Não foi assunto relevante antes das eleições, mas está a dominar o debate que se seguiu.
Uma votação desequilibrada entre a direita e a esquerda tornou possível algo inédito: uma revisão da Constituição sem precisar dos votos do Partido Socialista. A Iniciativa Liberal já tinha lançado o tema na campanha e apressou-se a formalizar a intenção, o Chega há muito que quer mexer na lei fundamental, enquanto a esquerda revela um grande incómodo e aponta a riscos para o regime democrático. A AD, vencedora das eleições, não vê o assunto como prioridade, mas promete negociar com todos.
Entre propostas como a redução do número de deputados, menos garantias no emprego ou o fim do primado do Estado nos serviços de educação e saúde, o debate impõe-se: é ou não é necessária uma revisão constitucional? E, a acontecer, quais os limites que deve respeitar?