Sondagem da Católica mostra AD em recuperação e a ultrapassar PS na intenção de voto
A coligação AD (PSD, CDS-PP e PPM) que apoia o atual Governo ultrapassou o PS e ganhou a preferência das intenções de voto na última sondagem do Centro de Sondagens da Universidade Católica, em julho. Numa votação para Legislativas, a coligação governamental avançou dois pontos percentuais para os 33%, enquanto os socialistas recuam quatro pontos para os 29%. Também o Chega recupera quatro pontos, para os 18% enquanto a restante esquerda se aguentam sem alterações nos resultados face ao último estudo da Católica.
Um recuo de expressivos quatro pontos percentuais quando o estudo foi realizado tendo já o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, feito anúncio do sentido de voto da sua bancada na discussão do Orçamento do Estado para 2025, sendo quase certo que já reflete essa posição de abstenção dos socialistas.
De salientar a grande recuperação também do Chega com os mesmos quatro pontos, crescendo para os 18 por cento. A IL cai um pontos para os 6 por cento, enquanto BE, CDU, Livre e PAN mantêm a mesma intenção de voto da sondagem de julho (respetivamente 4%, 3%, 3% e 2%).
O CESOP sublinha aqui que, apesar deste indício de descolagem relativa da AD face ao principal partido da oposição, estes são resultados que se mantêm dentro da margem de erro, ou seja, é necessário que futuras sondagens confirmem estas tendências de subida e descida: “Mesmo a alteração de posição entre ambos, em comparação a julho, pode ser apenas resultado do erro associado a qualquer sondagem – terá de ser confirmada em futuras sondagens (nossas e de outras entidades)”, refere o relatório do centro de estudos.
Relativamente à subida significativa do Chega, refere o relatório que “se na sondagem anterior o CH tinha descido 5 pontos percentuais (p.p.), agora sobe 4 p.p., o que parece apontar para alguma volatilidade de parte significativa do possível eleitorado deste partido”.
Governo com desempenho razoável
À questão sobre o desempenho do executivo AD que leva dez meses de governação, os portugueses avaliam como “razoável” a atuação do Governo com 57 por cento das respostas, mantendo a tendência da sondagem de julho.
Apenas 18 por cento vão por uma avaliação negativam e consideram “mau” ou “muito mau” o desempenho do Governo e 22 por cento “bom” ou “muito bom”, valores que também não diferem muito do estudo de há três meses.
O centro da Católica acrescenta que a “distribuição de respostas indica melhor avaliação deste governo do que do governo em anos anteriores”, em particular 2023 e 2022.
Marcelo trava queda
Numa avaliação deste mandato do presidente da República, os portugueses põem travão a uma queda que vem sendo a pique desde os primeiros meses do mandato inicial de Marcelo Rebelo de Sousa e permitem aqui ao chefe de Estado uma subida de sete pontos percentuais face às avaliações de maio e julho de 2024, as mais baixas dos oito anos de Presidência, com apenas 60 por cento de avaliações positivas.
Em termos de avaliação, o presidente sai desta sondagem com uma avaliação de 10,1 (numa escala de 0 a 20), melhor do que os 9,7 de julho passado e os 9,4 de maio, mas ainda assim longe dos valores do primeiro mandato, na ordem dos 15 e dos 16 valores.
Lembra o relatório do CESOP que, “numa sondagem realizada em novembro de 2016, ainda no primeiro ano do seu primeiro mandato, o Presidente da República foi avaliado positivamente (i.e., com nota 10 ou superior) por 97% dos inquiridos. A avaliação média foi então de 16,3 (a mais elevada das sondagens Católica desde que há registos – 11/2004). Numa sondagem de maio de 2021, no seu primeiro ano do segundo mandato, o Presidente mantinha os elevadíssimos níveis de popularidade e reconhecimento da sua ação. Seguiu-se um período de descida, mantendo sempre avaliações médias positivas, e nova subida há um ano. Neste momento, a avaliação média está em 10,1 e o Presidente continua a receber nota positiva (igual ou superior a 10) da maioria dos inquiridos (67%)”.
Montenegro com melhor nota entre líderes
Seguem-se Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, com 10,4, Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal (IL) com 9,2 e Rui Tavares, do Livre, com 9. Os restantes líderes colheram avaliações na casa dos 7 valores.
Rui Rocha (69%), Paulo Raimundo e Rui Tavares (74%) e Inês sousa Real (77%) continuam a ser os menos conhecidos entre os portugueses, numa escala dominada por André Ventura (99%), Luís Montenegro (98%) e Pedro Nuno Santos e Mariana Mortágua (96%).
Ficha Técnica
*Foram contactadas 5399 pessoas. De entre estas, 1025 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário.