Scolari: “Portugal pode ganhar Taça das Confederações”

por Mário Aleixo - RTP
Scolari vê a seleção de Portugal com capacidade para vencer a Taça das Confederações Epa

Scolari acredita que Portugal pode ganhar a Taça das Confederações.

No encerramento de um estágio de cerca de duas semanas em solo nacional, o treinador dos chineses do Guangzhou Evergrande salienta que o triunfo no último Campeonato da Europa quebrou uma maldição que parecia inibir a equipa das quinas nas grandes competições.

"Portugal tem muito boas hipóteses [na Taça das Confederações]. Portugal agora já está arrumado e aquela insegurança e aquele receio foram superados com a vitória no Europeu. Tenho a certeza de que o Fernando Santos vai formar uma seleção de boa qualidade", garante o antigo selecionador de Portugal, atualmente com 68 anos.

Fernando Santos viveu a alegria que Luiz Felipe Scolari esteve muito perto de saborear em 2004, quando este liderava a seleção derrotada pela Grécia na final desse Europeu.

"Foi um feito muito grande do Fernando", reconhece o técnico brasileiro que, apesar dos elogios à seleção, admite também ter ficado "surpreso" com o triunfo de Portugal.

"Fiquei surpreso, claro, porque havia outras equipas com outro 'know-how', outra fama, jogadores em melhores condições ou um futebol mais desenvolvido. Mas quem ganhou foi Portugal. E Portugal mostrou ser uma equipa organizada do princípio ao fim, mostrou ser a melhor", assumiu à agência Lusa.



Vitória no Euro2016 foi o auge da carreira de Ronaldo

A conquista do Euro2016 pela seleção portuguesa de futebol deixou Luiz Felipe Scolari satisfeito com o êxito do país onde trabalhou durante cinco anos, sobretudo pelo triunfo pessoal que isso representou para Cristiano Ronaldo.

Foi no seu consulado na seleção de Portugal, entre 2003 e 2008, que o capitão português foi lançado com a camisola das quinas. E foi também sob a sua orientação que Ronaldo começou a capitanear a equipa, como lembra o antigo selecionador.

"Fiquei feliz com a conquista do Europeu e por ele ser o capitão, porque é uma conquista que ele vinha perseguindo, trabalhando que nem um maluco para a conseguir. Foi o auge de uma carreira de um jogador maravilhoso que é o Cristiano", declara.

Luiz Felipe Scolari regressa esta terça feira à China preparando-se para iniciar em fevereiro a luta pela revalidação do título chinês.

"Benfica deverá ser campeão de novo esta época”

Luiz Felipe Scolari permanece atento à realidade do futebol português e vê na atual liderança do Benfica indícios fortes para uma inédita conquista do “tetra”.

Em entrevista à Lusa, o antigo selecionador de Portugal, agora com 68 anos, tece rasgados elogios ao treinador dos encarnados, Rui Vitória, bem como à estrutura comandada pelo presidente Luís Filipe Vieira.

"Vejo o Benfica como favorito, como um bom concorrente, é o líder atual da Liga e uma equipa muito bem organizada dentro e fora de campo. Tudo está a funcionar muito bem, de forma equilibrada".

O perfil de Rui Vitória é, segundo o técnico que guiou o Brasil ao “penta” no Mundial de 2002, uma das chaves para o sucesso do clube da Luz.

Transferências milionárias para a China vão acabar

Luiz Felipe Scolari assegura que as atuais transferências milionárias de futebolistas para a China vão começar a diminuir de forma acentuada nos próximos anos.

O antigo selecionador de Portugal e Brasil adianta que o atual modelo de contratações de estrelas internacionais com salários astronómicos é uma circunstância necessária para o desenvolvimento e expansão do futebol na China, mas que não será uma tendência para o futuro.

"Os clubes europeus estão a fazer as suas vendas por valores exorbitantes e cada um pede o que quer e cada um paga o que quer. Mas essa não deverá ser a tónica. É a tónica neste momento para o desenvolvimento, mas no próximo ano ou dentro de dois anos não deveremos ver mais essas transferências", afirma.

De acordo com Luiz Felipe Scolari, a federação chinesa está a estabelecer condições para "o envolvimento dos clubes nas categorias de base" do futebol de formação, algo que ainda não existe a nível nacional.

"Se os campeonatos dos jovens começarem a ser disputados, acho que em 10 anos a China começa a igualar as duas potências da Ásia: Coreia e Japão", afirmou.

Prestes a completar 35 anos de carreira como treinador, Scolari assegura ter ainda muita motivação para continuar e não pensa na reforma.
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