Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Joana Raposo Santos, Carlos Santos Neves, Inês Geraldo - RTP

Sem van der Wal/ EPA

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

23h48 - Primeiro-ministro adverte para riscos de "falsas expetativas" à Ucrânia com exemplo dos Balcãs

António Costa voltou a advertir para os riscos de se criar "falsas expetativas" à Ucrânia com a questão da adesão à União Europeia, dando como exemplo o "efeito ricochete" da "frustração" nos Balcãs Ocidentais.

Em Haia, o primeiro-ministro português defendeu que aquilo que a Ucrânia mais precisa agora é de respostas imediatas e práticas, e não de questões legais e jurídicas relacionadas com o processo de adesão ao bloco europeu, necessariamente moroso, o que pode criar frustração.

"É preciso ter cuidado em evitar criar falsas expetativas, porque estas frustrações têm um efeito ricochete muito duro sobre a União Europeia. Hoje, o apoio à UE em muitos dos países dos Balcãs Ocidentais já é muito inferior ao que era, fruto desta frustração", salientou.

António Costa recordou que vários países daquela região "há anos que já foram admitidos como candidatos, e que, ano após ano, veem ou que não se abrem as negociações, ou que as negociações estão abertas e estão congeladas, ou que nunca mais se chega a resultados, e isso vai acumulando frustrações".

"Ora, a última coisa que o povo ucraniano merece é frustração. Portanto, aquilo que necessitam, e que nós temos o dever de assegurar, é aquilo que podemos fazer e que tem efeito imediato: apoio financeiro, apoio militar, apoio humanitário e apoio político", disse o primeiro-ministro, que também deu o exemplo de outro país, a Turquia, ao qual foi concedido há muito o estatuto de país candidato, sem qualquer consequência.

O primeiro-ministro apontou que "há muita gente que entende que o facto de a Turquia ter o estatuto de candidato de uma forma inconsequente há mais de 50 anos explica muito da involução que existiu na Turquia, designadamente em termos de laicidade".

"Portanto, temos de ter muito cuidado para não dar nenhum sinal que quebre o ânimo extraordinário do povo ucraniano nesta guerra tão desigual que está a travar [...] e não criar falsas expectativas e desperdiçar a energia que temos em questões legais e estatutárias em vez de fazer aquilo que importa fazer".

Por outro lado, o primeiro-ministro advertiu que a questão pode também quebrar a forte unidade que a UE tem revelado desde o início da agressão militar da Rússia, e que considerou a sua grande força na resposta a Moscovo.

(Agência Lusa)

23h05 - Israel vai exportar gás para a Europa através do Egito

A União Europeia, Israel e Egito assinam na quarta-feira um acordo para o fornecimento de gás natural israelita, através do país árabe, de forma a reduzir a dependência energética da Rússia, anunciou a presidente da Comissão Europeia.

“Amanhã daremos um passo importante, com a assinatura de um acordo trilateral sobre gás entre Israel, a União Europeia (UE) e o Egito”, declarou Ursula von der Leyen, citada pela agência Efe, durante uma conferência de imprensa conjunta, em Jerusalém, com o primeiro-ministro israelita, Naftali Benet.

A UE, que pretende diminuir a sua dependência energética da Rússia, reforça desta forma os seus vínculos com Israel, uma vez que este país se tornou nos últimos anos um exportador de gás, aproveitando as reservas que possui nas suas águas territoriais do Mediterrâneo.

Durante a conferência de imprensa, Ursula von der Leyen explicou que a invasão russa da Ucrânia “criou sérias consequências para a Europa e para outros países”, razão pela qual a UE “tenta trabalhar com outros aliados, como Israel, para enfrentar os desafios que isso acarreta.

“A UE era o maior e o mais importante cliente da Rússia em petróleo, gás e carvão, mas depois da guerra na Ucrânia a tentativa da Rússia de nos chantagear com a energia, cortando deliberadamente o seu fornecimento, fez com que decidíssemos livrar-nos da dependência russa e optar por fornecedores de confiança”, justificou a presidente da Comissão Europeia

Esta comunicação teve lugar numa altura em que a ministra da Energia de Israel, Karine Elharrar, viajava para o Egito para participar numa reunião do Fórum do Gás do Mediterrâneo Oriental.

(Agência Lusa)

22h21 - Secretário-geral da NATO defende entrega de "mais armas pesadas" a Kiev

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu hoje que Kiev necessita de "mais armas pesadas" para combater o avanço das forças russas na região do Donbass, no leste da Ucrânia.

"Sim, a Ucrânia deveria ter mais armas pesadas", realçou Stoltenberg durante uma conferência de imprensa em Haia, após uma reunião com líderes de sete países europeus que são membros da Aliança Atlântica, incluindo o primeiro-ministro português, António Costa.

As forças russas concentraram nas últimas semanas a ofensiva no Donbass, região que segundo as autoridades ucranianas controlam praticamente na totalidade, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem apelado ao Ocidente para que envie mais equipamento militar para travar o avanço de Moscovo.

(agência Lusa)

21h40 - Severodonetsk isolada após destruição de pontes que ligavam à cidade

A Rússia destruiu todas as pontes que mantinham Severodonetsk ligada a outras cidades da região de Lugansk. A região está agora completamente isolada. Moscovo disponibilizou-se já a abrir um corredor humanitário que permita a saída de 500 civis.


21h30 - Avanços e recuos de parte a parte em Severodonetsk

As forças ucranianas trocam tiros de artilharia com as tropas russas na região do Donbass, naquela que o presidente Zelensky já classificou como uma das batalhas mais violentas que a Europa já viu.


21h20 - Gazprom. Fluxo de gás do Nordestream 1 com diminuição de 40%

O gigante russo da energia anunciou que uma série de avarias podem conduzir a esta redução.


21h10 - Conselheiro de Zelensky. Ucrânia não desiste de qualquer território no Donbass

Um dos conselheiro principais de Volodymir Zelensky assegura que apesar do agravamento do conflito na região do Donbass, a Ucrânia não vai desistir de nenhuma parte do território. Igor Zhovkva revelou aos enviados da RTP o que é necessário para regressar à mesa das negociações.


20h55 - EUA têm plano para retirar 20 milhões de toneladas de cereais da Ucrânia

Os Estados Unidos anunciaram um plano para retirar 20 milhões de toneladas de cereais retidos na Ucrânia. Numa parceria com os aliados Europeus, vão ser construídos silos provisórios junto à fronteira com os países vizinhos para acelerar o escoamento dos cereais. O Presidente Joe Biden garante que esta estratégia é fundamental para travar a inflação histórica mundial.


20h44 - Kiev recupera corpos de combatentes de Azovstal em troca com Moscovo

A Ucrânia anunciou hoje ter recebido os corpos de 64 soldados mortos a defender o complexo siderúrgico de Azovstal, última bolsa de resistência em Mariupol, numa troca com Moscovo em que Kiev restituiu os cadáveres de soldados russos.

"A Ucrânia recuperou os corpos de 64 defensores heróicos de Azovstal para os enterrar condignamente", disse em comunicado o Ministério da Reintegração ucraniano, responsável pelo território tomado pela Rússia.

Os últimos soldados ucranianos a combater em Mariupol, entrincheirados no enorme complexo industrial de Azovstal, junto ao mar de Azov, renderam-se às forças russas entre 16 e 20 de maio, após três meses de intensos combates.

O ministério ucraniano indicou que a troca se realizou na região de Zaporijia, no sul do país, mas não precisou quando exatamente, nem quantos cadáveres de soldados russos foram devolvidos.

(agência Lusa)

19h18 - Tropas russas controlam 80% de Severodonetsk

As autoridades de Lugansk disseram hoje que as tropas russas controlam cerca de 80% da cidade de Severodonetsk, no leste da Ucrânia, e destruíram todas as três pontes que ligam a cidade ao exterior.

Serhiy Haidai, governador da região leste de Lugansk, reconheceu que a retirada em massa de civis de Severodonetsk deixou de ser possível, devido aos implacáveis bombardeamentos e combates na cidade, e explicou que as forças ucranianas foram empurradas pela artilharia pesada russa para os arredores industriais da cidade.

"Ainda há uma oportunidade para a retirada dos feridos, comunicação com os militares ucranianos e moradores locais", acrescentou Haidai, admitindo que as forças russas ainda não bloquearam totalmente a cidade.

Cerca de 12.000 pessoas permanecem em Severodonetsk, que tinha 100.000 habitantes antes da invasão russa, e mais de 500 civis estão abrigados na fábrica de produtos químicos Azot, que está a ser atacada pelos russos, segundo Haidai.

O general russo Mikhail Mizintsev disse que um corredor humanitário será aberto na quarta-feira para retirar civis da fábrica Azot, que informou que as pessoas deverão ser levadas para a cidade de Svatovo, 60 quilómetros a norte, em território sob o controlo de forças russas e separatistas.

Mizintsev, chefe do Centro de Gestão da Defesa Nacional, é acusado pela Ucrânia de violações dos direitos humanos, enquanto comandava tropas durante o longo cerco de Mariupol, o principal porto da Ucrânia no Mar de Azov, que foi tomado pelos russos.

(agência Lusa)

18h54 - Open dos Estados Unidos vai receber jogadores russos e bielorrussos

A Associação de Ténis dos Estados Unidos anunciou esta terça-feira que os tenistas russos e bielorrussos vão poder participar no Grand Slam americano sob bandeira neutral, uma decisão oposta à de Wimbledon que vai deixar estes jogadores de fora.

18h15 - Finlândia diz que processo de entrada na NATO pode fica congelado

O primeiro-ministro finlandês disse esta terça-feira que os processos de adesão de entrada na NATO por parte de Suécia e Finlândia podem ficar congelados se a Turquia não aceitar brevemente as condições dos dois países para a entrada na aliança transatlântica.

Para a entrada de novos membros é preciso haver unanimidade entre os 30 estados. Tanto a Finlândia como a Suécia têm mostrado surpresa pelas objeções da Turquia.

17h51 - Ucrânia recebeu "cerca de dez por cento das armas" dos ocidentais

O ministério da Defesa da Ucrânia anunciou esta terça-feira que o país recebeu cerca de "dez por cento" de todas as armas que pede aos países do Ocidente para combater as forças russas.

Em declarações à televisão ucraniana, Anna Maliar, disse que dez por cento das armas chegaram a território ucraniano.

"Não importa os esforços feitos pela Ucrânia, não importa quão profissional é o nosso exército, sem a ajuda dos parceiros ocidentais não seremos capazes de vencer esta guerra".

16h17 - Tribunal europeu declara que lei russa viola convenção de Direitos Humanos

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) declarou hoje que a lei russa sobre "agentes estrangeiros", de 2012, que levou à extinção de pelo menos 73 organizações não-governamentais (ONG), viola a Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

A ação foi apresentada ao TEDH pelas organizações não-governamentais russas obrigadas a encerrar as suas atividades naquele país.

Esta legislação sobre "agentes estrangeiros", que impõe às ONG "extraordinárias exigências em matéria de auditoria, relatórios e informação, e o risco de multas pesadas", levou à dissolução de muitas associações, referiu o TEDH.

Os juízes do tribunal, sediado em Estrasburgo, em França, declararam que a liberdade de associação e expressão destas ONG foi violada e que as restrições a que foram submetidas não se justificam numa sociedade democrática.

Na decisão, os juízes afirmaram que a lei "restringiu severamente a capacidade das organizações demandantes de continuarem as suas atividades" e "limitou a sua capacidade de participarem nas atividades que realizavam" ao classificá-las como "agentes estrangeiros".

(agência Lusa)

16h05 - Rússia proíbe a entrada de 29 jornalistas britânicos

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros anunciou esta terça-feira que dezenas de jornalistas britânicos e representantes dos meios de comunicação da Grã-Bretanha foram banidos de entrar na Rússia.

Em comunicado, Moscovo explicou que esta é uma medida contra as sanções do Ocidente e na pressão realizada sobre os meios de comunicação russos noutros territórios.

A Reuters revelou que 29 jornalistas da BBC, Sky News, The Guardian e Times foram proibidos de entrar em território russo. Outras figuras britânicas ligadas à indústria defesa também foram banidas.

15h37 – EUA permitem algumas transações russas relacionadas com energia até 5 de dezembro

Os Estados Unidos vão permitir a realização de algumas transações relacionadas com o setor da energia nos bancos Sberbank, VTBBank, Alfa-Bank e outras entidades russas até 5 de dezembro, anunciou hoje o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos em comunicado.

15h25 – Moscovo restringe acesso público a dados orçamentais

A Rússia vai restringir o acesso público a alguns dados do Governo para proteger o país de sanções adicionais, anunciou hoje o Ministério das Finanças.

Em comunicado, o Ministério avançou que tenciona restringir parcialmente as informações sobre gastos orçamentais que atualmente divulga, em resposta às “consequências negativas” das sanções para a economia russa.

14h37 – Guerra causa perdas em mais empresas e sobe risco de pobreza em Portugal

A guerra da Ucrânia faz subir em 9,30 pontos percentuais o número de empresas portuguesas que declaram perdas pelos elevados preços energéticos, aumentando em 1,2 pontos percentuais o risco de pobreza no país, segundo o Banco Europeu de Investimento.

Este organismo europeu aponta que, devido à guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, "as faturas de energia das empresas duplicaram durante pelo menos um ano, as empresas absorveram esses custos mais elevados reduzindo os seus lucros, em vez de aumentarem os preços dos seus próprios produtos, e ainda as exportações para a Ucrânia, Rússia e Bielorrússia estão completamente suspensas".

14h23 – Alemanha cria registo nacional para ativos russos sujeitos a sanções

A Alemanha vai estabelecer, como parte dos esforços para tornar mais eficazes as sanções contra a Rússia, um registo nacional para ativos sujeitos a sanções ou cujas origens não são claras, anunciou hoje o chanceler Olaf Scholz.

14h00 – Ucrânia poderá ter de cortar despesa pública caso não receba mais apoio externo

A Ucrânia terá de cortar drasticamente a despesa pública caso não chegue em breve ao país mais assistência financeira externa, já que as receitas orçamentais do país cobrem menos da metade dos gastos após a invasão da Rússia.

“Temos que pedir emprestados cinco mil milhões de dólares mensalmente. Se não conseguirmos, teremos de cortar gastos”, disse o diretor do comité financeiro do Parlamento ucraniano, Danylo Hetmantsev.

13h43 – Adesão da Ucrânia à UE. Costa alerta para risco de "falsas expectativas"

António Costa alerta para o risco de serem criadas "falsas expectativas" sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia. O primeiro-ministro vê como prioridade a elaboração de um plano de ajuda imediata ao país.

Numa entrevista ao Financial Times, António Costa defende "menos debates jurídicos e mais soluções práticas".

13h16 – Rússia dá aos combatentes ucranianos na fábrica de Azot oportunidade de se renderem

O Ministério da Defesa da Rússia disse hoje que ofereceu aos combatentes ucranianos abrigados na fábrica de produtos químicos Azot, na cidade de Sievierodonetsk, no leste da Ucrânia, a oportunidade de se renderem a 15 de junho, informou a agência de notícias Interfax.

O Ministério avançou ainda que a Ucrânia pediu à Rússia para criar um corredor de evacuação para ajudar os civis a deixar a fábrica, numa altura em que todas as pontes que ligam Sievierodonetsk ao restante território ucraniano estão destruídas.

12h55 - Escassez de trigo no horizonte próximo

Em entrevista à agência Reuters, o ministro ucraniano da Agricultura, Mykola Solskyi, avisa que o país "vai cair do mercado durante longo tempo".

"Estamos agora a falar de três colheitas de trigo ao mesmo tempo: não podemos fazer sair a colheita do ano passado, não podemos colher e fazer sair a atual e não queremos, particularmente, semear a próxima", afirma o governante.

12h28 – SEF atribuiu 42.151 proteções temporárias desde o início da guerra, entre as quais mais de 12 mil a crianças


O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) atribuiu, desde o início do conflito na Ucrânia, 42.151 proteções temporárias a cidadãos ucranianos e a estrangeiros que residiam naquele país. Destes, 26.620 são mulheres e 15.531 homens.

“Os municípios com o maior número de proteções temporárias concedidas continuam a ser Lisboa (7.646), Cascais (2.635), Porto (1.630), Sintra (1.495) e Albufeira (1.168)”, indica o SEF em comunicado.

Quanto a “certificados de autorização de residência ao abrigo do regime de proteção temporária, contendo números de utente de saúde, de segurança social e de identificação fiscal atribuídos pelas respetivas entidades, o SEF já emitiu 37.881”.

A entidade adianta ainda que os menores representam 12.743 do total de 42.151 proteções temporárias concedidas.

12h16 – Capacidade de gás do Nord Stream restringida, diz Gazprom

A russa Gazprom disse esta terça-feira que a capacidade de fornecer gás à Europa através do gasoduto Nord Stream 1 foi limitada a 100 milhões de metros cúbicos (mcm) por dia devido a obras de reparação atrasadas.

O gasoduto, que vai da Rússia à Alemanha sob o Mar Báltico, geralmente pode transportar 167 mcm, explicou a Gazprom em comunicado.

A causa da redução da capacidade é alegadamente a demora da empresa alemã Siemens na devolução de equipamentos que tinham sido enviados para reparação.

12h06 – Visita de Macron à Ucrânia está em cima da mesa

A possível visita do presidente Emmanuel Macron à capital da Ucrânia, Kiev, é uma das "várias opções" que estão em cima da mesa neste momento, embora nenhuma decisão tenha sido ainda tomada sobre essa matéria, disse a porta-voz do Governo francês, Olivia Gregoire.

O jornal alemão Bild am Sonntag informou no início deste mês que o chanceler alemão Olaf Scholz viajaria para Kiev na quinta-feira com Macron e com o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi.

Macron tem procurado manter o diálogo com o presidente russo, Vladimir Putin, desde o início da guerra, mas essa postura foi criticada por alguns parceiros do leste e do Báltico na Europa.

11h57 - Ucrânia tem munições suficientes, mas precisa de armas de longo alcance, diz Zelensky

Os militares da Ucrânia têm munições e armas suficientes, mas precisam de mais armas de longo alcance, alertou hoje o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

11h31 - Severodonetsk. Evacuações "a cada minuto de acalmia"

Em Severodonetsk, cidade-chave para o objetivo russo de controlo completo sobre o Donbass, a situação permanece "muito difícil", acentuam as autoridades ucranianas. A destruição da última ponte para aquela cidade deixou-a isolada.

Ainda assim, o presidente da câmara local, citado pela agência Reuters, garante que ainda há comunicações. Oleksandr Stryuk adianta também que a retirada de civis, embora complexa, ainda é feita "a cada minuto de acalmia e sempre que há a possibilidade de transporte".

"Mas estas são evacuações discretas, feitas uma a uma, e cada possível oportunidade é aproveitada", concluiu.

11h19 - Kremlin "seguro" de que separatistas do Donbass aceitariam ouvir Londres

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, veio esta terça-feira dizer que a Presidência russa está "segura" de que os líderes separatistas pró-russos do Donbass, no leste da Ucrânia, aceitariam ouvir um apelo do Governo de Londres sobre o destino dos dois cidadãos britânicos condenados à morte em Donetsk.

Peskov disse ainda que, até ao momento, Londres não fez qualquer contacto com Moscovo sobre este caso.

Na semana passada, um tribunal pró-russo da autoproclamada República Popular de Donetsk condenou à morte três combatentes estrangeiros integrados nas fileiras ucranianas: os britânicos Aiden Aslin e Shaun Pinner e o marroquino Brahim Saadoun, todos acusados de "atividades mercenárias".

10h35 - Lysychansk é "verdadeiro inferno"

Mais 70 pessoas foram retiradas nas últimas horas de Lysychansk, cidade vizinha de Severodonetsk, na região de Lugansk, adiantou o governador Serhiy Haidai.

Na plataforma de mensagens Telegram, o governador regional descreve as condições locais como um "verdadeiro inferno", acrescentando que todos os movimentos de evacuação decorrem sob elevado risco, com residentes a "correrem debaixo de fogo para os carros".

Recorde-se que, na segunda-feira, a última ponte para Severodonetsk foi destruída pelas forças russas. A cidade está agora isolada e sem possibilidade de ser abastecida.

Lysychansk, na margem oposta do Rio Siversky Donets, permanece sob controlo ucraniano, mas está a ser repetidamente atacada.

10h24 - Procuradoria-Geral ucraniana investiga vala comum perto de Bucha

"A investigação pré-julgamento está a ser levada a cabo pelo Departamento do Distrito de Bucha da Polícia Nacional na Região de Kiev", adianta a Procuradoria ucraniana, citada pela edição online da norte-americana CNN.

Na segunda-feira, o chefe da Polícia Nacional, Ihor Klymenko, afirmou à Interfax ucraniana que "este é um longo processo", uma vez que "muitos dos corpos estão num estado de decomposição putrefacta".A Polícia Nacional ucraniana está atualmente a investigar as mortes de mais de 12 mil civis em todo o país.


"Selecionamos ADN dos familiares que nos contactaram pela linha direta e então comparamos os perfis destes familiares com os perfis dos mortos, enterrados, abatidos, que não puderam ser identificados", explicou Klymenko.

Em Bucha, uma única vala comum continha os restos mortais de 116 pessoas. Parte das valas comuns, ressalvou o chefe da Polícia Nacional, foram abertas por residentes que recolheram os corpos das ruas.

9h55 - "Já somos irrevogavelmente a Federação Russa"

O vice-chefe da administração imposta pelos russos em Kherson clama que esta região será para sempre russa, de ora em diante.

"Já somos irrevogavalmente a Federação Russa. Temos de nos lembrar disto, reconstruir, obter passaportes de cidadãos da Federação Russa e recordar que que já nos sentimos em casa e bem", afirmou Kirill Stremousov, citado pela agência RIA Novosti.

9h48 - Guterres adverte contra reforço dos combustíveis fósseis

Gastar mais em carvão, petróleo e gás, como resultado da guerra na Ucrânia, é "ilusório". Quem o diz é o secretário-geral das Nações Unidas. António Guterres considera que as atuais estratégias energéticas globais estão erradas e que redobrar a aposta nas mesmas fontes apenas acentuará os efeitos da guerra, "a poluição e a catástrofe climática".

As energias renováveis, defende Guterres, são o plano de paz do século XXI.

Recados deixados numa mensagem em vídeo destinada a uma reunião cimeira em Viena.

9h15 - Francisco condena ações da Rússia

O papa desferiu novas críticas a Moscovo, reprovando as ações russas em solo ucraniano. O sumo pontífice da Igreja Católica considera que as tropas da Rússia têm demonstrado ser brutais, cruéis e ferozes.

Todavia, na transcrição de uma conversa mantida no mês passado com editores jesuítas, agora conhecida, Francisco diz também que a situação na Ucrânia não pode ser vista "a preto e branco" e que a guerra pode ter sido "de alguma forma provocada".

9h11 - Irpin procura regressar à vida normal entre ruínas

Em Irpin, faz-se de tudo para regressar à vida normal. Uma tarefa difícil, dado que metade da cidade ficou em ruínas.

A ucraniana que recebeu António Costa, quando o primeiro-ministro visitou essa localidade, explicou à RTP os projetos de reconstrução.
A reportagem é dos enviados especiais Rita Marrafa de Carvalho e João Oliveira.

8h56 - Comunicação social russa noticia bombardeamento ucraniano em Donetsk

Pelo menos cinco pessoas, entre as quais uma criança, morreram num bombardeamento efetuado por forças ucranianas na região de Donetsk, de acordo com os media russos. Outras 22 pessoas ficaram feridas.

Os ataques da artilharia ucraniana terão atingido um mercado e uma maternidade, dizem fontes dos separatistas pró-russos citadas pela comunicação social de Moscovo.

8h37 - Britânicos condenados à morte. Londres está "a fazer o que pode"

A ministra britânica dos Negócios Estrangeiros recusa-se a esclarecer se admite negociar diretamente com as autoridades pró-russas da autoproclamada República Popular de Donetsk a libertação dos cidadãos britânicos Aiden Aslin e Shaun Pinner.

Os dois cidadãos britânicos, que combateram ao lado das tropas ucranianas, foram condenados à pena capital por um tribunal pró-russo em Donetsk. Liz Truss considera este julgamento uma fraude.

"As duas pessoas estavam a combater pelo exército ucraniano. Eles estavam colocados em permanência na Ucrânia e eram prisioneiros de guerra. E o caso está a ser tratado pelo ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros", apontou a governante britânica, em declarações à BBC Radio 4.

"Estou a fazer tudo o que posso, da melhor forma que posso, da forma que considero mais eficaz, para conseguir a libertação destas pessoas", vincou.

8h25 - Adesão da Ucrânia à UE. Costa adverte para "risco de falsas expectativas"

Em entrevista ao jornal Financial Times, o primeiro-ministro português sustenta que a União Europeia deve evitar dar falsas esperanças à Ucrânia, no dossier da candidatura do país.

"O meu foco é obter no próximo Conselho Europeu um compromisso claro sobre o apoio urgente e construir uma plataforma de longo prazo para apoiar a recuperação da Ucrânia", sublinha Antóio Costa.

"Para esse apoio claro e imediato, não precisamos abrir neste momento uma negociação ou procedimento que levará muitos anos – Macron diz décadas, não digo décadas – mas certamente muito tempo. O grande risco é criar falsas expectativas que se tornam amargas deceções", acrescenta.

8h11 - Equipamento militar ucraniano debaixo de ataques

O Ministério russo da Defesa acaba de emitir um comunicado sobre as ações levadas a cabo nas últimas horas pelas suas forças em solo ucraniano.

"Equipas de aviação de ataque ao solo lançaram ataques aéreos contra instalações militares e equipamento de unidades das Forças Armadas da Ucrânia. Foram efetuados lançamentos de mísseis em pares, a baixas altitudes", descreve o Ministério.

"Como resultado da utilização de armas da aviação em combate, foram destruídas posições fortificadas e veículos blindados das Forças Armadas da Ucrânia".

7h49 - Assalto a Severodonetsk é "principal esforço da Rússia"

O Ministério britânico da Defesa divulgou o seu último relatório sobre a situação no teatro de guerra: "O principal esforço operacional da Rússia continua a ser o assalto contra a bolsa de Severodonetsk, no Donbass, e o seu Grupo Ocidental de forças terá provavelmente conseguido pequenos avanços no sector de Kharkiv pela primeira vez em várias semanas".

Londres refere também o impacto económico da invasão da Ucrânia na economia da própria Federação Russa.


"A 10 de junho, o primeiro vice-presidente da comissão da indústria militar da Rússia estimou que a despesa do Estado com a defesa vai aumentar entre 600 a 700 mil milhões de rublos, o que pode chegar a um aumento de 20 por cento", lê-se na síntese do Ministério da Defesa do Reino Unido.

"O financiamento do Governo russo está a permitir que a base industrial da defesa do país seja lentamente mobilizada para ir ao encontro das exigências colocadas pela guerra na Ucrânia", prossegue o texto.

"Contudo, a indústria poderá ter dificuldade em ir ao encontro destas exigências, parcialmente por causa dos efeitos das sanções e da falta de especialização".

7h24 - Ponto de situação

  • O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admite que a batalha por Severodonetsk está a ter um “terrível” preço para a Ucrânia. “O custo humano desta batalha é para nós muito alto. É simpresmente terrível. A batalha pelo Donbass vai sem dúvida ser lembrada na história militar como uma das mais violentas batalhas na Europa”, afirmou o chefe de Estado em mais uma mensagem noturna de vídeo.

  • Volodymyr Zelensky acusou o chanceler alemão, Olaf Scholz, de estar demasiado preocupado com as ondas de choque do seu apoio à Ucrânia nas relações com Moscovo. “Precisamos, por parte do chanceler Scholz, da certeza de que a Alemanha apoia a Ucrânia, disse o presidente ucraniano, em entrevista à estação pública alemã ZDF.

  • Todas as três pontes para Severodonetsk, no leste da Ucrânia, foram destruídas, segundo o governador da região de Lugansk, Serhiy Haidai. O responsável afirmou no domingo que as tropas russas não conseguiram ainda “capturar completamente” a cidade.

  • A artilharia russa tem estado a fustigar a zona industrial de Severodonetsk. Haverá pelo menos 500 civis abrigados na fábrica química Azot. Um responsável pró-russo deixou mesmo um repto às tropas ucranianas que permanecem naquela cidade da região de Lugansk: “Rendam-se ou morram”.

  • As autoridades ucranianas anunciaram a descoberta de uma nova vala comum com corpos de civis perto de Bucha, na região de Kiev. Foram exumados sete corpos num floresta dos arredores da aldeira de Vorzel, a menos de dez quilómetros de Bucha, palco de atrocidades atribuídas às tropas de Moscovo. “Este é mais um crime sádico do exército russo”, acusou Andriy Nyebytov, chefe da polícia da região da capital.

  • Kiev apelou ao Ocidente para que faça chegar ao país mais 300 lançadores de rockets, 500 tanques e mil baterias Howitzer. O pedido chegou pela voz do conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak.

  • O presidente da câmara de Mariupol, Vadym Boychenko, agora fora da cidade, alega que as forças russas receberam informações cruciais – designadamente coordenadas - de “traidores” ucranianos, durante o bombardeamento daquela cidade portuária do sul do país.

  • A Ucrânia perdeu já um quarto das suas terras aráveis desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro, em concreto no sul e no leste, advertiu Taras Vysotskiy, vice-ministro ucraniano da Agricultura.

  • Mikhail Kasyanov, primeiro-ministro da Rússia de 200 a 2004, prevê que a guerra na Ucrânia perdure por dois anos e disse ainda acreditar que o presidente russo, Vladimir Putin, não estará a raciocinar normalmente.

  • Mais de 15 mil milionários deverão abandoner a Rússia em 2022, de acordo com uma análise da firma britânica Henley & Partners, com sede em Londres.