Andebol: Portugal apurado para o Mundial de 2021

por Lusa
Norsk Telegrambyra AS - Reuters

A seleção portuguesa de andebol recebeu esta sexta-feira uma das vagas ainda em aberto para o Mundial de 2021, a disputar no Egito, depois da federação europeia ter anulado os "play-offs" de apuramento devido à pandemia de covid-19.

Portugal garantiu a presença no Mundial de 2021, 18 anos depois de ter sido anfitrião da edição de 2003, ao beneficiar do sexto lugar alcançado no Europeu de 2020, e já não terá que disputar os ‘play-offs’ em julho, frente ao vencedor do confronto entre Israel e Letónia.

Com base na classificação final do Europeu de 2020, estão apuradas para a fase final do Mundial de 2021 as seleções da Eslovénia, Alemanha, Portugal, Suécia, Áustria, Hungria, Bielorrússia, Islândia, República Checa e França, que se juntam, no Egito, à campeão Dinamarca, à Espanha, Croácia e Noruega, já qualificadas.

Na Liga dos Campeões, o FC Porto, que deveria defrontar os dinamarqueses do Aalborg nos oitavos de final, ficou afastado, uma vez que a prova segue diretamente para a final a quatro, com os melhores classificados da fase de grupos, enquanto a Taça EHF, na qual o Benfica disputava o Grupo A, foi cancelada.

A Federação Europeia de Andebol (EHF), que ainda chegou a estudar a realização das eliminatórias da Liga dos Campeões no outono, optou, após consulta aos vários parceiros, por encerrar a prova numa final a quatro com os dois primeiros classificadas dos grupos A e B, em 28 e 29 de dezembro, em Colonia, na Alemanha.

FC Barcelona (Espanha), Paris Saint-Germain (França), THW Kiel (Alemanha) e Veszprém (Hungria) são os finalistas da Liga dos Campeões de 2019/20, ficando o FC Porto eliminado e sem possibilidade de discutir com o Aalborg a continuidade na prova, após um percurso irrepreensível no grupo B.

O Benfica, que a duas jornadas do fim da fase de grupos da Taça EHF liderava invicto o agrupamento A, também viu a participação chegar ao fim, com a EHF a decidir, juntamente com o anfitrião da final a quatro Fuche Berlim, anular o resto da prova.

A EHF aplicou a mesma norma na Liga dos Campeões feminina, que terá na final a quatro as equipas do Metz (França), Esbjerg (Dinamarca), Györi KC (Hungria) e Brest (França), de 03 a 06 de setembro, e anulou ainda a Taça EHF feminina e a Taça Challenge em ambos os setores.

Uma das preocupações da EHF foi a harmonização do calendário de qualificação para o Europeu de 2022 com a realização dos torneios pré-olímpicos para Tóquio2020, em que Portugal está envolvido, a serem agendados pela federação internacional para a primavera de 2021.

As seis equipas europeias envolvidas na qualificação olímpica (Alemanha, França, Noruega, Portugal, Eslovénia e Suécia) disputarão o apuramento para o Europeu de 2022 na janela entre 06 e 09 de janeiro de 2021, já prevista no calendário para os torneios pré-olímpicos de apuramento para Tóquio2020.

Estas decisões, de anular jogos, cancelar, adiar e encurtar competições, foram tomadas pela EHF “à luz da pandemia de covid-19, após o monitoramento intensivo da situação atual, incluindo a análise de medidas governamentais, como restrições de viagens e proibições de grandes eventos”.

“O objetivo principal era terminar a temporada 2019/20 da melhor maneira possível e, ao mesmo tempo, criar as bases para iniciar a temporada 2020/21 de maneira estruturada, com o menor impacto possível da época ainda em curso”, refere a EHF, apontando que os clubes enfrentarão na próxima época “um ciclo económico desafiador”.

Presidente da federação de andebol considera presença no Mundial "mais do que merecida"

O presidente da Federação de Andebol de Portugal (FAP), Miguel Laranjeiro, considerou “mais do que merecida” a presença de Portugal no Mundial de 2021, no Egito, após a federação europeia ter cancelado os ‘play-offs” de qualificação.

“Esta indicação de Portugal para o Mundial do próximo ano resulta do excelente desempenho da nossa seleção no Europeu de janeiro último [sexto lugar]. É mais do que merecida e o andebol português está de parabéns”, disse Miguel Laranjeiro, aos canais de comunicação da FAP.

“O último Mundial em que participámos foi em 2003. Agora, depois do Europeu de 2020, estamos no Mundial de 2021. Parabéns a todos os que tornaram isto possível. Estamos a viver momentos difíceis para todos, mas estas notícias deixam-nos confiantes no futuro da modalidade”, acrescentou Miguel Laranjeiro.
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