Constantino pondera continuar no Comité Olímpico

por Mário Aleixo - RTP
José Manuel Constantino vai esperar para anunciar se continua ou não à frente do Comité Olímpico de Portugal José Carlos Lopes-Antena 1

No final dos Jogos José Manuel Constantino decidirá se continua.

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) assumiu, em declarações ao jornalista da Antena 1 Pedro Luiz Cid, que só vai decidir sobre uma eventual recandidatura à presidência do Comité Olímpico de Portugal (COP) quando terminar o ciclo olímpico do Rio2016.

"Ponderarei após a conclusão do meu trabalho. Os cargos no COP não são um emprego, são uma missão, são um serviço. E ser presidente não é uma profissão, é uma missão. Concluído que esteja o ciclo de trabalho com o qual me comprometi, avaliarei as circunstâncias e decidirei em conformidade", especificou.



José Manuel Constantino sucedeu a Vicente Moura na presidência do Comité Olímpico de Portugal em março de 2013, tornando-se no 11º presidente da entidade máxima do desporto em Portugal, fundada em 26 de outubro de 1909.

Deleção homongénea

O dirigente considera a delegação portuguesa aos Jogos Olímpicos Rio2016 mais homogénea e representativa do desporto nacional, mas quer aguardar para inferir se o salto qualitativo é fruto de um crescimento sustentado.

"Considero que é mais homogénea, considero que é mais alargada, porque tem mais modalidades -- passámos de 13 para 16 -, considero que representa melhor o desporto nacional", definiu o presidente do COP ao referir-se à delegação de 92 atletas, a terceira maior de sempre, que vai representar Portugal entre 5 e 21 de agosto, no Rio2016.

No entanto, o dirigente olímpico defendeu que será preciso esperar mais algum tempo para ver se o crescimento da delegação em termos quantitativos e qualitativos está assente em resultados sustentados ou se é fruto de resultados esporádicos.

Esperança nas medalhas

O presidente do COP apontou naquarta-feira à Antena 1 a confirmação de uma boa presença desportiva como a principal expetativa da delegação portuguesa ao Rio2016, mas assumiu que tem a esperança de trazer medalhas no regresso a Portugal.

"(A expectativa é) a de confirmar uma boa presença desportiva, aproveitando este momento tão inspirador que o desporto nacional tem vivido nas últimas semanas. Portanto, a minha expetativa é que possam confirmar e se possível superar os resultados que estiveram na origem do apuramento dos 94 atletas (viajam apenas 92)".

José Manuel Constantino reconheceu, no entanto, que as medalhas não estão fora do pensamento da delegação: "Se nós disséssemos que não íamos a pensar em medalhas, não estaríamos a falar verdade. Vamos nós a pensar, vão os atletas, vão as federações e uma parte significativa dos portugueses. Embora tenhamos que ter presente que dos 10.500 atletas que participam apenas dez por cento regressam às suas respetivas casas com medalha. Nós esperamos que nesses dez por cento estejam alguns portugueses".



O presidente do COP acredita que, a haver conquista de metais, estas poderão acontecer no atletismo, no futebol, na canoagem, no judo, no taekwondo ou no ténis de mesa, mas considerou que ao listar estas modalidades está a excluir outras cujos atletas já manifestaram vontade de lutar pelas medalhas.

José Manuel Constantino é responsável por uma mudança de paradigma no COP - a de incentivar os atletas a desfrutarem da experiência ao invés de os pressionar a trazer medalhas -, destacada por Nelson Évora na receção da delegação portuguesa pelo Presidente da República, a 13 de julho, no Palácio de Belém.

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