Álvaro Santos Almeida é o novo diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde
O Governo escolheu Álvaro Fernando Santos Almeida para o cargo de diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, após a demissão de António Gandra d'Almeida. A informação foi avançada esta terça-feira pela ministra da Saúde, que destacou o "conhecimento" e "sensibilidade" do novo responsável.
Além disso, exerce a função de diretor na pós-graduação em Gestão e Direção de Serviços de Saúde e atua como professor na Porto Business School.
Santos Almeida já foi também vereador na Câmara Municipal do Porto.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde já anunciou que vai investigar a alegada acumulação indevida de funções e rendimentos de Gandra d'Almeida quando era diretor da delegação regional do Norte do INEM, de 2021 a 2023.
A ministra da Saúde sustentou a escolha de Álvaro Santos Almeida para o cargo de diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde com o seu “conhecimento” e “sensibilidade” sobre a área.
“O mais importante neste momento é concretizarmos a transformação da organização que a direção executiva precisa de ter”, começou por dizer Ana Paula Martins.
Na opinião da ministra, Álvaro Almeida é “naturalmente uma das personalidades que, no país, tem um grande conhecimento da área da saúde”, apresentando “um vasto currículo”, vincou.
A ministra relembrou que a escolha terá ainda de ir à Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP). Depois, Álvaro Almeida terá de escolher a sua equipa e submetê-la também à CReSAP.
O novo diretor executivo tem “um perfil mais de gestão (…) muito articulada com os nossos dirigentes do Serviço Nacional de Saúde e com os nossos profissionais de saúde”, declarou Ana Paula Martins aos jornalistas.
Para a ministra, o antigo deputado do PSD tem não só “sensibilidade” como “conhecimento” do terreno, já que é também coordenador de uma pós-graduação em gestão de serviços de saúde.
Em resposta aos jornalistas acerca da demissão de Gandra d’Almeida, a ministra da Saúde aproveitou para lhe agradecer o trabalho que fez no cargo e reiterou que a decisão de demissão foi individual e que o Governo a respeitou.
“É um perfil político-partidário, e precisamente uma das linhas que a esmagadora maioria das pessoas tem traçado nestes últimos dias é nós termos um perfil fundamentalmente técnico, alguém do terreno, alguém que conhece os profissionais de saúde e as dificuldades do SNS”, acrescentou o bastonário.
“Conhece a saúde em Portugal. Não está neste momento no SNS – e portanto certamente que lhe faltará esse conhecimento da prática, do dia-a-dia, daquilo que está a acontecer no terreno – e por isso eu espero que a equipa possa colmatar essa eventual falha”, afirmou.
“Questionamos a forma como são feitas estas escolhas. Nós entendemos que, acima de tudo, devia haver um concurso público que garantisse regras democráticas, transparentes e se calhar com outro tipo de escrutínio”, defendeu, em nome do sindicato.
“Independentemente do nome que foi escolhido”, o novo diretor executivo “vai ter sempre muita dificuldade em conseguir gerir e fazer esta direção executiva do nosso SNS, tendo em conta que lhe faltam coisas básicas, nomeadamente os próprios recursos humanos”, antecipa Joana Bordalo e Sá.