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O selecionador nacional afirmou que o seu objetivo para o Europeu de Futebol "é chegar à final e ganhar". Em entrevista à RTP, Fernando Santos explicou que Portugal deverá num primeiro momento trabalhar para equilibrar as hipóteses no lote das seleções mais fortes, para que possa depois ser "o talento individual a resolver" a questão.
Afastando o que chamou de questão de semântica "que é se somos candidatos ou se somos favoritos", Fernando Santos assumiu que "isso não interessa (...) Eu tenho um objetivo que é chegar à final e ganhá-la".
Questionado sobre se constituiria uma surpresa ter de facto a equipa portuguesa na final, o treinador insistiu: "Por alguma razão Portugal está onde está no ranking da FIFA (...) Nós fazemos parte de um lote de equipas que pela qualidade dos seus jogadores - pela paixão, pela vontade que têm, pela ambição - essas equipas têm como objectivo chegar a França e vencer".
Quanto à chave para vencer, explicou, trata-se da capacidade para equilibrar os pratos da balança: é preciso "correr mais do que o adversário, ou pelo menos correr tanto, lutar mais do que o adversário, ou pelo menos lutar tanto, ser mais organizado ou pelo menos tanto" quanto ele. Conseguido esse equilíbrio, "depois é a capacidade e o talento individual o que vai resolver. E Portugal também tem condições" para vencer.
O onze nacional
O selecionador deu ainda a entender que tem já algumas certezas
relativamente a determinadas posições no terreno de jogo.
"Não tenho grandes dúvidas [em relação a nenhum sector]", acrescentou Fernando Santos, para explicar que todos os jogadores lhe oferecem garantias.
Sobre o que se passará lá à frente, sector de todas as dúvidas para os adeptos portugueses, o selecionador adiantou apenas que "Portugal vai jogar com dois avançados".
Renato Sanches, o benjamim
Um dos assuntos que tem entretido o mundo do futebol é o ex-Benfica - e agora Bayern Munique - Renato Sanches. Sobre o jovem talento que tanta tinta faz correr, o selecionador nacional explicou de forma serena que a sua chegada à seleção não foi diferente do processo que levou outros jogadores a vestir a camisola das quinas.
"Em determinado momento foi para mim evidente que ele [Renato Sanches] podia vir a ser jogador da seleção (...) e em Março trouxe-o para ver, com os meus olhos, se ele podia jogar da forma que eu quero".
À questão sobre eventual pressão externa para levar Renato Sanches ao Europeu, Fernando Santos foi liminar: "Eu sou imune a essas coisas, como todos sabem".
E acrescentou: "Nunca ninguém virá à seleção por pressão. Mais do que isso, se houvesse alguma pressão, o mais normal é que dificilmente viria".
Em França a jogar em casa
Fernando Santos confidenciou ainda contar com o apoio dos emigrantes, "com um apoio fortíssimo, aquilo a que chamamos o décimo segundo jogador, que é muito importante. Eu acredito nisso plenamente".
"Espero e peço a todos os [portugueses] que vão estar em França que não se esqueçam que é esse apoio que nós precisamos. Nós precisamos deles".
CR7 obriga a medidas especiais
Não só no campo, mas também fora dele, Cristiano Ronaldo obriga a uma vigilância muito especial, mas no caso mais sensível tendo a ver com as ameaças de terrorismo que estão ainda muito vivas num país que viu a sua capital, Paris, atacada por militantes extremistas por duas vezes em 11 meses e com um balanço terrível, acima das 130 vítimas mortais.
Dessa forma, Fernando Santos encara com naturalidade as medidas implementadas no país, mas também em relação à equipa nacional: "A seleção portuguesa foi considerada uma seleção de risco. Tem o melhor jogador do mundo".
Paulo Alexandre Amaral - RTP
