze meses depois, na sua cidade natal, Ronaldo volta a ser agraciado com a Medalha de Mérito da Região da Madeira.

Outras distinções foram dadas ao português mas os números atingidos são os que mais impressionam os adeptos de futebol.

Apesar das várias lesões que assolaram Cristiano Ronaldo, o internacional português conseguiu chegar à marca dos 60 jogos neste ano civil de 2014. O número de golos é, praticamente, proporcional: foram 61 os golos marcados. O extremo português marca, em média, mais de um golo por jogo.

Entre jogos do Real Madrid e da seleção portuguesa Cristiano Ronaldo marcou de várias maneiras e feitios.



No Real Madrid, foram contabilizados 56 golos, aos quais se juntam os cinco marcados pela seleção portuguesa.

Cristiano Ronaldo é neste momento o quarto melhor marcador de sempre dos merengues com 284 golos marcados e está a poucos tentos de ultrapassar Santillana (290), Alfredo Di Stéfano (308) e Raul Gonzaléz (323).

Cristiano Ronaldo estreou-se a 14 de Agosto de 2002, frente ao Inter de Milão. O madeirense já leva 12 anos no futebol profissional e representou três emblemas durante a sua carreira: Sporting CP, Manchester United e Real Madrid. Tornou-se muito cedo internacional por Portugal (a 20 de agosto de 2003, jogou pela primeira vez frente ao Cazaquistão), apenas com 18 anos.

Em toda a sua carreira, Cristiano Ronaldo participou em 712 jogos oficiais e marcou 459 golos.



Os grandes feitos de Cristiano Ronaldo em 2014

O internacional português viveu um ano de sonho. Apesar da má prestação portuguesa no Mundial do Brasil, Cristiano Ronaldo averbou quatro títulos coletivos e quebrou inúmeros recordes. Veja aqui o ano de CR7 em imagens.


Cristiano Ronaldo teve um ano de 2014 marcado por vários acontecimentos. Para além dos recordes no Real Madrid e na seleção portuguesa, o madeirense foi distinguido não só por meios de comunicação mas também pela classe política em Portugal.

A muitos dos feitos que o internacional português alcançou, podem juntar-se outras nomeações e distinções:
- 26 de maio: Cristiano Ronaldo vence o prémio prestígio "Fernando Soromenho" do CNID (Associação de Jornalistas de Desporto);
- 2 de junho: Ronaldo foi selecionado para fazer parte da equipa ideal da Liga dos Campeões 2013/2014;
- 17 de julho: a cadeia de televisão ESPN considerou Cristiano Ronaldo o Melhor Desportista Internacional, à frente do tenista espanhol Rafael Nadal;
- 14 de outubro: Cristiano Ronaldo chega aos 100 milhões de gostos na sua página de Facebook. É o primeiro atleta a consegui-lo;
- 9 de dezembro: a revista "Four Four Two" distinguiu o internacional português como o Avançado Mais Completo do Mundo";
- 11 de dezembro: o golo de Cristiano Ronaldo marcado pelo Manchester United ao FC Porto na Liga dos Campeões, considerado um dos dez melhores dos 60 anos da UEFA;
- 27 de dezembro: Ronaldo é escolhido para fazer parte do "onze ideal" do ano, por parte do diário desportivo francês L'Equipe;

- 29 de dezembro: no Dubai, Cristiano Ronaldo é distinguido como o Melhor Jogador de 2014, nos Globe Soccer Awards;

Com um ano cheio de feitos que o mundo do futebol celebrou, será que a 12 de janeiro de 2015, poderá Cristiano Ronaldo vencer a sua terceira Bola de Ouro?

pub