Magnífica adaptação ao cinema do romance de Paul Bowles que Bertolucci transformou numa bela reflexão sobre os conceitos de viagem, com Debra Winger e John Malkovich.

1947. Port Moresby (John Malkovich) e a sua mulher Kit (Debra Winger) chegam de barco a vapor ao Norte de Africa. Casados há dez anos, procuram harmonia e inspiração na imensidão do Sahara para recuperar o amor e a paixão que sentem um pelo outro. A fascinante paisagem do deserto serve de cenário às mais exóticas e liberais fantasias sexuais de ambos, mas subitamente surge um sentimento de desespero, isolamento e perda que vai mudar para sempre as suas vidas.

"Um Chá no Deserto", uma realização de Bernardo Bertolucci que adaptou de forma magnífica o romance de Paul Bowles, é um filme complexo e envolvente sobre um invulgar conceito de viagem, onde um homem e uma mulher se perdem, literalmente, num Mundo fascinante, imenso e misterioso, que apenas existe e permanece viajando de forma irresistível através do seu próprio Mundo interno, que se altera e transforma. E, nesta estranha e bela interligação de universos, Bertolucci constrói um filme invulgar e belo, da portentosa fotografia de mestre Storaro à exótica sonoridade da música de Sakamoto, passando, inevitavelmente, por um grande elenco dominado pelas magnéticas presenças de Debra Winger e John Malkovich.