A riqueza combinada dos multimilionários do mundo aumentou 55,4 mil milhões de euros por dia em 2024. A Oxfam - Confederação de Organizações Não-Governamentais registou, em cada semana do ano passado, quatro novos multimilionários. É o segundo maior aumento da riqueza combinada dos multimilionários num único ano desde que há registos.
Esta segunda-feira, dia de posse de Trump, mas também de início do Fórum Económico Mundial de Davos, a OXFAM divulgou o relatório anual sobre as desigualdades e mostra que 45 por cento da riqueza global está nas mãos de um por cento da população mundial.
A Oxfam alerta que as desigualdades no mundo se agravaram durante 2024. A redução da pobreza foi interrompida e a pobreza extrema poderia ser eliminada três vezes mais rapidamente se a desigualdade fosse reduzida.
Já agora, os dados da pobreza do Banco Mundial mostram que o número de pessoas que vivem com menos de seis euros e 66 cêntimos por dia mantém-se praticamente desde 1990. O que significa que 44 por cento da população mundial vive na pobreza – são 3,6 mil milhões de pessoas.
Uma em cada dez mulheres vive em pobreza extrema (com menos de dois euros por dia), o que significa que mais 24,3 milhões de mulheres do que homens sofrem de pobreza extrema. O relatório da Oxfam sobre desigualdades revela que, dentro de uma década, o mundo vai “produzir” cinco trilionários, sendo que a previsão anterior apontava para haver um trilionário dentro de dez anos.
Uma em cada dez mulheres vive em pobreza extrema (com menos de dois euros por dia), o que significa que mais 24,3 milhões de mulheres do que homens sofrem de pobreza extrema. O relatório da Oxfam sobre desigualdades revela que, dentro de uma década, o mundo vai “produzir” cinco trilionários, sendo que a previsão anterior apontava para haver um trilionário dentro de dez anos.
A Oxfam argumenta que a maior parte da riqueza é retirada e não ganha, já que 60 por cento provém de herança, “clientelismo e corrupção” ou poder de monopólio.
Aliás, o relatório calcula que 18 por cento da riqueza provém do poder monopolista.
Anna Marriott, líder da política de desigualdade da Oxfam, sublinha que “o sistema económico global está falido, totalmente inadequado para a sua finalidade, pois permite e perpetua esta explosão de riqueza, enquanto quase metade da humanidade continua a viver na pobreza”.
Não há coincidências
Grande parte do aumento brutal da riqueza dos multimilionários é justificada pelos preços do setor imobiliário. A Oxfam afirma que os imóveis residenciais representam cerca de 80 por cento dos investimentos mundiais. No entanto, o aumento dos valores das ações nas bolsas mundiais é responsável pela maior parte do aumento da riqueza multimilionária.
Este relatório surge no momento em que muitos dos líderes políticos, executivos empresariais e super-ricos do mundo viajam para a estância de esqui suíça de Davos para a reunião anual do Fórum Económico Mundial, a partir desta segunda-feira.
Alguns exemplos multimilionários
A riqueza dos dez homens mais ricos do mundo cresceu, em média, quase 100 milhões de dólares por dia e mesmo que perdessem 99 por cento da sua riqueza de um dia para o outro, continuariam a ser multimilionários.
Entre eles está o fundador da Amazon, Jeff Bezos, com um património líquido de 219,4 mil milhões de dólares, cujo “império” Amazon é responsável por 70 por cento ou mais das compras online na Alemanha, França, Reino Unido e Espanha.
Nesta lista muito restrita, está também o nome da pessoa mais rica de África: Aliko Dangote que tem um património líquido de 11 mil milhões de dólares, detém um “quase monopólio” do cimento na Nigéria e domina o mercado em todo o continente africano.
De acordo com a lista de multimilionários da Forbes, as pessoas mais ricas do mundo são Elon Musk, Bezos, Mark Zuckerberg, cofundador do Facebook e Meta, Larry Ellison, cofundador da Oracle, e o fundador da LVMH Bernard Arnault.
Na posse de Trump, esta segunda-feira, Musk, Bezos e Zuckerberg deverão sentar-se próximos uns dos outros, num sinal da crescente influência das empresas de tecnologia na política.