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Reportagem

XIII Convenção do Bloco de Esquerda. Último discurso de Catarina Martins como líder no arranque da reunião magna

por RTP

António Cotrim - Lusa

A XIII Convenção Nacional do BE, que vai eleger a nova liderança, começa hoje em Lisboa com um arranque dominado pelo discurso de despedida de Catarina Martins, a apresentação e discussão das moções em disputa e as intervenções dos delegados.

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12h11 -  Louçã diz que partido "ganhou mais força" e Catarina foi "extraordinária"

O fundador do Bloco de Esquerda Francisco Louçã considerou hoje que o partido "ganhou mais raiz, mais força" e tem "recuperado muito" e afirmou que a líder cessante, Catarina Martins, "foi extraordinária porque marcou um período de amadurecimento".

"Acho que o Bloco mudou o mapa político português, trouxe inovação, capacidade e, ao fim de 20 anos, pôde mostrar que tem mais força, porque tem mais raiz, tem mais capacidade, aprende, e isso é o que faz a força", defendeu Francisco Louçã, à entrada para a XIII Convenção Nacional, que arranca hoje em Lisboa.

O fundador considerou que o BE "ganhou mais raiz, ganhou mais força, mais capacidade" ao longo dos últimos anos, sustentando que "conhecer melhor as cuidadoras informais, as dificuldades dos enfermeiros, dos professores, perceber como é que os estudantes lutam pelas alterações climáticas, isso é força, e ganhar raiz".
(Agência Lusa)

11h58 – Catarina Martins é cumprimentada pelos ex-líderes do BE no final do seu discurso que durou cerca de 30 minutos

11h30- Catarina Martins discursa na convenção

A líder do Bloco de Esquerda deixou uma saudação a todos os militantes.

Catarina Martins recorda que esteve durante 11 anos à frente do partido e deixou também elogios a Francisco Louça, Luís Fazenda e Fernando Rosas. “As gerações não se atropelam”.

“As gerações no Bloco de Esquerda reforçam-se e acrescentam-se”, acrescentou.
Miguel Portas também não foi esquecido na despedida da atual líder do BE. 

No seu discurso, Catarina Martins afirmou ainda que se orgulha “por ver despenalizada a lei da eutanásia durante o seu mandato. E recorda João Semedo.

Catarina Martins afirma que “tem orgulho por estar presente num partido e feminista”. Deixa uma palavra às camaradas fundadoras e deixa uma palavra a Marisa Matias e a Mariana Mortágua.

A líder demissionária relembra ainda a história do partido “em nome de todos os povos”.  

Catarina Martins frisa ainda que o BE combate “a corrupção e o compadrio” e realça que está a “fazer um balanço para o futuro”.

“Ajudámos a salvar o país da direita”, relembra numa referência à geringonça.

No entanto, reconhece que a última “derrota eleitoral, no ano passado, deixou feridas” no partido.

Catarina Martins realçou ainda que “a economia vive de baixos salários”. E que frisou que o “Governo dá benefícios fiscais a quem mais tem”.

O “governo encena confrontos vazios com a direita”, acusou. Para Catarina Martins, “o PS está a contaminar o debate democrático”.

“O país não quer mais salários de miséria”, acrescenta.

Segundo a líder demissionária do BE “esta é a convenção de quem leva o país a sério”.


Catarina Martins vai sair da liderança.
É o fim de um ciclo da vida interna do partido.

Os 654 delegados poderão escolher entre duas moções: a A, encabeçada pela deputada Mariana Mortágua e com muitos nomes da atual direção, e a E, que junta críticos e cujo porta-voz à convenção é o ex-deputado Pedro Soares.