Sporting
Godinho Lopes apela à união
Godinho Lopes, eleito presidente do Sporting, apelou hoje à união e disse ter ficado "triste" com os incidentes verificados junto do Estádio José de Alvalade na madrugada de hoje, por ocasião do anúncio dos resultados eleitorais.
"Muitas vezes se atiraram pedras numa campanha acesa e eu também tive
expressões que não devia ter tido, mas o momento é agora para se guardarem
as pedras no bolso, ou de as deitar fora. O momento é de união", afirmou
Godinho Lopes.
Horas depois de ter tomado posse como sucessor de José Eduardo Bettencourt
na presidência do Conselho Diretivo, Godinho Lopes recusou que a margem
com que foi eleito - 360 votos de diferença para Bruno de Carvalho -- afete
a legitimidade da sua eleição para um mandato de três anos.
"Ganhei por essa margem, como poderia ter perdido com essa diferença.
Fui eleito para servir o Sporting e o momento é de união e de unidade entre
todos os sportinguistas. Houve um momento quente de madrugada e fiquei triste",
referiu.
Para o presidente do Sporting, que disse estar "sem dormir, com uma
direta", houve "uma imprudência na forma como foram apresentados os resultados
no exterior" do estádio, defendendo que "o auditório VIP teria sido o local
mais indicado", com "condições mais propícias".
Godinho Lopes afirmou que "foram sempre dadas contrainformações que
desmobilizaram as outras listas e mobilizou a Lista C", de Bruno de Carvalho,
que já confirmou a intenção de impugnar as eleições devido a alegadas "inconformidades".
"Ao verificarem que a esperança e as expetativas criadas não eram reais,
as pessoas ter-se-ão sentido enganadas", registou Godinho Lopes, salientando
que "não concorda com excessos".
O novo presidente do Sporting vincou mesmo que não permitirá agora "manifestações
que sirvam para mostrar indignação" de forma incorreta.
Salientando que vai convocar os seus quatro adversários -- Bruno de
Carvalho, Pedro Baltazar, Dias Ferreira e Sérgio Abrantes Mendes -- para
"falar", Godinho Lopes recusou a ideia de que vai ter uma oposição forte,
em particular por parte do candidato da Lista C.
"Só será oposição forte se, por um lado, não souber tomar conta do barco
e não tiver capacidade para mostrar a minha liderança e se, por outro lado,
não houvesse vontade de servir o Sporting", declarou, reforçando que será
"um presidente a tempo inteiro".
Quanto à vontade de Bruno de Carvalho de impugnar o ato eleitoral, o
presidente eleito, com 36,55 por cento dos votos expressos (a Lista C obteve
33,15), frisou que "o ato eleitoral terminou" e lembrou que "foi eleito".
Sem conhecer "a fundamentação jurídica", Godinho Lopes disse ainda que
a possibilidade de impugnação não o deixa intranquilo.