Tóquio2020. Cerimónia de abertura lança Jogos Olímpicos um ano depois
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 arrancam esta sexta-feira, com a realização da cerimónia de abertura, no Estádio Nacional da capital japonesa, um ano depois do previsto, devido ao adiamento motivado pela pandemia de covid-19.
A presidente dos Jogos, Seiko Hashimoto, prometeu uma cerimónia “solene”, mais do que um festival, num evento marcado pelo adiamento e pela determinação em mostrar uma “recuperação e reconstrução” face ao terramoto e tsunami de 2011, primeiro, mas, sobretudo, face à pandemia de covid-19.
O tema da cerimónia será “seguir em frente”, a que se junta o lema geral de “unidos pela emoção”, numa resposta à crise sanitária global, que levou a uma população japonesa cética dos Jogos, que já contam com 91 casos de infetados entre os residentes da Aldeia Olímpica desde o início de julho.
O imperador Naruhito será o terceiro na linhagem familiar a abrir uns Jogos Olímpicos, depois do avô, Hirohito, em 1964 e 1972 (Jogos Olímpicos de Inverno), e do pai, Akihito, que deu o mote para os Jogos de Inverno de 1998.
Grécia abre o desfile
Em 168.º estará Portugal, com Telma Monteiro, medalha de bronze no Rio2016, e Nelson Évora, ouro em Pequim2008, como porta-estandartes, pela primeira vez em duplas, numa iniciativa para promover a igualdade de género.
A judoca vai voltar a encabeçar o desfile da comitiva lusa, tal como em Londres2012 e no encerramento do Rio2016, enquanto o saltador vai reeditar a experiência de Pequim2008.
Cerca de duas dezenas de atletas lusos – como habitualmente, falham os que competem no dia seguinte – vão marcar presença num desfile marcado pela redução do número de atletas permitidos, devido à pandemia.
Polémicas não faltaram
A presidente dos Jogos, Seiko Hashimoto, confirmou a situação, com Kobayashi a ser despedido devido a piadas antissemitas que proferiu num espetáculo em 1998.
Pouco antes, tinha sido o compositor designado, o músico Keigo Oyamada, conhecido por Cornelius, a demitir-se devido a um ‘escândalo’ com ‘bullying’ que o próprio dirigiu a pessoas com deficiência, a escassos dias do evento.
Com espetáculos artísticos filmados e apenas alguns segmentos ao vivo, regras de distanciamento social em marcha e uma parada de nações limitada, a cerimónia servirá como primeiro eco da imagem que ficará de Tóquio2020: a da ‘sombra’ da covid-19 sobre um evento mais de sofrimento do que de festa.
Assim o admitem os organizadores, que destacam o “papel do desporto e dos Jogos” no mundo, agradecendo “os esforços que todos fizeram em conjunto no último ano”, podendo ainda “deixar uma sensação de esperança para o futuro”.
“Esperamos que seja uma experiência que transmita como podemos celebrar a diferença, empatizar, e viver lado a lado com compaixão”, destacam.
Discurso e caldeirão olímpico
O número é bastante reduzido face aos 40 líderes no Rio2016, esperando-se outros 70 representantes estrangeiros, entre nomes como o presidente de França, Emmanuel Macron, a primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, ou o ministro da Educação português, Tiago Brandão Rodrigues.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 arrancam esta sexta-feira e decorrem até 8 de agosto.