O ex-futebolista vê a equipa do Benfica como um processo de renovação continua e acolhe com o pragmatismo necessário as possíveis saídas de Renato Sanches e Jonas, em declarações à Antena 1.
António Simões olha para o estado atual do futebol e analisa-o sem dúvidas: "Há aqui um conflito de interesses. Por um lado a satisfação em ver que há jovens do clube com valor e que interessam ao mercado, ao mesmo tempo pode rentabilizar-se o jogador financeiramente mas perde-se desportivamente. Quando se investe no centro de estágio do Seixal esta é a forma de rentabilizar".
Ter pressa de jogar tudo e bem atrapalha
O futuro imediato passa pelos dois jogos do campeonato que faltam ao Benfica frente ao Marítimo e Nacional, numa altura em que a equipa lidera a competição com dois pontos de vantagem sobre o Sporting.
O extremo esquerdo do clube da Luz, noa anos 60 do século passado, apontou o caminho para a equipa poder obter sucesso: "Quem for capaz de controlar melhor as emoções é capaz de jogar melhor. É um trabalho árduo que exige concentração e não admite a mais pequena falha. Quem melhor gerir isto terá preponderância nos jogos que faltam".
Sobre o jogo do próximo domingo frente ao Marítimo o ex-avançado sabe o que espera a equipa do Benfica: "Será complicado e difícil. O Benfica tem de se controlar naquilo que é um desejo enorme de ganhar mas não ter pressa. É preciso ser capaz de perceber que no jogo podem estar três quartos do sucesso no campeonato".
Ainda a propósito do desafio no estádio dos Barreiros acrescentou: "É difícil jogar naquele campo mas estou convicto que o Benfica pode vencer o jogo. Há alguma fadiga corporal e emocional mas é preciso ir buscar energia".
Benfica e Sporting devem ser adversários mas parceiros
Benfica e Sporting tem protagonizado uma luta titânica ao longo da época mas António Simões abre o caminho para o consenso.
O ex-futebolista fez a sua análise e frisou: "Benfica e Sporting foram protagonistas de uma época diferente, equilibrada, como muita crispação, paixão e algum desequilíbrio" e lançou o que podem ser as bases do futuro ao realçar que "em vez de se procurar o conflito e a especulação devia aproveitar-se o equilíbrio para promover os jogos e o futebol português".
António Simões lembrou a concluir o seu raciocínio que "Benfica e Sporting são 90 por cento de Portugal (desportivo) e por isso "que sejam antagonistas durante 90 minutos e parceiros no resto do tempo".