Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Joana Raposo Santos, Andreia Martins, Carlos Santos Neves - RTP

EPA

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

00h25 - Presidente ucraniano conta morte de 31 mil soldados russos

Volodomyr Zelensky afirma que já morreram mais de 31 mil soldados russos em território ucraniano.

O presidente da Ucrânia diz ainda que Moscovo está a tentar agrupar mais reforços militares no Donbass e em Kherson.

00h05 - Portos do Mar Negro devem voltar ao ativo para impedir agravamento da fome mundial

O coordenador de Emergência do Programa Alimentar Mundial defende que é vital que os portos do Mar Negro voltem a funcionar para evitar o agravamento do problema da fome mundial.

Pedro Matos nota que a guerra e falta de cereais atirou mais 130 milhões de pessoas para a pobreza.
00h03 - União Europeia acusa Rússia de usar "comida como uma arma"

A Rússia está a utilizar "a comida como uma arma", denunciou esta terça-feira o chefe de diplomacia europeia, Josep Borrell, para assinalar o Dia Mundial da Segurança Alimentar, que está em risco desde a invasão russa da Ucrânia.

"Todo o ser humano tem o direito de acesso a alimentos seguros, a primeira fonte de vida e fundamental para a saúde global. Como União Europeia (UE), agimos decisivamente por esse direito e para atender às necessidades humanitárias, incluindo aquelas causadas pela vergonhosa decisão da Rússia de usar comida como arma", sublinhou o alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, numa publicação na rede social Twitter.

A Ucrânia tem acusado a Rússia de se apropriar da sua colheita de cereais nas regiões ocupadas no sul do país, para vender a outros países, como a Síria.

Kiev acusa também Moscovo de obstruir as suas exportações, ao bloquear os seus portos no mar Negro.

23h55 - Justiça russa coloca escritor Gloukhovski na lista dos mais procurados

A justiça russa colocou na sua lista de pessoas procuradas o escritor de ciência ficção Dmitri Gloukhovski, que arrisca uma condenação a 10 anos de prisão por ter criticado o ataque da Federação Russa à Ucrânia.

Na rede social Telegram, o escritor, de 42 anos, explicou que foi acusado de “desacreditar as forças russas” em uma mensagem publicada na Instagram e ter acusado o presidente russo, Vladimir Putin, de ser responsável pelo conflito.

“Estou pronto para repetir tudo o que escrevi: ‘Parem a guerra! Admitam que é uma guerra contra uma nação inteira e parem-na!’, acrescentou.

Dmitri Gloukhovski, autor do ‘best-seller’ “Metro 2033”, pronunciou-se várias vezes nas redes sociais e na comunicação social ocidental contra a invasão russa da Ucrânia, desde o seu início, em 24 de fevereiro.

Hoje, o tribunal moscovita de Basmanny indicou às agências noticiosas russas que tinha ordenado em 13 de maio que “Gloukhovski seja colocado em prisão provisória por ausência” e o Ministério do Interior russo, que está provavelmente fora da Federação Russa, na sua lista de pessoas procuradas.

(Agência Lusa)

23h30 - Mais de 1.000 prisioneiros ucranianos levados para a Rússia para investigação

De acordo com uma fonte da polícia russa, citada pela agência de notícias Tass e pela agência Reuters, mais de 1.000 soldados ucranianos que se renderam na cidade de Mariupol foram transferidos para a Rússia para investigação.

A verificar-se, este facto pode minar as já conturbadas negociações de paz entre os dois lados. Esta terça-feira, o presidente da Ucrânia tinha declarado aos jornalistas que a Rússia mantinha cerca de 2.500 soldados como prisioneiros na siderúrgica Azovstal, em Mariupol. 

Volodymyr Zelensky referiu que estava a trabalhar para que todos os detidos que estavam no complexo de Azovstal sejam integrados numa troca de prisioneiros, enquanto alguns deputados russos defendem que devem ser julgados.

22h58 - Alemanha preparada para fortalecer presença militar nos países bálticos

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse hoje que a Alemanha está preparada para enviar mais tropas para a Lituânia, respondendo assim aos pedidos dos países bálticos.

“Estamos prontos para fortalecer o nosso compromisso e transformá-lo numa brigada de combate robusta que pode organizar em conjunto a dissuasão da agressão e a defesa na Lituânia”, disse Olaf Scholz numa conferência de imprensa em Vilnius, ao lado dos líderes do Báltico.

Uma brigada tem cerca de 4.000 soldados. Antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, a Alemanha, que lidera um grupo de combate multinacional da NATO na Lituânia, já havia aumentado o número de militares naquele país, de 550 para mais de 1.000.

(Agência Lusa)

22h47 - Pró-russos transportam cereais ucranianos de comboio até à Crimeia

As autoridades pró-russas na região ucraniana de Zaporizhia anunciaram o transporte por comboio do primeiro lote de cereais com destino à península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014. Os cereais foram transferidos da cidade de Melitopol para a Crimeia a bordo de onze carruagens, explicou Yevgueni Balitski, chefe da administração civil-militar de Zaporizhia, em declarações à televisão estatal russa.

Recorde-se qeue a Ucrânia tem acusado a Rússia de se apropriar da sua colheita de cereais nas regiões ocupadas no sul do país, Zaporizhia e Kherson, para vender a outros países, como a Síria. Kiev acusa também Moscovo de obstruir as suas exportações, ao bloquear os seus portos no mar Negro.

22h39 - Polónia vai vender 7 milhões de euros de armas a Kiev

A Polónia assinou um contrato de venda de armas à Ucrânia de cerca de 700 milhões de euros, a maior exportação de armamento polaco dos últimos 30 anos, anunciou o primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, que acrescentou que o acordo foi assinado durante a sua visita a Kiev, em março.

Entre o material a enviar para a Ucrânia estão 56 canhões autopropulsados Krab de 155 milímetros, com um alcance de 40 quilómetros, 18 dos quais já foram entregues na semana passada, disse o ministro da Defesa, Mariusz Blaszczak.

Morawiecki explicou que parte das verbas com que a Ucrânia pagará estas armas provêm das ajudas económicas que a União Europeia (UE) disponibilizou para ajudar Kiev.

22h28 - Conselho do Banco Mundial aprova 1,49 mil milhões de dólares em fundos para a Ucrânia

O Banco Mundial anunciou, esta terça-feira, que foram aprovados 1,49 mil milhões de dólares em financiamento adicional para a Ucrânia, expandindo o apoio total prometido pelo banco a Kiev para mais de 4 mil milhões de dólares.

21h57 - Presidente da República recebe, na quarta-feira, homólogos da Polónia e da Eslováquia

Em Braga, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que amnhã vai receber os presidentes da Polónia e da Eslováquia para debater a situação atual na Europa. No dia seguinte, os chefes de Estado europeus vão estar com António Costa.
“Teremos um ponto que não estava previsto no programa, que não tem a ver com o 10 de junho, mas amanhã [quarta-feira] teremos dois chefes de Estado que virão cá a Braga para se encontrar comigo, para falar da situação internacional que se vive, e no dia seguinte estarão com o senhor primeiro-ministro. São o senhor Presidente da Polónia e a senhora Presidente da Eslováquia” disse Marcelo, aos jornalistas.

O Presidente da República disse ainda que o encontro foi pedido pelos seus homólogos, Andrzej Duda, Presidente da República da Polónia, e por Zuzana Čaputová, Presidente da República da Eslováquia, desconhecendo o que ambos pretendem.

“Eles pediram para falar comigo e depois com o senhor primeiro-ministro. Veremos o que eles querem”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

c/ Lusa

21h50 - Merkel não se culpa por não se esforçar o suficiente pela Ucrânia

A ex-chanceler alemã Angela Merkel disse, esta terça-feira, que se esforçou muito quando estava no cargo para evitar que a situação na Ucrânia chegasse à situação atual, acrescentando que não se culpa por não se esforçar o suficiente.

"É uma grande tristeza que não tenha dado certo, mas não me culpo por não tentar", disse Merkel, falando do acordo de 2014 de Minsk com a Rússia.
Sobre as acusações de que foi ingénua, ao acreditar que a Rússia poderia mudar através das relações comerciais com o Ocidente, Merkel realçou que nunca teve “ilusões”, mas que não poderia agir como se um país vizinho “não existisse”.

A ex-chanceler, que falava durante uma palestra em Berlim, organizada pela Editora Aufbau, sublinhou que já sabia na altura que Putin “queria destruir a Europa” mas que antes de entrar em conflito aberto era preciso "tentar tudo diplomaticamente".

Merkel resumiu a sua política em relação ao Kremlin (presidência russa) com a tentativa de "encontrar um ‘modus vivendi’ [modo de viver] onde não se estivesse em guerra e tentasse coexistir apesar das diferenças”.

Para a antiga chefe do governo alemão, as sanções dos EUA à construção do gasoduto Nord Stream 2 causaram-lhe “incómodo”, considerando que era algo que se “fazia com um país como o Irão, mas não com um aliado", mas elogiou a iniciativa do Presidente Joe Biden para ‘enterrar’ a questão em 2021.

Angela Merkel também defendeu a decisão da cimeira de Bucareste, em 2008, de não conceder à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à NATO, que na altura não era um país "democraticamente firme" e era "dominado por oligarcas".

A política acrescentou que, do ponto de vista de Putin, também teria sido uma "declaração de guerra" à qual ele teria reagido causando grandes danos a Kiev, de acordo com a sua política de intervir em países ao redor da Rússia que se tentavam virar para o Ocidente.

(Agência Lusa)

21h10 - Kharkiv voltou a ser alvo de bombardeamentos russos

A cidade ucraniana de Kharkiv voltou a ser alvo de bombardeamentos durante a tarde, o que poderá ser um sinal de que o objetivo da Rússia pode ir além do Donbass.
Moscovo reiterou que o seu objetivo é o domínio do Donbass, mas Kharkiv está fora desta região. A cidade no leste da Ucrânia esteve sob intenso bombardeamento nos primeiros meses de guerra, mas as forças russas já tinham saído há cerca de três semanas de Kharkiv, numa altura em que Severodonetsk era a prioridade

Agora que Severodonetsk está praticamente nas mãos da Rússia, Moscovo avançou e chegou a Kharkiv, tal como explica a enviada especial da RTP a Kiev, Rita Marrafa de Carvalho.

Esta tarde voltaram também a soar as sirenes na capital ucraniana.

20h56 - Ucranianos que regressam ao país encontram as suas casas destruídas

Muitos ucranianos estão a regressar ao país e a encontrar as suas casas destruídas. É o caso de Andrii, que deixou um lar e encontrou um monte de pedras, como constatou a enviada-especial da RTP a Kiev, Rita Marrafa de Carvalho.


20h31 - Moscovo diz ter conseguido ligar o país à Crimeia por terra

A Rússia disse ter concluído uma ligação por terra entre território russo e a Crimeia. O ministro russo da Defesa afirmou que Moscovo controla 97% de Lugansk e parte importante da cidade de Severodonetsk, mas ainda não a totalidade.


20h16 - Detetores de radiação de Chornobyl voltam a funcionar

Detetores de radiação na zona da central nuclear de Chornobyl, na Ucrânia, estão operacionais primeira vez desde que a Rússia tomou a região, e os níveis de radiação estão normais, informou o órgão de vigilância nuclear da ONU esta terça-feira.

20h00 - Zelensky defende vitória militar antes de negociações de paz

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse hoje que o seu país precisa de uma vitória sobre a Rússia "no campo de batalha", antes de qualquer negociação de paz.

"A vitória deve ser sobretudo no campo de batalha", disse o Presidente, numa entrevista ao jornal britânico Financial Times, repetindo que o seu país precisa de, pelo menos, "tantas armas quantas as que os russos possuem".

"Por agora, não podemos avançar de forma vigorosa" sem sofrer grandes perdas, sublinhou Zelensky, pedindo aos aliados ocidentais para fornecerem mais armas ao seu país.

Questionado sobre o que a Ucrânia consideraria uma "vitória" nesta guerra, Zelensky defendeu que o regresso à situação anterior à invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro, seria "uma séria vitória provisória", antes do final da ocupação do país.

19h08 - MNE russo na Turquia negoceia como desbloquear exportações de cereais

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, chegou hoje à Turquia para discutir a criação de corredores marítimos para facilitar a exportação de cereais ucranianos através dos portos do Mar Negro, constatou um fotógrafo da France-Presse. Lavrov tinha anunciado segunda-feira que uma delegação russa iria à Turquia para discutir mecanismos que permitam escoar cereais e alimentos da Ucrânia, que incluem a desminagem dos portos do Mar Negro.

"Vamos abordar todos os detalhes. Os especialistas partem hoje (segunda-feira) para a Turquia, e terça-feira a minha (do Ministério dos Negócios Estrangeiros) delegação viaja e espero que possamos, se não colocar um ponto final - uma vez que isso deve ser feito pelos nossos líderes - pelo menos planear em pormenor as possibilidades", disse então o chefe da diplomacia russa.

Lavrov deverá encontrar-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Cavusoglu, na quarta-feira.

(Agência Lusa)

18h33 - Forças ucranianas acham difícil manter Severodonestk

As forças ucranianas consideram difícil evitar ataques russos no centro de Severodonestk, mas as forças de Moscovo não controlam ainda a cidade, disse o governador da região de Luhansk, esta terça-feira.

18h22 - Kiev pressiona Israel para vender sistema de defesa antimísseis

O embaixador da Ucrânia em Israel, Yevgen Korniychuk, pediu hoje ao Governo israelita que venda o seu sistema de intercetação de foguetes militares Iron Dome e mísseis antitanque para defender civis contra a invasão russa.

Korniychuk não acusou Israel de bloquear a venda do sistema de defesa antimísseis, mas pretende que o Governo israelita apoie a Ucrânia militarmente.

17h50 - "Cerca de 800 civis" refugiados numa fábrica em Severodonetsk

Cerca de 800 civis estão escondidos numa fábrica de produtos químicos em Severodonetsk, no leste da Ucrânia, onde há vários dias decorrem combates entre os exércitos ucraniano e russo, disse esta terça-feira o advogado norte-americano do magnata Dmytro Firtach, proprietário do local.

"Cerca de 800 civis refugiaram-se nos abrigos da fábrica de produtos químicos Azot, de propriedade do Grupo DF de Dmytro Firtach", disse Lanny Davis, advogado do magnata ucraniano, num comunicado. "Entre esses 800 civis estão cerca de 200 dos 3.000 funcionários da fábrica e cerca de 600 residentes de Severodonetsk", acrescentou.

17h16 - Kiev acusa Rússia de deter 600 pessoas em Kherson

A Ucrânia acusou hoje o exército russo de ter detido cerca de 600 pessoas, incluindo jornalistas e ativistas pró-Kiev, na região de Kherson, no sul do país, inteiramente ocupada pelas forças de Moscovo.

"Segundo as nossas informações, cerca de 600 pessoas estão (...) detidas em porões especialmente preparados na região de Kherson", informou Tamila Tacheva, representante do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para a Crimeia, península ucraniana fronteiriça com Kherson que foi anexada por Moscovo em 2014.

De acordo com Kiev, os detidos são "principalmente jornalistas e ativistas" que organizaram "comícios pró-ucranianos em Kherson" após a ocupação deste território pelos russos.

"Segundo as nossas informações, eles estão a ser mantidos em condições desumanas e são vítimas de tortura", acusou Tacheva.

(Agência Lusa)


16h46 - EUA e Europa em negociações 'extremamente ativas' para limitar as receitas russas de petróleo

Os Estados Unidos estão envolvidos em negociações "extremamente ativas" com países europeus com o objetivo de limitar as receitas que a Rússia pode gerar com a venda de petróleo, afirmou a secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen.

16h41 - Exército russo castiga oficiais que enviaram recrutas para a guerra

O exército russo puniu mais de uma dezena de oficiais por terem enviado cerca de 600 recrutas para a guerra na Ucrânia, anunciou hoje um procurador militar em Moscovo. O procurador militar do distrito ocidental, Artur Yeguiev, disse no Senado russo que o Ministério Público militar tomou medidas disciplinares contra “cerca de uma dúzia de oficiais”.

Yeguiev não especificou as medidas disciplinares aplicadas, mas admitiu que alguns dos oficiais foram expulsos das forças armadas. A operação envolveu cerca de 600 recrutas, mas “todos regressaram [da Ucrânia] num curto espaço de tempo”, disse Yeguiev, citado pela agência espanhola EFE.

(Agência Lusa)

16h27 - Tesouro dos EUA diz que compras de dívida e ações russas estão proibidas com as sanções

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos publicou um decreto aos gestores informando que a compra de qualquer dívida russa ou ações pertencentes a empresas russas é proibida pelas sanções de Washington a Moscovo, reforçando ainda mais as restrições ao país após a invasão da Ucrânia.

"Consistente com o nosso objetivo de negar à Rússia os recursos financeiros necessários para continuar sua guerra brutal contra a Ucrânia, o Tesouro deixou claro que os norte-americanos estão proibidos de fazer novos investimentos no sucesso da Rússia, inclusive por meio de compras no mercado secundário", disse um porta-voz do Tesouro.

16h07 - Sirenes começaram a tocar em Kiev durante a tarde

Esta tarde voltaram a ouvir-se as sirenes na capital ucraniana. Habitualmente, os ataques decorrem durante a noite e, por isso, as sirenes só tocam nesse horário. Não houve, contudo, bombardeamentos ou ataques aéreos durante o dia de hoje em Kiev.


15h48 - Rússia diz ter aberto corredor terrestre entre o Donbass e a Crimeia

O Ministério russo da Defesa diz esta terça-feira que a Rússia abriu um corredor terrestre entre a Península da Crimeia e o território no leste da Ucrânia que agora está sob controlo russo.

De acordo com o ministro Sergei Shoigu, os militares russos que trabalharam nesta construção rodoviária restauraram 1.200 quilómetros de trilhos ferroviários de forma a permitir viagens entre a Crimeia e o leste da Ucrânia.

Esta nova ligação terrestre irá permitir à Rússia começar a entregar mercadorias a várias cidades, incluindo Mariupol, Berdiansk e Kherson, indicou o ministro, citado pela CNN.

15h31 - Bombardeamentos em Kharkiv. Pelo menos uma morte confirmada

Um ataque russo à cidade de Kharkiv matou pelo menos uma pessoa e provocou três feridos. De acordo com o prefeito da cidade, Ihor Terekhov, a Rússia "não deixa Kharkiv em paz e mantém constantemente as pessoas com medo".

Kharkiv, no leste da Ucrânia, esteve sob intenso bombardeamento nos primeiros meses de guerra. Nas últimas semanas, a cidade viveu uma situação relativamente mais calma com o recuo das tropas russas.

15h20 - ONU confirma mais de 4.200 civis mortos na guerra

A ONU confirmou hoje que pelo menos 4.253 civis morreram e 5.141 ficaram feridos em pouco mais que três meses de guerra na Ucrânia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores.

Das vítimas mortais confirmadas pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), 272 são crianças, e há também 433 crianças entre os feridos, de acordo com as estatísticas diariamente atualizadas desde o início da ofensiva russa, a 24 de fevereiro.

O organismo internacional, dirigido pela Alta-Comissária Michelle Bachelet, reconhece, no entanto, que os números que apresenta não refletem o verdadeiro impacto da guerra, já que é muito difícil recolher informação em zonas cercadas ou onde os combates são intensos, como no leste do país.

Esta situação envolve, em particular, as cidades de Mariupol (região de Donetsk), Izium (região de Kharkiv) e Popasna (região de Lugansk), onde existem relatos de numerosas vítimas civis.

Além disso, o ACNUDH só reporta os casos que pôde confirmar, mas tem muitos mais casos cuja verificação está em curso.

Segundo as informações recolhidas, a maioria das vítimas civis morreu ou sofreu ferimentos devido ao uso de explosivos, incluindo projéteis lançados por artilharia pesada, sistemas de lançamento múltiplo de `rockets`, mísseis e bombardeamentos aéreos.

O direito internacional considera que os ataques perpetrados contra civis e infraestruturas não-militares num conflito constituem crimes de guerra.

(agência Lusa)

14h37 - O essencial da informação a esta hora

  • O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esta terça-feira que uma situação de impasse no campo de batalha “não é uma opção” para o país. Indicou ainda que a Ucrânia pretende recuperar o controlo do território ocupado pelas forças russas. “Temos de alcançar a desocupação total do nosso território”, vincou o líder ucraniano.

  • Severodonetsk, no leste da Ucrânia, continua a ser palco de intensos combates. De acordo com o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, as forças de Moscovo já controlam 97 por cento da região de Lugansk, tendo alcançado vitórias importantes em zonas residenciais de Severodonetsk e conquistado outras cidades como Lyman e Sviaohirsk.

  • A empresa nuclear estatal ucraniana, a Energoatom, criticou esta terça-feira os planos da Agência Internacional de Energia Atómica para o envio de uma equipa de investigadores internacionais à central de Zaporizhzhia, ocupada pelas forças russas. Salienta que não pediu tal visita e que, a acontecer, irá "legitimar a presença dos ocupantes e essencialmente tolerar as suas ações".

  • Kirill Stremousov, vice-chefe da administração regional instaurada pelo Kremlin, admite que Moscovo poderá levar a cabo uma votação em referendo para permitir a anexação do oblast de Kherson na Rússia. Kherson, capital da região com o mesmo nome, foi a primeira grande cidade a cair nas mãos dos russos desde o início da invasão russa.

  • O presidente da Ucrânia diz que a Rússia mantém cerca de 2.500 soldados como prisioneiros na siderurgia Azovstal, em Mariupol. Volodymyr Zelensky indicou ainda que o Ministério da Defesa da Ucrânia está a trabalhar na libertação dos soldados. Entretanto, de acordo com as famílias de soldados que combateram em Azovstal, os corpos de alguns combatentes começaram a ser entregues à Ucrânia.

  • O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, informou hoje que os portos de Mariupol e Berdyansk, ocupados por forças russas, estão a postos para retomar as exportações de cereais depois de concluída a desminagem. No entanto, o vice-ministro ucraniano para Política Agrária e Alimentação, Taras Vysotskyi, alerta que a desminagem das zonas próximas aos portos do Mar Negro poderá levar até seis meses, mesmo com o levantamento do bloqueio por parte da Rússia.

  • Ancara indicou esta terça-feira que está a trabalhar com a Rússia e a Ucrânia num plano para retomar as exportações de cereais a partir dos portos ucranianos de forma a evitar uma crise alimentar global. O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, recebe na quarta-feira o homólogo russo, Sergei Lavrov, para prosseguir as negociações sobre este acordo.

14h13 - Quase 600 ucranianos prisioneiros em Kherson, denuncia Kiev

A Ucrânia acusa esta terça-feira a Rússia de manter como prisioneiros cerca de 600 pessoas, incluindo jornalistas e ativistas pró-Kiev, na região de Kherson, no sul do país.

"De acordo com as nossas informações, cerca de 600 pessoas estão detidas (...) na região de Kherson", afirma Tamila Tacheva, representante do presidente ucraniano para a região da Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014 que faz fronteira com Kherson.

Estes prisioneiros terão organizado eventos e comícios em defesa da Ucrânia após a incursão russa naquela região.

"Segundo as informações que temos, estão a ser mantidos em condições desumanas e são vítimas de tortura", acrescentou.

Alguns dos prisioneiros detidos na região de Kherson foram levados para prisões na Crimeia, indicou ainda a responsável. 

14h01 - Parlamento russo aprova saída do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos

A Duma, câmara baixa do Parlamento russo, aprovou esta terça-feira a proposta que põe fim à jurisdição do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos no país.

O Parlamento russo aprovou dois projetos-lei, um dos quais retira a jurisdição daquele tribunal e outro estabelece o dia 15 de março como o dia em que se deu a rutura. Ou seja, decisões contra a Rússia posteriores a essa data não terão efeito para Moscovo.

Nos últimos anos, os apelos ao Tribunal Europeu dos Direitos Hmanos tornaram-se, para muitos queixosos, o último recurso disponível. Por exemplo, em 2017, o tribunal ordenou que Moscovo pagasse uma indemnização aos sobreviventes do cerco à escola de Beslan, em 2004, citando falhas por parte dos serviços de segurança.

Na sequência da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro, o comité de ministros do Conselho da Europa decidiu expulsar a Rússia da organização a 15 de março.

13h50 - Forças russas controlam 97 por cento da região de Lugansk, diz Moscovo

O ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, disse esta terça-feira que as forças de Moscovo controlam 97 por cento da região de Lugansk, no leste da Ucrânia.

De acordo com o mesmo ministro, as tropas russas conseguiram vitórias importantes em zonas residenciais da cidade de Severodonetsk. De momento, as forças russas e ucranianas combatem pelo controlo da zona industrial daquela mesma cidade.

Sergei Shoigu adiantou ainda que as tropas russas estão a pressionar posições ucranianas na cidade de Popasna, a cerca de 30 quilómetros de Severodonetsk. Outras cidades como Lyman e Sviaohirsk já estão sob controlo russo, indicou.

13h39 - Zelensky alerta que impasse no campo de batalha "não é opção" para a Ucrânia

O presidente ucraniano disse esta terça-feira que Kiev não irá conformar-se com um impasse no campo de batalha e que o país pretende recuperar o controlo de todo o território ocupado pelas forças de Moscovo.

"Já perdemos demasiadas pessoas para agora simplesmente cedermos o nosso território", afirmou Volodymyr Zelensky, acrescentando que um eventual desfecho numa situação de impasse "não é uma opção" para Kiev.

"Temos de alcançar a desocupção total do nosso território", vincou.

Numa entrevista ao Financial Times, o presidente ucraniano adiantou ainda que a Ucrânia "não pretende humilhar ninguém", mas apenas "responder na mesma moeda".

Há dias, o presidente francês, Emmanuel Macron, lançou o apelo para que não se procurasse "humilhar" a Rússia, mantendo uma porta aberta para a diplomacia.

"Como podemos alcançar um cessar-fogo no território da Ucrânia sem ouvirmos a posição do país, sem ouvir a posição do líder desse país? Isto é muito, muito surpreendente", acrescentou ainda Zelensky, numa crítica ao chefe de Estado francês.

13h31 - Ucrânia necessita de "cerca de seis meses" para desminar zonas junto aos portos do Mar Negro

O vice-ministro ucraniano para Política Agrária e Alimentação, Taras Vysotskyi, alerta que a desminagem das zonas próximas aos portos do Mar Negro poderá levar até seis meses, isto mesmo que a Rússia levante o bloqueio.

Durante uma conferência, o responsável indicou que a Ucrânia deverá conseguir exportar apenas dois milhões de toneladas de cereais. Antes da guerra, Kiev conseguia exportar até seis milhões de toneladas de cereais por mês.

Nesta altura, mais de 20 milhões de toneladas de cereais estão bloqueadas nos portos e armazéns ucranianos à espera de serem exportados.

13h06 - Rússia castiga funcionários que enviaram recrutas para a Ucrânia

A Rússia castigou cerca de uma dezena de membros do Exército alegadamente responsáveis por enviarem centenas de recrutas para lutar na Ucrânia, anunciou hoje um procurador militar.

"Cerca de 600 recrutas foram, sob a supervisão do Distrito Militar Ocidental, enviados para a operação militar especial, sendo que todos eles regressaram [à Rússia] o mais rápido possível", declarou o procurador Arthur Yegiev, falando à câmara alta do Parlamento russo.

Segundo o responsável, os funcionários que permitiram que isso acontecesse enfrentam agora processos disciplinares, incluindo a perspetiva de demissão.

No passado, o presidente Vladimir Putin negou repetidamente que a Rússia estivesse a usar recrutas - jovens convocados pelo Estado para servir no exército -, dizendo que apenas soldados profissionais estavam a participar na operação militar iniciada a 24 de fevereiro.

Em março, porém, o Ministério russo da Defesa reconheceu que alguns foram desses jovens foram enviados para o terreno.

12h47 - IBM encerra operações na Rússia

A empresa norte-americana de tecnologia IBM vai deixar de operar na Rússia, informou a agência de notícias RIA Novosti esta terça-feira, citando um alto funcionário da multinacional.

12h42 - Ucrânia não deve ser pressionada a aceitar mau acordo de paz, diz Boris Johnson

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, defendeu hoje perante a sua equipa de ministros que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não deve ser pressionado pelas potências mundiais a aceitar um mau acordo de paz com o presidente russo, Vladimir Putin.

Segundo um porta-voz de Johnson, este terá salientado que “os maus acordos de paz não duram” e defendido que “o mundo deve evitar qualquer resultado em que a agressão injustificada de Putin pareça ter valido a pena”.

Já a ministra britânica dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, aproveitou a reunião para anunciar que Londres está a preparar novas sanções contra Moscovo.

12h26 - Zelensky "muito feliz" com sobrevivência política de Boris Johnson

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse estar "muito feliz" por Boris Johnson se ter mantido como primeiro-ministro britânico, ao sobreviver na segunda-feira uma moção de censura no Parlamento.

"Estou feliz por não termos perdido um aliado tão importante, esta é uma ótima notícia", considerou o líder.

12h18 - Kremlin garante que portos de Mariupol e Berdyansk estão prontos para assegurar exportação de cereais

O ministro da Defesa da Rússia informou hoje que os portos de Mariupol e Berdyansk, ocupados por forças russas, estão a postos para retomar as exportações de cereais depois de concluída a desminagem.

De acordo com a agência Reuters, o ministro Sergei Shoigu garantiu que as forças armadas da Rússia garantiram as condições necessárias para que as conexões ferroviárias sejam também retomadas.

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, indicou que a Ucrânia terá de proceder à desminagem das áreas próximas aos portos para conseguir retomar a exportação de cereais.

"Isso permitirá aos navios, depois de verificados pelos nossos militares, que entrem nos portos, sejam carregados com os cereais e, com a nossa ajuda, prossigam para águas internacionais", indicou o porta-voz.

O exército russo controla grande parte da costa sul da Ucrânia, com os navios de guerra a controlarem o acesso aos principais portos ucranianos no Mar Negro.

12h03 - Evgueni Mouravich: "Temos imensa dificuldade em trabalhar com câmara na rua, as pessoas têm medo"

Evgueni Mouravich, correspondente da RTP em Moscovo há mais de três décadas, falou na RTP3 sobre a guerra na Ucrânia e explicou como este conflito tem sido vivido em território russo. O regresso ao imperialismo e ao totalitarismo ou o incremento da propaganda foram alguns dos temas abordados.
O repórter começou por referir que a Rússia está, neste momento, “numa só mão”. O presidente Vladimir Putin é responsável por tomar todas as decisões finais num “sistema unipessoal de poder”.

Com a guerra na Ucrânia, a Rússia passou a viver num regime totalitário, onde se exige a “complacência dos cidadãos”, mas também o apoio declarado.

Evgueni Mouravich aponta ainda que o presidente russo “acabou com todo o tipo de dissidência (…) que não seja alinhado com o pensamento oficial”, sendo que “ainda não se pode falar num regresso ao estalinismo”.

O jornalista abordou especificamente as pressões e tensões sentidas pelos repórteres a trabalhar na Rússia. “Nós jornalistas já temos imensa dificuldade em trabalhar com câmara na rua, as pessoas têm medo das câmaras, têm medo de se pronunciar. (…) As pessoas repetem teses que ouvem na televisão” por receio de expressar a sua opinião, vincou.

No entanto, reconhece que os russos “não são homogéneos”. Se por um lado, a população urbana, mais instruída, ficou “muito reprimida e vulnerável” com as sanções internacionais, grande parte da população “vive dos salários que recebe do orçamento”.

“Enquanto Putin puder garantir os pagamentos, (…) esta parte vai continuar a expressar apoio ao regime”, indica o correspondente, considerando que o presidente russo “ainda tem muita coisa que o sustenta” e por isso não se pode esperar um fim desse regime em breve.

No entanto, apesar das opiniões diversas, a maioria dos russos “já está a compreender que isto não é uma operação militar especial, é uma guerra”.

Ainda que muitos russos queiram o fim da guerra, grande parte continua a acreditar que Putin está a combater o nazismo na Ucrânia. “Essa convicção ainda é muito forte”, vinca.

11h14 - Exército bielorrusso participa em exercícios de prontidão para combate

As forças armadas da Bielorrússia começaram esta terça-feira a participar num treino de prontidão para combate, segundo indicou o Ministério bielorrusos da Defesa.

Nas semanas que antecederam o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro, um número significativo de tropas russas esteve na Bielorrússia para a realização de exercícios conjuntos.

A Bielorrússia faz fronteira com o norte da Ucrânia e é um aliado próximo de Vladimir Putin. O país, liderado por Alexander Lukashenko, participou nas investidas iniciais sobre a Ucrânia e permitiu o acesso das tropas russas ao território bielorrússo para lançar a partir daquele país o ataque a Kiev, que acabou por fracassar.

10h53 - Líder separatista confirma morte de general russo na Ucrânia

O líder dos separatistas pró-russos de Donetsk confirmou esta terça-feira a morte de um general russo no leste da Ucrânia, onde as forças russas intensificaram a sua ofensiva nos últimos dias.

Trata-se do major-general Roman Kutuzov, cuja morte foi noticiada por um correspondente de guerra russo no domingo, mas que ainda não tinha sido confirmada por fontes oficiais.

Numa mensagem publicada na plataforma de mensagens Telegram, o líder separatista Denis Pushilin enviou “sinceras condolências à família e amigos” do major-general Roman Kutuzov, que “mostrou pelo exemplo como servir a pátria”.

“Enquanto os nossos generais lutarem ao lado dos soldados, o nosso país e a nossa nação serão invencíveis”, acrescentou Pushilin, que ilustrou a mensagem com uma foto a preto e branco do oficial russo.

Fontes ucranianas disseram que Kutuzov foi morto no domingo, perto da aldeia de Mykolaivka, na região de Lugansk.

Kutuzov serviu como comandante do 5.º Exército Combinado da Rússia e, mais tarde, como comandante adjunto do 29.º Exército Combinado.

O anúncio da morte de Kutuzov ocorre numa altura em que as forças russas e os seus aliados separatistas atacam a região ucraniana do Donbass, com duros combates a ocorrerem na cidade de Severodonetsk.

Vários oficiais militares russos de alta patente foram mortos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro. O número exato não é conhecido, uma vez que as autoridades russas raramente comunicam as suas perdas.

(agência Lusa)

10h38 - Soldados russos denunciam más condições e exaustão das tropas no leste da Ucrânia

À medida que a guerra se arrasta e que Moscovo vai alcançando vitórias importantes no leste da Ucrânia, são também cada vez mais audíveis as críticas por parte dos soldados russos. Em dois vídeos, citados pelo jornal The Guardian, vários combatentes pedem ao presidente russo, Vladimir Putin, uma investigação sobre as condições nos campos de batalha e questionam se os longos períodos de destacamento serão legais.

Os dois vídeos incluem depoimentos de combatentes no leste da Ucrânia, precisamente onde a Rússia tem alcançado maior sucesso no combate às forças ucranianas. Os soldados russos queixam-se das más condições que enfrentam e aos longos períodos em serviço, afirmando mesmo ter enfrentado "fome e frio".

Os combatentes em causa integram o 113º rgimento de Donetsk. "Por um período significativo, ficámos sem qualquer apoio material, médico ou alimentar".

"Perante a nossa presença contínua [na frente] e o facto de que entre o nosso pessoal há pessoas com problemas médicos crónicos, alguns com problemas mentais, começam a surgir questões que são ignoradas pelos superiores", afirmou um soldado.

Outro combatente russo que esteve na frente de batalha em Kharkiv, perto de Kiev, e foi agora mobilizado para o leste da Ucrânia, diz estar numa situação de exaustão e que até já tentou recorrer a meios judiciais para voltar para casa.

"Estou a lutar na Ucrânia desde o início da guerra, já há três meses. Estou exausto, toda a minha unidade quer parar, mas a nossa liderança indicou que não nos pode substituir", indicou o soldado ao jornal The Guardian.

10h04 - Turquia tenta acordo para garantir exportação de cereais da Ucrânia

Ancara disse esta terça-feira que está a trabalhar com a Rússia e a Ucrânia num plano para retomar as exportações de cereais a partir dos portos ucranianos.

O ministro turco da Defesa, Hulusi Akar, indicou que o plano também conta com a participação das Nações Unidas e prevê a criação de um corredor seguro para garantir as exportações através do Mar Negro, evitando dessa forma uma crise alimentar a nível global.

Hulusi Akar adianta que Turquia, Nações Unidas, Ucrânia e Rússia estão agora focadas na desminagem junto ao porto de Odessa e noutros locais junto à costa ucraniana.

Outro dos pontos de discussão é sobre quem deverá assegurar a segurança do corredor de exportações. A Turquia, país vizinho de Rússia e Ucrânia, já mostrou disponibilidade para assumir um papel de relevo para garantir a exportação de cereais.

O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, recebe na quarta-feira o homólogo russo, Sergei Lavrov, para prosseguir as negociações sobre este acordo.

9h40 - Ucrânia critica AIEA por envio de peritos a Zaporizhzhia

A empresa nuclear estatal da Ucrânia, a Energoatom, criticou esta terça-feira os planos da Agência Internacional de Energia Atómica para o envio de uma delegação para a central de Zaporizhzhia, ocupada pelas forças russas.

No Telegram, a Energoatom salienta que não pediu tal visita e que a eventual viagem à central por parte de uma equipa internacional de investigadores "legitima a presença dos ocupantes e essencialmente tolera as suas ações".

Na segunda-feira, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Grossi, anunciou que a organização estava a preparar o envio de uma missão internacional de peritos à central nuclear de Zaporizhzhia.

9h21 - Russos sinalizam preparações para "referendo" em Kherson

Kirill Stremousov, vice-chefe da administração regional instaurada pelo Kremlin, admite que Moscovo poderá levar a cabo uma votação em referendo para permitir a anexação do oblast de Kherson na Rússia.

"Provavelmente haverá um referendo", indicou o responsável, citado pela BBC, sem avançar com uma previsão sobre quando poderá ocorrer este voto.

Kherson, capital da região com o mesmo nome, foi a primeira grande cidade a cair nas mãos dos russos desde o início da invasão russa.

As forças ucranianas lançaram uma contra-ofensiva para tentar recuperar território, enquanto Moscovo já tenta introduzir o rublo como moeda naquela região.

O oblast de Kherson faz fronteira direta com a península da Crimeia, território anexado em 2014 na sequência de um referendo não reconhecido pela comunidade internacional

8h41 - Rússia mantém 2.500 prisioneiros no complexo industrial de Azovstal, diz Zelensky

O presidente da Ucrânia diz que a Rússia mantém cerca de 2.500 soldados como prisioneiros na siderurgia Azovstal, em Mariupol.

Num encontro com jornalistas, divulgado por meios de comunicação social do país, Volodymyr Zelensky reconheceu que "é difícil precisar" quantos soldados foram levados do complexo siderúrgico de Azovstal.

Volodymyr Zelensky indicou ainda que o Ministério da Defesa da Ucrânia está a trabalhar na libertação dos soldados. A 16 de maio, a Rússia iniciou a retirada dos combatentes que se renderam ao fim de mais de 80 dias de resistência.

De acordo com as famílias de soldados da unidade de Azovstal, os corpos de alguns combatentes ucranianos que morreram no combate contra os russos começaram a ser entregues à Ucrânia.

8h25 - Embaixador ucraniano na ONU agradece discurso de Charles Michel

No Twitter, o embaixador ucraniano na ONU agradeceu ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, pelo "discurso poderoso".

"O discurso de hoje do presidente do Conselho Europeu no Conselho de Segurança da ONU fez com que os enviados e tenentes de Putin saíssem literalmente da sala. Obrigada, senhor presidente. Foi poderoso!", disse o embaixador Sergiy Kyslytsya.
 

O presidente do Conselho Europeu acusou a Rússia de usar os abastecimentos de alimentos como “um míssil contra países em desenvolvimento”, responsabilizando diretamente o Kremlin pela ameaça de uma crise global. O responsável falou também do do uso de violência sexual como arma de guerra.

O embaixador russo da ONU abandonou o local onde o responsável europeu falava.

8h12 - Mariupol. Rússia entrega corpos de combatentes ucranianos a Kiev

Os corpos de alguns dos combatentes ucranianos que morreram a defender a cidade de Mariupol das forças russas foram entregues a Kiev. A informação foi confirmada por famílias de soldados da unidade Azov.

Durante várias semanas, as forças ucranianas que defendiam Mariupol resistiram aos ataques russos no complexo industrial de Azovstal. Em maio, os soldados ucranianos que permaneciam no local acabaram por se render e foram levados pelas tropas russas.

7h34 - Combates intensos pelo controlo de Severodonetsk

O governador de Lugansk, Serhiy Haidai, afirma, na plataforma de mensagens Telegram, que "o inimigo continua a atacar Severodonetsk", no leste da Ucrânia.

"Os combates continuam. O assalto russo na direção de Novookhtyrka e Voronove foi também repelido. Na zona de Bilohorivka, o inimigo usa grupos de reconhecimento e sabotagem", indica o responsável ucraniano

"No último dia, dez ataques do inimigo foram repelidos e um tanque, três sistemas de artilharia, dois veículos blindados de combate, um carro e dois depósitos de munições foram destruídos".

7h28 - Ponto de situação


  • O presidente da Ucrânia admitiu que as forças russas gozam de vantagem numérica na batalha pelo controlo de Severodonetsk, cidade-chave da região de Lugansk, no leste do país. Ainda assim, Volodymyr Zelensky considera que as tropas ucranianas têm “todas as hipóteses” de contrariar o avanço russo.

  • Volodymyr Zelensky mostrou-se também convicto de que as tropas da Rússia pretendem capturar a cidade de Zaporizhia, no sudeste da Ucrânia.

  • A Rússia começou a entregar às autoridades de Kiev corpos de soldados ucranianos mortos no complexo siderúrgico Azovstal, em Mariupol. Estão em curso testes de ADN, na capital ucraniana, para identificar os restos mortais.

  • Os responsáveis agora à frente dos destinos da cidade ocupada de Mariupol declararam uma quarentena por causa de um possível surto de cólera, segundo as autoridades ucranianas.

  • A marinha ucraniana alega ter obrigado os vasos de guerra russos no Mar Negro a recuarem mais de 100 quilómetros a partir da costa.

  • O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, garante que Moscovo responderia ao envio de armamento de longo alcance para a Ucrânia com o afastamento adicional nas forças ucranianas das fronteiras da Rússia.

  • Volodymyr Zelensky agradeceu ao Reino Unido a promessa do envio de sistemas de lançamento múltiplo de rockets capazes de atingir alvos a 80 quilómetros de distância. Oleksiy Arestovych, assessor militar do presidente ucraniano afirma que o país necessita de pelo menos 60 destes sistemas – acima dos compromissos já assumidos por norte-americanos e britânicos.

  • O Kremlin encarou o bloqueio a uma visita de Sergei Lavrov à Sérvia como uma “ação hostil”. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros deveria ter-se avistado, na segunda-feira, com o presidente sérvio, Aleksandar Vučić, mas as autoridades da Bulgária, da Macedónia do Norte e de Montenegro fecharam os espaços aéreos ao avião de Lavrov.

  • De acordo com as Nações Unidas, a violência sexual continua a fazer parte do quadro de guerra na Ucrânia. Pramila Patten, representante especial da ONU para este dossier, denuncia que “mulheres e crianças em fuga do conflito estão a ser alvo de tráfico e exploração”.

  • O presidente do Conselho Europeu acusou a Rússia de usar os abastecimentos de alimentos como “um míssil contra países em desenvolvimento”, responsabilizando diretamente o Kremlin pela ameaça de uma crise global. “Isto está a fazer subir os preços dos alimentos, a empurrar as pessoas para a pobreza e a desestabilizar regiões inteiras. A Rússia é a única responsável por esta crise alimentar”, disse Charles Michel. O embaixador russo da ONU abandonou o local onde o responsável europeu falava.

  • As famílias de membros da Guarda Nacional russa que morreram na Ucrânia e na Síria vão receber uma verba única de cinco milhões rublos, o equivalente a 75 mil euros, nos termos de um decreto do Kremlin.

  • As autoridades norte-americanas acusam o oligarca russo Roman Abramovich de ter exportado em março, sem autorização, dois aviões fabricados nos Estados Unidos para a Rússia – trata-se de um Boeing 787-8 Dreamliner e de um Gulfstream G650ER.