Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.
- A delegação russa que participa nas conversações de paz com a Ucrânia diz que "não vai conceder um único ponto de negociação".
- A primeira negociação de alto nível, desde o início da guerra, vai ter lugar esta quinta-feira, na Turquia, entre os ministros dos Negócios Estrangeiros russo e ucraniano.
- O presidente ucraniano afirma que, sozinha, a Ucrânia não vai conseguir travar a Rússia e assinou uma lei que permite que civis usem armas contra militares russos, durante o período da lei marcial.
- Volodymyr Zelensky divulgou também imagens de um ataque aéreo contra um hospital pediátrico da cidade de Mariupol, que fez 17 feridos.
- O ministro ucraniano acusa a Rússia de continuar a travar a evacuação de Mariupol, cercada pelo exército russo há mais de uma semana e onde já morreram 1.207 civis.
- Esta quarta-feira, foram retiradas de outras cidades ucranianas cerca de 48 mil pessoas, através dos corredores humanitários.
- A Agência Internacional de Energia Atómica faz saber que perdeu o acesso a dados dos sistemas de monitorização da maior central nuclear da Europa, situada em Zaporizhzhia, na Ucrânia, a central incendiada, na semana passada, por forças russas.
Volodymyr Zelensky acredita que a decisão de fechar o espaço aéreo ucraniano acabará por ser tomada, mas será tarde demais.
Em entrevista à cadeia de televisão Sky News, Zelensky teceu duras críticas ao Ocidente, por agir de forma lenta para travar a Rússia.
"O Kremlin está intencionalmente a espalhar mentiras de que os Estados Unidos e a Ucrânia estão a realizar atividades relacionadas com armas químicas e biológicas na Ucrânia", referiu o porta-voz para as Relações Externas dos EUA, Ned Price, em comunicado.
“Também vimos funcionários da República Popular da China a vender essas teorias da conspiração”, acrescentou.
"Não é a primeira vez que a Rússia inventa acusações tão falsas contra outro país", notou o porta-voz Ned Price.
Na terça-feira, durante uma audiência parlamentar, a número três da diplomacia americana confirmou que a Ucrânia tem "instalações de pesquisa biológica".
"Na verdade, estamos agora bastante preocupados com a possibilidade de que as forças russas tentem assumir o controle", acrescentou Victoria Nuland, que garantia estar a trabalhar com os ucranianos para evitar que os materiais sensíveis "caíssem nas mãos" russas.
O senador republicano Marco Rubio referiu que a máquina de “propaganda russa” apontava para um suposto “plano” ucraniano, que visava o uso de “armas biológicas no país com a coordenação da NATO”.
"É uma técnica russa clássica acusar os outros do que eles planejam fazer", respondeu Victoria Nuland.
Esta quarta-feira, a Casa Branca foi mais longe. “Agora que a Rússia emitiu as falsas acusações e a China parece estar a adotar essa propaganda, devemos monitorizar qualquer possível uso pela Rússia de armas químicas ou biológicas na Ucrânia”, escreveu a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki no Twitter.
Jen Psaki acrescenta que os EUA respeitam os textos internacionais, ao contrário da Rússia, que o Ocidente acusa de ter "envenenado" adversários e apoiado o regime sírio "que tem usado repetidamente armas químicas".
Now that Russia has made these false claims, and China has seemingly endorsed this propaganda, we should all be on the lookout for Russia to possibly use chemical or biological weapons in Ukraine, or to create a false flag operation using them. It’s a clear pattern.
— Jen Psaki (@PressSec) March 9, 2022
Uma equipa da Moody's analisou, num encontro virtual, o impacto macroeconómico da guerra na Europa de Leste.
O crescimento económico global deverá cair para 3,4% este ano, podendo mesmo descer para 2% no pior dos cenários. A previsão anterior, feia em fevereiro, era de 4%.
O cenário considera a possibilidade de a Rússia ocupar grande parte da Ucrânia e de que as tensões militares diminuam num ano, que a economia e o sistema financeiro russos fiquem isolados do resto do mundo e que as exportações russas de petróleo sejam reduzidas para 1,5 milhões de barris por dia.
Neste cenário, a Moody's estima que a economia russa vá contrair 13,5% em 2022, mas um "longo conflito" poderá levar a uma queda de 24%, o que aconteceria se houvesse uma invasão total da Ucrânia que levaria a sanções maiores como o corte das exportações do crude em até 3,5 milhões de barris por dia, causando grande "turbulência" nas cadeias globais de abastecimento.
Também a Zona Euro sofre um "golpe significativo", pois a recuperação da crise da Covid-19 é substituída por um "manto de negatividade" nos mercados. A previsão de crescimento do PIB de 4% desce para 3,4% e, nos piores cenários, para 1,5%.
Do mesmo modo, a perspetiva de inflação da Zona Euro "deteriorou-se" porque é "incrivelmente dependente" das importações russas de energia e a economia já enfrentava pressão de preços antes da invasão.
Para os EUA, a agência calcula que o efeito do conflito será "moderado", com a previsão do PIB a cair de 3,7% para 3,5% este ano, em grande parte porque há um "excesso" de poupança nas famílias devido à época da pandemia, que deverá "amortecer" a forte alta dos preços da energia.
De acordo com a análise, os mercados de matérias-primas estão muito "desestabilizados" em termos de produtos agrícolas como trigo ou milho, dos quais a Rússia e a Ucrânia são grandes exportadores, o que afetará especialmente o custo de vida dos países emergentes.
O aumento do preço das matérias-primas também terá impacto na cadeia de abastecimento, que já estava sob pressão desde o coronavírus, e podem surgir "vulnerabilidades" de componentes como o níquel, alumínio ou gás néon, usados para fabricar semicondutores.
Por outro lado, os analistas consideraram que a guerra e a consequente escalada dos preços da energia fóssil podem contituir uma "oportunidade para os europeus se unirem e promoverem as energias renováveis a um ritmo mais rápido".
Rússia e Ucrânia realizaram três rondas de negociações desde o início da invasão russa. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, já se encontra na Turquia, onde vai reunir-se esta quinta-feira com o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou o bombardeamento a um hospital em Mariupol, onde estão localizadas maternidades e alas pediátricas, considerando-o "horrível", e voltou a pedir o fim da "violência sem sentido".
"Os civis estão a pagar o preço mais alto por uma guerra que não tem nada a ver com eles. Esta violência sem sentido deve parar. Acabem com derramamento de sangue agora", afirmou António Guterres numa pequena mensagem publicada no Twitter.
Today's attack on a hospital in Mariupol, Ukraine, where maternity & children's wards are located, is horrific.
— António Guterres (@antonioguterres) March 9, 2022
Civilians are paying the highest price for a war that has nothing to do with them.
This senseless violence must stop.
End the bloodshed now.
Também a diretora executiva da Unicef, Catherine Russell, disse estar "horrorizada" pelo ataque à unidade hospitalar. "Ainda não sabemos o número de vítimas, mas tememos o pior", referiu em comunicado Catherine Russel, destacando que o bombardeamento deixou crianças e mulheres em trabalho de parto sob os escombros do edifício.
A líder do Fundo das Nações Unidas para a Infância disse ainda que o ataque "ressalta o terrível preço" que a guerra "está a provocar às crianças e famílias da Ucrânia". "Em menos de duas semanas, pelo menos 37 crianças foram mortas e 50 feridas, enquanto mais de um milhões de crianças fugiram da Ucrânia para países vizinhos", observou.
Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) repetiu o seu apelo a uma resolução pacífica do conflito, condenando o ataque contra o hospital pediátrico.
"Estamos cientes de relatos perturbadores de um ataque a uma maternidade em Mariupol. A OMS condena inequivocamente qualquer ato de violência contra unidades de saúde e seus pacientes", lamentou no Twitter o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O Departamento de Defesa norte-americano [Pentágono] rejeitou hoje, em definitivo, a proposta da Polónia de entregar aos Estados Unidos os seus aviões de combate MiG-29, que depois seriam encaminhados para as forças ucranianas, revelou fonte do Pentágono.
"Os serviços de inteligência acreditam que a transferência [das aeronaves MiG-29] para a Ucrânia pode ser percebida como uma vantagem [para o conflito] e pode levar a uma reação russa significativa, que aumentaria a perspetiva de uma escalada militar com a NATO", sublinhou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em conferência de imprensa. John Kirby explicou que o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, conversou com o seu homólogo polaco e transmitiu esta avaliação dos EUA.
"Entendemos que a adição de aeronaves à capacidade da Força Aérea ucraniana não vai alterar significativamente a sua eficácia face às capacidades russas", acrescentou John Kirby.
O governo norte-americano está à procura, com aliados em todo o mundo, de outras opções para satisfazer as necessidades militares mais críticas da Ucrânia, como a defesa aérea e sistemas de armas anti blindagem, adiantou ainda.
"Nove dias. Nove dias de cerco a Mariupol. Nove dias de bombardeamento contínuo da população civil. Nove dias, meio milhão de pessoas a viverem sem eletricidade, água, aquecimento ou comunicações. Nove dias em que a cidade está isolada do mundo exterior . Nove dias - 1.207 civis de Mariupol mortos. Nove dias de genocídio da população civil", escreve o município numa publicação no Telegram.
Questionada pela agência France-Presse (AFP), a presidência ucraniana confirmou esta informação: "Não temos o número exato, mas o número provisório está correto", indicou.
"Nunca perdoaremos. Nunca esqueceremos, estamos a aguentar-nos, nós, o povo de Mariupol", indica ainda a Câmara Muncipal enquanto a cidade sofre violentos bombardeamentos do exército russo, que afetaram em particular um hospital pediátrico e uma maternidade, esta quinta-feira.
A Polónia é um dos principais destinos dos refugiados ucranianos, embora a rota dos Cárpatos seja das menos escolhidas.
O mau tempo e o frio estão entre as dificuldades que enfrentam, como contestam no local os enviados especiais da RTP à Polónia Ana Romeu e Mário Raposo.
Milhares de pessoas não arriscam os corredores humanitários de cinco cidades ucranianas porque temem ser mortas. Mas há quem tente fazê-lo debaixo de fogo e tenha sobrevivido quase por milagre.
A Rússia voltou a lançar ataques em seis cidades ucranianas, incluindo as duas maiores do país: Kiev e Kharkhiv.
Dormitórios, edifícios residenciais e militares foram alvos da força aérea e artilharia russas. A central de Chernobyl ficou sem energia elétrica, mas para já o risco de fuga radioativa é reduzido. O Presidente da Ucrânia admite deixar cair a adesão da Ucrânia à NATO.
A crise humanitária aumenta na Ucrânia, com um cenário apocalíptico em cidades como Mariupol, que continua cercada pelas tropas russas. Kiev e Moscovo chegaram a acordo para um cessar fogo em seis regiões. No entanto, em Mariupol, como na maioria das cidades atacadas e cercadas não foi possível abrir corredores livres de ataques.
Muitos dos que fogem já não têm também comida.
Our latest #satellite imagery from this morning, March 9, 2022, 10:16 a.m. local time, of the crisis in Ukraine. This set of before and after images show destroyed homes and buildings of the besieged southern #Ukraine city of #Mariupol. (Location: 47.104, 37.560) pic.twitter.com/RywSTPqUKZ
— Maxar Technologies (@Maxar) March 9, 2022
March 9, 2022 #satelliteimagery taken at 10:16 a.m. local time show grocery stores and shopping malls that have been destroyed in the western section of the Ukrainian city of #Mariupol. (Location: 47.101, 37.504) pic.twitter.com/ElRuyu1rYf
— Maxar Technologies (@Maxar) March 9, 2022
In these before and after #satellite images of #Mariupol, #Ukraine you can see destruction of homes and building. The latest imagery is from 10:16 a.m. local time on March 9, 2022. (Location: 47.099, 37.662) pic.twitter.com/J9eXaPg7gl
— Maxar Technologies (@Maxar) March 9, 2022
O Parlamento Europeu exigiu hoje o fim dos regimes de cidadania pelo investimento, os passaportes dourados, e uma regulamentação mais apertada dos regimes de residência, os vistos `gold`, vincando que ambos não devem ser concedidos a oligarcas russos.
Em altura de aceso confronto armado na Ucrânia causado pela invasão russa, e num contexto em que muitos oligarcas russos ligados ao Presidente Vladimir Putin são beneficiários destes esquemas na União Europeia (UE), "os eurodeputados querem pôr fim aos regimes de cidadania pelo investimento e apelam a regras da UE para um maior controlo dos regimes de residência", refere a instituição em comunicado.
Num relatório de iniciativa legislativa hoje aprovado com 595 votos a favor, 12 contra e 74 abstenções na sessão plenária da assembleia europeia, na cidade francesa de Estrasburgo, os parlamentares defendem que os regimes de concessão de cidadania pelo investimento (conhecidos como passaportes dourados), ao abrigo dos quais nacionais de países terceiros obtêm direitos de cidadania em troca de um investimento financeiro, "comprometem a essência da cidadania da UE".
Para o Parlamento Europeu, estes regimes equivalem a "parasitismo", pelo que devem ser "progressivamente eliminados devido aos riscos que comportam" e, por isso, solicita à Comissão Europeia que apresente, antes do fim do seu atual mandato, uma proposta legislativa para o efeito.
"A cidadania europeia não é um bem que possa ser comercializado ou vendido", salientam os eurodeputados, numa alusão aos regimes ainda existentes em Malta, na Bulgária (onde o governo apresentou uma proposta de lei para pôr termo ao regime) e no Chipre (o executivo anunciou a conclusão da análise de todos os pedidos de cidadania cipriota pendentes antes de novembro de 2020).
Neste relatório de iniciativa legislativa é também pedida a criação de regras comuns ao nível da UE para harmonizar as normas e os procedimentos relativos aos vistos `gold`, estes já referentes à residência em troca pelo investimento, de forma a reforçar a luta contra o branqueamento de capitais, a corrupção e a evasão fiscal.
O secretário-geral da NATO diz que a Rússia vai falhar nos objetivos que quer impor pela força. Na conferência sobre segurança e defesa, Jens Stoltenberg diz que Putin está já a falhar ao não conseguir dividir a Europa e garante que a relação transatlântica está cada vez mais forte. Jens Stoltenberg voltou a referir que a NATO tem a responsabilidade de não tomar decisões que possam acentuar o conflito, sobretudo para fora da Ucrânia, porque isso significaria mais sofrimento e mais mortes.
A Ucrânia conseguiu retirar mais de 40 mil pessoas esta quarta-feira, mas continua com dificuldades em retirar civis das zonas de conflito nas cidades de Kiev, Kharkiv e Mariupol, disse um dos conselheiros ucranianos, David Arakhamia.
"Mais de 40.000 mulheres e crianças foram retiradas de toda a Ucrânia num só dia. Tentamos 100.000, mas falhamos", disse Arakhamia. A Ucrânia acusou a Rússia de bombardear áreas civis e de impedir as evacuações. A Rússia, por sua vez, culpabilizou a Ucrânia.
O Reino Unido disse esta quarta-feira que o Ministério da Defesa russo confirmou o uso do lançador de foguetes TOS-1A na Ucrânia, que utiliza foguetes termobáricos.
"O Ministério da Defesa russo confirmou o uso do sistema de armas TOS-1A na Ucrânia", anunciou o Ministério britânico da Defesa no Twitter. "O TOS-1A usa foguetes termobáricos, criando efeitos incendiários e de explosão", explica.
The Russian MoD has confirmed the use of the TOS-1A weapon system in Ukraine. The TOS-1A uses thermobaric rockets, creating incendiary and blast effects.
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) March 9, 2022
Watch the video below for more information about this weapon and its devastating impact.
🇺🇦 #StandWithUkraine🇺🇦 pic.twitter.com/d8PLQ0PhQD
O principal funcionário de segurança da Ucrânia, Oleksiy Danilov, disse esta quarta-feira que 67 crianças foram mortas desde que a invasão russa teve início, a 24 de fevereiro, e pediu aos aliados de Kiev que imponham uma zona de exclusão aérea no país.
Separadamente, o presidente Volodymyr Zelenskiy disse que conversou com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, sobre pressionar a Rússia para manter os civis seguros e aumentar as sanções contra Moscovo.
Os militares ucranianos na cidade revelam que a maternidade, a ala infantil e a ala terapêutica do hospital foram destruídas num ataque aéreo.
Os doentes estão a ser transferidos para o hospital mais próximo.
Mariupol. Direct strike of Russian troops at the maternity hospital. People, children are under the wreckage. Atrocity! How much longer will the world be an accomplice ignoring terror? Close the sky right now! Stop the killings! You have power but you seem to be losing humanity. pic.twitter.com/FoaNdbKH5k
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 9, 2022
Este ataque terá sido feito durante o período de cessar-fogo para a retirada de civis de Mariupol. Desde o início da invasão russa, foram mortos, em Mariupol, 1170 civis.
Zelensky volta a exigir uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia para impedir que aviões russos sobrevoem o país: "Fechem o céu agora! Façam as mortes parar! Vocês têm o poder mas parecem estar a perder a humanidade".
O presidente russo, Vladimir Putin, culpou hoje os "nacionalistas" ucranianos por dificultarem a evacuação de civis de cidades ucranianas sitiadas.
Putin discutiu hoje telefonicamente a situação na Ucrânia com o chanceler alemão, Olaf Scholz, abordando em particular "os aspetos humanitários".
De acordo com o Kremlin, Putin disse a Scholz que os "nacionalistas" ucranianos estavam a impedir os "esforços russos para organizar corredores humanitários para civis saírem de áreas de combate".
Pelo seu lado, as autoridades ucranianas voltaram a denunciar que os contínuos bombardeamentos russos estão a sabotar os esforços para evacuar civis de áreas afetadas pelos combates.
Um autocarro com 43 refugiados vindos da Ucrânia, que viajaram desde Varsóvia (Polónia), chegou hoje de madrugada à cidade da Guarda, anunciou a Câmara Municipal.
"Já chegaram à Guarda, esta madrugada, os primeiros 43 refugiados vindos da Ucrânia que o Município da Guarda trouxe de Varsóvia (Polónia) em estreita colaboração com a Secretaria de Estado da Internacionalização", refere a autarquia numa nota publicada na rede social Facebook.
Segundo a fonte, dos 43 refugiados resgatados "25 são mulheres, 17 são crianças e um idoso".
A autarquia da cidade mais alta do país, presidida por Sérgio Costa, informa, ainda, que "fizeram também a viagem três gatos".
O Reino Unido não está a tentar fornecer uma zona de exclusão aérea sobre corredores humanitários na Ucrânia, mas sim a tentar ajudar o país a defender-se da invasão da Rússia, esclareceu há instantes a secretária dos Negócios Estrangeiros Liz Truss.
"A realidade é que a criação de uma zona de exclusão aérea levaria a um confronto direto entre a NATO e a Rússia. E não é isso que estamos a fazer", disse Truss na conferência de imprensa conjunta com o secretário de Estado norte-americano, em Washington.
"O que pretendemos é garantir que os ucranianos sejam capazes de defender o seu país com a melhor seleção possível de armas antitanque e de sistemas de defesa antiaérea", acrescentou.
Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, classificou hoje de “absurdas” as propostas do Kremlin de criar corredores humanitários desde a Ucrânia até à Rússia.
O responsável apelou a Moscovo que permita a saída em segurança dos civis ucranianos.
“É ofensiva a sugestão de que o povo ucraniano deva procurar refúgio no país cujo Governo demonstrou tamanha desconsideração pelas suas vidas”, declarou Antony Blinken numa conferência de imprensa conjunta com a ministra britânica dos Negócios Estrangeiros.
O exército russo deteve 400 ucranianos que protestavam contra a ocupação russa na região de Kherson, no sul da Ucrânia, afirmaram hoje as autoridades ucranianas.
"O ocupante está a tentar pôr em prática um regime de administração policial devido à forte resistência dos habitantes de Kherson", declarou a direção das Forças de Segurança Interna ucranianas na sua página da rede social Facebook.
"A Guarda Nacional Russa foi para lá enviada e procedeu a mais de 400 detenções ilegais de cidadãos ucranianos", acrescentou.
Segundo Liudmyla Denisova, encarregada dos direitos humanos no parlamento ucraniano, os russos, que controlam a cidade há vários dias, apoderaram-se de um centro de prisão preventiva desativado, para onde poderão enviar os ucranianos detidos por resistência.
Kherson, cidade portuária de 290.000 habitantes próxima da península da Crimeia, anexada em 2014 por Moscovo, foi a primeira grande cidade a cair nas mãos dos russos, a 2 de março, uma semana após o início da sua ofensiva na Ucrânia.
Numa praça de Kiev, uma orquestra reuniu-se hoje diante de uma pequena multidão na para tocar o hino nacional, na mesma altura em que as forças russas avançavam sobre a cidade.
A Orquestra Sinfónica Clássica de Kiev também executou um excerto da "Ode à Alegria", de Beethoven, na qual se baseia o hino da União Europeia.
Dezenas de pessoas assistiram na praça central Maidan, algumas delas agitando bandeiras ucranianas.
A letra do hino inclui os versos: "A Ucrânia ainda não pereceu, os nossos inimigos desaparecerão como orvalho ao sol".
Pelo menos 1.170 civis terão morrido na cidade ucraniana de Mariupol desde o início da invasão russa, adiantou hoje o presidente da Câmara.
Segundo o autarca, dessas 1.170 pessoas, 47 foram hoje enterradas numa vala comum.
“As pessoas estão sem água, comida, eletricidade e gás. Os habitantes estão a derreter neve para a beberem”, alertou o vice-presidente da Câmara de Mariupol.
Duas semanas após o início da invasão russa da Ucrânia, o balanço de vítimas humanas, equipamento militar destruído e outros danos materiais do conflito militar mais grave na Europa desde a II Guerra Mundial aumenta com o intensificar dos combates.
Estes são os números conhecidos que dão conta de milhares de mortos, somando militares e civis, milhões de deslocados, destruição de centenas de tanques e outros veículos de combate, dezenas de helicópteros e aviões caça, entre outros danos materiais, mas as várias instituições que contabilizam os dados admitem que na realidade os números sejam muito superiores.
Embora os dados disponíveis sejam questionáveis, a Rússia, que comprometeu mais de 150.000 soldados nesta batalha, está incontestavelmente a sofrer pesadas perdas.
"Se as forças ucranianas continuarem a infligir baixas aos militares russos ao ritmo atual, (o Presidente russo Vladimir) Putin terá de começar a pensar numa estratégia de saída viável", disse Gustav Gressel, numa nota do centro de investigação do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, na sigla em inlês).
Com o conflito na Ucrânia, "o mundo está a redescobrir o combate de alta intensidade", comentou por sua vez Pierre Razoux, diretor académico da Fundação Mediterrânica de Estudos Estratégicos (FMES).
Militares russos estão a ser acusados de terem lançado minas terrestres PFM-1, conhecidas por “minas-borboleta”, por via aérea junto a zonas de evacuação em cidades ucranianas.
Estas minas, pequenas e descartáveis, servem habitualmente para ferir e não para matar.
No Twitter, o escritor e ex-jornalista Dean Gloster explica que, em cenários de guerra, “um colega ferido atrasa mais as tropas do que um colega morto”.
As minas PFM-1 “são particularmente perigosas para as crianças, porque parecem brinquedos de plástico”, explica.
About the butterfly mines the Russians dropped outside Mariupol to kill and injure fleeing civilians. A thread. 🧵
— Dean Gloster (@deangloster) March 8, 2022
Once in 1986 in Peshawar, near the border of Afghanistan, when I was an alleged freelance journalist, a guy tossed a (deactivated) butterfly mine at my chest. 1/x pic.twitter.com/vAeBSvl8Yz
16h09 – Putin discutiu ofensiva com chanceler alemão
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, discutiu hoje ao telefone a situação na Ucrânia com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Segundo a agência russa de notícias Interfax, na chamada foram debatidos os esforços diplomáticos para pôr fim às hostilidades na Ucrânia, assim como a criação de mais corredores humanitários.
Citando o Kremlin, a agência Interfax avança que Putin falou a Scholz da mais recente ronda de negociações entre Kiev e Moscovo e ambos os líderes concordaram em continuar a discutir este assunto.
A guerra na Ucrânia já matou dez pessoas e feriu 16 em 18 ataques contra ambulâncias e instalações e profissionais de saúde, indicou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os números foram avançados pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa videoconferência de imprensa, a partir da sede da organização, em Genebra, Suíça.
"Estes ataques privam comunidades inteiras de cuidados de saúde", alertou Ghebreyesus.
A OMS (agência da ONU) já entregou 81 toneladas de material médico à Ucrânia, incluindo cinco toneladas com destino à capital, Kiev, e está a apoiar os países vizinhos na prestação de cuidados de saúde aos refugiados, a maioria mulheres e crianças.
A fabricante brasileira de aeronaves Embraer suspendeu o fornecimento de peças, manutenção e suporte técnico a clientes em cumprimento das sanções impostas à Rússia, à Bielorrússia e a certas regiões da Ucrânia.
“A companhia, em cumprimento das sanções impostas à Rússia, à Bielorrússia e a certas regiões da Ucrânia pelas leis das jurisdições às quais está sujeita, suspendeu o fornecimento de peças, manutenção e suporte técnico a clientes afetados por referidas sanções”, lê-se numa informação divulgada hoje aos acionistas pela empresa.
Comités parlamentares russos disseram hoje estar prontos para introduzirem propostas que regulem os preços dos bens alimentares, avançou a agência russa de notícias Interfax.
Alexander Khinshtein, membro do partido Rússia Unida, afirmou que tal iniciativa já foi preparada por comités da Duma (a câmara baixa da Assembleia Federal) e pode ser proposta "a qualquer momento".
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, partilhou um vídeo dos destroços resultantes do bombardeamento em Mariupol, apelando ainda ao encerramento do espaço aéreo.
“Mariupol. Um ataque direto de tropas russas na maternidade. Pessoas, crianças estão sob os destroços. Atrocidade!”, denunciou o líder na rede social Twitter.
“Por quanto mais tempo será o mundo cúmplice, ignorando este terrorismo? Fechem o espaço aéreo agora mesmo! Parem com os assassinatos! Vocês têm poder, mas parecem estar a perder a humanidade”, escreveu.
Mariupol. Direct strike of Russian troops at the maternity hospital. People, children are under the wreckage. Atrocity! How much longer will the world be an accomplice ignoring terror? Close the sky right now! Stop the killings! You have power but you seem to be losing humanity. pic.twitter.com/FoaNdbKH5k
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 9, 2022
15h29 – Programa Alimentar Mundial da ONU estima ajudar três milhões de ucranianos
O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas disse hoje estimar que três milhões de ucranianos serão apoiados através de doações de comida.
A previsão foi dada pelo diretor-geral do programa, David Beasley, numa conferência de imprensa sobre os esforços para ajudar os refugiados a chegarem à Polónia.
A guerra na Ucrânia provocou a morte de pelo menos 516 civis até terça-feira, incluindo 41 crianças, mas "os números reais são consideravelmente mais elevados", anunciou hoje a ONU.
Além dos mortos, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) registou 908 feridos, dos quais 76 são crianças.
A agência da ONU para os direitos humanos acredita que os números reais de baixas civis "são consideravelmente mais elevados, especialmente em território controlado pelo Governo" ucraniano, mais sujeito à ofensiva russa.
"A receção de informações de alguns locais onde têm ocorrido hostilidades intensas tem sido adiada e muitos relatórios ainda estão pendentes de corroboração", justificou a agência.
O Ministério da Defesa da Rússia reconheceu, esta quarta-feira, que entre os soldados russos que estão na Ucrânia estão alguns recrutas, e que alguns foram detidos pelo exército ucraniano.
É a primeira vez que a Rússia o admite, depois de Vladimir Putin o negar constantemente e garantir que só “soldados e oficiais” estavam a participar na “operação militar especial”.
“Infelizmente, identificámos várias provas da presença de recrutas em unidades que participam na operação militar especial na Ucrânia. Praticamente todos esses soldados foram retirados das operações", garantiu o Ministério.
O Governo britânico disse esta quarta-feira que pretende continuar a entregar mísseis antitanque à Ucrânia após a invasão russa, medida que faz parte de um apoio defensivo ao país.
"Em resposta à contínua agressão da Rússia, vamos aumentar o fornecimento" de armas antitanque, avançou o ministro britânico da Defesa, Ben Wallace.
O responsável adiantou ainda que, até ao momento, foram entregues cerca de 3.615 mísseis antitanque à Ucrânia e mais serão entregues em breve, estando já planeado um envio para breve.
“Em resposta aos pedidos ucranianos, o Governo também decidiu explorar a possibilidade de doar mísseis portáteis de alta velocidade Starstreak”, acrescentou.
O partido russo no poder, Rússia Unida, avançou que uma comissão do Governo aprovou hoje os primeiros passos no sentido de nacionalizar as propriedades de empresas estrangeiras que abandonem o país.
A comissão aprovou um projeto de lei que permite que as empresas detidas em mais de 25 por cento por estrangeiros de “Estados hostis” sejam colocadas em administração externa para evitar falências e salvar empregos, explica uma mensagem da Rússia Unida na rede social Telegram.
Um hospital pediátrico da cidade ucraniana de Mariupol foi destruído por ataques aéreos russos, afirmaram as autoridades da cidade.
"As forças de ocupação russas lançaram várias bombas no hospital pediátrico. A destruição é colossal", relataram, acrescentando que ainda não se sabe quantas vítimas terá provocado.
O presidente francês encontrou-se hoje com o primeiro-ministro dos Países Baixos.
Emanuel Macron sublinhou a importância dos acordos na área da energia e tecnologia para afirmar a União Europeia como potência económica e destacou também o valor das boas relações entre os europeus para enfrentar a guerra na Ucrânia.
Mais de 140 mil pessoas fugiram da Ucrânia nas últimas 24 horas, elevando o número de refugiados para mais de 2,1 milhões desde que a Rússia invadiu o país, anunciou a ONU.
Com a chegada de mais 143.959 pessoas aos países vizinhos da Ucrânia, o total passou para 2.155.271 refugiados, segundo os dados referentes a terça-feira.
A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, acredita que o mundo "nunca voltará" ao que era antes da invasão russa da Ucrânia e pediu que a Defesa europeia seja capaz de competir com o "enorme exército russo".
"Desde 24 de fevereiro, o mundo mudou. A invasão da Ucrânia por Putin deu origem a um período de insegurança na Europa que não conhecíamos desde 1939. Como aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, o nosso mundo não voltará ao 'status quo' de antes da invasão. A relação da Rússia com o resto do mundo será diferente", disse Kallas, perante o Parlamento Europeu.
"Nós, estonianos, conhecemos a experiência de ser deportados e fugir de guerras. E também temos alguma experiência com a Rússia. (…) Hoje, faz 78 anos desde que o Exército Vermelho bombardeou a minha cidade, Tallinn, dizimando-a. Mas a minha mãe sempre me disse que não é educado lembrar que ‘bem avisámos’", disse Kallas, perante os eurodeputados, alertando que a UE deve perceber que “às vezes a melhor maneira de alcançar a paz é pela vontade de usar a força militar”, salientando que garantir um futuro para a Ucrânia é uma “obrigação moral”.
Segundo a governante da Estónia, é necessária uma “política de contenção inteligente”, ao mesmo tempo que se acentuam as medidas sancionatórias contra Moscovo, nomeadamente na área energética.
“A Rússia pode ter um exército enorme, mas podemos competir com qualidade e com tecnologias inovadoras”, disse insistindo na necessidade de uma forte cooperação internacional, no âmbito das organizações de Defesa já existentes.
O Fórum Económico Mundial, que deve realizar-se em Davos, Suíça, em maio, anunciou hoje que decidiu suspender as suas relações com a Rússia, afirmando que não manteria quaisquer ligações com indivíduos ou entidades alvo de sanções.
"Na sequência da sua condenação do ataque em curso da Rússia à Ucrânia, o Fórum cumpre as sanções internacionais em evolução", disseram os organizadores do evento conhecido como Fórum de Davos à AFP num e-mail.
"Como resultado, o fórum está a congelar todas as relações com entidades russas e não se envolverá com quaisquer indivíduos ou instituições sancionadas", "incluindo" para a cimeira anual, acrescentaram os organizadores.
O fórum reúne todos os anos a elite política, económica e diplomática do mundo na estância alpina de Davos.
A Rússia diz ter documentos que provam que a Ucrânia se preparava para atacar a região separatista de Donbass neste mês de março.
Ao 14.º dia de guerra, os bombardeamentos não cessam, nem mesmo nas zonas onde há corredores humanitários.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, expressou o desejo de que a reunião entre a Rússia e a Ucrânia na Turquia permita alcançar um cessar-fogo e criticou "a caça às bruxas" contra todos os russos na Europa.
"Desejo que o encontro entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia [Dmytro Kuleba] e da Rússia [Serguei Lavrov], que se encontram pela primeira vez desde o início da invasão russa, amanhã [quinta-feira] no Fórum Diplomático de Antalya, abra a porta a um cessar-fogo duradouro", disse o chefe de Estado turco num discurso transmitido em direto pela cadeia de televisão NTV.
Erdogan expressou ainda "tristeza" pela "tensão transformada em combates" nos países vizinhos e sublinhou os esforços de mediação, lamentado a "perda de vidas e o drama humano" causados pela guerra.
A evacuação planeada da cidade ucraniana de Izyum, no leste de Kharkiv, foi interrompida por bombardeamentos russos esta quarta-feira, informou o governador regional Oleh Synehubov, citado pela Reuters.
"Os autocarros ainda estão à espera na saída de Izyum", disse, acrescentando que as negociações com as forças russas estão a decorrer com o apoio da Cruz Vermelha.
Uma das cidades cercadas, há vários dias, pelas tropas russas é Mariupol. Além da falta de água e de eletricidade, os ucranianos enfrentam também um cenário de caos, com supermercados destruídos e farmácias saqueadas.
O Kremlin acusa os Estados Unidos de terem declarado uma “guerra económica” contra Moscovo, após Washington ter anunciado um embargo às importações de petróleo e gás da Rússia - medida anunciada por Joe Biden, na terça-feira.
“Os Estados Unidos declararam guerra económica à Rússia e estão a travar esta guerra”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.
No seu encontro diário com a imprensa, Peskov também denunciou a proposta da Polónia de transferir aviões de caça russos MiG-29 para uma base dos EUA na Alemanha para serem depois enviados para a Ucrânia.
“Este é um cenário muito indesejável e potencialmente perigoso”, disse Peskov.
A Polónia, a Bulgária e a Eslováquia são os três únicos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) que têm aviões russos MIG.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse hoje não fazer sentido uma solução militar para o conflito na Ucrânia.
Em vez disso, o responsável espera que possa ser encontrada uma solução diplomática através das negociações entre Kiev e Moscovo.
Numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro canadiano, o chanceler alemão acrescentou que a Alemanha precisa de diversificar as matérias-primas usadas na indústria e que está a trabalhar com o Canadá nesse sentido.
O primeiro-ministro Justin Trudeau disse, por sua vez, que o presidente russo, Vladimir Putin, “representa uma ameaça à paz na Europa e no resto do mundo”.
"Nós fornecemos todos os tipos de materiais de defesa e enviamos armas sobre as quais falamos, mas também é verdade que temos que considerar com muito cuidado o que fazemos concretamente, e definitivamente os aviões de guerra não fazem parte disso", disse Scholz.
A Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA, na sigla original) avança que a perda de energia na antiga central nuclear de Chernobyl não tem impacto crítico na segurança.
“A carga de calor do armazenamento de combustível usado e o volume de água para arrefecimento na Central Nuclear de Chernobyl são suficientes para a remoção eficaz do calor, sem necessidade de fornecimento elétrico”, explicou a agência em comunicado.
Alguns Estados-membros da União Europeia apoiam o afastamento gradual dos combustíveis fósseis russos até 2027, avançou um funcionário da UE à agência Reuters.
Os líderes da União Europeia estão divididos sobre o pedido de adesão da Ucrânia, indicou hoje um funcionário à agência Reuters.
Um dia antes de os Estados-membros discutirem formalmente o pedido de Kiev de rápida entrada na UE, a mesma fonte revelou que todos os líderes estão a favor de fortalecer as suas relações com a Ucrânia.
“A questão é se haverá consenso sobre o alargamento da União Europeia, o que muitas vezes é complicado”, explicou o funcionário, envolvido na preparação da cimeira de amanhã, em Versailles.
Portugal já recebeu 4.039 pedidos de estatuto de proteção temporária desde o início da guerra na Ucrânia.
São cidadãos que estavam na Ucrânia e são de várias nacionalidades.
A informação foi revelada pelo SEF à RTP.
O Governo lançou hoje a plataforma digital "Portugal for Ukraine", que junta todas as respostas e ações de apoio a pessoas que saíram da Ucrânia em consequência da situação de guerra e de ajuda humanitária.
A plataforma, disponível no endereço PortugalforUkraine.gov.pt, visa congregar "todas as respostas e ações em curso tendo em vista o apoio a pessoas deslocadas da Ucrânia, dentro e fora de Portugal, nas dimensões de ação internacional, do envio de apoio humanitário e da integração e acolhimento em Portugal", avança um comunicado do gabinete da ministra de Estado e da Presidência.
Segundo o gabinete de Mariana Viera da Silva, esta plataforma contém informação e contactos para apoio relacionados com a vinda para Portugal, transporte, documentação, emprego e formação, educação, saúde e habitação.
A Reuters avança que cerca de 80.035 refugiados ucranianos foram já registados na Alemanha, até esta quarta-feira, disse um porta-voz do Ministério do Interior alemão.
Russia continues holding hostage over 400.000 people in Mariupol, blocks humanitarian aid and evacuation. Indiscriminate shelling continues. Almost 3.000 newborn babies lack medicine and food. I urge the world to act! Force Russia to stop its barbaric war on civilians and babies!
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) March 9, 2022
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, disse hoje ser urgente um cessar-fogo junto à antiga central nuclear de Chernobyl para que possa ser reparada uma linha de energia.
Segundo o ministro, há neste momento o risco de fuga de radiação caso a reparação não seja feita.
“Os geradores de diesel de reserva têm uma capacidade de 48 horas para alimentarem a central nuclear de Chernobyl. Depois disso, os sistemas de arrefecimento das instalações onde está armazenado o combustível nuclear irão parar, tornando iminente o risco de fuga de radiação”, alertou no Twitter.
The only electrical grid supplying the Chornobyl NPP and all its nuclear facilities occupied by Russian army is damaged. CNPP lost all electric supply. I call on the international community to urgently demand Russia to cease fire and allow repair units to restore power supply 1/2
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) March 9, 2022
O chefe de Estado senegalês, Macky Sall, e atual presidente da União Africana conversou, esta quarta-feira, com Vladimir Putin para "buscar um cessar-fogo duradouro" na Ucrânia.
“Saúdo a minha reunião esta manhã com o presidente Putin na qualidade de presidente da União Africana para procurar um cessar-fogo mantido na Ucrânia”, escreveu no Twitter. E acrescentou: "Saúdo a atenção e a disponibilidade para manter o diálogo para uma solução negociada do conflito".
Je me réjouis de mon entretien de ce matin avec le Président Poutine en ma qualité de Président de l’Union Africaine pour solliciter un cessez-le-feu durable en Ukraine. Je salue son écoute et sa disponibilité à maintenir le dialogue pour une issue négociée du conflit.
— Macky Sall (@Macky_Sall) March 9, 2022
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu hoje ao Ocidente para que "decida o mais rápido possível" sobre o envio dos aviões MiG-29, proposto pela Polónia para ajudar o país a comba ter a invasão russa.
"Decidam o mais rápido possível, enviem-nos os aviões", pediu Zelensky, numa mensagem difundida pela rede social Telegram.
"Resolvam imediatamente" a proposta da Polónia, acrescentou o chefe de Estado ucraniano.
A Polónia propôs, na terça-feira, a cedência dos aviões de combate MiG-29 aos Estados Unidos, para que depois sejam enviados para a Ucrânia como parte das medidas de apoio militar a Kiev.
Aquele que é o maior grupo de bens alimentares no mundo suspendeu esta quarta-feira todo o investimento de capitais na Rússia, devido à invasão da Ucrânia. A Nestlé, sediada na Suíça, tinha já interrompido a publicidade em território russo.
A empresa garante, porém, que continuará a fornecer bens alimentares essenciais à Rússia.
A UE avança que Dmitry Mazepin reuniu-se a 24 de fevereiro - dia em que começou a invasão - com Vladimir Putin, a par de outros 36 empresários russos, para discutir o impacto da invasão à Ucrânia e das sanções ocidentais.
"É um dos principais empresários envolvidos em setores económicos que são uma importante fonte de receita para o Governo da Rússia, que é responsável pela anexação da Crimeia e a desestabilização da Ucrânia", pode ler-se.
E o piloto Nikita Mazepin entra na lista por estar, de acordo com a UE, envolvido nos negócios do pai.
O presidente russo vai reunir na quinta-feira com membros do seu Governo para discutir formas de minimizar o impacto das sanções na economia russa.
A informação foi avançada pelo próprio Kremlin em comunicado, numa altura em que várias nações têm já em curso sanções contra Moscovo para retaliarem contra a ofensiva russa na Ucrânia.
A China vai enviar ajuda humanitária para a Ucrânia, incluindo alimentos e bens de primeira necessidade, no valor de cinco milhões de yuans (721.000 euros), enquanto se continua a opor às sanções impostas à Rússia.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijian disse, em conferência de imprensa, que um lote inicial foi enviado à Cruz Vermelha ucraniana, na quarta-feira, e que mais ajuda vai seguir, dentro do prazo "mais rápido possível".
Zhao também reiterou a oposição de Pequim às sanções económicas impostas a Moscovo pelos países ocidentais.
"Empunhar o bastão das sanções a toda a hora nunca trará paz e segurança, mas causará antes sérias dificuldades às economias e meios de subsistência dos países em questão", apontou.
O porta-voz disse que a China e a Rússia "vão continuar a realizar uma cooperação comercial normal, incluindo o comércio de petróleo e gás, no espírito do respeito mútuo, igualdade e benefícios mútuos".
Depois de reuniu com o Governo francês, Mark Rutte acusou Vladimir Putin de, no contexto da invasão da Ucrânia, estar a ser “muito frio, brutal, sem escrúpulos”. Para o primeiro-ministro dos Países Baixos, é “fundamental que a Europa se mantenha unida”.
“Temos de acabar com este derramamento de sangue desnecessário”, declarou em Paris o governante holandês. “Acabar com a invasão é a principal mensagem”.
Em conversações com Emmanuel Macron, Rutte admite que só se assegura a segurança dos países europeus com “uma União Europeia forte e uma aliança da NATO forte também”.
Referindo-se ao pacote de sanções contra a Rússia, o primeiro-ministro holandês recordou que a UE não está em conflito com Moscovo.
“Temos um conflito com a liderança de Putin”, explicou.
O fornecimento de energia para a central nuclear de Chernobyl e os equipamentos de segurança foi “completamente” cortada devido a ações militares russas, anunciou a operadora ucraniana Ukrenergo, esta quarta-feira.
A central de Chernobyl, na Ucrânia, "foi completamente desligada da rede elétrica devido às ações militares do ocupante russo. O local "não tem mais fornecimento de energia", anunciou a empresa no Facebook, assegurando que vai continuar a monitorizar a situação.
Com a ofensiva russo em curso, “não há possibilidade de restabelecer as linhas”, especifica o operador.
Na Estónia, as primeiras manobras da NATO desde a invasão russa da Ucrânia estão já em curso. A mobilização de 13 mil efetivos de 13 países já fazia parte do calendário normal da NATO, mas agora foi reforçada.
O Reino Unido, Dinamarca e França duplicaram a presença na Estónia, numa altura em que os países bálticos estão receosos que a ofensiva russa extravase para toda a região.
A operação da NATO tem o nome Saber Strike e realiza-se anualmente desde 2010, focando-se essencialmente em exercícios militares pelos membros da Aliança Atlântica.
Numa mensagem divulgada no Twitter, o primeiro-ministro canadiano anunciou que falou com o presidente ucraniano e combinou enviar à Ucrânia "outro carregamento de equipamento militar altamente especializado".
Justin Trudeau acrescentou ainda que debateu com Volodymir Zelensky sobre as sanções à Rússia e a assistência humanitária.
Trudeau convidou também Zelensky a dirigir-se ao Parlamento canadiano e afirmou que a população do Canadá sente-se inspirada "com a bravura e resiliência dos ucranianos e pela liderança que o presidente tem demonstrado".Just spoke with President @ZelenskyyUa. I let him know that Canada will send Ukraine another shipment of highly-specialized military equipment. We discussed sanctions against Russia and humanitarian assistance for Ukraine, too.
— Justin Trudeau (@JustinTrudeau) March 9, 2022
I invited President @ZelenskyyUa to address Canada’s Parliament. Canadians have been inspired by the bravery and resiliency of Ukrainians and the leadership the President has shown, and I know they are eager to hear directly from him.
— Justin Trudeau (@JustinTrudeau) March 9, 2022
"O Canadá está com a Ucrânia. Sentimos isso todos os dias", afirmou o presidente ucraniano.
Talked to my friend @JustinTrudeau about 🇺🇦🇨🇦 defense cooperation and how to increase sanctions pressure on Russia. Agreed on further diplomatic steps. Canada stands with Ukraine. We feel it every day.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 9, 2022
A primeira-dama ucraniana condenou, numa carta aberta, aquele que considera um "assassínio em massa" dos civis do seu país pelos militares russos. A mulher de Volodymyr Zelensky relembra todos os que vivem há dias em abrigos no subsolo, pede mais corredores humanitários e deixa um alerta: as forças de Vladimir Putin podem entrar "já amanhã" nas cidades europeias.
Para Olena Zelenska, a invasão que aconteceu a 24 de fevereiro era impensável num país até então “pacífico e cheio de vida”. Agora, o que diz estar a acontecer é “o assassínio em massa dos civis ucranianos”, e não uma “operação especial”, como alega a Rússia.
“Talvez o mais assustador e devastador desta invasão seja as mortes de crianças. A Alice, de oito anos, que morreu nas ruas de Okhtyrka enquanto o avô tentava protegê-la. Ou a Polina, de Kiev, que morreu com os seus pais num bombardeamento”, enumerou a primeira-dama na carta aberta.
Neste momento decorrem operações de evacuação nos arredores de Kiev, concretamente em Irpin, Bucha e Hostomel, com Mykola Povoroznyk a garantir ainda que a capital tem espaço para acolher os refugiados e que os comboios também estão a funcionar, permitindo a fuga para Ocidente.
Volodymyr Zelenskiy deixou o alerta de que a comunidade internacional será responsável por uma "catástrofe humanitária" em massa se não concordar com uma zona de exclusão aérea para proteger seu país.
Num discurso transmitido em video, o presidente ucraniano disse que o nível de ameaça na Ucrânia estava no máximo quase duas semanas após a invasão da Rússia, mas que os ucranianos mostraram que nunca desistiriam.
"A Rússia usa mísseis, aviões e helicópteros contra nós, contra civis, contra as nossas cidades, contra a nossa infraestrutura. É dever humanitário do mundo responder", declarou.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou 1,4 mil milhões de dólares para ajuda humanitária à Ucrânia, de forma a financiar despesas, anunciou o presidente do Banco Central, Kyrylo Shevchenkosa, num comunicado esta quarta-feira.
A Ucrânia recorreu ao financiamento de aliados e instituições internacionais para apoiar a economia nacional após o início da invasão russa.
"Estamos imensamente gratos ao FMI pela sua pronta resposta ao nosso pedido. Esperamos concluir todos os procedimentos necessários o mais rápido possível", disse Shevchenko. "É vital para a Ucrânia agora que está a passar por um momento tão horrível".
A União Europeia concordou reforçar as sanções decretadas no âmbito da invasão da Ucrânia pela Rússia, que visam oligarcas russos e três bancos da Bielorrússia, o que será formalizado rapidamente por procedimento escrito.
Segundo uma mensagem divulgada pela presidência rotativa francesa do Conselho da União na rede social Twitter, os embaixadores dos 27 junto da UE (Coreper II) aprovaram hoje “novas sanções a dirigentes e oligarcas russos e membros das suas famílias implicados na agressão russa contra a Ucrânia”.
O Coreper II chegou ainda a acordo sobre a exclusão de três bancos bielorussos do sistema SWIFT - através do qual são processadas a maioria das transações interbancárias internacionais, como ordens de pagamento e transferências. A presidência francesa da UE anunciou igualmente um acordo sobre sanções visando o setor marítimo.
🔴 #Ukraine | Approbation par le COREPER II de nouvelles sanctions à l’encontre de dirigeants et oligarques russes et de membres de leurs familles impliqués dans l’agression russe contre l’Ukraine. ⤵️ 1/5 #PFUE2022 pic.twitter.com/SHatb7ZD4z
— Présidence française du Conseil de l’UE 🇫🇷🇪🇺 (@Europe2022FR) March 9, 2022
"Os Estados-membros estão a trabalhar num pacote de sanções, cerca de 100 pessoas próximas ao Governo [russo]", disse Josep Borrell no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
“Foram feitos alguns progressos” nas negociações destinadas a “acabar com o derramamento de sangue sem sentido e a resistência das forças armadas ucranianas o mais rápido possível”, começou por dizer.
A porta-voz da diplomacia russa afirmou ainda que o Kremlin “não quer derrubar o Governo da Ucrânia” e que prefere “alcançar um acordo em vez de resolver o problema com armas”.
“Esta guerra foi promovida pelos países da NATO. Todo o mundo assistiu”, apontou também Zakharova.
Com o rublo em queda acentuada desde o início da invasão da Ucrânia, devido às sanções ocidentais, o Banco Central da Rússia anunciou algumas medidas para ajudar a economia do país. A partir desta quarta-feira e durante pelo menos seis meses, fica suspensa a venda de moeda estrangeira e é imposto um limite de dez mil dólares para o levantamento de dinheiro de outros países em bancos russos.
“De 9 de março a 9 de setembro de 2022, o Banco da Rússia estabelece o seguinte procedimento para emitir fundos de depósitos em moeda estrangeira ou contas de cidadãos”, começa por anunciar o Banco Central da Rússia, em comunicado. “Todos os fundos do cliente em contas ou depósitos em moeda estrangeira são mantidos e contabilizados na moeda de depósito, o cliente pode retirar até dez mil dólares americanos em dinheiro e os fundos restantes - em rublos à taxa de mercado no dia da emissão”.
Segundo explica a instituição, "os bancos não poderão vender moeda estrangeira aos cidadãos". Contudo, os russos vão poder trocar dinheiro de outras nacionalidades por rublos durante esse período "a qualquer momento, a qualquer hora e em qualquer montante".
A Finlândia apoia a expansão da medida da União Europeia de excluir do sistema de pagamentos SWIFT, cobrindo todos os bancos russos, disse a primeira-ministra filandesa, Sanna Marin, esta quarta-feira.
"A Finlândia é a favor de sanções fortes", disse Marin numa conferência de imprensa, citada pela Reuters.
O Instituto para o Estudo da Guerra, um influente centro de reflexão com sede em Washington, conclui que a Rússia está a resolver problemas logísticos e pode atacar Kiev nos próximos dias.
“As forças russas continuaram a concentrar-se nos arredores leste, noroeste e oeste de Kiev para um ataque à capital nas próximas 24-96 horas”, pode ler-se na avaliação publicada esta segunda-feira pelo Instituto para o Estudo da Guerra.
A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, confirmou esta quarta-feira que o cessar-fogo parcial deverá ocorrer entre as 9h00 e as 21h00 locais (7h00 às 19h00 em Lisboa).
"Continuamos chocados e horrorizados com a violência sem sentido e a trágica crise humanitária na Ucrânia. (...) e com a recente adoção pelo governo russo de novas leis de censura", disse.
A edição russa da revista Vogue está no país desde 1998. No país, o grupo também publica GQ, GQ Style, Tatler, Glamour e AD.
A chegada ao país das revistas ocidentais marcou a entrada da Rússia na modernidade capitalista.
Para a sueca de 40 anos, o nível de ameaça nuclear nunca foi tão elevado e admitiu que "é incrivelmente preocupante e pesado".
- Ao 13.º dia de guerra, a prioridade continua a ser a retirada de civis. No entanto, o governo ucraniano acusa Moscovo de não respeitar os cessar-fogos anunciados e de atacar os corredores humanitários.
Washington vai mais longe do que a União Europeia, que apresentou um plano para reduzir em dois terços a dependência da energia russa até ao final do ano.
- Em resposta, o presidente da Rússia assinou um decreto de “medidas especiais” para proibir as exportações de produtos e de matérias-primas.
- A União Europeia já acolheu cerca de dois milhões de refugiados vindos da Ucrânia.