Bruxelas recusa acolher jogo entre a Bélgica e Israel para a Liga da Nações
Os responsáveis pelo município belga invocaram razões de segurança para justificar a recusa, considerando o encontro de alto risco, devido às tensões provocadas pela guerra em Gaza.
Em comunicado, o município considerou "impossível" acolher o jogo entre as seleções belga e israelita, marcado para 6 de setembro para o Estádio Rei Balduíno, sede dos Diabos Vermelhos belgas.
"A situação humanitária e securitária em Gaza e as suas inúmeras repercussões forçam a cidade de Bruxelas a avisar a URBSFA [a federação belga de futebol] que a organização deste jogo não será possível no Estádio Rei Balduíno", localizado em Laeken, nos arredores de Bruxelas, referiu ainda o município.
"Seria um ato de loucura furiosa organizar este jogo em Bruxelas", referiu uma fonte policial ao DH Sports+.
Significativamente, a União Belga de Futebol, URBSFA, lançou a 16 de maio a venda de bilhetes para os jogos no âmbito do grupo A2 dos Diabos Vermelhos, com a França, a 14 de outubro, e com a Itália, a 14 de novembro. Não foram dispobilizados quaisquer ingressos para o jogo Bélgica-Israel.
Também a situação no Médio Oriente foi invocada para explicar a decisão, há um mês. A federação considerou que "um Estádio do Rei Balduíno cheio" dá uma "enorme coragem aos nossos Diabos Vermelhos", mas não se o jogo for contra Israel.
"Para o jogo contra Israel, estamos em contato constante com os serviços de segurança, o município de Bruxelas e o governo federal. A situação de segurança está analisada e as evoluções são avaliadas atentamente", acrescentou aquele organismo, prometendo "para mais tarde" novas informações.
"A segurança está antes de tudo", precisou Piet Vandendriessche, o presidente da federação belga de futebol.
Os manifestantes exigiam à Bélgica a rotura de todos os laços com Israel, assim como a imposição de sanções e um embargo militar a Israel.
Em causa, as operações militares de Israel na faixa de Gaza, que destruíram a maior parte do enclave palestiniano e provocaram uma catástrofe humanitária, devido à proibição quase total de entrada de ajuda internacional, nos últimos nove meses.
A entrada em força das forças israelitas em Gaza foi desencadeada pela invasão do sul de Israel por parte de militantes palestinianos afetos ao grupo islamita Hamas, que governa o enclave desde 2007. O ataque provocou 1200 mortos e possibilitou o rapto de cerca de 250 israelitas.
Israel jurou destruir o Hamas e recuperar todos os reféns, vivos ou mortos. No nôno mês de operações e combates, algumas dezenas de reféns aguardam ainda a libertação. O Hamas exige a retirada total de Israel e o fim dos ataques, para os devolver às famílias.
A pressão internacional para Israel suspender as operações em Gaza e deixar entrar ajuda têm-se expressado de forma especial em alguns campus universitários nos EUA, em França e no Reino Unido.
"Hoje, e após uma análise conscenciosa e aprofundada, é forçoso constatar que a ocorrência de um tal jogo na nossa capital, neste periodo particularmente preocupante, irá provocar incontestavelmente manifestações importantes e contra-manifestações, comprometendo a segurança dos espetadores, dos jogadores, dos habitantes de Bruxelas, mas também das nossas forças policiais", explicou o texto, publicado esta quarta-feira.
"A situação humanitária e securitária em Gaza e as suas inúmeras repercussões forçam a cidade de Bruxelas a avisar a URBSFA [a federação belga de futebol] que a organização deste jogo não será possível no Estádio Rei Balduíno", localizado em Laeken, nos arredores de Bruxelas, referiu ainda o município.
"Bruxelas não quer acolher o jogo? Não há problemas. Nós viremos, não interessa a cidade que nos irá acolher. Todas as cidades estão ok para nós", reagiu o porta-voz da federação israelita, Shlomi Bazel, ao DH Sport+.
A cidade de Louvain também já recusou receber o jogo, a contar para o grupo A2 da Liga das Nações, que além da Bélgica e de Israel, inclui a França e a Itália.
Não foi desde logo indicado que outra cidade belga, se alguma, estará disponível
para acolher o encontro entre os belgas e os israelitas. A possibilidade
de ser disputado à porta fechada num país neutro, ganha força.
A
federação belga de futebol "lamentou" a decisão municipal de Bruxelas,
adiantando que teria aceitado que o jogo fosse disputado "sem público".
"Estamos à procura de uma solução, afim de poder jogar a partida em casa contra Israel", sublinhou o organismo em comunicado.
Sem bilhetesSignificativamente, a União Belga de Futebol, URBSFA, lançou a 16 de maio a venda de bilhetes para os jogos no âmbito do grupo A2 dos Diabos Vermelhos, com a França, a 14 de outubro, e com a Itália, a 14 de novembro. Não foram dispobilizados quaisquer ingressos para o jogo Bélgica-Israel.
Também a situação no Médio Oriente foi invocada para explicar a decisão, há um mês. A federação considerou que "um Estádio do Rei Balduíno cheio" dá uma "enorme coragem aos nossos Diabos Vermelhos", mas não se o jogo for contra Israel.
"Para o jogo contra Israel, estamos em contato constante com os serviços de segurança, o município de Bruxelas e o governo federal. A situação de segurança está analisada e as evoluções são avaliadas atentamente", acrescentou aquele organismo, prometendo "para mais tarde" novas informações.
"A segurança está antes de tudo", precisou Piet Vandendriessche, o presidente da federação belga de futebol.
Protestos anti-israelitas
Há três semanas, a polícia de Bruxelas envolveu-se em confrontos com centenas de jovens que se manifestavam frente à embaixada de Israel, na Avenida do Observatório, na Uccle. Os manifestantes exigiam à Bélgica a rotura de todos os laços com Israel, assim como a imposição de sanções e um embargo militar a Israel.
Em causa, as operações militares de Israel na faixa de Gaza, que destruíram a maior parte do enclave palestiniano e provocaram uma catástrofe humanitária, devido à proibição quase total de entrada de ajuda internacional, nos últimos nove meses.
A entrada em força das forças israelitas em Gaza foi desencadeada pela invasão do sul de Israel por parte de militantes palestinianos afetos ao grupo islamita Hamas, que governa o enclave desde 2007. O ataque provocou 1200 mortos e possibilitou o rapto de cerca de 250 israelitas.
Israel jurou destruir o Hamas e recuperar todos os reféns, vivos ou mortos. No nôno mês de operações e combates, algumas dezenas de reféns aguardam ainda a libertação. O Hamas exige a retirada total de Israel e o fim dos ataques, para os devolver às famílias.
A pressão internacional para Israel suspender as operações em Gaza e deixar entrar ajuda têm-se expressado de forma especial em alguns campus universitários nos EUA, em França e no Reino Unido.