Fogos rurais. "Temos de preparar o território" alerta presidente da AGIF

por RTP

Há menos 61 por cento de incêndios e a área ardida passou para um terço da que existia. Também não houve mortes associadas aos fogos rurais nos últimos anos. Bons indicadores, em comparação com a média entre 2010 e 2017.

É o que indica o Relatório do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, elaborado pela AGIF com base no sucedido em 2023 e que foi hoje entregue ao presidente da Assembleia da República.

Em 280 páginas, os peritos apontam também o que ainda falta fazer. O relatório alerta para possibilidade de fogos "mais rápidos e severos".

Tiago Oliveira, presidente da Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais, deixou na RTP um apelo a mais prevenção, com maior eficácia e maior envolvimento com os proprietários e as empresas de silvicultura e os municípios, para evitar a propagação dos incêndios que possam ocorrer.

O relatório da AGIF aponta nomeadamente a importância de financiar os planos sub-regionais de combate aos incêndios e de prevenção, e de garantir o cumprimento do programa nacional e o acompanhamento político e técnico, de forma a fazer reformas do financiamento dos municípios.

Tudo isto a par da alteração do regime sucessório, para permitir aos proprietários responsabilizarem-se pelos terrenos.

"Vai haver sempre incêndios", lembrou Tiago Oliveira, "mas temos de preparar o território para ter menos vegetação arbustiva e herbácea".

O especialista recomenda ainda a profissionalização dos corpos de bombeiros e dos sapadores florestais. Em 2023 este corpo já havia sido reforçado profissionalmente a 70 por cento, apoiado por voluntários, lembrou.

"É importante, para termos pessoas durante o inverno a fazer o trabalho de manutenção", considerou, frisando o "grande trabalho que o país fez".

"Estamos no bom caminho", reconheceu, "mas ainda não fizemos o suficiente", alertou.
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