Resposta a Witkoff. Hamas aceita devolver dez reféns vivos, 18 corpos e exige fim da guerra

O Hamas revelou este sábado ter respondido à proposta de cessar-fogo do enviado da Administração Trump ao Médio Oriente com a abertura para libertar dez reféns israelitas vivos e 18 corpos, em troca da libertação de um número indeterminado de prisioneiros palestinianos do Estado hebraico. Nesta resposta, o movimento radical palestiniano inclui o objetivo de um “cessar-fogo permanente” – até agora uma linha vermelha para Israel.

Carlos Santos Neves - RTP /
“Esta proposta visa alcançar um cessar-fogo permanente” Mohammed Saber - EPA

“Esta proposta visa alcançar um cessar-fogo permanente, uma retirada alargada da Faixa de Gaza e assegurar o fluxo de ajuda ao nosso povo e às nossas famílias”, afirma o Hamas em nota conhecida na tarde deste sábado.A resposta ao enviado da Administração norte-americana para o Médio Oriente, Steve Witkoff, foi remetida, segundo o movimento radical, “após uma ronda de consultas nacionais”.

A nota do Hamas não esclarece se houve uma tentativa de obter alterações à proposta da mediação norte-americana. Contudo, em declarações à agência Reuters, fonte palestiniana próxima das conversações adiantou que houve diligências nesse sentido.

O presidente norte-americano havia manifestado a convicção de estaria para breve uma trégua entre Israel e o Hamas. O Governo israelita, aparentemente disposto a anuir à proposta de Witkoff, deixara um aviso ao movimento palestiniano. Este deveria aceitar o acordo ou enfrentar a “destruição”.
Telejornal | 31 de maio de 2025

A comunicação social israelita noticiou, nos últimos dias, que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, partilhou com familiares de reféns em Gaza a intenção de aceitar a proposta do enviado norte-americano.

O Estado hebraico mantém, até ao momento, o objetivo de lograr o desarmamento e a desmobilização do Hamas, incluindo as estruturas de poder civil. Assim como o objetivo da recuperação de 58 reféns que permanecem cativos.

Por sua vez, o Hamas rejeita depor as armas e exige a complete retirada dos israelitas da Faixa de Gaza.

O ataque desencadeado em solo israelita pelo movimento palestiniano, a 7 de outubro de 2023, fez aproximadamente 1.200 mortos
. Foram ainda levados para Gaza 251 reféns, segundo Telavive. A campanha israelita que se seguiu matou já mais de 54 mil palestinianos, gerou uma crise humanitária e deixou em ruínas o território governado pelo Hamas.

c/ agências
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