O ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria revelou, esta quarta-feira, que o novo governo sírio pretende criar uma "economia aberta" e que está a estudar parcerias público privadas para desenvolver o país e privatizar alguns setores, incluindo o petrolífero. As sanções impostas à Síria têm contudo de desaparecer, referiu.
"O levantamento das sanções económicas é a chave para a estabilidade na Síria", apelou Assaad al-Shibani, num debate com o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, durante o Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça.
As sanções económicas visaram o regime do presidente sírio Bashar al Assad, deposto há mais de um mês por uma coligação de grupos islâmicos. A 12 de janeiro, a Arábia Saudita apelou ao levantamento das sanções
após uma reunião em Riade de diplomatas europeus e do Médio Oriente
sobre a Síria.
"A razão para estas sanções reside agora em Moscovo", disse Shibani,
referindo-se ao presidente deposto que se refugiou na Rússia,
acrescentando que "o povo sírio não deveria ser punido".
"Herdamos do regime de Assad um Estado arruinado, não existe sistema económico", prosseguiu, expressando esperança de que "no futuro a economia seja aberta".
"Herdamos do regime de Assad um Estado arruinado, não existe sistema económico", prosseguiu, expressando esperança de que "no futuro a economia seja aberta".
Ao diário britânico Financial Times, Shibani revelou, também esta
quarta-feira, que o novo governo transitório sírio criou uma comissão
para estudar "a situação económica e as infra-estruturas da Síria".
A
missão do estudo irá centrar-se "nos esforços de privatização, particularmente
nos sectores do petróleo, do algodão e das fábricas de mobiliário".
A Síria "examinará parcerias público-privadas para encorajar o investimento em aeroportos, ferrovias e estradas", acrescentou.
Promessas repetidas em Davos. Damasco vai abrir a sua economia aos investidores estrangeiros e está a trabalhar já em parcerias com Estados do Golfo, nos setores da energia e eletricidade, afirmou Shibani.