José Dominguez só vai à Luz com 11

por Carlos Silva c/Lusa
Legenda da Imagem

O treinador da União de Leiria disse que só aceita defrontar o Benfica, sábado, na Luz, se tiver um mínimo de 11 jogadores

"Não estou de todo contente com esta situação. A passar-se mais uma
situação de inferioridade numérica, podem até arranjar jogadores, mas já
não vão ter o técnico, porque isto é vergonhoso", disse José Dominguez, esta quarta-feira.

Para o treinador, "o mínimo de condições para estar no Estádio da Luz passa por ter 11 jogadores de campo".

"Vão-se inscrever amanhã mais quatro jogadores juniores e vamos tentar com isso dignificar o Leiria. Vamos ver como é que estes juniores poderão, de alguma maneira, sentir-se à vontade", sublinhou.

O treinador dos leirienses considera que "há limites para certas situações",
acrescentando ser "impossível conseguir fazer um bom trabalho".

"Eu e a minha equipa técnica temos aspirações e isto ultrapassa tudo o que é normal. Infelizmente, é um marco triste para o futebol português, que pôs em causa a verdade desportiva deste campeonato. O dano já está feito".

Hoje, no primeiro treino após a derrota em casa com o Feirense, em que a equipa leiriense alinhou apenas com oito jogadores, Dominguez transmitiu aos juniores integrados no grupo de 16 disponíveis que, se puderem jogar na Luz, "será uma grande oportunidade de valorização".

Dominguez revelou, ainda, ter conversado com Marco Soares, o "capitão" de equipa e que é um dos 13 jogadores que rescindiram o vínculo com a União de Leiria, devido aos vários meses de ordenados em atraso.

"Falei com ele e disse-me que não estava à espera. A maior parte dos jogadores também não estava à espera. Acreditavam que houvesse uma resolução, não que se chegasse mesmo a rescindir contrato", afirmou.

José Dominguez, antigo jogador do Sporting e internacional por Portugal, acredita, ainda assim, que a crise na União de Leiria é uma oportunidade para repensar o futebol nacional.

"Ainda bem que isto aconteceu. Muitas vezes se falou em situações como esta, de atrasos nos salários. Nunca um grupo, tão forte e unido como este, tomou uma decisão assim. Resolvia-se, tapavam-se buracos e no ano seguinte eles continuavam a aparecer, da mesma maneira. Isto também é bom para a Liga criar automatismos, para que a verdade desportiva da prova nunca possa ser posta em causa", referiu.

pub